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Sobre karma, yoga, reencarnação, brahmam, etc

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Emerson

Sobre karma, yoga, reencarnação, brahmam, etc




Karma e reencarnação.

O sofrimento humano é um dos mistérios mais difíceis com que a religião tem que lutar. Por que sofrem os inocentes? Por que Deus permite o mal? Está Deus impossibilitado de atuar ou Ele escolhe não intervir? E se ele escolhe não atuar, quer dizer isso que Ele é cruel? Será indiferente, então?
A Vedanta considera que o problema não tem relação com Deus e o põe em nossas próprias mãos. Não podemos culpar nem a Deus, nem ao Diabo. Nada passa pelo capricho de alguma força externa a nós: Nós mesmos somos responsáveis pelo que nos traz a vida; todos estamos colhendo os resultados de nossas próprias ações que levamos a cabo nesta vida ou em vidas passadas. Para entender isto, precisamos entender a lei do karma.
A palavra karma é originária do verbo sânscrito kri, fazer. Embora karma queira dizer ação, compreende os resultados da ação. Todos os atos que temos executado e todos os pensamentos que tivemos, deixam uma impressão em nossas mentes e no Universo que nos rodeiam. O Universo nos devolve o que nós lhe damos. “Como é sua semeadura, será sua colheita”, disse Cristo. Boas ações produzem bons efeitos e más ações produzem maus efeitos.

Impressões mentais

Sempre que executamos uma ação e sempre que desenvolvemos um pensamento, uma impressão – uma espécie de vestígio sutil – se grava na mente. Essas impressões ou marcas se conhece como Samskaras. Às vezes somos conscientes do processo de impressão e às vezes não. Quando as ações são repetidas, as marcas se fazem mais profundas. A combinação de vestígios felizes, ou samskaras, formam nosso caráter e influenciam nossos pensamentos e ações subseqüentes. Por exemplo, se somos propensos a nos zangar facilmente, criamos uma mente raivosa que está predisposta a reagir mais com ira de que com paciência e compreensão.
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Emerson

. Assim como a água que uma vez canalizada aumenta sua pressão, de igual modo os vestígios na mente criam um padrão de comportamento o qual é extraordinariamente difícil de resistir. Mudar um hábito mental estabelecido é literalmente uma batalha terrível.
Se nossos pensamentos são predominantemente de amor, bondade e compaixão, nosso caráter se reflete e esses mesmos pensamentos regressarão a nós cedo ou tarde. Se emitimos pensamentos de ódio, ira ou mesquinhez, estes pensamentos também nos voltarão.
Nossos pensamentos e ações não são flechas, mas bumerangues, que eventualmente retornarão a quem os emitiu. Os efeitos do karma podem voltar instantaneamente, anos depois ou em uma vida futura. O que é absolutamente certo, é que os efeitos nos chegarão em um momento ou outro. Enquanto não alcançamos a libertação, vivemos e morremos entre o cativeiro da lei do karma, a cadeia de causa e efeito.
Que acontece quando morre uma pessoa que ainda não tenha alcançado a libertação?
Quando morre uma pessoa, o único que morre é o corpo físico. A mente que contém as impressões desta pessoa continua depois da morte do corpo. Quando a pessoa volta a encarnar, o “nascimento” é de um novo corpo físico, acompanhado pelas velhas impressões ou vestígios das vidas passadas. Quando o meio ambiente é apropriado, essas samskaras brotam (como sementes) e surgem novamente.
Este processo não é eterno, graças a Deus. Quando alcançamos a realização de Deus ou a auto-realização, a lei do karma é transcendida, o Eu renuncia a sua identificação com o corpo físico e a mente e recobra sua liberdade, perfeição e felicidade absoluta.
Tudo isso soa muito bem, mas quando nos fixamos no mundo que nos rodeia, não parece ter sentido. Se nos basearmos nas aparências, há muitos malvados que escapam do verdugo do destino: quantos morreram pacificamente em seus lares. E pior, quanta gente nobre sofreu sem causa aparente, sua bondade paga com ódio e tortura. O Holocausto Nazista é um testemunho disto. O abuso infantil é um testemunho disto.
28/03/05
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Emerson

Um universo absurdo?

Se observarmos unicamente a superfície, o Universo, em seus melhores momentos, parece absurdo e em seus piores, malévolo. Mas isso é porque nossa observação carece de profundidade; estamos vendo somente esta vida e não as que precederam e nem as que possivelmente venham no futuro. Quando vemos uma calamidade ou um triunfo, estamos observando um só quadro de um longa-metragem. Não sabemos nada do começo ou fim do filme. No entanto, o que sabemos é que cada um de nós, sem nos importar com quão vergonhosos tenham sido nossos atos, chegaremos logo, de muitas existências e muitos sofrimentos, a realizar nossa própria natureza divina. Este é o inevitável final feliz do filme.





Karma = Fatalismo?

Acaso a lei do karma faz da Vedanta uma filosofia fria e fatalista?
Não, nem o mínimo.
A Vedanta habilita e dota de poder o individuo e é também profundamente compassiva. Em primeiro lugar, se nós mesmos temos criado através de nossas ações e pensamentos, a vida que hoje vivemos, isto quer dizer que temos o poder de criar uma nova vida, a que viveremos amanhã.
Embora gostemos ou não, embora aceitemos a responsabilidade ou não, isto é o que estamos fazendo de todos os modos, a cada passo do caminho. A Vedanta não nos permite jogar a culpa em ninguém: cada ação e pensamento constroem nossa experiência futura.
Não instiga a lei do karma a sermos indiferentes a nossos semelhantes porque, depois de tudo, estão recebendo o que merecem?
Absolutamente não. Se alguém está sofrendo a causa de seu karma, não está brindando a oportunidade de aliviar esse sofrimento de acordo com nossa capacidade; fazendo-o, obteremos bom karma. Não necessitamos de heróis imprudentes, mas sempre podemos dar uma mão ou, ao menos uma palavra bondosa. Se escolhermos não utilizar nosso limitado poder, embora seja para aliviar em algo a dor dos que nos rodeiam, estaremos criando mal karma para nós mesmos. Desta maneira, realmente estamos nos prejudicando.
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Emerson

Unidade é a lei do Universo e essa verdade é a raiz real de todos os atos de amor e compaixão. O Atman, o verdadeiro Eu, é o mesmo espírito que mora em todos; não pode haver dois Atmans. Não se pode dividir a consciência; é onipresente e tudo a penetra. Meu Atman e teu Atman não podem ser diferentes. Por essa razão a Vedanta diz: Ama a teu vizinho como a ti mesmo porque tu és o teu vizinho.
28/03/05
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Emerson

Os yogas

Os yogas

Enquanto em anos recentes, quando a palavra “yoga” se escutou mais em academias que em discursos religiosos, “yoga”, em seu sentido original, tem muito pouco que ver com exercícios. “Yoga” se deriva do verbo sânscrito yuj, juntar ou unir. A meta do yoga é unir-se com Deus; a prática da yoga é o método que utilizamos para realizar este fim.
Os aspirantes espirituais podem se classificar em quatro variedades psicológicas; o predominantemente emocional, o predominantemente intelectual, o fisicamente ativo e o meditativo. Há quatro yogas primárias para cada tipo psicológico.
Devemos esclarecer desde o princípio que estas categorias não são de caráter exclusivo. Na verdade, seria psicologicamente desastroso que alguém fosse completamente emocional, completamente intelectual, completamente ativo ou completamente meditativo: cada yoga está presente no outro.

O Caminho de Amor

Para aqueles que são mais de caráter emocional que intelectual, Bhakti-yoga é recomendado. Bhati-yoga é o caminho de devoção, o método de união com Deus por meio do amor e contemplação amorosa Dele. A maioria das religiões enfatiza este caminho espiritual porque é o mais natural. Assim como nos outros yogas, a meta do bhakta, ou o devoto de Deus, é alcançar a realização de Deus, é unir-se com a divindade. O bhakta alcança isto por meio da força do amor, a mais poderosa e irresistível das emoções.
O amor é acessível a todos: todos amamos a alguém ou a algo e freqüentemente com grande intensidade. O amor faz com que nos esqueçamos de nós mesmos com nossa atenção entregue ao objeto de nossa adoração. O ego perde sua força enquanto pensamos no bem-estar de nosso Bem-amado mais e que em nós. O amor nos dá concentração: até contra nossa vontade recordamos constantemente o objeto de nosso amor. É o modo mais simples e sem sofrimento de criar, mediante o amor puro e sincero, as condições necessárias para uma vida espiritual frutífera.
Portanto, a Vedanta diz: Não desperdiceis o poder do amor.
28/03/05
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Emerson

Utiliza essa força poderosa para a realização de Deus. Devemos lembrar que quando amamos alguém, estamos amando a divindade dentro dela ou dele, mesmo de uma maneira inconsciente. Nos Upanishads lemos: “Não é pelo esposo que o esposo é amado, mas pelo Eu”. Nosso amor pelos outros chegará a ser inegoísta e desinteressado, quando formos capazes de encontrar a divindade neles.
Infelizmente, o usual é que coloquemos mal nosso amor. Nós projetamos nossa visão do que é verdadeiro, perfeito e belo e o impomos sobre quem amamos. A verdade é que Deus é Verdadeiro, Perfeito e Belo. Portanto a Vedanta diz: Põe teu amor no lugar correto: no Ser Divino dentro de cada pessoa que encontramos. Esse é o objeto real de nosso amor.
Mais que nos obcecar por um ser humano limitado, deveríamos pensar em Deus com desejo no coração. Muitos mestres espirituais têm recomendado adotar uma atitude devocional para Deus: pensando Nele como nosso Senhor, Pai, Mãe, Amigo Filho ou Bem-amado. O fator determinante aqui é: Qual atitude é mais natural para mim e qual atitude me aproxima mais intimamente de Deus?
Jesus veio a Deus como o seu Pai no céu. Ramakrishna adorava a Deus como Mãe. Muitos grandes santos têm alcançado a perfeição através da adoração de Deus como o menino Jesus ou o menino Krishna. Muitos têm obtido a perfeição adorando Cristo ou a Krishna como o Bem-amado. Outros chegam à perfeição adorando a Deus como amo ou amigo.
O que se deve lembrar é que Deus é nosso. Ele é o mais intimo entre os íntimos e o mais querido dos queridos. Quanto mais absortos estes nossos pensamentos no nosso Senhor ou na Mãe Divina, de acordo com nosso ideal, mais próximo ficaremos da meta da vida humana, a realização de Deus.
Muita gente é atraída a adoração de Deus pelo amor e devoção. Outra espécie de aspirantes está mais motivada pela razão do que pelo amor.
28/03/05
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Emerson

. Para eles, o caminho de bhakti-yoga não é apropriado. Quem está dotado de um intelecto discriminante, poderá estar apto para o caminho da jnana yoga, lutarão para atingir a perfeição através da razão.

O caminho do conhecimento

Jnana yoga é o caminho do conhecimento, não o conhecimento no sentido intelectual. O conhecimento de Brahman e Atman e a realização de sua unidade. Enquanto os devotos, através de bhakti seguem os impulsos de seu coração, o jnani segue os poderes da mente para discernir entre o real e o irreal, o permanente e o transitório.
Jnanis são os seguidores da Vedanta advaita (não-dualista); também podem ser chamados “monistas”, já que afirmam a única realidade de Brahman. Todos os seguidores da vedanta são monistas: todos os vedantistas afirmam a única realidade de Brahman. A diferença está na prática: enquanto todos os vedantistas são filosoficamente monistas, aqueles que são devotos de Deus preferem pensar que Deus é distinto deles para poder, deste modo, gozar da doçura da adoração; em contraste os jnanis, conhecedores de que toda dualidade é ignorância, sustentam que não há necessidade de buscar a divindade fora de nós mesmos. Nós já somos divinos.
O que é que nos impede de conhecer nossa natureza real e a natureza real do mundo que nos rodeia? O véu de maya. Jnana yoga é o processo que desgarra esse véu, mediante uma aproximação de dupla análise filosófica: positivo e negativo.
A primeira parte da aproximação e o da negação, o processo de neti, neti (isso não, isso não). Todo o irreal - isto é, o transitório, imperfeito, sujeito à mudança – é rechaçado. A segunda parte é o da afirmação: tudo o que se percebe como permanente, perfeito e eterno e se aceita como real, no sentido mais elevado.
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Emerson

Estamos dizendo que o Universo que percebemos é irreal? Sim e não. Do ponto de vista do absoluto, é irreal. O Universo e nossa percepção do mesmo é só uma realidade limitada, não uma realidade absoluta. Regressando à parábola da corda e da serpente: a corda, isto é, Brahman, se percebe como a serpente, o Universo tal como o percebemos. Enquanto vemos a serpente como serpente, percebemos uma realidade limitada. Nossos corações palpitam como reação. Mas quando reconhecemos que “a serpente” é, na realidade, uma corda, então nos riremos de nosso equívoco. Similarmente, qualquer coisa que percebemos através de nossos sentidos, nossa mente ou nossa inteligência, está inerentemente restringida pela mesma natureza de mente e corpo. Brahman é infinito e, portanto, não se pode restringir. Este Universo em contínua mudança – de espaço, tempo e causa – não pode ser Brahman e infinito, que tudo o penetra. Nossas mentes estão limitadas por todo o tipo de condição. Qualquer coisa que a mente e o intelecto percebam, não pode ser o infinito e completo Brahman. Brahman tem que estar mais além do que a mente do que nossa mente possa compreender; os Upanishads declaram que Brahman “está mais além do alcance da fala e da mente”.
Mesmo assim, até o que percebemos não pode ser outra coisa maior que Brahman. Brahman é infinito, todo penetrante e eterno. Não pode haver dois infinitos; o que vemos continuamente tão somente pode ser Brahman; qualquer limitação pertence a nossa percepção equivocada. Os jnanis removem, pela força, esta percepção errônea, através do processo negativo do discernimento entre o real e o irreal e através do processo positivo de Auto-afirmação.
Na prática da Auto-afirmação, continuamente afirmamos o que é real de nós mesmos; não estamos limitados por um pequeno corpo físico, nem por nossas mentes individuais. Somos espíritos. Nunca nascemos e nunca morremos. Somos puros, perfeitos e eternamente livres. Esta é a grande verdade de nosso ser.
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Emerson

A filosofia que forma a base da Auto-afirmação é singela: tal como pensas, assim serás. Nos temos programado por milhares de vidas pensando que somos limitados, frágeis e desamparados. Que mentira tão horrível é esta e que incrivelmente destrutiva! É o pior dos venenos. Se nos consideramos como frágeis, nos comportaremos como tais. Se nos consideramos como pecadores desamparados, sem dúvida nos comportaremos como tais. Se nos consideramos Espíritos - puros, perfeitos e livres – também nos comportaremos como tais.
Assim, mantendo pensamentos equivocados, criamos impressões equivocadas; assim também devemos inverter o processo, alimentando nossas mentes com pensamentos corretos, pensamentos de pureza, pensamentos e força, pensamentos de Verdade. “Sou sem mancha alguma, sereno, feito de consciência pura e além de toda natureza. Todo esse tempo, tenho sido enganado pela ilusão”, de Ashtavavra Samrita, texto clássico de Advaita.
Jnana yoga usa nossos poderes mentais para pôr fim ao processo de engano, para saber que até agora somos como sempre temos sido: livres, perfeitos, infinitos e imortais. Realizando isto, reconheceremos nos demais seres a mesma divindade, a mesma pureza e perfeição. Já não confinados a dolorosa limitação do “eu” e o “meu”, veremos Brahman em todas as partes e em tudo.
28/03/05
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Emerson

O Caminho do Trabalho

O Caminho do Trabalho

Karma yoga é o yoga da ação ou trabalho; especificamente Karma yoga é o caminho do trabalho dedicado: renunciando aos frutos de nossas ações como oferendas espirituais, em lugar de acumular os resultados para nós mesmos.
Como mencionamos anteriormente, karma é ação e o resultado da ação. O que hoje experimentamos, é o resultado do nosso karma – bom ou mau – criado por nossas prévias ações. Essa cadeia de causa e efeito pode ser quebrada por Karma yoga: combatendo fogo com fogo, utilizamos o Karma yoga para defender a roda de causa e efeito. Impedindo nosso ego de ingressar nos trabalhos que realizamos e oferecendo os frutos de nossas ações a um poder elevado, ou seja, Deus pessoal ou Eu interno.
A todo momento estamos executando ações, inclusive o pensar é uma ação. Dado que a ação é inevitável, forma parte de estar vivo, necessitamos leva-la para um caminho que nos conduza à realização de Deus. No Bhagavad Gita um dos textos mais sagrados, podemos ler:


Qualquer que seja sua ação,
comida ou adoração;
Qualquer que seja o regalo
Que dás aos outros,
Ou que sejam teus votos
Para a obra do espírito...
Entrega-me tudo isto
Como oferenda a mim.

Todos nós tendemos a trabalhar, mantendo grandes expectativas na mente: trabalhamos duramente em nossos ofícios para ganhar o respeito e estima de nossos colegas e para receber ascensão na posição. Limpamos nossos pátios e jardins e os adornamos com arbustos e flores, com a esperança de que nossos vizinhos os apreciem. Estudamos duramente para obter boas qualificações, antecipando um futuro promissor. Cozinhamos uma saborosa comida, pensando que será recebida com aplausos e louvores. Nos vestimos bem para agradar alguém. Grande parte de nossas vidas se perde esperando bons resultados. Fazemos isto automática e inconscientemente.
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Emerson

Tudo isto é muito perigoso. Do ponto de vista espiritual, toda a expectativa e antecipação é um cavalo de Tróia que nos trará sofrimento cedo ou tarde. O sofrimento será inevitável, dado que nossas expectativas e desejos não têm fim. Iremos de desilusão em desilusão, porque baseamos nossa motivação na satisfação e no engrandecimento do ego. Em lugar de cortar a cadeia de karma, estamos agregando novos e pesados elos.
Não importa se somos de temperamento devocional, intelectual ou meditativo, Karma yoga pode-se praticar facilmente em combinação com outros caminhos espirituais. Até aqueles que vivem uma vida predominantemente meditativa, podem se beneficiar praticando Karma yoga, já que os pensamentos, assim como as ações físicas, também podem criar ligações.
Tal como os devotos oferecem flores e incensos em sua amorosa adoração a Deus, assim também nossas ações podem ser oferecidas como adoração divina. Sabendo que o Senhor mora no coração de toda criatura, o devoto pode e deve adorar a Deus servindo a todo ser vivente como manifestação divina. Recordando Jesus: “O que fazemos para o menor de nossos irmãos e irmãs, o fazemos a nosso Senhor”.
O yogui, disse o Bhagavat Gita: “Me vê em todas as coisas e todas as coisas estão em Mim”. “O maior de todos os yoguis”, continua o Gita, “é aquele que encontra regozijo na felicidade e padece na dor de cada criatura dentro de seu coração”.
Quando os Jnanis mesclam seu yoga do conhecimento com Karma yoga, aplicam outro método igualmente efetivo. Eles sabem que, enquanto o corpo e a mente executam obras, na realidade eles não fazem nada. Em meio à intensa atividade, eles descansam na profunda paz de Atman.
Mantendo a atitude como testemunha, o janani continuamente lembra que ele não é o corpo nem a mente. Eles sabem que o Atman não está sujeito à fadiga, ansiedade ou agitação. Puro, perfeito e livre, o Atman, não tem esforço que fazer, nem meta para alcançar.
28/03/05
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Emerson

A meta dos yogas é espiritualizar nossa vida toda, em lugar de dividir nossos dias entre zonas “materiais” e zonas “espirituais”. Karma yoga é particularmente efetivo nisto, já que nos permite utilizar a atividade como escapismo. Por meio da contínua insistência de que nossa vida pode ser santa, o Karma yoga nos ensina que as ferramentas necessárias para a auto-transformação está na vida diária: cada um de nós pode converter suas ações cotidianas em adoração a seu ideal e assim, santificar sua vida.
Citando o Bhagavad Gita em referência ao karma yoga:

Ficarás livre de ambos: dos bons e maus efeitos de tuas ações.
Oferece tudo a Mim. Se teu coração está unido comigo, serás liberado do karma nesta mesma vida e ao fm chegarás a mim.
28/03/05
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Emerson

O Caminho da Meditação

O Caminho da Meditação

Por último, Raja Yoga, o real caminho da meditação. Assim como um rei mantém controle sobre seu reino, assim também podemos manter controle sobre nosso próprio “reino”, o vasto território da mente. Em raja yoga usamos os nossos poderes mentais para realizar o Atman através do processo do controle psicológico.
A premissa básica da raja yoga é que nossa percepção do eu divino está obstruída pelos vai-e-vens da mente. Se a mente é pacífica e purificada o Eu, automática e instantaneamente, se revelará. Disse o Bhagavad Gita:

Quando por meio a prática de yoga
A mente cessa seus inquietos movimentos
E se tranqüiliza, o aspirante realiza o Atman.

Imaginemos um lago que é açoitado por uma tormenta, contaminado e revolto por turistas e por velozes lanchas a motor e teremos um quadro usual da mente.
Se alguém duvida dessa asserção, que essa alma intrépida trate de sentar por uns minutos e medite sobre o Atman. Que se passa? Somos acossados por milhões de pensamentos, todos dirigindo a mente ao mundo externo. Uma mosca fastidiosa que nos rodeia, repentinamente chega a ser muito importante. Onde vou encenar hoje? Onde deixei as chaves? A discussão que tivemos agora pouco nos é mais vívida e poderosa; também a resposta que habilmente compusemos durante nossa “meditação”. No momento em que deixamos um pensamento, outro ingressa com idêntica força. Nos pareceria engraçado, se não fosse tão desalentador.
Na maioria do tempo somos inconscientes dos movimentos erráticos da mente, porque estamos acostumados a dar-lhe rédea solta; nunca intentamos observa-la e muito menos em treina-la. Como pais que criam filhos indisciplinados, aos que todo mundo teme, nossa falta de disciplina mental tem criado uma mente turbulenta e malcriada, que nos impõe dificuldades sem fim. Sem disciplina psicológica, a mente se transforma em um macaco travesso. E todos, lamentavelmente, padecemos da agonia mental causada por isso.
28/03/05
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Emerson

Porque estamos acostumados a viver com uma mente sem controle, não devemos supor que é uma situação aceitável. A Vedanta ensina que, através de contínua prática, podemos ser amos de nossa mente, colocando-a a nosso serviço, antes que sejamos suas vítimas. Uma mente bem treinada se transforma em nossa melhor amiga; enquanto que a mente desordenada é o pior inimigo que podemos ter conosco.
Agora, em lugar de uma lagoa contaminada e revolta, como a que visualizamos anteriormente, pensaremos em uma bela lagoa de águas claras e tranqüilas. Sem tormenta, sem contaminação, sem turistas e nem lanchas velozes. Como vidro cristalino: calma, quieta, pacifica, onde claramente podemos ver o fundo. O fundo da lagoa pode ser comparado com o Atman, que mora no mais profundo do coração. Quando a mente é pura e calma, o Eu já não está oculto da vista. E a Vedanta diz que esta mente pode ser tua.
Como?
Citando uma vez mais o Bhagavad Gita:

Pouco a pouco, pacientemente, os aspirantes espirituais devem livrar-se
de toda a distração com a ajuda da vontade inteligente.

Devem fixar suas mentes sobre o Atman e nunca pensar em outra coisa.

Não importa onde se vá a inquieta mente, deve faze-la regressar e se sujeita-la somente
ao Atman.

A mente se purifica e apazigua através da prática repetida da meditação e levando uma
Vida moral

Não há maneira de praticar a meditação sem manter virtudes morais.
Intencionar o contrário é como navegar no oceano com o fundo do barco rompido.
28/03/05
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Emerson

Para tão tremenda tarefa como é a realização do Atman, deve-se utilizar todas as faculdades da mente. Não podemos distribuir nossas vidas pensando que podemos ter uma área mundana (para fazer o que nos apraz) e uma área espiritual. Assim como não podemos navegar no oceano com um bote onde entra água, tampouco podemos colocar um pé em cada bote diferente. Devemos integrar totalmente os aspectos de nossa vida e dirigir toda nossa energia a essa meta suprema.
Isto não significa que, para realizar Deus, seja preciso renunciar totalmente ao mundo e ir viver numa cova, em um monastério ou em um convento. O que se quer dizer é que devemos espiritualizar todos os aspectos de nossas vidas para, assim, poder dirigi-los à meta de realização de Deus.
Dado que o raja yoga é o caminho da meditação, é geralmente praticado por aqueles que vivem vidas exclusivamente contemplativas. A maioria de nós demorará a chegar nesta categoria; contudo é um componente essencial a todos os demais caminhos, já que a meditação está misturada na amorosa adoração de Deus, no discernimento mental e também é um balanceamento essencial para a ação desinteressada.
Deve-se consultar um mestre espiritual qualificado para receber instruções sobre o que meditar e como meditar. A meditação é algo muito íntimo; somente um genuíno mestre espiritual pode medir a mente do estudante com exatidão e dirigir apropriadamente suas tendências.
E mais, a espiritualidade se transmite, não se ensina. Um verdadeiro mestre espiritual acende a chama de espiritualidade dentro do estudante pelo poder de suas próprias práticas. Nossas velas não podem acender pelo conhecimento obtido em livros, assim como não podem ser acesas por mestres não qualificados que falam de espiritualidade, mas não a vivem. A verdadeira espiritualidade se transmite: somente mestres puros e não egoístas, que alcançaram um elevado nível espiritual, podem despertar nossas adormecidas chamas.
Dito isso, pode-se dar alguns guias básicos: qualquer conceito de Deus – com forma ou sem forma –
28/03/05
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Emerson

que nos atraia é válido. Podemos pensar em Deus em nosso interior ou fora de nós. Contudo, Sri Ramakrishna recomendava meditar em Deus dentro, dizendo: “O coração é um lugar esplêndido para meditar”. A repetição de qualquer nome de Deus é boa, como também a repetição da sagrada palavra “OM”. É benéfico meditar sempre em um mesmo horário para criar hábito; também o é ter um lugar para meditar que seja silencioso, limpo e tranqüilo.
28/03/05
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Emerson

Virtudes Éticas e Morais.

Virtudes Éticas e Morais.

As virtudes éticas e morais da Vedanta estão baseadas no ideal da realização e a manifestação de nossa inata divindade. Expressando simplesmente: o que nos aproxima da meta é ético e moral; o que nos impede de avançar é imoral.
Assim como um diamante enterrado no lodo não perde seu brilho e menos sua pureza, mas unicamente oculta a si mesmo, o Atman brilha em nosso interior, mesmo se sua presença está coberta e sua pureza oculta por numerosas capas de ignorância: identificação equivocada, conhecimento incorreto, percepções desacertadas. Uma vez limpa e espojada do lodo da ignorância que nos permitia ver sua real condição, recobra toda sua beleza e esplendor.
É muito importante enfatizar que não estamos tentando nos transformar em algo diferente do que já somos. Não estamos tratando de adquirir pureza: já somos puros. Não estamos tratando de sermos perfeitos: já somos perfeitos. Essa é a nossa natureza real. Atuando de acordo com nossa verdadeira natureza – nobre, veraz, bondosa – se dissipa o véu da ignorância que oculta a verdade. Qualquer coisa que distorça essa realidade é uma perversão da verdade.
Toda a ética da Vedanta, então, está baseada sobre uma razão simples: Esta ação ou pensamento me aproxima da realização da verdade ou me afasta dela?
De outro ponto de vista, nos perguntamos: Que é que nos impede de realizar a verdade? O ego: o sentido de “Eu” e “meu”. Sri Ramakrishna, o grande mestre, dizia: “O sentido de ‘eu’ e ‘meu’ está coberta da Realidade e por isso não podemos ver a verdade”. E também, “Quando morre o ego, cessam os problemas”.
28/03/05
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Emerson

Que tem a ver o ego com ética e moralidade? Absolutamente tudo. Todos os códigos morais estão baseados na idéia do não egoísmo: colocando os demais primeiro, forçando o ego a ficar em segundo lugar. Seguir desejos egoístas é sempre destrutivo para nossa vida espiritual. Não importa se ação ou pensamento seja grande ou pequeno: o egoísmo tornará o véu mais espesso e escuro. E do contrário, qualquer ato de bondade, não importa o quanto pequeno seja, nos fará crescer na vida espiritual.
É por essa razão que fazer o bem ao próximo é um código de ética e moral universal, presente em todas as sociedades e religiões. Por que é tão universal? Porque reflete a verdade que instintivamente intuímos: a unidade da vida.
Amor, simpatia e empatia são a afirmações desta verdade: é uma resposta reflexiva, como um espelho reflete a verdade do universo. Quando sentimos amor e simpatia estamos afirmando – mesmo que seja inconscientemente – a unidade de existência. Quando sentimos ódio, ira e ciúmes, nos separamos dos demais e negamos nossa natureza infinita e livre de limitações.
Qual é a raiz do problema? Nossa identificação equivocada: pensamos que somos mente e corpo, mais que espírito infinito. Como ensinava o grande discípulo de Sri Ramakrishna, Swami Vivekanada: “Enquanto me considero como um pequeno corpo, o quero conservar, proteger, mantendo-o bem, tudo às custas de outros corpos; então tu e eu nos separamos. Enquanto surge a idéia de separação, se abre a porta da maldade e conduz à miséria”.
28/03/05
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Emerson

O propósito das virtudes morais.

O propósito das virtudes morais.

Todas as virtudes morais ensinadas pela Vedanta servem para nos lembrar de nossa natureza real. Nenhum progresso espiritual se pode alcançar sem segui-las. Qualquer intenção de faze-las, seria como construir uma casa sem cimento. Antes que se possa pensar em como realizar a suprema verdade, necessitamos primeiro construir os cimentos de uma vida verdadeira, baseada sobre valores reais.
A vida espiritual não é um assunto casual: é a mais séria tarefa que podemos chegar a intencionar. E é absolutamente impossível faze-lo sem levar uma vida baseada em valores éticos e morais. Simplesmente não funciona.
Se a Vedanta põe tanta ênfase sobre vida ética, então quais são as virtudes que enfatizamos? Patanyali, um dos mais antigos sábios da Índia e pai da sociologia hindu, formulou as regras de conduta moral que se tem seguido por milhares de anos.
Antes de especificar detalhes, devemos mencionar que estes preceitos funcionam como ferramenta que se podem utilizar para criar hábitos espirituais benéficos. Essas ferramentas são métodos que só se podem alcançar mediante um esforço contínuo e num longo prazo; são ideais pelos quais devemos lutar, modelos para imitar. É importante lembrar que quando utilizamos estas ferramentas, desenvolvemos forças e nos aproximamos mais do nosso ideal.
Patanyali dividia os preceitos morais em duas categorias: yama e niyama, cada categoria está integrada por cinco preceitos.
28/03/05
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Emerson

Princípios Morais: Yama.

Princípios Morais: Yama.

Yama consiste na não-violência, veracidade, não roubar, castidade ou celibato e em não aceitar obséquios. Niyama consiste em limpeza, contentamento, austeridade, estudo e auto-entrega a Deus.
Embora muitas destas disciplinas sejam evidentes e não requeiram explicação, algumas outras necessitam ser detalhadas e analisadas. Disse Swami Vivekanada: “Aspirantes sérios não devem lastimar a nada por meio do pensamento, palavra ou feito. A misericórdia não deveria ser somente para os seres humanos; mas abarcar o mundo todo”.
Veracidade não quer dizer somente falar a verdade; também significa apegar-se à verdade em pensamento, palavra e ação. Ramakrishna dizia que “fazer um o coração com os lábios” é a disciplina indicada para esta época.
Não roubar inclui também não cobiçar; não desejar as coisas que pertencem a outros e obviamente não se apropriar do alheio. Até o uso de idéias e palavras alheias, sem dar o merecido reconhecimento, é uma forma de roubo.
Castidade ou celibato é enfatizado por duas razões: primeiro, porque os sérios aspirantes espirituais devem conservar a energia que está geralmente dirigida ao sexo e enfoca-la na Realização do Supremo Eu. Segundo, a atividade sexual, seja mental ou física, reforça nossa idéia de que somos corpos e não espírito. Se quisermos progredir na vida espiritual, temos que considerar as pessoas como seres humanos – ou manifestação divina – e não como corpos masculinos ou.femininos.
Devemos acrescentar aqui que a Vedanta é para todos, não somente para aqueles com inclinações monásticas. Enquanto o celibato estrito é indicado para os monásticos, a Vedanta sugere responsabilidade sexual e auto-controle para os homens e mulheres do lar. Para eles, castidade se define como fidelidade ao cônjuge. Quando o matrimônio tem a atitude correta, também é um caminho sagrado. Seu cônjuge é um companheiro espiritual e deve ser visto como manifestação de divindade.

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28/03/05
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Emerson

As virtudes mencionadas acima podem parecer racionais, mas qual é o problema em aceitar presentes? Podemos ver, com este guia, o quão cuidadosos eram os sábios hindus em suas observações do funcionamento da mente; aceitar presentes dos outros nos faz nos sentir obrigados: podemos ser manipulados e assim perder nossa independência. Às vezes os presentes são subornos disfarçados; se chegarmos a nos sentir em dúvida, nossas mentes serão afetadas. Às vezes o efeito é obvio, às vezes é sutil; mas o efeito está ali. Por essa razão não devemos aceitar presentes, a menos que por detrás deles não exista outro motivo além do amor puro. De outra maneira, seremos como marionetes, bailando, apenas nos tiram as cordas.
28/03/05
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Emerson

Princípios Morais: Niyama.

Princípios Morais: Niyama.

Limpeza é a primeira virtude de niyama. Não somente quer dizer limpeza física, mas quer dizer também limpeza mental e moral. Quando nossas mentes estão ciumentas, rancorosas ou simplesmente de mau gênio, nossas mentes estão “sujas”. Nos podemos banhar mil vezes, mas fracassaremos em nossa limpeza, se nossas mentes estiverem contaminadas.
Contentamento é o componente essencial da pureza mental.
O contentamento está ligado a limpeza mental, já que uma mente insatisfeita é uma mente turbulenta e infeliz. Devemos estar contentes com nossa situação presente e avançar para diante. Contentamento não quer dizer pureza ou preguiça. Não significa que devemos estar satisfeitos com nosso estado presente de progresso espiritual. Devemos ter descontentamento divino, mas ao mesmo tempo estar satisfeitos com nossa situação externa.
Geralmente a palavra “austeridade” faz com a que a gente estremeça. A realidade é que todos praticamos austeridades continuamente; somente damos outro nome. Nenhum empenho pode ter êxito sem austeridade. Um estudante deve estudar duramente para obter altas qualificações. Uma mãe às vezes não dorme para cuidar de seu filho enfermo. Nossas atividades requerem muitas horas de árduo trabalho.
A austeridade espiritual é o mais doce que todo o empenho mundano, porque a meta a alcançar á a mais elevada. Austeridade, na Vedanta, quer dizer disciplinar o corpo e ordenar a mente, de modo que nos sirvam para a realização de Deus. Também quer dizer manter a serenidade ante as tempestades da vida.
28/03/05
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Emerson

Geralmente a vida se nos apresenta com o que a Vedanta chama de “os pares dos opostos”: ou seja, elogio e vitupério, saúde e enfermidade, prosperidade e pobreza, júbilo e tristeza. Não podemos receber um sem eventualmente receber o outro. São as duas faces de uma mesma moeda. Manter nosso equilíbrio mental entre os dois extremos é a austeridade verdadeira: nem alvoroçado com elogios, nem deprimido com críticas, nem altaneiro na prosperidade, nem abatido na pobreza. Tranqüilidade sob toda circunstância é austeridade genuína. Desta maneira, o ego não tem oportunidade de reagir.
Os estudos das escrituras sagradas, assim como também a repetição do mantra, ou nome de Deus, é vital para os aspirantes espirituais. Regularidade e firmeza na prática é parte da disciplina do estudo.
Enquanto a rotina possa parecer contraproducente para o desenvolvimento espiritual é, na realidade, uma disciplina muito importante. A força do hábito regular no estudo espiritual assegura que – lhe goste a um ou não, cansado ou não, interessado ou não – perseguiremos com obstinação os ideais mais altos. A natureza da mente é inconstante: às vezes está de bom humor, às vezes não; às vezes está vigorosa, às vezes pesarosa. Não podemos deixar a nossa vida espiritual cativa dos caprichos da mente. Um hábito regular de estudo cria um ambiente favorável: a hora assinalada na mente a apaziguará naturalmente, já que está treinada, pela força do hábito repetido, a reagir assim.
Como se vê, essas recomendações para aspirantes espirituais são sérias e exigentes. Contudo, devemos lembrar que não há ninguém que nos imponha disciplinas. Nós escolhemos segui-las e fazemos porque desejamos ser livres. Ninguém nos fustiga com um chicote: nenhum Deus está apontando nossos fracassos em um registro. Até fracassar na intenção de seguir estas disciplinas trás benefícios porque, ao menos, estamos tratando de desenvolver nossa força espiritual. Fazer o esforço e fracassar é melhor que nem sequer ter a intenção.
28/03/05
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Emerson

. Até fracassar na intenção de seguir estas disciplinas trás benefícios porque, ao menos, estamos tratando de desenvolver nossa força espiritual. Fazer o esforço e fracassar é melhor que nem sequer ter a intenção. Cada vez que levantamos de uma queda, subimos um degrau mais para a perfeição espiritual.
30/03/05
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Anônimo

Otimo texto.

Muito bom esse texto Emerson, muito engrandecedor e esclarecedor. Esses textos nos ajudam muito na pratica do Sanatana Dharma, parabens.

Voce poderia nos indicar onde voce conseguiu esse texto; em um livro ou site na net, principalmente se for em algum site, porque assim fica facil para os amigos dessa comunidade copiarem o texto e procurar nesse site por algo que lhes seja interessante.

Namaste.
30/03/05
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Anônimo

Perguntinha.

De acordo com o Buddhismo: (eu sei... de novo né? É que eu comecei estudando sobre o Buddhismo, !)

O Buddhismo acredita na teoria do anAtmam, ou o nao-eu. (é isso nao é?)
De acordo com esse pensamento, nós somos formados por 5 agregados:
o corpo fisico,
as sensaçoes (agradaveis, neutras e desagradaveis),
os sentidos (que sao influenciados por nossos sentimentos),
as formaçoes mentais (nesse agregado encontram-se 49 formaçoes mentais) e
a consiencia (a base das formaçoes mentais).

A uniao desses agregados criam a ilusao de um "eu" ("eu" e "meu"), retirando-se esses agregados nada existe, dai o nao-eu.

E como seria a visao do Hinduismo sobre isso? Seria simplesmente:
Somos Atman, com as nossas ilusoes (Maya), nos "tornamos" Jiva.
Simples assim?

Namaste.
30/03/05
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Emerson

===

quando Buddha se referia ao anatmam estava se referindo ao ahankar ou o ego ou conjunto de sobreimposiçoes ao atmam:

anatmam = o que nao é o atmam.

ahankar, que é a sensaçao do eu, é o mesmo conceito de anatmam como a tocha que giramos no ar e que parece um circulo!

da mesma forma a mente e demais corpos parecem conscientes mas sao assim devido a consciencia do atmam por tras!

ramakrishna nos da o exemplo das pipocas ou batatas que pulam no fogo, parecem pular por si mesmas mas apague o fogo e pararão!
31/03/05
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Anônimo

Emerson

Ah sim, entendi sobre o anatman... mas e os agregados? Somos "formados" de que?

Namaste!
04/04/05
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Emerson

===
somos formados do que chamamos de uphadhis ou "limitações sobreimpostas ao Ser":

são as capas ou koshas que diriamos "cobrem" o atmam ou nossa alma ou espirito ou ser verdadeiro como queiram chamar:
elas são:

annamayakosha

ou envoltório feito de comida, nosso corpo fisico,

veja o conhecimento profundo dos antigos sábios da india, "envoltótio feito de comida", quase nunca nos damos conta que o corpo é formado por feijão arroz carne, etc!!!
04/04/05
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Emerson

Pranamaya kosha

===
depois vem

Pranamaya kosha

é a capa ou corpo formado de energia vital ou prana, é atraves deste corpo ou "corpo vital" que temos a força para atuar,

conforme envelhecemos este corpo tambem pode se desgastar, por isso notamos que as crianças pulam e brincam sem parar pois nascem com o corpo vital, diriamos, "super-cheio" de energia, pois precisam muito para aprenderem o tempo todo e crescerem, depois de adultos se soubermos economizar energia poderemos sentir-se de novo felizes que nem crianças!

muita coisa esgota o corpo vital, como ter poderes psiquicos por exemplo, muitos aqui nao vao gostar de ouvir isso mas isso é vedanta ( verdade sem compromisso )!

tudo tem um preço e nada é de graça , esta é outra verdade bem desagradável neste nosso universo!

assim o corpo vital ou Pranamaya kosha tambem tem de ser cuidado que nem cuidamos da saude do corpo fisico!

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04/04/05
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Emerson

Mental - Manamaya kosha

==

Mental - Manamaya kosha

mais "internamente" vem o corpo mental é o nivel onde se processam os pensamentos e emoçoes, através dle controlamos o corpo energetico e fisico, bem sabemos que quando este corpo mental nao é equilibrado como ele destroi os outros dois "mais externos" prana e anna maya koshas!

ele parece o gerente mas é só um empregado inferior, mas quando deixamos ele assumir é dificil,

através da meditação tomamos consciencia deste e outros corpos nossos, sabemos daí que temos de receber ordens dos corpos mais profundos no nosso interior e controlar os externos para nosso bom funcionamento psico-fisico!

este corpo é nosso mais valioso instrumento para controlar tudo!
04/04/05
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Emerson

===
prosseguiramos com a explanaçao dos outros corpos noutra ocasiao ou se alguem dominar o conhecimento básico deles tambem vai poder expô-lo aqui, é claro.
25/04/05
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ॐ Thakur Dasa 卐

Porque nós não podemos nos lembrar de nossos erros nas vidas passadas pra saber nosso Karma nessa vida?
28/04/05
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Anônimo

Emerson - Entre uma "vida" e outra.

Uma duvida que eu tenho é a seguinte:
Quando nós "morremos" (termina-se essa nossa existencia material), nós vamos para outro mundo (ou continuamos aqui, sei la !), mas o que acontece entre uma "encarnaçao" e outra?
Existe algum tipo de mundo espiritual?
E como os demonios podem "nos possuir" se eles (suponho eu) estao nos mundos infernais, com seus corpos e tal?

Namaste!
30/04/05
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ॐ Thakur Dasa 卐

Agora ums pergunta que me fizeram: Acreditar em reencarnação, não faz as pessoas perderem o amor ao próximo, para passar a fazer o bem apenas para ter uma recompensa na próxima vida?
30/04/05
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ॐ Thakur Dasa 卐

Agora ums pergunta que me fizeram: Acreditar em reencarnação, não faz as pessoas perderem o amor ao próximo, para passar a fazer o bem apenas para ter uma recompensa na próxima vida?
01/05/05
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Anônimo

Renato

Nao entendi essa pergunta, o que tem a ver o amor ao proximo com acreditar em reencarnaçao ou nao?
As pessoas que nao acreditam em reencarnaçao tambem acreditam que vao receber alguma reconmpensa em outra vida.
E, ao meu ver, as pessoas que entendem a reencarnaçao mais corretamente sabem que o egoismo é algo nao meritorio, ou seja, nao "vale" reconpensa nenhuma.
Namaste!
01/05/05
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ॐ Thakur Dasa 卐

É, nem eu entendi a pergunta direito, mas mudando de assunto, Deus é onisciente, certo? Logo, ele sabe inclusive as decisões que vamos tomar, né? Mas se ele já sabe, por que ele não faz nada pra mudar isso?
02/05/05
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Emerson

A reencarnação é um fato, como voce encara isso e usa este conhecimento não o muda, não há hipocrisia em fazer o bem porque ele lhe trará lucro, é o mesmo que dizer que voce esta sendo hipócrita porque esta trabalhando por um salário! Os conceitos cristãos dentro dos quais fomos criados nos tolhem de uma série de coisas e nos faz sentir culpados e com a sensação de pecado a cada "esquina" de nossas ações!
Ramakrishna dizia que os cristãos e a biblia murmuram a palavra pecado e que são pecadores a cada instante, não digam mais isso digam somos filhos da mãe divida, sou divino e não resultado do pecado e um pecador!!
um homem foi procurar vidro e encontrou diamante, similarmente eu ajudo para ter um futuro melhor e aos poucos vou desenvolvendo gosto e amor ao próximo, o importante é fazer algo!


Não lembramos de vidas passadas por que o cérebro que usávamos lá já morreu e as memórias estao guardadas em camadas muito profundas do subconsciente!

tambem não seria bom tais recordações, isso atrapalharia nossa evolução, é semelhante a não dormir mais, quando dormimos limpamos a mente e memória para começarmos um dia com mente fresca e energias renovadas, é bom esquecermos coisas isso nos faz amar alguem que antes odiávamos muito, e, mesmo nos casamos com ela nesta vida, ou temos algum relacionamento íntimo!
02/05/05
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Anônimo

Emerson

Voce nao me respondeu, sobre os intervalos entre uma vida e outra? (O meu 1º topico dessa pagina).

Namaste!

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03/05/05
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Emerson

responderei em breve ok?
ou outra pessoa se tiver alguns dados!
05/05/05
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ॐ Thakur Dasa 卐

Outra pergunta, uma pessoa só pode ter um Ishta Devata? E entre os aspectos de Deus, somente o que ele escolheu vai protegê-lo?
Por exemplo, vamos supor que meu Ishta Devata seja Sarasvati, então se eu cultivar Bhakti por ela, serei abençoado apenas com as coisas que ela "rege" como sabedoria, esperteza etc...? Deixando assim de lado Artha(por não ser devoto de Lakshmi), ou terei muitos obstáculos no caminho(por não ser devoto de Ganesha)?
13/05/05
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Emerson

A adquisição de um novo corpo depende do nível da pessoa.

Assim uma pessoa muito ligada ainda a maya reencarnará mais rapidamente e uma alma muito elevada ou que reencarnou como um deva só voltará daqui a milhões de anos, são apenas dois casos diferentes aqui que uso como exemplo.
De acordo com a santa mãe Sarada Devi a esposa de Shri Ramakrishna a média é ficar um ano antes de reencarnar novamente ou o minimo diríamos!

Em resumo nada é igual para todos, assim como não haveria um só mantra para todos como teimam os hare krishnas!
13/05/05
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ॐ Thakur Dasa 卐

E enquanto nós estamos esperando a reencarnação, nós podemos ver o que se passa na terra, ver as pessoas, cutucá-las, ou ate falar com elas?
14/05/05
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ॐ Thakur Dasa 卐

outra coisa, qual a diferença entre Brahman e Ishvara?
24/05/05
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Emerson

Muitos desencarnados ficam pròximos de nòs, seres altamente desenvolvidos e os de baixo nivel fazem isto.

Sri Ramakrishna disse que ficaria 300 anos em corpo sutil para ajudar `a humanidade e seus devotos. Quer dizer que ele è muito presente para os buscadores da verdade e mesmo muito acessìvel para os que meditam nele e o tem como ishta devata ou ideal escolhido!!
24/05/05
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Emerson

Swami Brahmananda, grande discìpulo de Ramakrishna e primeiro presidente da ordem ramakrishna, em seu periodo de sadhana em que esteve em benares teve uma esperiencia com um sadhaka que estava em corpo sutil, o swami estava passando seu rosario na beira do ganjes quanto um ser invisivel que sò o swami pode ver por causa de seu grande desenvolvimento mental, o tocou repetidas vezes com um rosario na testa e em cada vez o swami tinha uma esperiencia muito gratificante, ele contou para outros em anos posteriores e acrescentou que grandes sabios estao em varios lugares na india em corpo sutil para ajudar os praticantes e em lugares sagrados!!
24/05/05
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Emerson

Brahmam é o impessoal e està alèm deste mundo, Ishvara è a manifestação de brahmam aqui, em suma brahmam se torna ishvara e cria estes mundos que habitamos, ishvara è o que chamamos de Deus, brahmam està alèm disso...!
26/05/05
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ॐ Thakur Dasa 卐

Emerson, você citou casos de pessoas evoluídas, que ficam em corpo sutil, mas há casos de pessoas que ficam em corpo sutil apenas pra atormentar a vida dos encarnados?
13/06/05
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Emerson

Alguém com muito ódio pode lhe perseguir de alguma forma depois que ele morreu mas tudo depende de seu desenvolvimento espiritual para estar protejido da influencia deste, nos paises mais cultos espiritualmente, se faz cultos aos mortos e outras cerimonias quando alguem morre,


isso evita uma série de problemas que nós ocidentais passamos com eles e nao sabemos!

Voce não sabe mas alguem morto de uma forma muito violenta pode ficar bastante tempo ao seu redor lhe sugando energia se voce era muito ligado a este, como casamento, por exemplo.

Existem formas de evitar isso.

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23/12/05
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Anônimo

quais emerson?

.
14/04/06
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Anônimo

Oi emerson!
19/04/06
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Anônimo

Tenho medo de morrer e de ficar velho!!!
03/06/06
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Emerson

Por isso buscamos a vida espiritual para nos livrar da cadeia de nascimento, envelhecimento, morte e renascimento, isso nao tem fim e Buddha chamava de roda de Sansara ou roda das reencarnaçoes e mortes,

o hinduismo é a unica filosofia que fala nua e cruamente que este mundo nao é pra nós e que devemos buscar algo melhor!
08/05/07
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Anônimo

Hare Krishna

Hare Krishna