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Swami Purana


Swami Satyananda Saraswati

DEVI MANDIR
Versão em Português - 1999
por

Swami Satyananda Saraswati

Publicado por
Devi Mandir Publications

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Swami Purana, Primeira Edição Copyright@ 1994
Segunda Edição Copyright@ 1998
Devi Mandir Publications
5950 Highway 128
Napa, CA 94558 USA

Comunicações: Telefone e Fax: 1-707-966-2802
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Todos os direitos reservados
ISBN 1-887472-61-4
Library of Congress Catalog Data
CIP 94-094303

Swami Purana, Swami Satyananda Saraswati

1. Religião Hindu 2. Adoração à Deusa
2. 3. Espiritualidade. 4. Filosofia. I. Saraswati,
Swami Satyananda
Versão para o português - 1999

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Introdução

As histórias do Swami Purana compreendem uma antologia da sabedoria do Sanatana Dharma, o eterno
Ideal de Perfeição, uma arca do tesouro do folclore da Índia antiga, e uma moderna aplicação hoje destes
ensinamentos clássicos. Esta coleção representa um pequeno balde tirado do imenso oceano de sabedoria espiritual.
Estas histórias originaram-se dos Vedas e Upanishads, foram ampliadas nos Puranas, aumentadas através dos épicos
de Ramayana e Mahabharata, e explicadas no Srimad Bhagavat e no Devi Bhagavatam. Elas têm sido arranjadas em
uma cronologia da Satya Yuga para o começo da Kali Yuga, e são ligadas por uma linhagem de eventos desde o
desaparecimento de Sati, a esposa de Shiva, e a destruição do Deus do Amor, até o nascimento do Rei
Janamejaya e o começo da Era da Escuridão.

As histórias são cheias de muitos níveis de significado, e são muito divertidas. Você irá desfrutar lendo-as
em voz alta, representando as partes, e compartilhando esta herança com suas crianças e seus amigos.

Possa Deus abençoa-los com Sabedoria e Paz.

Shri Maa e Swamiji

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Índice

Shiva Bebe o Veneno 7
Os Filhos de Brahma 7
A Dádiva de Daksa 8
Batendo o Oceano de Leite 8
Mohini Engana os Ashuras 9
As Filhas de Daksa e a Maldição de Candra 10
O Nascimento de Sati 12
A Inimizade de Daksa Com Shiva 13
O Casamento de Shiva e Sati 13
Shiva Vê Mohini 14
O Sacrifício de Brahma 15
A Maldição de Nandi 16
Sati Testa Rama 16
Sukracharya Realiza Tapasya 18
A Maldição de Bhrgu Muni 19
A Tapasya de Sukracharya 21
Brhaspati Torna-se o Guru dos Ashuras 22
O Lamento de Sati e o Yajña de Daksa 23
Sati Deixa Seu Corpo e os Shakti Pithas 25
Tarakasura e a Celebração do Shivaratri 26
A Divina Mãe Promete Tomar Nascimento 28
O Nascimento de Parvati 28
Senhor Shiva Reduz Amor a Cinzas 32
Shiva Testa Parvati 35
O Casamento de Shiva e Parvati 35
Menaka Ascende aos Céus 36
A Maldição de Jaya e Vijaya 36
Madhu e Kaitabha 37
Hiranyaksa e Hiranyakasipu e a História de Prahlad 38
Ekavirya e Ekavali 42
Visvarath Conquista a Índia 45
A Vaca de Vasistha 46
Visvarath Torna-se Visvamitra 48
As Origens da Dinastia Solar 49
Chyavana Muni e Sukanya 50
A História de Sudarsana 57
Sudarsana e Sasikala 58
A História de Satya Vrat 63
Satya Vrat Vai ao Céu 67
Varuna Concede Um Filho a Harischandra 71
A Inimizade Entre Vasistha e Visvamitra 77
O Teste de Harischandra 78
A História de Ganga 92
Kapila Muni Amaldiçoa os Filhos de Sagar 96
Bali e o Vaman Avatar 98
Vedavati Amaldiçoa Ravana 101
A Maldição de Narada 102
Rama 104
Lavanasura 110
Lav e Kus 111
Maha Bisa e Ganga 114
Visvamitra e Menaka 116

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Sakuntala 118
Bharat Dá o Trono para Santanu 125
Santanu Casa-se com Ganga 126
O Nascimento de Matsyagandha 128
O Nascimento de Veda Vyasa 131
A Sabedoria de Veda Vyasa 132
O Nascimento de Suk Deva 133
A Discussão sobre Casamento 134
O Rei e o Pundit 135
O Debate Continua 136
Suk Deva Visita o Rei Janaka 139
O Casamento de Suk Deva 142
Santanu Reunido Com Devavrat 143
Devavrat Torna-se Bhisma 144
O Casamento de Vicitravirya e a Maldição de Bhisma 147
Satyavati Chama Veda Vyasa 149
Pandu Casa-se com Kunti e Madri 151
A Maldição de Pandu 153
Os Cinco Filhos de Pandu Retornam para Hastinapura 155
Yudhisthira torna-se o Herdeiro do Trono 157
O Casamento de Draupadi 159
Dois Herdeiros ao Trono 160
A Linhagem de Krsna 161
Nara e Narayana e o Nascimento de Urvasi 162
As Maldições de Sadgarbha 163
O Nascimento de Krsna 164
As Encarnações de Deuses e Ashuras 165
Krsna Ergue a Montanha Govardana 166
A Morte de Kamsa 167
Os Pandavas em Indraprasta e o Sacrifício Rajasuya 167
Arjuna Casa-se com Subhadra e o Nascimento do Deus do Amor 168
A Fraude no Jogo de Dados 169
A Tapasya de Arjuna 172
Bhima Convida Hanuman 174
Arjuna Completa seu Curso 176
Arjuna o Professor de Dança 177
Draupadi e a Morte de Kitchat 177
Guerra! 181
Pariksit e a Vinda de Kali 182
O Rei Janamejaya e o Grande Yajña 186

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Shiva Bebe o Veneno

Havia uma classe de demônios chamados Halahala (Veneno Mortal), que surgiam da batida do oceano de
leite. Este foi o veneno que Shiva consumiu para salvar a existência de seus efeitos mortais. Os Deuses, incluindo
Shiva e Vishnu, lutaram com aqueles demônios por mais de sessenta mil anos. Por um momento os demônios
tinham conquistado os três mundos, e feito os Deuses subservientes, como tinha ocorrido em muitas ocasiões.

Por fim Shiva veio e bebeu o veneno, depois do quê seu pescoço ficou azul, este foi o fim daqueles
demônios. Bem, Shiva e Vishnu voltaram para suas esposas gabando-se da habilidade deles em derrotar os inimigos.
Suas esposas começaram a rir com o egoísmo chauvinista de seus maridos, e deram-lhes uma suave advertência de
que a Shakti é a energia de tudo em todas as coisas e que se alguém era merecedor de louvor pela vitória, este
alguém seria as esposas que são feitas de Shakti. Embora as esposas estivessem sentadas em casa, elas
raciocinaram, que foram elas quem deram suas energias para seus maridos e pela qual a vitória foi conquistada.

Os cavalheiros tomaram isso como ofensa e insultaram suas esposas, depois disso as Deusas partiram.
Para ensinar aos seus maridos uma lição de humildade, elas decidiram tornarem-se imanifestas, e foi exatamente isso
que fizeram. Sentaram-se em meditação e ficaram imperceptíveis. Repentinamente, os homens caíram sem energia,
sem brilho, sem inspiração, e toda a tarefa de criar, preservar e transformar a existência caiu sobre os ombros de
Brahma, que foi o único que não tinha antagonizado sua esposa, e portanto, tinha a capacidade de fazer alguma
coisa.

Os Filhos de Brahma

Brahma teve muitos filhos; de fato, ele é chamado Prajapati, o Senhor de todos os seres nascidos. Narada
veio de seu lóbulo; Daksa, veio de seu polegar direito; e a esposa de Daksa veio de seu polegar esquerdo. Então
vieram os quatro Kumaras: Sanat, Sanaka, Sananda e Sanatana Kumara; os quatro eternos jovens meninos que
ensinaram a sabedoria dos Vedas aos Rsis. Eles eram eternamente puros, como um cristal claro e radiante. Brahma
também deu nascimento a Vashista, o ser sábio, e a Narada Muni. Um dia Brahma ficou zangado e do franzir de
sua testa veio Rudra. Estes foram alguns dos mais famosos filhos de Brahma.

Cada qual engajado em seu respectivo curso de ação. Vashista tinha a habilidade de ensinar sabedoria. Os
quatro Kumaras ensinavam a pureza e claridade das Escrituras. Narada era a mosca dos três mundos, ele estava
sempre espalhando mexericos. Daksa, que significa habilidade, a mente, energia mental, buscou tornar-se mais
poderoso.

Depois de gastar algum tempo criando, preservando e transformando o universo por si mesmo, Brahma
começou a sentir-se cansado. A medida em que estava atarefadamente engajado em seus presentes esforços, ele
não tinha tempo de realizar qualquer prática espiritual para ele mesmo. Assim, ele chamou todos os seus filhos para
ver se eles não poderiam encontrar um meio de ajudá-lo. Ele lhes pediu para praticar tapasya, austeridades
espirituais, para agradar a Mãe Divina, e pedir a Ela que mais uma vez se manifestasse como as esposas de
Shiva e Vishnu, e para retornar com a energia que eles precisavam para continuarem com suas funções. Brahma
prometeu que aquele entre seus filhos que convencesse a Mãe Divina a tomar nascimento em sua casa, este, se
tornaria o mais poderoso homem da criação.

A Dádiva de Daksa

Todos os filhos foram executar austeridades para propiciar a Mãe Divina e fazer com que Ela se
manifestasse na criação novamente. Daksa foi com os outros para se engajar na disciplina espiritual, e tornou-se
extremamente inspirado. Ele desejou aquele poder que seu pai tinha prometido e assim ele sempre fazia um pouco
mais. Ele ficou de pé em um pé só e elevou as mãos aos céus. Ele cantou mantras enquanto sentado na neve e
no sol ou na chuva. Ele nunca se moveu, nunca desistiu, nunca desviou-se de seu ininterrupto, incansável voto de
austeridades purificatórias. Por mais de cem mil anos ele sentou-se em meditação, executando muitas severas
austeridades. Ele desejava que a Mãe Divina se manifestasse novamente na criação, e se casasse com Shiva para
aliviar o fardo do ombro de seu pai, mas, o mais importante, ele desejava que Ela nascesse em sua casa.

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Finalmente, a Mãe Divina ficou satisfeita com aqueles esforços e apareceu diante de Daksa e os outros
sadhus que meditavam. Ela lhes disse que estava satisfeita com eles, e disse, "Escolham uma dádiva."

Daksa imediatamente respondeu, "Eu desejo que você tome nascimento em minha casa!"

A Deusa disse, "Tudo bem, eu o farei."

Então os outros irmãos disseram, "Desejamos que você se torne a esposa de Shiva e Vishnu novamente, e
dê a eles a energia pela qual eles possam executar suas funções na existência. Nosso pai ficou cansado por criar,
preservar e transformar este universo, assim por favor dê a Shiva e Vishnu, as Shaktis pelas quais eles possam
fazer cada qual a sua parte."

A Deusa disse, "Eu lhes concederei esta dádiva. Nascerei na casa de Daksa e realizarei austeridades
necessárias para ser aceita em casamento por Shiva, e Minha outra manifestação tomará nascimento do oceano de
leite e se casará com Vishnu. Isto acontecerá quando todos os seres cantarem meu mantra HRIM."

Batendo o Oceano de Leite

Os Munis, os grandes sábios da criação, ficaram satisfeitos com as dádivas que receberam e retornaram ao
seu pai para lhe contarem. Então Brahma instruiu os Deuses a bater o oceano de leite para fazer o néctar da
imortalidade. Ele lhes disse que usassem o monte Meru como uma batedeira, e para recrutar a ajuda dos ashuras,
as pessoas que sempre pensam em si mesmas, para bater o grande oceano de leite. Com grandes esforços todos
eles trouxeram a montanha Meru para a margem do mar para usa-la como uma batedeira. Mas ai! Se eles
derrubassem a montanha no mar, todo o leite se espalharia. Vishnu veio em sua encarnação como uma Tartaruga
para alcançar o propósito da criação. "Coloque a montanha em minhas costas e eu a colocarei no mar," instruiu ele.

Isto foi feito e a grande montanha flutuou para o mar da consciência nas costas da grande Tartaruga,
Kurma Avatar. Depois disso, Vasuki, o rei das serpentes, fez de si mesmo uma corda. A serpente amarrou-se ao
redor da montanha, enquanto os Deuses movimentavam de um lado e os ashuras de outro. Eles alternadamente
começaram a puxar, e a grande montanha bateu a infinita expansão da consciência para frente e para trás até seu
conteúdo começar a vir para fora.

Os Deuses e ashuras bateram o oceano de leite, de onde veio Mahalaksmi, a Mula Prakriti, a matéria
primordial da qual toda a criação nasce. Os Deuses correram na frente para escoltá-la até Vaikuntha, onde Vishnu a
saudou com grande prazer e graça própria de um cavalheiro.

Mohini Engana os Ashuras

Muitas outras coisas vieram daquele oceano, todas muito numerosas para mencionar. E então Dhanvantara
apareceu, segurando uma tigela cheia com o néctar da imortalidade. Ele estava brilhando radiantemente com a
riqueza da realização. Seu brilho irradiava-se em todas as direções.

Todos os Deuses e ashuras correram para pegar a tigela. Esquecendo-se de todo o decoro, eles a
agarraram das mãos da Deidade, e então resultou numa grande luta. Cada um desejava ser o primeiro a beber o
néctar. Ashuras lutavam com ashuras, Deuses lutavam com Deuses. Em um momento os Deuses conseguiram segurar
a tigela, mas os ashuras a roubaram. Devido ao tremendo tormento que causaram uns aos outros ninguém foi capaz
de beber. Então os ashuras conseguiram segurar a tigela, e os Deuses lamentaram, "Nós estamos condenados! Agora
os ashuras beberão o néctar antes de nós. Ajude-nos Vishnu! Protegei-nos! Venha nos socorrer! Por favor salve-nos,
ó Senhor!" Vishnu, que está sempre preparado para salvar devotos, tomou a forma de Mohini. Moha significa a
ignorância das ligações egoístas. Mohini é Ela que Seduz a Consciência na Ignorância de Ligações Egoístas. Esta
Mohini era bela além do que se pode acreditar. Todos os que a viam imediatamente tornavam-se absorvidos em
contemplar sua incomparável beleza, e a luta parou abruptamente.

Mohini perguntou inocentemente, "Sobre o que vocês estão discutindo?"

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"Nós obtivemos a tigela do néctar da imortalidade, produzido da batida do oceano da consciência pura.
Quem será o primeiro a bebe-lo?" foi a resposta dos Deuses e Ashuras.

"Isto é simples," disse Mohini. "Eu irei dividi-lo para vocês. Não há necessidade de lutar. Eu os servirei.
Vocês devem apenas sentar-se em duas filas: os Deuses em uma fila e os ashuras em outra fila, e eu darei a
cada um a porção que lhe é devida."

"Certo Mohini. Está é uma idéia maravilhosa. Aqui está o néctar," foi a imediata resposta dos Deuses e
ashuras. Os ashuras alegremente entregaram a tigela de néctar para Mohini. E formando suas filas, todos sentaram-
se. "Tudo certo, estamos prontos Mohini."

Mohini pegou a tigela de néctar e caminhou pela fila dos ashuras dando a cada um copo de vinho, e
depois caminhou pela fila dos Deuses e lhes deu o néctar enquanto os ashuras olhavam. Quando ela se aproximava
do fim da fila dos Deuses, alguns dos ashuras perceberam que Mohini estava dando todo o néctar para os Deuses.
Vendo que agora a tigela estava quase no final sem qualquer porção para os ashuras, eles ficaram agitados. Rahu
correu para a fila dos Deuses, sentou-se e começou a beber uma porção. Agni avisou Vishnu que Rahu estava
bebendo, e Vishnu imediatamente arremessou seu disco e cortou a cabeça de Rahu. O néctar tinha chegado até sua
garganta, assim a cabeça de Rahu tornou-se imortal.

Os Deuses beberam todo o néctar; os ashuras tinham sido enganados. "Aquela Mohini é a Maya de
Vishnu!" exclamaram eles. "Vishnu sempre ajuda os Deuses, as forças da unidade! Ele nunca ajuda os ashuras, as
forças da divisão! Nós fomos enganados, saiam fora!" Os Deuses ficaram extremamente felizes, mas os ashuras foram
para casa desapontados.

As Filhas de Daksa e a Maldição de Chandra

A filha de Brahma, Prasuti, tornou-se a esposa de Daksa. Daksa e Prasuti deram nascimento a cinqüenta
filhas em seus esforços de trazer a Mãe Divina. As primeiras vinte e sete filhas foram dadas em casamento à
Chandra, a Lua. Chandra disse para suas vinte e sete esposas, "Não quero qualquer problema entre vocês. Estou
dando a cada uma de vocês treze graus e vinte minutos de céus, e isto será sua própria região." Estas vinte e
sete partes de treze graus e vinte minutos fizeram os trezentos e sessenta graus dos céus, e Chandra, a Lua,
move-se entre suas esposas. Todo mês ele circunda os céus para visitar todas elas.

Estes são os nomes das vinte e sete esposas que foram dadas a Chandra: Asvini, Bharani, Krtika, Rohini,
Mrgsirsa, Ardra, Punarvasu, Pusya, Aslesa, Magha, Purva Phalguni, Uttara Phalguni, Hasta, Citra, Swati, Visakha,
Anuradha, Jyestha, Mul, Purva Sadha, Uttara Sadha, Sravan, Dhanista, Sattara, Purva Bhadrapad, Uttara Bhadrapad e
Revati.

Elas ficaram acostumadas a esperar cada uma a sua vez de compartilhar algum tempo com seu marido.
Elas davam a ele todo seu amor e de toda maneira cooperavam umas com as outras.

Mas quando Chandra foi a casa de Rohini, ele parou por um tempo e se apaixonou completamente. Todas
as outras esposas começaram a reclamar e disseram, "Ei Chandra! Você tem que gastar a mesma quantidade de
tempo com cada uma de nós. Por que está ficando só com Rohini?"

Chandra respondeu, "Estarei com vocês dentro de pouco tempo. Espere a sua vez." Mas Chandra não se
moveu.

Então todas as outras senhoras foram até a casa de seu pai, Daksa. Elas disseram, "Pai, que tipo de
marido o senhor nos deu? Ele está tendo um relacionamento especial com Rohini, ignorando o restante de nós
completamente."

Daksa foi até Chandra e disse, "Chandra, você tem vinte e sete esposas. É melhor tratar aquelas outras
vinte e seis igualmente. Eu estou lhe avisando."

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Chandra disse, "Ó sim, Pai. Eu certamente obedecerei." Mas Chandra não partiu, ficou lá por mais tempo
com Rohini.

Todas as esposas ficaram zangadas e voltaram até a casa do pai pela segunda vez e disseram, "Pai, ele
não partiu! Nós ainda estamos esperando que nosso marido venha a nós e cada uma de nós ter nossa justa vez.
Que tipo de marido o senhor nos deu negligentemente!

Daksa voltou até Chandra e disse, "Chandra, eu o avisei. Eu lhe disse que era melhor você tratar todas
as minhas filhas igualmente. Você deu a elas treze graus e vinte minutos de céus. Agora por que você não viaja
ao redor para visitá-las cada qual em sua vez? Você está somente ficando e desfrutando com Rohini? Eu o
amaldiçôo! Seu corpo murchará até sumir!"

Daksa jogou um pouco de água Ganga que bateu em Chandra, e a Lua começou a diminuir. Ele ficou
nervoso a medida que começou a ficar menor, menor, menor. Ele pensou, "Ó que farei? Estou diminuindo até
sumir!" E ele continuava a ficar menor e menor até que pensou, "Preciso chamar alguém para me ajudar, e é
melhor que seja alguém que responda muito rapidamente. Deixe-me chamar Shiva para me ajudar!" Ele começou a
recitar o mantra: "Om Namah Shivaya. Om Namah Shivaya."

Imediatamente Shiva veio e perguntou, "Chandra, como você conseguiu ficar tão pequeno?"

"Foi a maldição de Daksa. Você precisa me ajudar, Shiva. Você sabe que eu sou muito devotado a você.
Você tem que me salvar!"

Shiva disse, "Eu não posso retirar a maldição que Daksa lhe deu. Mas darei a você uma benção, se você
fizer algo para mim." Chandra estava desesperado e disse, "O que farei por você?"

"Você se tornará um ornamento em meu cabelo e de lá você inspirará a devoção nos corações de todos
os devotos."

Chandra disse, "Certamente irei! Agora salve-me!"

Shiva disse, "Está bem. Quinze dias do mês você irá diminuir, e quinze dias do mês você crescerá
novamente."

De forma que é o que aconteceu à Lua. Quando ele cresce ao máximo, é a lua cheia; e depois começa
a diminuir novamente. Mas Chandra aprendeu sua lição, e agora ele faz sua peregrinação regular ao redor dos céus
para visitar todas as suas esposas cada qual em sua vez.

Daksa deu suas treze filhas seguintes para Kasyapa Muni. Kasyapa é o Pai da Criação, e a mais famosa
de suas treze esposas foi Aditi. De Aditi os doze Adityas nasceram, os doze primeiros Deuses, conhecidos nos
tempos Védicos. Das outras esposas de Kasyapa vieram as outras formas de vida na criação. Então Daksa deu
mais dez filhas para Dharma e ele disse, "Dharma, case com estas dez garotas." Dharma casou-se com as dez
filhas de Daksa, e as estabeleceu em dez direções, depois do que ele orgulhosamente proclamou, "Minha Shakti
enche o universo." Estas foram as primeiras cinqüenta filhas de Daksa.

O Nascimento de Sati

Um dia Brahma foi até a casa de Vishnu em Vaikuntha e disse, "Vishnu, você sabe, é tão estranho
como Shiva está sentado no topo de sua montanha, Kailasa, todo por si mesmo, Não fazendo nada. Algumas
pessoas são boas para algumas coisas, outras pessoas estão boas para outras coisas; mas Shiva não está bom
para nada! Ele não tem ajudado nem um pouco desde que sua esposa o deixou. Nós temos que encontrar uma
companheira satisfatória para Shiva, para inspira-lo e dar a Ele a energia para fazer alguma coisa. Me foi dito que
se nós todos recitássemos o Maya Bija HRIM, a própria Divina Mãe se manifestaria para casar-se com Ele."

"Vamos pedir a Shiva que nos ajude com a japa," sugeriu Vishnu.

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Brahma exclamou, "Esta é uma idéia maravilhosa! Então quando a Mãe Divina encarnar em uma forma

perceptível, nós a daremos à Shiva, assim ele terá uma bela esposa para inspira-lo.

Sentindo-se inspirado Brahma foi com Vishnu até a casa de Shiva no Monte Kailasa. Lá eles encontraram
Shiva sentado em profunda meditação. Brahma e Vishnu cantaram hinos e canções de louvor a Ele, após Shiva
retornar de seu divino transe, deu-lhes as boas vindas com respeito. "O que posso fazer para ajuda-los, Brahma e
Vishnu?" perguntou Shiva.

Brahma respondeu, "Shiva, precisamos de alguma assistência em cantar o mantra da Mãe Divina, HRIM.
Estamos tentando propiciar a Mãe para que Ela conceda bem estar aos três mundos, Shiva, você nos ajudará?"

Shiva concordou e imediatamente começou a cantar o mantra, Brahma também cantou o mantra, assim
como também Vishnu e os outros Deuses. Lentamente todos os munis começaram a cantar, e então seus discípulos,
e logo todo o poder do mantra se espalhou pelos três mundos. Então a Divina Mãe sabia que o tempo tinha
chegado.

Daksa e Prasuti tiveram sua qüinquagésima primeira filha. Quando ela saiu do útero, ela estava brilhando
intensamente! Daksa disse para Prasuti, "Esta criança é a personificação de Todo Ser. Nós a chamaremos Sati,
Existência Verdadeira." A criança começou a irradiar o poder de bem estar material em todas as direções, e Daksa
ficou satisfeito.

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A Inimizade de Daksa com Shiva

Certa vez o Rsi Durvasa foi banhar-se no rio Jamuna, onde ele teve uma visão da Mãe Divina. Tão logo
ele a viu, começou a cantar o mantra HRIM, e a cantar outros hinos de louvor para Ela. A Mãe ficou satisfeita e
pegou uma guirlanda de flores de Jasmim de seu pescoço e colocou nas mãos do Rsi. A guirlanda tinha uma
fragrância tão doce que as abelhas ficavam se aglomerando ao redor dela, assim ele a colocou no seu próprio
pescoço e procedeu para retornar ao seu ashrama. Quando voltava para sua morada, ele passou pela casa de
Daksa, e decidiu que prestaria seus respeitos a mais nova criança nascida, Sati. Todos sabiam que Ela era uma
encarnação da Mãe Divina, e seria uma grande honra poder vê-la. Quando ele lá chegou, saudou Daksa e curvou-se
diante da criança, depois disso notou que Daksa não tirava os olhos da guirlanda que ele estava usando. Daksa
perguntou, "Durvasa, onde você conseguiu esta guirlanda?"

Durvasa respondeu, "A própria Mãe Divina deu-me."

Daksa pediu, "Por favor dê para mim."

Durvasa pensou por um momento, "Não há nada nos três mundos que seria negado ao homem cujas
austeridades trouxeram a Mãe Divina para tomar nascimento em sua casa." Depois do que ele anunciou, "Claro, você
pode ficar com ela." Ele pegou a guirlanda de seu pescoço, a qual ainda estava com as abelhas ao redor e a deu
para Daksa, depois saiu.

Daksa ficou muito contente por ter a guirlanda, e imediatamente levou-a para o seu quarto, e a colocou
perto de sua cama. Bem, à noite, quando ele foi dormir com sua adorável esposa, ele tornou-se extremamente
intoxicado por respirar profundamente a fragrância daquela guirlanda. Naquela intoxicação, ele mal conseguia controlar
suas emoções. Ele começou a se comportar com uma imperdoável natureza animalesca, durante a qual ele ralhou
com sua amável esposa e usou linguagem má. Quando acordou de manhã e percebeu seu comportamento errôneo,
ele ficou muito confuso. Então ele lembrou que um dos nomes de Shiva é Pasupati, Senhor dos Animais. "Se eu
tive qualquer comportamento animalesco, isto foi falta de Shiva, não minha", argumentou ele. "Shiva é o Senhor dos
Animais." Repentinamente ele culpou Shiva por todas as coisas erradas que ele tinha feito na noite. Esquecendo o
desejo de suas austeridades anteriores, para ter sua filha casada com o Senhor Shiva, ele desenvolveu uma
inimizade com Shiva e o amaldiçoou.

O Casamento de Shiva e Sati

Quando Sati cresceu um pouco, a primeira palavra que veio de Sua boca foi, "Shiva". Daksa disse, "Sati,
Shiva é um faquir desnudo. Ele vive no topo de uma montanha por si mesmo. Adore algum outro Deus." Mas
desde Sua infância Sati amava somente Shiva. Ela preparava Shiva Lingams, e realizava pujas todos os dias. Muito
rapidamente ela cresceu transformando-se em uma amável jovem radiante com a bem aventura da Consciência Infinita.
Um dia Ela disse, "Pai, irei executar tapasya, praticar muitas austeridades espirituais para conseguir Shiva como meu
marido." Daksa disse, "Não! Não faça isso! Escolha qualquer outro Deus que você goste. Olhe para Vishnu; Ele
senta-se em um palácio de ouro. Olhe Indra, Ele monta em um grande elefante. Shiva! Não escolha Shiva!"

Sati disse, "Minha mente está feita. Eu terei somente Shiva." Ela começou a fazer tapasya. Ela sentava-se
no frio e na chuva usando somente um pano e cantando, "Om Namah Shivaya." No meio do calor no verão,
acendia quatro fogueiras e sentava-se entre elas com o sol sobre sua cabeça, o sadhana dos cinco fogos, e ela
cantava, " Om Namah Shivaya, Om Namah Shivaya." Ela permanecia de pé na chuva e na neve. Ela ficava sem
comida. Ela tomava somente água, e então parava até isso e tomava somente ar. Ela continuou neste caminho por
muitos, muitos dias.

Daksa estava no fim de sua graça. "Minha Deusa," ele pensou. "Ela está fazendo tapasya para casar-se
com Shiva! Ela não sabe que terá um tempo de vida cheio de pobreza e miséria estando casada com Shiva? Shiva
não tem nada! Ela deveria escolher qualquer outro Deus! Por que Shiva? Como encontrarei um modo de detê-la?
Tenho que encontrar uma solução! Eu sei, chamarei para o Svayambara dela, a cerimônia de selecionar um marido.
Convidarei todos os reis do mundo e todos os Deuses do céu, exceto Shiva, e direi a ela que pode escolher
qualquer um que deseje!" Daksa preparou o Svayambara. Nesta cerimônia a noiva escolhe entre todos os convidados
presentes. Os Deuses, reis, toda a nobreza dos três mundos foram convidados para a bela arena sacrificial. Todas

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as coisas estavam brilhando, com ouro e flores em todo lugar. Todos estavam vestidos em seus mais finos trajes,
esperando fazer parecerem mais belos , esperando fazer com que fosse o escolhido por Sati. No Svayambara à
menina é dada uma mala de flores e deixado livre uma vaga na arena sacrificial para examinar todos os candidatos
e decidir sobre o pescoço de quem ela colocará a guirlanda da vitória. Quem quer que ela selecionasse seria seu
marido. Sati pegou a mala em suas mãos e olhou ao redor procurando Shiva. Mas ela não viu Shiva. Ela sentiu
um imenso pesar de tristeza no coração. "Como posso escolher?" Ela pensou. "Shiva não está aqui." Ela olhou em
todas as faces da sala, mas não encontrou a face de Shiva. Então ela pegou sua guirlanda da vitória, e segurou-a
perto do coração com uma prece: "Se eu sou Sati, então esta mala será usada por Shiva.!" Com esta oração, ela
jogou a mala no ar. Quando ela abriu seus olhos, de pé no meio da arena sacrificial estava o Senhor Shiva
usando a mala da vitória! Daksa desmaiou de aflição, enquanto Sati estava muito feliz! Daksa não tinha outra
escolha a não ser realizar o casamento, assim Shiva e Sati voltaram para Kailasa, onde eles passaram muitos belos
dias sentados na bem-aventurança da infinita consciência. Eles discutiram as escrituras e meditaram sobre seus
conteúdos, e compartilharam toda a bem-aventurança de sua união divina.

Shiva Vê Mohini

Um dia Shiva foi até a casa de Vishnu em Vaikuntha e saudou-o com respeito, "Olá Vishnu!"

"A que eu devo a honra dessa visita?" Vishnu estava muito satisfeito.

Shiva disse, "Vishnu, eu ouvi sobre como você enganou os ashuras e deu todo o néctar para os Deuses.

Ouvi tudo sobre Mohini, e que poder ela tem, como ela pode ser cativante. Vishnu, posso ver Mohini? Poderia mostra

la para mim? "

"Isto não é necessário Shiva", respondeu Vishnu. "Você não precisa ver Mohini."

"Ó Vishnu, eu ouvi toda a história. Mohini é tão maravilhosa que os ashuras deram o néctar da
imortalidade somente para A contemplar. Deixe-me vê-la ao menos uma vez."

"Bem, se você realmente deseja assim."

Subitamente Vishnu tornou-se Mohini. Shiva olhou assombrado. Ela era muito cativante. Shiva esqueceu todas
as coisas e tornou-se arrebatado. Ele até esqueceu Sati, sua amada esposa, que estava de pé ao lado dele. Mohini
estava elegantemente adornada com os mais finos ornamentos, e sua beleza natural era pontuada com um brilho de
luminosidade. Ela estava vestida um pouco escassamente, com apenas um pano de algodão leve envolvendo seu
corpo. Cada curva de sua perfeita figura era visível através do fino tecido que ela vestia.

Mohini estava segurando uma bola bem em frente de Shiva. A bola caiu de suas mãos e rolou. Ela correu
atrás da bola. Shiva correu atrás de Mohini. Ela começou a correr mais e mais rápido e Shiva a perseguia logo
atrás. Sua roupa afrouxou e se agitou no vento. Shiva ficou estático ao ver seu corpo voluptuoso. Mohini correu
mais rápido e Shiva correu para acompanha-la.

Shiva estava respirando muito pesadamente, e repentinamente ele ficou tão excitado que derramou seu
sêmen. Quando aquele sêmen do Senhor tocou a terra, manifestou-se como ouro, prata e todas as riquezas
preciosas. Tão logo seu sêmen caiu, ele ficou surpreso. "Como pode isso acontecer? Eu não sou um grande Yogue?
Como posso esquecer meu próprio Ser? Que poder tem Mohini que me fez esquecer até mesmo minha esposa Sati
e meus anos de tapasya, esquecer todas as coisas por ver Mohini! Vishnu, eu reverencio sua Maya, e me curvo ao
poder de Mohini!"

Vendo a consternação de Shiva, Vishnu tomou sua própria forma novamente. "Sim, Shiva, ninguém pode
resistir ao poder de Maya. Esta Mohini é toda poderosa. Mas porque você pediu para vê-la por si mesmo e porque
realizou o poder da natureza dela por si mesmo, hoje eu lhe concedo uma bênção: Daqui para frente somente você
permanecerá livre de Mohini. Ninguém nos três mundos, mas só você terá a capacidade de resistir a Mohini.

O Sacrifício de Brahma

-13


Brahma estava realizando um grande sacrifício, para o qual Shiva e Sati foram convidados a assistir.
Quando Daksa entrou no hall do sacrifício, todos na sala levantaram-se para saudá-lo. Todos se curvaram com as
mãos postas: "Namaste, Daksa Prajapati. Com toda a Energia da Consciência nós nos curvamos à energia manifesta
dentro de você. Namaste. Sua tapasya foi vitoriosa! Você está brilhantemente radiante e sabemos que você é a
pessoa que fez a Mãe Divina tomar nascimento em sua casa. Prajapati, você é o Pati, o Senhor de todo praja,
todos os seres nascidos, o Senhor de todos os Seres."

Todos se levantaram para mostrarem respeito. Somente Brahma e Shiva permaneceram sentados. Então
Daksa pensou, "Brahma é meu pai, e não há razão para ele levantar-se para saudar seu filho. Mas todos nos três
mundos levantaram-se para mostrar-me honra e respeito, exceto Shiva. E ele é meu genro. Que tipo de imprudência
é esta? Eu posso entender meu pai não se levantar, mas meu genro? Eu estou furioso!"

Daksa caminhou até Shiva e disse, "Shiva, você é uma pessoa de comportamento asqueroso. Você é o
mais baixo dos baixos. Você fica cercado de fantasmas e duendes, e está sempre tomando intoxicantes. Agora está
mostrando tal desrespeito a mim? Shiva, eu o amaldiçôo! Você vive sem uma casa e sem um telhado, e seus
devotos serão como você. Eles irão todos ser mendigos, irão todos ser paupérrimos, irão todos ser bêbados
enlouquecidos e hippies, cada um deles.

Eles tomarão intoxicantes. Não saberão pronunciar corretamente o Sânscrito! Este é o tipo de devoto que
você terá!" E ele pegou um pouco de água e arremessou em Shiva. Shiva somente ficou sentado lá, e não reagiu
a nada.

A Maldição de Nandi

O amigo de Shiva e principal discípulo é um devoto chamado Nandi, o touro. Nandi não podia tolerar este
ultraje e insulto ao seu Senhor. Ele veio e disse, "Ei Daksa, você sabe com, quem está falando? Este não é um
hippie comum com quem você fala. Este não é só um dos sadhus, nem somente um dos Deuses. Este é
Mahadeva! O Deva dos Devas, Deus dos Deuses. Ele é o mais elevado, a Consciência de Bondade Infinita. Ele á
a Suprema Consciência, o Guru de todos os gurus.

Ele não tocou seus pés por desrespeito. Ele não o fez porque não deseja que nada de mal aconteça a
você. Todos sabem que se alguém que está mais alto toca os pés de alguém que está mais baixo, obviamente
alguma coisa ruim irá acontecer. Ele está tentando salvar você da desgraça. E veja você agora, ele é tão puro e
livre de ira, que ele aceitou sua maldição sem replicar. Ele nem mesmo proferiu uma palavra de volta para você.

Eu sou um devoto de Shiva. Eu não sou Shiva. Não sou tão controlado quanto Shiva, e quando você
amaldiçoou meu Senhor daquele modo, eu não pude assistir e amaldiçoei você de volta. Daksa, seus seguidores
podem pronunciar o Sânscrito corretamente, mas não entenderão uma só palavra do que estão cantando. Eles
pregarão a letra da lei mas não entenderão o espírito. Irão vender seu dharma, farão seus pujas somente por
dinheiro. Serão todos bem alimentados, bem vestidos e bem alojados, mas suas casas e seus corações serão vazios.
Eles farão uma exibição de fé para ganhar dinheiro. Mesmo se pronunciarem o mantra corretamente, eles não
saberão entender a divindade. E estas são as maldições que eu lhe dou! "

Nandi jogou um pouco de água do Ganga nele. Daksa virou-se e esbravejou fora de casa. Ele foi para
sua casa dizendo, "Eu mostrarei àquele Shiva, eu o colocarei em apuros!"

Sati Testa Rama

Sati e Shiva voltaram para Kailasa, me lá continuaram a discutir sobre as escrituras, e a praticar
meditação. Eles desfrutaram da bem-aventurança de seu companheirismo em todos os sentidos. Um dia Shiva olhou
para baixo de Kailasa, e seus olhos moveram-se em direção à floresta Dandak onde ele viu Rama e Laksmana
vagueando em busca de Sita. Shiva agarrou Sati pela mão com o maior excitação e disse, "Olhe Sati, aquele é o
Senhor Vishnu! Aquele é Satcitananda, a Consciência de Infinita Bem-aventurança que se manifestou."

-14


Sati olhou e disse, "Você sabe, eu apenas vejo dois homens chorando a perda da esposa de Rama,
vagando ao redor, buscando por todo lugar. Não me parece ser Satcitananda, Existência Verdadeira, Consciência
Infinita, Bem-aventurança Pura. Como pode aquele ser a Divindade Suprema?"

Shiva disse, "Sati, a Divindade Suprema é ambos, nirakara e sakara, sem forma e com forma. Quando é
manifesta com forma, deve brincar a lila, o drama da forma que tomou. Mas isto não muda o fato de que ainda é
a Divindade Suprema feita manifesta."

Sati disse, "Shiva, eu vejo aqueles dois homens lá vagando ao redor e chorando, 'Ó Sita, Sita! Onde você
foi!' Eles estão lamentando a perda da esposa de Rama, e não me parecem a Bem-aventurança manifesta. Parece
que eles estão em grande sofrimento."

"Sati, se você não acredita em mim, vá até lá e veja por si mesma. Mas eu estou lhe falando que
aquele é Satcitananda, Bem-aventurança Infinita manifesta."

Sati respondeu, "Eu irei ver isso."

Shiva disse, "Vá e faça qualquer teste que você queira. Eu estou certo de que você voltará e concordará
comigo."

Sati mudou-se para a forma de Sita, e se colocou no meio das árvores. Rama chamava, 'Sita!' E Sati
caminhou pela clareira da floresta. Rama veio correndo até ela com as mãos postas e disse, 'Ó Sati, Estou contente
de vê-la! Onde está Mahadeva, onde está Shiva?"

Sati ficou extremamente embaraçada e disse, "Ah, bem, ele está em Kailasa, e só me enviou para dizer
'Olá'.

Laksmana olhou um pouco confuso e perguntou, "Sati, porque você está se parecendo com Sita?"

Sati respondeu, "Eu só desejava mostrar a você o quanto eu amo Sita. Eu realmente respeito sua esposa,
e espero que você a encontre logo. Desculpe-me mas tenho que ir agora. "

Sati voltou para Kailasa e Mahadeva perguntou, "Você encontrou a resposta que você procurou?"

Sati disse, "Ó sim. Shiva. Mahadeva. Aquele é definitivamente Satcitananda. É a manifestação da Existência
Verdadeira, Consciência Infinita, e Bem-aventurança. Disso eu não tenho dúvida."

Shiva perguntou, "Como você chegou a esta realização?"

Sati disse, "Bem, Shiva, eu acreditei em suas palavras. Não tenho necessidade de testar o Senhor,
especialmente quando você disse. Tudo o que fiz foi ouvir suas palavras e tenho plena fé. Mas, meu Senhor, como
Vishnu tornou-se reduzido a tal estado? Qual a causa do Supremo assumir a forma de um homem em sofrimento?"

Shiva sentou e fechou seus olhos em divina meditação e viu todo o episódio. Ele pensou, "É este o
estado de meu casamento? Minha esposa mentiu para mim. Ela não acreditou em mim e está mentindo para mim
posteriormente? Ela foi lá e testou Rama, e agora voltou embaraçada para me falar?" Repentinamente um beatífico
sorriso divino veio em Sua face.

"Por que você está sorrindo, Senhor?" perguntou Sati, incrédula.

"Toda vez que eu me lembro da divindade de Shri Rama, eu sorrio de deleite. Embora eu não respeite o
seu desvio do caminho da verdade, eu nunca posso conter-me ao desfrutar das manifestações do Senhor."

Shukracharya Realiza Tapasya

Há muito tempo, quando os Deuses estavam lutando com os ashuras, veio um tempo em que os ashuras
estavam sendo duramente derrotados. Os Deuses tinham infligido duras perdas sobre eles, e em grande consternação

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os ashuras correram para tomar refúgio em seu Guru, Shukracharya. "Ó Guruji, os Deuses estão nos golpeando
duramente e causando-nos todo tipo de aflição. Por favor encontre um meio pelo qual possamos derrotar os Deuses
e fazer os ashuras vitoriosos. Por favor diga-nos o que fazer."

Shukracharya calculou o horóscopo e vendo a posição dos planetas, instruiu seus discípulos como se segue:
"Ó Ashuras, para cada evento há um tempo e um lugar apropriado, conforme as circunstâncias e desígnio da
natureza. Portanto toda a existência é requerida a fazer o melhor esforço possível para realizar os ideais pelos quais
cada indivíduo se esforça. A observação da presente circunstância indica que os ashuras não podem tornar-se
vitoriosos agora. Precisamos de maior conhecimento e assistência. Irei ao Senhor Shiva e realizarei uma disciplina
pela qual possamos obter este conhecimento. Eu procurarei o mantra pelo qual os ashuras possam ser vitoriosos.
Portanto, abaixem suas armas e desistam de lutar até eu retornar. Digam aos Deuses que vocês desejam viver em
paz, e estão renunciando à luta. Até eu retornar não lutem com os Deuses em nenhuma circunstância. Sem o
mantra de Shiva vocês não terão sucesso."

Shukracharya foi para o Monte Kailasa. Quando chegou, ele curvou-se profundamente ao Senhor Shiva e
disse, "Ó Deva, Deva Mahadeva -Ó Senhor dos Senhores do Universo, eu venho a você com toda a sinceridade,
tomando refúgio. Eu desejo um mantra pelo qual os ashuras alcancem a vitória sobre os Deuses."

Shiva respondeu, "Saudações, ó guru dos ashuras, Shukracharya. Bem, você sabe que é impossível para
mim fazer voltar um devoto sincero que vem buscar refúgio. Contudo, é muito difícil apara mim dar o mantra com o
qual os Deuses possam ser derrotados. Para ganhar este tal mantra você terá que realizar uma difícil tapasya, sem
dúvida!"

"Estou pronto para executar qualquer coisa que você diga." Respondeu Shukracharya.

"Então fique sobre sua cabeça respirando fumaça por cem anos e não esqueça de dizer meu nome nem
mesmo uma vez, ou não receberá o mantra."

Com grande prazer Shukracharya amarrou seus pés no galho de uma árvore e acendeu um fogo no chão
por baixo. Ele começou a respirara a fumaça e cantar, "Om Namah Shivaya, Om Namah Shivaya."

A Maldição de Bhrgu Muni

Quando Indra soube que o Guru dos ashuras estava executando tapasya para conseguir um mantra pelo
qual os Deuses pudessem ser derrotados, ele convocou todos os exércitos divinos. "Venham, devemos atacar nossos
inimigos enquanto estão fracos, ou teremos que lutar uma batalha ainda maior com eles no futuro. Shukracharya, o
Guru deles, está fazendo tapasya para obter um mantra do Senhor Shiva pelo qual os Deuses possam ser
derrotados. Enquanto eles estão pretendendo ser cidadãos amantes da paz, eles estão de fato armando-se para a
vitória! É nosso dever atacá-los agora!"

Indra e o exército dos Devas caíram sobre os desarmados ashuras e começaram o ataque. Então os
ashuras começaram a chorar, "Nós estamos condenados! Até mesmo os Deuses perderam toda a honra! Eles estão
atacando inocentes desarmados que estão cuidando de seus próprios negócios e não causando dificuldades aos
outros! Ó quem irá nos salvar? Rápido, tomemos refúgio no ashram de Bhrgu Muni!"

Então os ashuras fugiram para o ashram de Bhrgu Muni, com os Deuses os perseguindo logo atrás. Os
ashuras passaram pelos portões do eremitério, bateram na porta fechada e entraram antes do avanço do exército dos
Deuses. Os trêmulos ashuras imediatamente curvaram-se à esposa de Bhrgu Muni que estava de pé diante deles.
"Salve-nos, reverenda Mãe! Ó salve-nos!" eles pediram.

"Qual é o problema sobre a terra, ó ashuras? "perguntou ela.

"Nós estávamos ocupados com nossos próprios negócios, exatamente como seu filho, nosso Guru,
Shukracharya, tinha nos instruído. Não estávamos causando nenhum dano a ninguém. Mas aqueles Deuses não
deixam ninguém viver em paz. Veja! Eles estão nos atacando, embora não tenhamos cometido nenhuma falta por nós
mesmos. Nós tomamos refúgio em seu ashram, reverenda Mãe! Por favor salve-nos dos Deuses!"

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A Reverenda Mãe espondeu, "Meu marido, Bhrgu Muni, está fora, na floresta executando tapasya. Meu filho
Shukracharya também está fora do ashram realizando um voto estrito para propiciar o Senhor Shiva. Portanto, eu
sozinha devo oferecer abrigo aos devotos que vêm buscando refúgio, Ó ashuras, eu irei protege-los até meu marido
chegar. Então ele decidirá o que será feito."

Indra bateu fortemente na porta. "Abra! Temos que punir aqueles ashuras! Abra!"

Os ashuras se agacharam de medo, enquanto a Reverenda Mãe caminhava para o portão do ashram
."Você não pode vir aqui Indra. Estes devotos tomaram refúgio neste ashram, e é meu dever de dharma proteger
aqueles que buscam ajuda! Se você entrar por força, terá transgredido as leis do dharma!"

"Estes ashuras estão se fazendo passar por seres pacíficos, enquanto de fato o guru deles está no topo
da montanha Kailasa executando tapasya para tomar iniciação no mantra pelo qual os Deuses possam ser derrotados.
Agora é nosso dever golpear nossos inimigos antes que se tornem fortes. Sabemos que eles pretendem se passar
por pacíficos. Abra a porta ou iremos arrombá-la! "gritou Indra. Os Deuses começaram a bater na porta, e dentro de
um instante as portas se abriram, e o poderoso exército entrou no ashram sagrado. Os Deuses puxaram suas armas
e começaram a bater nos ashuras. Estes choravam na luta, "Reverenda Mãe! Você prometeu nos proteger! Salve-nos!
Salve-nos!"

A Reverenda Mãe começou a cantar um mantra diante do fogo sagrado, e repentinamente todos os Deuses
começaram a cair no sono. Vendo os Deuses cair no sono no meio da batalha, Indra ficou muito alarmado. "Vishnu!
Vishnu! Você deve nos proteger! Pare a Reverenda Mãe de colocar nosso exército para dormir. Se nós incorremos
em algum pecado por isso, poderemos realizar uma compensação depois!"

Vishnu chamou seu infalível disco. O disco começou a girar em seu dedo quando ele apontou em direção
da Reverenda Mãe meditando. O disco voou e cortou a cabeça da esposa de Bhrgu Muni de seu corpo.
Imediatamente Bhrgu Muni levantou-se de sua meditação na floresta e com muita raiva retornou ao seu ashram.
"Indra!" trovejou a voz do grande Muni. "Você não tem conhecimento de qualquer dharma! Podemos atribuir a você a
violação de todo decoro. Você não tem escrúpulos. Você atacou seres desarmados. Você ordenou que seu exército
atacasse o ashram de um Muni, um templo de Deus. Você matou uma Brahmin e mesmo uma mulher! Indra! Você
não pode fazer nada e nada do que fizer irá me surpreender. Eu o amaldiçôo, Indra! Embora você seja o Rei dos
Deuses, você negligenciou o caminho do Dharma na mais desprezível provocação, e virá o tempo de Deuses
superiores a você. As pessoas irão questionar a necessidade de fazer oferendas a Indra, e em muitas terras você
será esquecido completamente!" Bhrgu Muni aspergiu água Ganga para certificar-se de que a maldição iria se
frutificar.

Então Bhrgu Muni pegou mais um pouco de água Ganga nas mãos e virou-se para Vishnu. "Vishnu, estou
surpreso com você. Você é supostamente o mantenedor do dharma. Você é supostamente o Purushottama, o exemplo
de retidão e devoção nesta existência. Aqui está você perpetrando este odioso crime de matar uma mulher, matando
uma Brahmin, transgredindo o que é certo! Eu o amaldiçôo! Repetidas vezes em que a retidão retroceder diante da
injustiça nessa terra, quando o dharma tornar-se fraco e o adharma forte, então você terá que encarnar no útero de
uma mulher, nascer sobre esta terra, lutar com as forças da iniquidade, e de novo estabelecer os padrões de
moralidade e devoção pela qual a humanidade é distinguida dos outros animais! Embora você seja a divindade feita
manifesta, ainda assim, você usará uma forma terrestre, você estará sujeito aos prazeres e dores da existência
manifesta. Além disso, já que hoje você me causou dor devido à separação de minha esposa, você também
experimentará a mesma dor!" Bhrgu Muni arremessou aquela água do Ganga diretamente em Vishnu, enquanto o
Senhor Vishnu humildemente aceitava a maldição.

E então Bhrgu Muni caminhou sobre o corpo decapitado de sua querida esposa, apanhou o corpo e disse,
"Agora Deuses e Ashuras, eu mostrarei o poder de minha tapasya! "Ele começou a fazer uma repetição silente do
mantra. Repentinamente para a surpresa de todos, a cabeça da Reverenda Mãe foi atada novamente ao seu corpo.
Então Bhrgu Muni respirou vida em sua alma, e a Reverenda Mãe reviveu para a vida. Uma aclamação de triunfo
elevou-se dos Deuses e ashuras em honra ao tremendo poder espiritual de Bhrgu Muni. Com grande abatimento
Indra e os outros Deuses retornaram ao céu.

-17


Tapasya de Shukracharya

"O que aconteceu com Shukracharya? "Perguntou Sati. Shiva continuou sua história: Noventa anos se
passaram e Shukracharya não esqueceu o mantra. Indra ficou apavorado e foi ao seu Guru, Brhaspati, o Guru dos
Deuses, e pediu ajuda. "Guruji, que faremos? Se Shukracharya tiver sucesso em conseguir o mantra, então os
Deuses serão destruídos! Quem protegerá as forças do dharma na criação? Temos que encontrar um caminho."

Brhaspati disse a Indra. "Ó Indra, para cada evento há um tempo apropriado e local conforme as
circunstâncias e desígnios da natureza. Ainda assim toda a existência é requerida a fazer o melhor esforço possível
para realizar os ideais pelos quais cada indivíduo se esforça. Assim, parece altamente possível que Shukracharya
possa realizar o objetivo de sua tapasya, então é conveniente que tentemos estabelecer um aliado no acampamento
dele. Envie sua filha, Jayanti, para ficar sua amiga, procuraremos uma oportunidade de tirá-lo de seu caminho." Indra
chamou sua filha, Jayanti. "Jayanti, eu estou dando você para Shukracharya, com a ordem de cultivar sua amizade
por servi-lo e oferecer devoção amável."

Jayanti foi para onde Shukracharya estava executando sua tapasya e começou a assistir o muni meditativo.
Ela conseguiu flores para o seu puja, cozinhou sua comida e limpou os utensílios. De noite quando ele terminou sua
meditação, ela massageou seus pés, esfregou suas pernas e de todo modo tornou-se uma companheira em sua vida.
Por dez anos Jayanti prestou seu amável serviço ao seu querido Shukracharya, e sua delicada Shakti era uma
tremenda inspiração nas dificuldades da tapasya dele. Por fim Shiva iniciou Shukracharya no mantra pelo qual os
Deuses seriam derrotados. Ele ficou muito satisfeito de ter conseguido a meta de sua tapasya. Ele falou à Jayanti
com grande apreciação, "Seu compartilhar comigo no rigor de minha tapasya tem sido uma tremenda inspiração para
mim. Foi sua oferenda amável que motivou-me na busca do sucesso em meu mais apreciado objetivo, Jayanti, eu
lhe concedo a dádiva de sua apreciada aspiração."

"Meu Senhor, meu Guru, meu pai deu-me à você com ordem para cultivar sua amizade por servi-lo com a
oferenda de minha amável devoção. Assim como eu o servi por prestar toda atenção às suas necessidades por dez
anos, irá você reciprocar e dar-me toda sua atenção pelos próximos dez anos?" Shukracharya concordou. "Mas só
posso ficar dez anos Jayanti. Depois tenho que retornar aos ashuras."

Shukracharya e Jayanti construíram uma pequena cabana na floresta, e começaram a desfrutar das afeições
entre duas pessoas somente atendendo um ao outro. Eles estavam muito felizes e apaixonados.

Enquanto isso Indra retornou a Brhaspati e disse, "Guruji, ele obteve o mantra pelo qual os Deuses podem
ser derrotados! Você deve fazer algo para nos ajudar!" Brhaspati disse, "Agora eu não tenho nenhum outro caminho
mas atuar para a assistência dos Deuses." Imediatamente ele disfarçou-se na forma de Shukracharya e foi ao
acampamento dos ashuras.

Brhaspati Torna-se Guru dos Ashuras

O falso Shukracharya entrou no acampamento dos ashuras, e todos reuniram-se ao redor e curvaram-se
com devoção e respeitosa boas vindas ao seu amado Guru. Shukracharya retribuiu suas saudações amáveis, e
sentou-se e começou a ensinar: "Ashuras, eu retornei de uma difícil tapasya que o Senhor Shiva tinha prescrito por
cem anos, e alcancei o sucesso. O Grande Senhor abençoou-me com o conhecimento de como os ashuras podem
ter sucesso na vida e como alcançar nossa meta. Somente podemos ter sucesso pela clara definição, organização
cuidadosa e disciplina regular. É totalmente esbanjador para nós gastarmos nossas energias em conflitos
desnecessários com os outros. Por que não negociar para a resolução harmoniosa das metas comunitárias, ao invés
de interesses individuais e desejos egoístas? Coloquemos longe toda a inimizade com os Deuses. Cultivemos a paz e
a consciência contente. Estudemos as filosofias e sistemas de yoga, assim podemos buscar a união com nosso
apreciado ideal."

Os ashuras o ouviram encantados. Que filosofia nova ele estava expressando, totalmente estranha aos seus
pensamentos. Por dez anos os ashuras ouviram com extasiada atenção aos brilhantes discursos do Guru dos Deuses
na forma de Shukracharya, e buscaram praticar seu ideal. Por dez anos a paz e a harmonia reinaram sobre a
terra, nos céus e na atmosfera. Por dez anos o verdadeiro Shukracharya desfrutou de sua relação com Jayanti.

-18


Após dez anos Shukracharya deixou Jayanti. O falso Shukracharya estava dando um discurso quando
Shukracharya entrou no ashram. Ele viu o falso Shukracharya com grande assombro, e imediatamente reconheceu o
ser interior de seu adversário. "Ó ashuras," ele chamou em voz alta. "Por que vocês estão ouvindo este falso
profeta! Não acreditem nele! Ele é de fato o Guru dos Deuses. Eu sou o verdadeiro Shukracharya."

O falso Shukracharya corajosamente proclamou, "ashuras, tenho estado aqui nos últimos dez anos, e tenho
sempre inspirado dentro de vocês a mais nobre conduta a qual um indivíduo pode inspirar. Eu vim aqui
imediatamente após minha tapasya com o Senhor Shiva estar completa e tenho compartilhado a sabedoria pela qual
viemos para a harmonia com toda a existência e atingimos nosso mais elevado potencial. Onde esteve o falso
pretendente estado e o que esteve fazendo?"

Shukracharya ficou furioso. "Ashuras não o ouçam. Ele está aqui para enganar vocês. Não acreditem nele.
Eu tenho o mantra do Senhor Shiva e sou eu quem os farei vitoriosos!"

Os ashuras ficaram com raiva dele. "Onde esteve nos últimos dez anos? O que o faz merecer nossa
confiança? "eles gritaram.

Shukracharya novamente falou irado, "Eu sou o verdadeiro Shukracharya, seu Guru. Se vocês abandonarem
seu Guru e prestarem desrespeito a ele, eu os amaldiçoarei! Vocês nunca irão derrotar os Deuses!" E ele
arremessou água do Ganga sobre os ashuras, que ficaram chocados com a confusão, e ele saiu da cena.

Depois que Shukracharya se foi, Brhaspati na forma do falso Shukracharya, levantou-se e curvou-se diante
da assembléia de ashuras. "Ashuras", ele anunciou. "É hora de eu voltar para minha morada celestial." Com isso ele
assumiu sua real forma e subiu aos céus.

Quando os ashuras realizaram seu grande erro em acreditar no falso guru, eles correram atrás do
verdadeiro Shukracharya e curvaram-se aos seus pés de lótus. "Nós cometemos um erro, nosso Pai! Nós cometemos
um erro! Nós sucumbimos na lógica da divindade e assim fomos incapazes de reconhecê-lo. Por favor perdoe-nos.
Não nos abandone a uma vida de contínuas derrotas!

Shukracharya olhou seus discípulos com grande compaixão. "Meus discípulos, não há nada que eu possa
fazer. A maldição foi dada e não pode ser removida. Sempre que a devoção é forte o bastante para enfocar a
atenção, lá a dualidade não será capaz de permanecer. Os ashuras por fim serão derrotados. Qualquer aspirante que
persiste na prática da auto purificação irá por fim tornar-se puro."

O Lamento de Sati e o Yajña de Daksa

Shiva concluiu a história. Ele olhou profundamente em seu próprio ser e vagueou na meditação. Por
cinqüenta milhões de anos ele permaneceu tranqüilo e imóvel.

Sati estava sentada do lado de fora olhando o Yogue em meditação, pensando, "Ó, o que eu fiz foi muito
errado. Meu Senhor nunca voltará de sua meditação? Nunca prestará atenção em mim novamente? Como eu pude
fazer tal terrível coisa como mentir ao Senhor dos Senhores, o Deus dos Deuses, sendo mentirosa para meu próprio
marido?" Sati perguntava-se a si mesma.

A medida que os anos passavam Sati tornou-se repugnante consigo mesma, pensando, "Eu sou indigna da
verdade do Senhor do Universo. Se houvesse ao menos um meio de eu tornar-me purificada, eu poderia recuperar o
seu favor. Eu não deveria ter mais um corpo, uma natureza que é infiel ao Senhor." Deste modo por cinqüenta
milhões de anos Sati se entristeceu e se lamentou por seu mal comportamento.

Bem, cinqüenta milhões de anos depois Daksa Prajapati estava pronto para instituir uma nova criação com
a qual Brahma tinha confiado a ele. Ele desejou conduzir o maior sacrifício de todos os tempos para iniciar o
processo da criação, e ele convidou todos que são algo no céu para assistir. Ele convidou todos os Deuses, todos
os kinaras, todos os Apsaras, todos os Gandarvas e seres celestiais, e todos os seres divinos do céu e da terra,
exceto o Senhor Shiva. "Eu mostrarei àquele Shiva", disse ele. "Aquele Pashupatinath."

Sati olhou para fora de Kailasa e viu todos mais finamente adornados, correndo para a casa de seu pai.
Ela parou alguém e perguntou, "Onde você está indo?"

-19


A resposta foi, "Você não sabe? Seu pai, Daksa Prajapati está fazendo o mais elevado sacrifício de todos
os tempos. Todos forma convidados. Ele dará muitos presentes e muitas dádivas. Que sacrifício! Nunca houve um
sacrifício como este em toda a história!

Sati foi até onde Shiva estava sentado e disse, "Ó Shiva, Há um grande sacrifício na casa de meu pai.
Vamos.

Shiva respondeu, "Nós não fomos convidados."

Sati respondeu, "Ó venha Shiva. É a casa de meu próprio pai. Por que precisaríamos de um convite?"

Shiva disse, "Acredite-me. Nós não receberemos qualquer respeito lá. Não devemos ir."

Sati disse, "Por favor, Shiva, não podemos ir? É a casa de meu próprio pai, e eu não preciso de convite
para ir à casa de meu próprio pai. Que tipo de filha necessita de um convite para ir à sua própria casa? Eu
tenho que ficar aqui sentada olhando você meditar? Não podemos fazer alguma coisa para alegrar nossas vidas?"

Shiva disse, "Nós não iremos."

Neste momento Sati ficou inflexível e disse, "Shiva, eu quero ir!"

E Shiva disse, "Está certo, se você quer ir, vá. Eu lhe darei companhia e transporte. Nandi carregue Sati
até o sacrifício e deixe todo o exército de fantasmas e globins, todos meus companheiros, irem com ela e esteja
certo de que ela não terá problemas."

Sati montou em Nandi, o touro, e com todos os companheiros de Shiva foi para a casa de seu pai. Ela
caminhou para a arena sacrificial, mas Daksa não a reconheceu. Um Muni, de nome Dadichi, olhou ao redor da
assembléia e disse, "Todos foram convidados, mas não vejo um lugar para o Senhor Shiva."

Daksa disse, "Não há lugar para Shiva aqui. Shiva não foi convidado."

Dadichi disse, "Não pode haver qualquer sacrifício sem Shiva. Que tipo de tolice é essa? Você pensa que
será capaz de completar um Yajña sem convidar Shiva? Impossível! Daksa, tome cuidado, eu estou lhe avisando!
Este sacrifício não se completará até você convidar Shiva. Por favor, vá convidar Shiva. Nenhum sacrifício pode ser
completo sem uma oferenda ao Senhor Shiva."

"Aquele rude hippie! Ele anda com fantasmas e goblins e toma intoxicantes por todo o dia. Eu não o
convidarei para entrar em minha casa! Ele não é bom, aquele Shiva."

Dadachi declarou para a assembléia dos Munis, "Eu não ficarei em um sacrifício onde Shiva não tenha sido
convidado, e se qualquer um de vocês quer o meu conselho, deveriam se levantar e saírem."

Ninguém se levantou, mas só Dadachi, e ele saiu.

Sati caminhou até seu pai e disse, "Que tipo de Yajña é este? O que meu Senhor fez para que você
queira insultar-nos assim, convidando todos menos sua própria filha e seu marido?"

Daksa disse, "Filha quem te convidou para vir aqui? Se você quer ficar, vá para dentro dos aposentos e
fique com as mulheres. Eu não falei para você vir aqui. Não me fale sobre como conduzir meu sacrifício. Aquele
Shiva não tem lugar aqui. Isto é tudo!"

Sati Deixa Seu Corpo - Os Shakti Pithas

Sati disse, "Pai, estou insultada por usar este corpo que foi gerado de você. Agora estou lhe dando este
corpo de volta! Ela sentou-se em meditação e no fogo do yoga sua alma ascendeu ao céu. Imediatamente Shiva,
que estava sentado no Monte Kailasa, sentiu que sua Shakti tinha desaparecido. Ele puxou um tufo de cabelo de
sua cabeça e arremessou no chão. Este quebrou-se no meio, e de uma metade do cabelo veio Virbhadra, o

-20


Excelente Herói. Do outro tufo de cabelo veio Mahakali. Ele chamou todos os exércitos de fantasmas, goblins e
todos os seus amigos: "Destruam o sacrifício e cortem a cabeça de Daksa de seu corpo!" Shiva deu sua ordem.

Os exércitos de Shiva imediatamente marcharam para a guerra. Eles marcharam diretamente para a arena
sacrificial, e todos os Deuses fugiram aterrorizados. Mahakali girava sua espada e Virbhadra atacava com sua lança.
Eles combateram todas as forças de defesa. Eles apagaram o fogo, pararam o sacrifício e então cortaram a cabeça
de Daksa de seu corpo. "O sacrifício foi arruinado!" disse Brahma. "Que faremos agora? Como teremos uma
criação?"

Brahma foi até Vishnu e disse, "O que podemos fazer para que o sacrifício se complete?"

Vishnu disse, "Vamos perguntar ao Senhor Shiva."

Vishnu e Brahma foram juntamente com todos os Deuses até ao Monte Kailasa e disseram," Shiva, temos
que completar este sacrifício para evoluir uma nova criação. Por favor esqueça os erros de Daksa e deixe o
sacrifício ser completado."

Shiva, que é tão rápido para perdoar assim como para se zangar, disse, "Pegue a cabeça de uma cabra
e coloque em Daksa, e diga o mantra para ele voltar a viver. Tudo será esquecido e o sacrifício completado." Então

o próprio Shiva, foi e pegou o corpo de sua Sati. Elevando-o sobre os seus ombros, ele começou a dançar. Ele
estava dançando a dança da destruição. Ele estava tão intoxicado neste espírito que todo o mundo começou a
tremer. E os Deuses disseram, "Ó estamos condenados! Shiva está dançando a dança da destruição. Como iremos
fazê-lo parar? Vishnu, salve-nos!"
Vishnu pensou, "Bem, o que farei?" Então ele pegou seu arco, e cortou o corpo de sati em cinqüenta e
um pedaços (o Devi Gita diz cento e oito) com suas flechas. Shiva estava dançando ao redor de todo o cosmo. E
aqui caiu um braço, ali caiu uma perna, lá caiu o olho dela, e quando todos os pedaços tinham caído de seus
ombros, Shiva sentou-se e parou a dança. Quando ele voltou ao seu sentido, ele sentiu-se muito só e abatido, e
no mais profundo desespero ele começou a vaguear em busca dos pedaços caídos. Onde quer que ele encontrasse
um pedaço do corpo, ele se sentava e meditava. Em sua mente ele colocava aquele pedaço de volta com as
outras partes, e deste modo ele tentou reconstruir o corpo de Sati. Por isso existem cinqüenta e um Shakti Pithas,
ou em alguns textos cento e oito. Onde quer que tenha caído um pedaço da Mãe Divina, este local tornou-se um
pitha. Onde tem um templo da Mãe Divina, muito perto tem um templo para o Senhor Shiva. Há um templo onde o
pedaço do corpo de Sati caiu, e também um templo onde Shiva sentou-se para meditar.

Tarakashura e a Celebração do Shivaratri

Shiva estava muito desnudo. Ele costumava se cobrir de cinzas, e especialmente desde que ele perdeu sua
amada esposa e dona de casa, ele de fato não tinha nada limpo além disso para usar. Ele estava vagueando
neste estado desnudo e intoxicado, meditando na presença da Deusa, quando um dia ele veio para uma aldeia
Brahmin. Ele se encaminhou para o poço daquela vila, onde inúmeras jovens solteiras da aldeia estavam pegando
água, e pediu, "Dê-me um pouco de água para beber. Estou com sede."

As jovens olharam aquele faquir desnudo, gritaram, e saíram correndo para a vila. Quando os Brahmins
vieram ver o que tinha acontecido, eles encontraram Shiva em pé perto do poço totalmente desnudo. Eles ficaram
muito zangados e disseram, "Shiva, você não tem vergonha? Você não tem senso. Nossas jovens meninas têm
cultivado o mais elevado padrão de pureza e modéstia e aqui está você sem nenhuma vergonha, caminhando
completamente nu em nossa aldeia. Que tolice é essa! Nós amaldiçoamos você Shiva! Seu lingam caíra!"

Shiva não disse nada, mas instantaneamente seu lingam caiu. E quando isso aconteceu, simultaneamente
toda a paixão foi escoada do universo. Todos os animais pararam de procriar, e todas as plantas pararam de
produzir. Mesmo a terra parou de girar e o sol parou de mover-se em seu curso. Não havia nenhuma atração para
conduzir qualquer lei de gravidade, e todas as leis de movimento tornaram-se inúteis.

Os Deuses disseram, "O que está acontecendo na terra? Ninguém parece estar fazendo um sacrifício! Não
tivemos nosso alimento hoje. Ninguém está nos alimentando! Você sabe o que acontece quando os Deuses não são

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alimentados? Eles não mandam as chuvas. Se não chove, nada cresce sobre a terra. Os homens ficam fracos, os
Deuses ficam fracos, e a criação pode deixar de existir. Quem nós chamaremos para ajudar?"

Bem, neste tempo, havia um ashura chamado Tarakashura. Tarak significa iluminador, e ashura significa
dualidade. Tarakashura é o Iluminador da Dualidade. Ele fez uma severa tapasya, uma grande penitência.

Então Brahma veio a ele e disse, "Que dádiva você deseja? Escolha alguma dádiva e concederei seu
desejo."

Tarakashura disse, "Eu quero ser imortal. Desejo nunca morrer." Brahma disse, "Isto é impossível. Todas as
coisas que nascem devem morrer em um tempo ou outro. Escolha outra dádiva."

Tarakashura pensou por um momento e então disse, "Se eu tenho que morrer, então desejo que minha
morte ocorra somente nas mãos do filho do Senhor Shiva."

"Ó que alegria!" ele pensou. Shiva não tem um lingam, e mesmo se tivesse, ele não tem uma esposa. Eu
certamente viverei muito, muito tempo antes que Shiva consiga ter um filho!"

Brahma disse, "Tata-stu, eu darei a você esta dádiva!'

Então Tarakashura, o Iluminador da Dualidade, conquistou toda a terra e fez todos na terra serem servos
do Iluminador da Dualidade. Ele então marchou em direção aos céus e sentou-se no trono de Indra. Ele atirou todos
os Deuses e Deusas para fora do céu, e tornou-se o Senhor dos três mundos. "Eu quero que todos sirvam ao
Iluminador da Dualidade. Ninguém irá adorar os Deuses. Nem desperdiçar tempo com meditação. Somente sirvam-me.
Eu serei o único ser adorado nos três mundos," ele ordenou.

Com essas notícias os Deuses ficaram extremamente deprimidos, e neste estado abatido eles perguntavam
uns aos outros, "O que faremos? Shiva não tem um lingam, a Mãe não tem um corpo. Precisamos do filho de
Shiva para conseguir livrar-se deste malvado ashura.

Indra recordou a maldição de Bhrgu Muni, "As pessoas irão mesmo questionar a necessidade de fazer
oferendas à Indra, e em muitas terras você será completamente esquecido!"

"Tudo isso é depressivo! Como combateremos em tal estado? Bem, a primeira coisa que temos que fazer é
fazer Shiva capaz de ter um filho. Vamos pedir a ele para colocar seu lingam de volta.", disseram os Deuses.

Brahma e os outros Deuses, juntamente com todos os Brahmins, foram até onde Shiva estava sentado, e
disseram, "Shiva, por favor, coloque seu lingam."

Shiva disse, "Não foi minha idéia tirá-lo, de fato foi a maldição destes santos Brahmins que fizeram isso.
Portanto eu não vou recolocar o lingam até que cada um de vocês adorem este lingam com leite, ghee e mel. E
curvando-se com o mais elevado respeito peçam bênçãos ao lingam. Toda noite irão sentar-se e cantar canções de
adoração e devoção ao lingam. Após celebrar o Shivaratri então eu o recolocarei. Mas lembrem-se de sua promessa
de observar o voto de Shivaratri todo ano."

Então todos os Deuses e Brahmins, celebraram o Shivaratri em cada detalhe meticuloso. Shiva ficou
satisfeito, e colocou seu lingam, abençoando a criação com a capacidade de procriar.

A Divina Mãe Promete Tomar Nascimento

Então os Deuses e Brahmins, os Rsis e munis, todos foram aos Himalayas. Lá eles começaram a realizar
várias formas de tapasya para pedir que a Mãe Divina fizesse sua presença manifesta. Eles recitaram hinos para a
Deusa e cantaram as histórias de Suas manifestações. Eles realizaram sacrifício de fogo e yoga asanas, pranayama,
mudras e kryas, japa e tapa e de todo modo que sabiam eles invocaram a Mãe Divina. Eles rogaram a Ela que
por favor fizesse Sua presença manifesta.

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Quando eles se perderam no êxtase da devoção, a Mãe Divina veio e lhes falou. Ela disse, "De que
maneira pode seus desejos serem realizados?"

"Tarakashura, o Iluminador da Dualidade alcançou a dádiva de que somente filho de Shiva poderia destruílo.
Com o poder desta dádiva ele tem feito o mal sobre a terra. Portanto, pedimos a você que venha e se
manifeste numa forma personificada. Por favor, Mãe, case-se com Shiva novamente, e dê-nos o filho que irá liderar
os exércitos da divindade para a vitória na batalha."

A Mãe Divina disse, "Eu aceito sua proposta, se Shiva me quiser. Eu tentarei realizar o desejo de vocês.
Tomarei nascimento na casa de Himalaya, e executarei tapasya para conseguir o perdão de Shiva. Se ele tornar-se
gracioso e assim desejar, eu me casarei com Shiva novamente, e quando Shiva aceitar-me como sua esposa, iremos
dar nascimento a um filho que liderará os exércitos da divindade para a vitória."

Ouvindo essas notícias, Himalaya começou a chorar. "Mãe, o que tenho que fazer para merecer a honra de
tê-la tomando nascimento em minha casa? Como agirei quando me tornar o pai da Mãe Divina? Que tipo de casa
deverei ter quando a Mãe Divina nascer? Que tipo de tapasya deverei realizar? Qual deve ser o meu modo de
vida? Como devo falar? Como agir? Como devo considerar você? Como devo servir você? Como poderei amar você
tão puramente de modo que sua missão possa ser realizada? Por favor explique-me isso " A discussão destas
questões dos Himalayas constituem os ensinamentos do Devi Gita.

O Nascimento de Parvati

Após a Mãe Divina dar sua promessa aos Deuses de que ela tomaria nascimento na casa do Himalaya. O
Himalaya voltou para sua casa e esperou a chegada Dela com grande antecipação.

Finalmente Sati ia renascer na casa de Himalaya. Assim, ela era a filha da grande montanha, Parvat, e foi
chamada Parvati. Parvati tomou nascimento na casa de Himalaya, e foi um grande regozijo. Himalaya executou muito
pujas de adoração e deu tremendos daksinas como presente aos Brahmins, aos pobres e aos sem casa.

Desde sua infância, a primeira palavra que saiu de sua boca foi "Shiva". A mediada que ela crescia,
adorava fazer Shiva lingams, realizando pujas para eles, e de muitos modos aumentando sua devoção a Shiva. Ela
aprendeu todos os seus mantras e todas suas canções, e os muitos modos de como propiciar o Senhor.

Parvati cresceu sendo uma jovem muito devotada. Ela tornou-se mestre de todas as sessenta e quatro artes
que qualquer jovem merecedora de casar-se com o Senhor, deveria possuir. A seguinte é uma lista das artes que
Parvati dominava:

1. gitam = cantar
2. vadyam = tocar instrumentos musicais
3. nrtyam = dançar
4. natyam = união da dança, canto e tocar instrumentos
5. alekhyam = escrever e desenhar
6. vesesaka-cchedyam = tatuar
7. tandula-kusuma-balivikarah = formar e adornar um ídolo com arroz e flores
8. puspastarana = fazer arranjos de flores em camas, sofás ou no chão
9. dasana-vasananaga-ragah = manchar, pintar, colorir ou de outro modo pintar cabelos, unhas, corpos ou
dentes
10. mani-bhumika-karma = fixar vidros coloridos ou gemas no chão
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11. sayana-racanam = a arte de fazer camas ou estender almofadas ou tapetes para recostar
12. udaka-vadyam = fazer vasos de água para som de notas musicais
13. udaka-ghatah = armazenar água em vasos ou cisternas
14. citra yogah = fazer pinturas, enfeites e decorações
15. malya-granthana-vikalpah = confeccionar os rosários, colares, guirlandas e coroas
16. kesa-sekharapida-yojanam = amarrando o cabelo com turbantes, laços ou cobrir com flores
17. nepathya-yogah = fazer cenas ou estado de representações
18. karna-pattra-bhagah = fazer ornamentos de orelha
19. gandha-yuktih = preparar perfumes
20. bhusana-yojanam = colocação formal de ornamentos, jóias, gemas e adornos em vestidos
21. indra-jalam = mágica ou feitiçaria
22. kaucumara-yogah = rapidez e destreza em habilidades manuais
23. hasta-laghavam = cozinhar
24. citra-sakapupa-bhaksya-vikara-krya = preparar limonada, sherbets e várias bebidas com sabor e cor
25. panaka-rasaragasava-yojanam = cozer e costurar
26. sucivapa-karma = fazer flores, animais, pássaros, etc., de fio ou corda
27. vina-dama-ruka-sutra-krida = solucionar mistérios, enigmas, linguagem oculta, verbal, quebra-cabeça, etc.
28. prahelika = um jogo que consiste de repetir versos, e quando uma pessoas termina, outra tem que
começar imediatamente, repetindo outro verso, começando com a mesma letra com a qual o verso do último a
recitar terminou. Quem não consegue repetir é considerado perdedor e está sujeito a pagar um confisco ou aposta
de algum tipo. A arte de propor enigmas.
29. pratima = fazer figuras e imagens em argila
30. durvacaka-yogah = estudo das sentenças difíceis de pronunciar como um poema humorístico ou trava-
língua
31. pustaka-vacanam = leitura de livros, incluindo cantar e entonar
32. natajakhyayika-darsanam = A arte do gesto e dança
33. kavya-samasya-purnam - completar estrofes de poemas compostos por outros
34. pattika-vetrabana-vikalpah -a arte de fazer coisas grosseiras e comuns parecerem tão finas e boas
como a excelente seda
35. tarku-kamani = arte de fiar ou tece trabalhos
36. taksanam = carpintaria ou arte de construir ofícios ou comerciar, também o conhecimento de cortar
coisas
37. vastu-vidya = arquitetura ou arte de construir
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38. rupa-ratna-pariksa = conhecimento sobre ouro e prata, jóias e gemas
39. dhatu-vadah = Química e mineralogia
40. mani-raga-jñanam = conhecimento das qualidades das gemas
41. akara-jñanam = conhecimento de louvor
42. vrksa-yur-veda-yogah = conhecimento de jardinagem, tratamento de doenças, de árvores e plantas, de
alimentá-las e determinar suas idades
43. mesa-kukkuta-lavaka-yudha-vidhih = briga de galo, codorna e carneiro
44. suka-sarika-pralapanaam - falar a língua dos papagaios
45. utsadanam = a arte de falar por cantar as formas das palavras. É de vários tipos. Alguns falam por
cantar o início e o fim das palavras, outros por adicionar letras desnecessárias entre cada sílaba ou palavra, etc.
como um grosseirão.
46. kesa-marjana-kuusalam = molhar e trançar os cabelos com ungüentos e perfumes
47. aksara-mustika-kathanam = entender escritos em cifras ou códigos
48. mlechitaka-vikalpah = a capacidade de entender língua estrangeira
49. desa-bhasa-jñanam = falar os dialetos de uma região
50. puspa-sakatika-nimitta-jñanam = vários arranjos de flores, como cestas, etc.
51. yantra-matrka = preparar yantras ou diagramas místicos, amuletos, etc.
52. dharana-matrka = exercícios mentais, tais como completar estrofes ou versos recitando parte deles; ou
provendo uma, duas ou três linhas quando as linhas restantes são dadas indiscriminadamente de diferentes versos,
assim como fazer o verso todo com respeito ao seu significado, ou arranjando palavras de um verso escrito
irregularmente por separar as vogais das consoantes, ou deixa-lo completamente de fora, ou colocar no verso ou
prosa sentenças representada por sinais ou símbolos. Há muitos outros semelhantes exercícios
53. sampatyam = o conhecimento inspira riqueza e bem estar, ou sucesso e realização
54. kavya-krya = compor poemas
55. krya-vikalpah = conhecimento das regras da sociedade, e como prestar respeito e elogios aos outros
56. calitaka-yogah = conhecimento da arte da guerra, armas, exércitos, etc.
57. abhidhana-kosa-cchando-jñanam = conhecimento de usar vários vocabulários e ritmos em verso ou
linguagem
58. vastra-gopanani = a arte de distinguir indivíduos
59. dyuta-visesah = várias maneiras de jogar
60. akarsana-krida = a capacidade de puxar ou atrair alguém
61. balak-kridanakani = destreza em esportes juvenis
62. ithihasam = conhecimento da história
63. vainayikinam vidyanam jñanam = conhecimento da boa conduta moral
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64. vaijayikinam vidyanam jñanam = conhecimento que confere ou prediz a vitória
Parvati tornou-se mestre de todas elas. Desde sua juventude ela decidiu realizar tapasya, forte disciplina
espiritual, para obter Shiva como se marido. Ela foi à sua mãe, Menaka, e disse, "Mãe, eu estou indo realizar
tapasya. Estou determinada a ter Shiva como meu marido. Você me abençoa?"

Menaka respondeu, "Eu não estou certa sobre sua escolha, mas eu abençôo sua tapasya."

Usando somente um pano, Parvati foi sentar-se na geleira, onde cantou, "Om Namah Shivaya." Ela ficou
submersa nas ;águas frias e geladas que corriam ao dissolver a geleira e cantava , "Om Namah Shivaya." Ela
jejuou em água, jejuou em ar, jejuou sem mesmo tomar ar, e de muitas maneiras ela privou-se como num sacrifício
para mostrar o seu amor ao Senhor Shiva.

Senhor Shiva Reduz Amor a Cinzas

Todos os Deuses estavam extremamente ansiosos devido ao desejo pelo filho que viria do Senhor Shiva
para matar o malvado Tarakashura, o Iluminador da Dualidade. Os Deuses se reuniram e disseram, "Vamos encontrar
um modo de ajudar Parvati. Vamos ajudá-la em seu objetivo de casar-se com Shiva."

Na assembléia dos Deuses foi decidido, "Kama Deva, Deus do Amor, pegará sua flecha florida e disparará
no Senhor Shiva. SEJA PRECISO! Assegure-se de que Shiva se apaixonará por Parvati, e rapidamente ele a aceite
como sua esposa."

Kama Deva disse, "Certamente este será o meu fim. Eu devo atirar uma flecha em Shiva? Deixe-me atirála
em qualquer outro! Eu estarei mais que disposto. Mas em Shiva? Ele é o mestre de todas as paixões. Ele
recebeu a dádiva de Vishnu que somente ele ficaria livre de Mohini. Como posso inflamar Shiva com a paixão?"

Os Deuses disseram, "Você tem que tentar! Esta é a única salvação para os Deuses. Devemos dar a
Parvati toda a assistência disponível. Agora vá! Pegue sua esposa, Rati, a Primavera, junto com todas as suas
cúmplices, todos que possam ajudar e auxiliar na realização da arte do amor. Pegue-os a todos e vá atirar sua
flecha em Shiva."

Recebendo as ordens da assembléia dos Deuses, o Deus do Amor marchou para a realização da tarefa
que lhe foi nomeada. Ele viu Shiva profundamente absorvido em perfeita meditação, e o Deus do amor orou por
sucesso em sua tarefa. Todos os Deuses e Deusas do céu ficaram de pé atrás das árvores observando a cena de
longe. Rati deixou a primavera começar, e os pássaros começaram a cantar e as abelhas começaram a zumbir. O
ar estava perfumado com a fragrância de flores frescas, e o cenário era próprio para o Amor. O Deus do amor
puxou seu arco e deixou correr sua flecha. A flecha acertou Shiva.

Shiva foi despertado de sua meditação. Ele olhou a flecha que o acertou e disse, "Que é isso? Uma
flecha com uma flor na ponta? Ele pensa que eu vou cair vítima do Deus do Amor? Ele pensa que fará de mim
um escravo da paixão?"

Shiva ficou irado. De seu terceiro olho veio uma luz radiante de fogo, e ela brilhou diretamente em direção
do Deus do Amor, que foi imediatamente reduzido a cinzas.

Todos os Deuses exclamaram. "O não! O que nós fizemos? Shiva! Agora você queimou Amor em cinzas.
Como terá qualquer amor no universo?"

"Esta idéia foi de vocês, Deuses? Vocês pensaram que eu, o Senhor Shiva, cairia com as flechas floridas
do Deus do Amor?" perguntou Shiva. "Impossível! Este foi um plano muito mal concebido!"

"Mas, Shiva," responderam os Deuses. "Sati, sua esposa, tomou nascimento como Parvati, a Filha da
Montanha. Ela está fazendo tapasya para casar-se com você novamente e tê-lo como seu próprio marido. Veja, o
Iluminador da dualidade, tem atirado todos os Deuses do céu. Ele tornou-se forte com a benção que Brahma deu a
ele, de que somente o filho de Shiva seria capaz de derrotá-lo. Nós estamos dependentes de você! Precisamos que
você se case com Parvati e nos dê o filho que irá remover nossas dificuldades!"

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Shiva respondeu, "Eu estou sempre pronto e disposto a ajudar os Deuses em qualquer propósito nobre. Se
devo casar-me, casarei; mas não devido a paixão inspirada pelas flechas do Deus do Amor! Me casarei para o
propósito de proteger o Dharma e não devido ao Deus do Amor ter atirado uma flecha em mim para tentar
contagiar-me com a paixão. Se realmente Parvati é Sati, então certamente concordarei em casar-me com ela."

Rati, a Primavera, esposa do Deus do Amor, foi até Shiva chorando em desespero. "Shiva, hoje você fez
de mim uma viúva. Como desfrutarei minha vida sem meu marido? Como passarei minha vida como uma viúva? Há
alguma tristeza maior que ser privada de meu amado marido?"

Shiva disse, "Eu dou a você uma dádiva. Seu marido viverá eternamente, e ele será o mais forte e mais
dinâmico de todos os Deuses, mas ele permanecerá invisível. Embora ele toque os corações de todo ser vivente."

Recebendo a dádiva de Shiva, Rati ficou satisfeita. Ela disse, "Shiva, quando eu serei capaz de ver meu
marido novamente?"

Shiva respondeu, " Primavera, seu marido irá encarnar como o filho de Arjuna e Subhadra, a irmã de
Krishna. Seu nome será Abhimanyu. Nesta ocasião você tomará nascimento na casa de Matsyanares, o Rei de
Cheddi, e seu nome será Uttara. Uttara e Abhimanyu se abraçarão novamente, exatamente como Amor e Primavera
fazem agora."

Rati ficou muito feliz com esta dádiva, e nessa felicidade ela orou ao Senhor Shiva.

Os Deuses ficaram satisfeitos de ter recebido o consentimento de Shiva. Eles imediatamente enviaram
mensagens aos Himalayas: "Himalaya, nós trazemos a você alegres notícias. O senhor Shiva consentiu em casar-se
com Parvati."

Himalaya também ficou satisfeito. Mas Menaka, sua esposa, ficou extremamente angustiada. Ela disse, "
Himalaya, o Senhor Shiva senta-se nu sobre o topo da montanha. Ele não é um noivo justo para nossa Parvati."

Himalaya respondeu, "Menaka, você não sabe quem o Senhor Shiva é. Parvati tem feito tapasya só para
esse propósito de conseguir o senhor shiva como marido. Os Deuses mesmo desejam Shiva como marido dela. Por
favor, aceite isso."

"Tudo bem," concordou Menaka. "Permito que ocorra o casamento."

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Shiva Testa Parvati

O Senhor Shiva disfarçou-se como um caçador, aldeão nativo, e foi para onde Parvati estava realizando atapasya. Ele disse, "Ó jovem , que tapasya você esta realizando?"

Parvati respondeu, "Eu quero casar-me com o Senhor Shiva."

O caçador riu, "Há, há! Senhor Shiva! Você quer dizer aquele sadhu nu que vive no topo da montanha
sozinho por si mesmo, que senta o dia todo em meditação, que se associa com fantasmas e goblins e que está
sempre intoxicado; você quer se casar com este senhor Shiva?"

"Sim, este Senhor Shiva, o Senhor dos Três Mundos!"

"Ó não! Uma jovem tão bela quanto você e hábil nas sessenta e quatro artes merece um marido melhor
que este."

"Quem pode ser um marido melhor que o Senhor Shiva?"

"Eu!" respondeu o caçador.

"Huh!" disse Parvati. "Saia daqui agora mesmo! Deixe-me sozinha! Eu não terei nenhum outro a não ser o
Senhor Shiva como meu marido! Eu não ficarei ouvindo seus insolentes insultos! Eu não terei ninguém, só Shiva!"

Quando Shiva ouviu aquelas palavras, ele assumiu sua forma e disse, "Que assim seja, eu aceito."

O Casamento de Shiva e Parvati

Parvati retornou à sua casa e mensagens foram enviadas ao Himalaya para fazer os arranjos para o
casamento de sua filha. Toda a cidade e todos os palácios foram garbosamente decorados para receber a festa dos
noivos, e a ponte foi adornada em glorioso esplendor. A procissão do casamento ocorreu. Shiva saiu do Monte
Kailasa acompanhado por todos os seus amigos, os fantasmas e goblins, e exatamente quando ele alcançou os
arredores da cidade, ele pensou, "Farei uma brincadeira com todas aquelas pessoas."

Shiva transformou-se num homem torto, contorcido e feio, dançando freneticamente nas ruas. O desfile
nupcial marchou pela cidade e em direção ao pavilhão nupcial onde a cerimônia de casamento aconteceria.

Menaka olhou para baixo, para a festa do casamento e exclamou, "Quem é aquela monstruosidade lá
embaixo?"

Parvati olhou e respondeu, "Aquele é o meu Shiva!"

E Menaka disse incredulamente, "Aquele é o seu Shiva? De modo algum! Onde está seu pai? Himalaya!
Não podemos prosseguir com este casamento! Não permitirei que minha filha se case com aquele monstro contorcido
lá embaixo!"

Himalaya disse, "Menaka, você fica fora disso. Tudo já foi arranjado. Nós estamos fazendo um trabalho dos
Deuses. Parvati, o que você diz? "

"Aquele é o meu Shiva!" respondeu Parvati. "Eu quero me casar com ele!"

"Menaka," continuou o Himalaya. "Você não tem nada a dizer. Se você deseja participar, fique aqui e fique
quieta. Caso contrário, você irá para o seu quarto e fechará a porta."

Menaka exclamou, "Minha filha! Minha única filha! Ao menos diga a Shiva para colocar uma boa forma e
uma coroa em sua cabeça, e vir ao casamento como um Deus digno."

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Himalaya desceu para falar com Shiva e disse, "Shiva, por favor assuma uma forma bela só para agradar
minha esposa."

Shiva respondeu, "Certo". E instantaneamente tornou-se muito belo, enfeitado com ouro e jóias, sedas finas
e panos de cetim. Com o dígito da Lua como sua coroa. Todos os três mundos regozijaram-se e celebraram o
casamento de Shiva e Parvati. E que casamento foi aquele! As conchas soavam e os tambores tocavam quando os
mantras védicos eram recitados. Todos os Deuses e Deusas do céu fizeram chover flores e bênçãos sobre o divino
casal. E todos esperaram pelo nascimento do filho que livraria os Deuses do domínio do Iluminador da Ignorância.

Menaka Ascende ao Céu

Depois do casamento de Parvati e Shiva, Indra chamou Menaka, "Menaka, você completou seu trabalho
neste mundo. Você deu nascimento à Divina Criança, Parvati, e a deu em casamento. Agora volte a viver em Indra
Loka, no céu."

Menaka ficou satisfeita que seu karma no mundo estava completo, e ela ficou feliz em retornar ao seu
abrigo em Indra Loka. Com grande prazer ela deixou seu corpo terreno e ascendeu aos céus.

A Maldição de Jaya e Vijaya

Certa vez os quatro Kumaras: Sanatana, Sanaka, Sananda e Sanat Kumara foram até Vaikuntha, a casa do
Senhor Vishnu. Eles desejavam ter uma audiência com o Senhor. Quando eles chegaram, encontraram o portão da
casa trancado, e Jaya e Vijaya estavam de pé ao lado da entrada protegendo a privacidade do Senhor.

"Temos que ver o Senhor," declararam os quatro irmãos.

"Estamos pesarosos," responderam Jaya e Vijaya, "mas o Senhor está dentro do apartamento interno
desfrutando de algum tempo privado com a Deusa Laksmi. Ninguém pode entrar para perturba-los."

Os quatro irmãos explicaram, "Nós somos devotos puros do Senhor, não há tempo em que o Senhor não
fique acessível à Pura Devoção! Portanto por favor informe ao Senhor que chegamos e que pedimos uma audiência
imediata com Ele."

Jaya e Vijaya novamente barraram o caminho. "Nosso Senhor é um homem ocupado, sempre lutando com
ashuras, ou tentando satisfazer os devotos. Ele dificilmente tem uma oportunidade de relaxar sozinho com sua esposa.
Por que vocês não voltam amanhã?"

Os quatro irmãos ficaram impacientes. "Sabemos que vocês estão somente realizando seu dever e tentando
servir o Senhor. Contudo, mesmo com a melhor das intenções, ninguém tem autoridade de separar um devoto puro
do Senhor. Portanto, nós iremos certamente os amaldiçoar. Mas devido vocês terem cometido um erro na realização
de seu serviço ao Senhor, iremos deixar vocês decidirem a natureza da maldição. Vocês podem escolher entre sete
nascimentos em famílias de Rsis, ou três nascimentos em famílias de ashuras."

Jaya e Vijaya consideraram a decisão. "Sete nascimentos no mundo dos mortais é muito tempo para ficar
longe do céu. Será melhor tomar três nascimentos na forma de ashuras, e voltar rapidamente."

Então os quatro irmãos pegaram um pouco de água do Ganga e pronunciaram a maldição, "Nasçam como
ashuras por três nascimentos!" Eles jogaram a água sobre Jaya e Vijaya, que ficaram destinados a manifestarem-se
no mundo.

Madhu e Kaitabha

O primeiro nascimento que eles tomaram foi como os irmãos Madhu e Kaitabha, também conhecidos como

o Muito e o Pouco, que tentaram matar Brahma quando ele estava sentado no lótus no umbigo de Vishnu. O Muito
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e o Pouco tinham designado que toda a existência ficasse em ação, e em nenhum tempo eles permitiam a um
indivíduo ficar tranqüilo. Se alguém tinha Muito, então deveria ter que ficar livre de um pouco. Se alguém tinha
Pouco, então deveria obter mais algum.

Vishnu estava mergulhado no descanso místico da divina união nesse tempo, assim Brahma cantou um hino
de louvor para a Mãe Divina, Yoganidra, Deusa do Sono Místico, para desperta-lo de seu sono e alertá-lo para o
ataque. Por cinco mil anos o Senhor Vishnu lutou com os dois ashuras. Realizando que eles eram invencíveis, ele
começou a orar à Mãe Divina para mostrar-lhe como derrotá-los. A Mãe Divina prometeu que Ela os pegaria pelo
excesso de egoísmo que eles tinham.

Então Vishnu disse para aqueles dois ashuras, "Estou extremamente satisfeito com a coragem de vocês na
batalha. Desejo dar-lhes uma dádiva. Escolham a dádiva de mim."

Aqueles ashuras, Madhu e Kaitabha, responderam, "Ah, Vishnu! É sempre o mais forte quem dá dádivas ao
mais fraco. Vendo que nós somos mais fortes que você, e você não tem meio de nos derrotar, então é você quem
deve nos rogar por uma dádiva. Vá em frente e peça. Qualquer coisa que você peça não te será negada."

Vishnu pediu, "Eu desejo saber de ambos vocês os meios de suas mortes."

Sendo enganados pela Mãe Divina, os ashuras responderam, "Você só poderá nos matar onde não haja
água. Mas, veja você, todo o mundo está inundado, assim não há lugar algum onde possamos ser mortos."

Vishnu então os pegou em seu colo, e expandindo sua forma universal, ele os matou com seu disco.

Hiranyaksa e Hiranyakasipu e a História de Prahlad

A seguinte encarnação de Jaya e Vijaya veio na forma dos irmãos Hiranyaksa e Hiranyakasipu. Hiranyaksa
escondeu a terra debaixo das águas do mar. Toda a criação chamou o Senhor Vishnu para que nascesse para
salvar a terra. Vishnu veio como um javali, mergulhou em baixo das águas do mar, e levantou a terra com Suas
presas. Ele colocou a terra sobre as águas, e matou o demônio Hiranyaksa na batalha.

Então o irmão Hiranyakasipu reinou em seu lugar. Hiranyakasipu tinha obtido a dádiva de que ele não
podia ser morto nem de dia nem de noite. Ele não podia ser morto nem do lado de dentro, nem do lado de fora.
Ele não podia ser morto por homens nem por animais. Ele não podia ser morto por qualquer arma conhecida pelo
homem. Com o poder dessa dádiva, Hiranyakasipu conquistou a terra e os céus. Então ele fez uma lei de que
nenhum outro seria adorado a não ser ele mesmo. Ele encarcerou todos os Rsis, destruiu os templos e fez todos
os adorarem.

O rei foi abençoado com um belo filho chamado Prahlad. Ele era uma criança divina, e a primeira palavra
que veio de sua boca foi, "Vishnu".

O rei tornou-se muito zangado com sua esposa. "Onde meu filho aprendeu uma palavra como esta? Você
tem que ver melhor sua educação. Eu não terei semelhante blasfemador dentro de minha própria casa. Ninguém irá
dizer o nome de meu arqui
iinimigo!

Quando o menino cresceu, ele adorava sentar-se para adoração, e gostava muito de canções devocionais ao
Senhor. O rei chamou um professor. "Ensine meu filho os modos próprios do comportamento de um ashura. Eu não
quero que ele coloque essas imperfeitas idéias em sua cabeça sobre adoração, meditação e respeito aos Deuses,
mas é melhor você ensiná-lo que somente eu devo ser adorado. Você deve faze-lo esquecer todas essas coisas
sobre Vishnu!"

Os professores levaram-no para a escola. "Agora classe, nós nascemos na raça ashura, e é nosso dever
lembrar que estes corpos que usamos são para ser satisfeitos a todo tempo. A única adoração ordenada aos
ashuras é a adoração ao nosso rei, e não temos nenhuma outra responsabilidade na vida que não seja desfrutar
através de nossos sentidos tanto quanto nos for possível. Esta é a marca de um verdadeiro ashura..."

-30


No intervalo Prahlad foi para o pátio com as outras crianças. "Eu tenho um grande jogo para brincar," ele
disse. "Vamos pretender ser Rsis meditando sobre o Senhor". Ele mostrou para todas as outras crianças como
meditar. Ele igualmente prendeu seu cabelo no alto em um nó, e as crianças realizaram adoração exatamente como
os Rsis.

"Ó Rei! Ó Rei!" dizia o professor. "É melhor ter seu filho fora de minha escola. Ele está corrompendo os
outros estudantes. Ele ensina sobre os Deuses, sobre puja e meditação. No intervalo ele tem realizado todas as
coisas que nós somos contrários. Por favor tire aquela criança de minha escola antes que ele contagie todas as
outras crianças!"

O rei chamou seu filho, Prahlad. "Meu filho, por que você não pode ser como as outras crianças? Por que
você está sempre se metendo em problemas? Quando você aprenderá a ser um bom ashura e respeitar as leis e
costumes de nossa sociedade?"

"Pai," respondeu o jovem Prahlad. "Eu nunca fiz nada que fosse contra o dharma. Eu nunca tive qualquer
comportamento que desrespeitasse o meu Senhor. Qual é a queixa contra mim?"

"Que Senhor é este que você está buscando agradar?" perguntou o rei.

"Todos sabem que há somente Um Deus da criação, pai."

"E qual é o nome pelo qual você chama este Deus? "

"Ele tem muitos nomes, mas eu o chamo Vishnu," respondeu o filho.

"Vishnu! Meu arqui
iinimigo! Como você ousa falar o nome dele em minha casa! Quem quer que fale este
nome em meu reino será punido com a morte."

"Pai, como você pode ser tão antagonista ao Senhor? Deus protegerá qualquer devoto que se render a
Ele."

"E quem é este Deus?" perguntou o pai.

"Vishnu", respondeu Prahlad.

"Capitão da Guarda!" chamou o rei. Leve este pecador ao topo de uma montanha e atire-o do mais alto
pico. Esteja certo de que ele caíra e morrerá. Veremos se Deus pode salvá-lo, quando este deus vivente diante de
você já tenha decretado sua morte."

Os soldados escoltaram Prahlad ao mais elevado pico da montanha. Antes de empurrá-lo do topo, o capitão
perguntou, "Você tem alguma última palavra?"

Prahlad proclamou, "Jaya Vishnu!". E os soldados o empurraram do topo.

Quando Prahlad caiu no espaço abaixo, Vishnu enviou sua águia, Garuda, para pegar a criança no ar. Eles
voaram diante dos soldados, e deslizaram gentilmente ao chão.

"Nós tentamos atirá-lo da montanha, meu senhor, " gaguejou o capitão da Guarda. "Mas o carregador de
Vishnu, aquela águia, veio no caminho e o salvou."

"Então amarre-o e atire ao mar". Gritou o pai.

O Capitão da guarda escoltou o prisioneiro até o oceano, e fez seus soldados amarrarem pesadas correntes
no corpo de Prahlad. O capitão perguntou, "Você tem alguma última palavra?"

Prahlad proclamou, "Jaya Vishnu!" e os soldados o empurraram na água. Prahlad afundou. Vendo seu
devoto em grande perigo, o Senhor Vishnu tornou-se um peixe. O Matsya Avatar. O peixe gigante nadou até onde
Prahlad caiu, enganchou a corrente ao redor de sua barbatana e rapidamente nadou para a superfície, deixando o
menino na orla.

-31


"Maharaj," gaguejou o Capitão da Guarda. "Mesmo o mar não tomou esta sua criança. Agora o que

faremos com ele?"

O rei olhou assombrado. Então chamou sua irmã, Holika. Holika tinha recebido a dádiva do fogo divino de
que nada poderia queimá-la. "Holika, pegue Prahlad em seus braços e segure-o em um intenso fogo, assim ele será
queimado!"

Os soldados acenderam o fogo, e Holika abraçou Prahlad em seu seio e eles pularam no fogo. Prahlad
fechou os olhos e recitou os nomes de Vishnu. As chamas subiam e os engoliam completamente. Prahlad continuou
seu japa. Quando ele abriu os olhos, ele viu que o fogo tinha queimado sua tia, mas ele nem mesmo sentiu o
calor. Desde este dia nós celebramos a salvação de Prahlad e a morte de Holika com o Festival de Holi.

O rei ficou enfurecido. Não havia nada que pudesse matar esta criança? "Onde este Deus Vishnu vive, que
você tem tanta fé de que ele irá protege-lo em todas as circunstancias?" ele perguntou ao filho.

"Vishnu vive em todo lugar." Respondeu o jovem devoto.

"Ele vive nos pilares do palácio?" perguntou o poderoso rei puxando sua espada.

"Sim, Pai, ele será encontrado mesmo nos pilares do palácio." respondeu Prahlad.

O rei golpeou o pilar com toda sua força. A pedra rachou e se esmigalhou com um tremendo barulho,
caindo ao chão e revelando um grande ser sentado em um trono lá dentro. Ele não era nem homem nem animal.
Tinha a metade homem e metade leão, e ele era terrivelmente horroroso. Hiranyakasipu correu para a porta. Quando
ele alcançou o umbral, ele pode ver que era crepúsculo, o sol estava se pondo. Não era dia ou noite. Então o
grande animal, Narasingha, agarrou o rei e o arrastou até ao portal, onde ele não estava nem do lado de dentro,
nem do lado de fora. E usando as garras de suas mãos, o Avatar de Vishnu rasgou o estômago de Hiranyakasipu
e bebeu o sangue. Prahlad cantou hinos de louvor ao Senhor Vishnu, e por todo o reinado de Prahlad, houve paz
e prosperidade naquela terra.

-32


Ekavirya e Ekavali

Um dia o Senhor Vishnu entrou nos apartamentos internos em Vaikuntha, onde viu Laksmi olhando da
janela. Ele a chamou, mas ela não prestou atenção. Ela meramente mantinha-se de pé olhando para fora da janela.
"Laksmi." chamou Vishnu. "O que você está olhando?"

Laksmi estava tão atenta ao que estava olhando que nem mesmo percebeu que o Senhor havia entrado.

"Laksmi", chamou Vishnu novamente. "Onde está você?" E nenhuma resposta.

"Laksmi", chamou Vishnu novamente "O que você está olhando com tanta atenção que até mesmo ignora
seu marido? Você esqueceu da presença de seu Senhor?" Vishnu veio para perto da janela e olhou para ver o
cavalo Uchchaisrava, o cavalo da sabedoria, que foi produzido do batimento do oceano de leite, voando pelo céu.

"Ó Laksmi, se você está tão enamorada de cavalos desça na terra e torne-se um cavalo!" disse Vishnu
zangado.

"Ó meu Senhor, o que você disse?" perguntou a pasma Laksmi.

"Eu disse vá para a terra e torne-se um cavalo! Respondeu o irado Vishnu.

"Por que você tem que me fazer isto? Por uma pequena falta minha, você está me dando uma tal grave
maldição?"

"Nós temos algum karma para realizar."

"Como me tornarei livre desta maldição?" perguntou Laksmi.

"Quando chegar o tempo eu irei como garanhão e teremos um filho que é destinado à grandeza."

Laksmi foi para a terra na forma de uma égua. Dia e noite ela repetia os mantras do Senhor Vishnu, e
buscava pelo aparecimento do seu Senhor. Deste modo cem mil anos se passaram. Ela não podia calcular onde
Vishnu estava ou o que possivelmente o estava mantendo longe. Finalmente ela teve uma idéia. Ela disse, "Om
Namah Shivaya," e imediatamente o Senhor Shiva apareceu.

"Olá Laksmi", Shiva estendeu suas saudações. "O que você está fazendo aqui na forma de um cavalo?
Onde está o Senhor Vishnu?"

"Eu tenho esperado por Vishnu pelos últimos cem mil anos." Respondeu a impaciente Laksmi.

"Então por que você me chamou?" perguntou Shiva.

"Shiva, eu tenho que lhe falar a verdade. Um dia o Senhor Vishnu estava sentado em profunda meditação.
Por muito tempo ele não se moveu o mínimo. Ele apenas sentou-se lá absorvido. Quando ele despertou, eu
perguntei-lhe, "Devadeva, Jaganath, Deus dos Deuses, Senhor do Universo, todos procuram por seu amparo e
proteção, toda a existência medita em você. Em quem você estava meditando?"

"Então meu Senhor respondeu, 'Minha amada Laksmi, eu estava meditando no Senhor Shiva.
Verdadeiramente Ele é meu Ser interior. Por isso depois de cem mil anos cantando o nome de Vishnu e ele não
apareceu, eu pensei em chamar você."

"O que posso fazer por você, Laksmi?" Perguntou Shiva.

"Por favor, lembre ao meu Senhor que eu o estou aguardando, assim como por seu comando."

Shiva foi para Vaikuntha e disse, "Olá Vishnu, o que aconteceu com você? Você parece terrível, como se
Laksmi não estivesse em casa. Parece que você não lava ao seus pratos há muito, muito tempo. Onde está sua
esposa? "

-33


Vishnu ficou atordoado com a lembrança. "Shiva, você tem que me desculpar. Eu tenho uma função muito
importante para executar na terra."

Vishnu desculpou-se e desceu para a terra onde tornou-se um garanhão. Laksmi viu o garanhão e o
reconheceu imediatamente e eles deram nascimento a um lindo filho.

"Venha, Laksmi vamos retornar para Vaikuntha." Disse Vishnu.

"Você não tem coração? Como pode deixar este pobre e indefeso bebe sozinho?"

"Nosso karma está completo. Vamos para casa." Disse o Senhor.

"Senhor, eu não posso deixar minha criança como esta", disse Laksmi.

"Está bem". Disse Vishnu, e transformou o bebe cavalo em um humano. "Vamos". Disse ele.

Com isso ele subiu na atmosfera em direção à Vaikuntha. Laksmi deu uma última olhada em sua criança e
seguiu para a casa de seu marido.

Justamente então o rei Turvasu vinha, montando em sua carruagem diante de seu exército. "Quem
abandonou aquela criança sozinha no deserto?" assombrou-se o rei. "que belo menino! Eu tenho praticado ascetismo
pelos últimos cem anos para ter um filho divino. Certamente este é o filho que Deus prometeu. Eu o levarei para
casa e o criarei como meu próprio filho."

O rei levou a criança para a carruagem e retornou para casa. Ele criou o menino até que ele tornou-se
um guerreiro bem educado e de boas maneiras e de coragem superior. Ele era conhecido como Ekavirya, o
Guerreiro da União, ou Ele que tem atenção. Turvasu realizou todos os ritos de passagem de seu filho e observou
sua educação. Quando ele se convenceu de que Ekavirya estava totalmente qualificado, ele colocou seu filho no
trono para governar a terra, e com sua esposa foi executar tapasya na floresta.

O rei Rabhya tinha uma bela filha chamada Ekavali, o Espirito de União. Ela tinha nascido do fogo divino
no momento da oferenda sacrificial. A princesa Ekavali gostava de brincar entre as flores, e todo dia ela ia com
suas amigas para fora dos portões da cidade para brincar entre as flores silvestres da margem do rio. O rei
informou a sua filha que ele se preocupava com sua segurança, e construiu um belo jardim dentro do palácio para
ela brincar, mas Ekavali achou o jardim muito doméstico e mais uma vez saiu para brincar. Então o rei enviou uma
escolta de soldados para guardar a menina quando ela brincava fora dos portões da cidade.

Um dia o malvado rei Kalaketu, o Fornecedor da Escuridão, veio até onde as meninas estavam brincando.
Vendo a beleza da princesa, ele e seus soldados atacaram os guardas. Tendo pegado os guardas inadvertidamente,
eles foram dominados por sua força superior, e Kalaketu roubou a princesa Ekavali. Kalaketu manteve sua prisioneira
na torre do palácio junto com a amiga dela, Yasovati. Ele ordenou que Ekavali se casasse com ele, mas a princesa
não concordou. Ela chorou muito. "O que nós fizemos? " Perguntou ela à Yasovati.

Yasovati respondeu, "Eu conheço o mantra HRIM, o mantra da Deusa Mãe Divina. Eu farei japa, e Ela
fará meu caminho limpo assim eu posso pedir ajuda."

Justamente então um bonito e jovem príncipe vinha montando diante de um grande exército. "Ó jovem por
que você está chorando? Ninguém deve ficar triste neste reino, especialmente enquanto eu estou pronto a servi-la."

"Minha amiga e eu fomos roubadas pelo malvado rei Kalaketu. Ele derrotou nossos guardas, fez-nos
prisioneiras, e nos fechou lá em cima da torre do palácio. Eu consegui escapar, mas a princesa Ekavali é ainda
mantida presa. O malvado rei Kalaketu diz que ela deve se casar com ele, mas ela diz a ele que desde sua
infância os astrólogos disseram, que ela estava destinada a casar-se com um homem chamado Ekavirya." Explicou
Yasovati.

"Eu sou Ekavirya!" declarou o príncipe. "Onde é o palácio do malvado rei? Estou pronto para enfrentá-lo em
uma guerra! Eu libertarei minha esposa e livrarei a terra da Escuridão."

-34


"Não, meu príncipe. Primeiro você deve ficar bem armado. Busque a iniciação do Guru Dattatreya no Triloki
Tilakam, o mantra que é a mais elevada expressão dos três mundos. Então iremos lutar."

Ekavirya curvou-se diante de Dattatreya. "Guruji, por favor me inicie no mantra do Triloki Tilakam, pelo qual
eu posso matar o malvado rei Kalaketu, o Fornecedor da Escuridão, e libertar minha esposa."

Dattatreya explicou, "HRIM, a totalidade de Maya; Gauri, Ela Quem é Raios de Luz; Rudra, a Aliviadora dos
Sofrimentos; Dayite, Doadora de Compaixão; Yogeswari, o Supremo Ser de União; Hum, cortai o ego; Phat, purificar;
Svaha, Eu sou um com Deus! Vá meu filho," Dattatreya disse em bênção, "Derrote o malvado rei!"

Ekavirya marchou na batalha e venceu o malvado Fornecedor da Escuridão, o rei Kalaketu. Ele libertou a
princesa capturada Ekavali e quando Yasovati explicou para sua amiga o que tinha acontecido, ela disse para
Ekavirya, "Por favor leve-me ao meu pai. Ele abençoará nosso casamento conforme os costumes de nossa família."

Então Ekavirya levou Ekavali para casa de sua família, e o rei Rabhya e sua família celebraram o divino
casamento conforme as tradições de todos os ancestrais. Ekavirya e sua consorte Ekavali estabeleceram a adoração
da Mãe Divina em seu reino, fixaram novos ideais de respeito durante seu reinado. Os nomes de seus filhos foi
Krtavirya, e o filho Kartavirya. Assim foram as origens da dinastia dos reis Haihaya

Visvarath Conquista a Índia

Havia um grande rei chamado Ghade que tinha um tremendo domínio e era um rei muito virtuoso e
dharmico. Ghade tinha um nobre filho cujo nome era Visvarath.

Quando Visvarath cresceu a uma idade satisfatória, rei Ghade disse, "Filho, eu decidi retirar-me para a
floresta para praticar tapasya pelo resto de meus dias. Por favor fique com a responsabilidade de manter e proteger
esse reino. Devotarei o resto de minha vida à disciplina espiritual." Visvarath respondeu, "Pai, o primeiro dever de
um filho é realizar os desejos de seu pai, e de todo modo possível ajudar ao pai a alcançar emancipação. Portanto
se é seu desejo que eu tome a responsabilidade sobre o reino, eu não tenho nada a dizer. Mas por favor, discuta
esse assunto com nosso guru e seus ministros. Apresente esse assunto diante das pessoas, e então deixe que elas
determinem se desejam ou não ter-me como rei."

Ghade pensou, "Que nobre filho eu tenho."

Ele chamou os Gurus da terra, os Brahmins e representantes das pessoas de seu reino e disse, "Eu
desejo devotar-me ao caminho da auto-realização durante meus últimos dias na terra. Decidi retirar-me para a floresta,
e levar uma vida de ascetismo. Onde eu possa praticar meditação e contemplar uma vida religiosa livre de
responsabilidades de ser um rei. Eu determinei que meu filho Visvarath irá tornar-se rei em meu lugar." E todas as
pessoas reunidas, todos, gritaram, "Visvarath, ki jay! Que nobre rei nós temos! Que grande exemplo! Que filho
maravilhoso teremos como nosso governante!" As pessoas unanimemente reconheceram Visvarath como o rei do país.
Ghade retirou-se para a floresta com sua rainha, e lá começou a praticar tapasya.

Algum tempo depois Visvarath começou a pensar, "Um rei da classe dos guerreiros só será bem sucedido
se expandir as fronteiras de seu reino. Não é suficiente que tenha recebido esta nação como herança de meu pai,
que a construiu para mim. Deverei passar a mesma coisa para meu filho? Devo adicionar à herança que recebi de
meus ancestrais. Só então poderei passar meu legado para meus próprios filhos. "Ele chamou todos os sábios e
eruditos homens do seu reino e disse, "Decidi ir à guerra para expandir as fronteiras de meu reino."

Todos os gurus, Sannyasis e bhramins unanimemente disseram, "Rei por favor não faça isso! Nós somos
saudáveis, ricos e vivemos em paz. Temos abundância. Por que ir para a guerra? Se você pegar todos os homens
do campo para serem soldados em seu exército, quem irá colher a colheita?" Visvarath não ouviu. Ele disse, "Meu
dharma como um rei ksatriya é lutar. Devo lutar e realizar meu dharma. Que tipo de fama e glória receberei se
apenas pegar a herança de meu pai e passá-la ao meu filho? Ninguém se lembrará. Somente se eu aumentar a
riqueza de minha família, valor e fama serei recordado. Tomarei todos os fazendeiros e os alistarei em meu exército.
Que sejam preparados para marcharem para a guerra! "

-35


Por ordem do rei todos os cidadãos foram alistados no exército e treinados para a guerra. Visvarath
marchou em conquista, Em pouco tempo ele subjugou todos os reinos vizinhos e moveu-se por todo o império paraconquistar toda a Índia. Vitória após vitória, ele marchou adiante até que ninguém sabia os limites do reino. Somente
após tomar tributo de muitos reis e tomar as coroas das cabeças de muitos príncipes, ele ficou satisfeito, e então
ele virou-se e retornou para casa.

A Vaca de Vasistha

Ele tinha marchado em direção à casa por muitos dias e suas tropas estavam cansadas e famintas.
Quando ele chegou ao eremitério de Vasistha Muni, Vasistha ficou muito satisfeito de ouvir que Visvarath, o rei tinha
vindo visitar seu asrahma. Ele enviou Sannyasis e Brahmacharis para encontrar o rei e escoltá-lo ao eremitério com
honra e respeito.

Vasistha disse, "Meu rei, gostaria de ser meu convidado para a ceia?"

Visvarath respondeu, "Tenho um tremendo exército comigo. Como é possível para o rei banquetear-se
enquanto seus soldados têm fome?"

Vasistha disse, "Não, não! Isto não é possível! Eu convidei todos vocês. Por favor permita-me o privilégio
de estender minha hospitalidade a todos vocês."

Visvarath ficou feliz em aceitar o convite de Vasistha. Vasistha foi à sua vaca, Nandi. Ele disse, "Nandi,
temos visitantes hoje. O rei veio com todo seu exército. Vamos oferecer hospitalidade de Brahmins."

Nandi abriu sua boca e para fora saiu suntuosas refeições, pratos cheios de comida. Vasistha apertou os
úberes de Nandi e o leite jorrou em baldes, de onde veio coalho e ghee, que produziram muitos pratos e doces.
Muitas coisas foram feitas com o leite de Nandi. Todos os soldados do tremendo exército sentaram-se para comer, e
se um soldado desejasse um prato particular, a ordem era dada a Nandi, e imediatamente aquela comida vinha.
Aquelas eram as mais suntuosas, saborosas, sensuais delicias que alguém podia possivelmente imaginar.

Visvarath estava surpreso. "Que maravilhosa comida você preparou Vasistha! Como pode alimentar tantas
pessoas? "

Vasistha disse, "É minha vaca sagrada, Nandi."

Que vaca surpreendente você tem, Vasistha. Penso que Nandi é a Kamadhenu, a vaca que dá satisfação e
realização de todos os desejos."

"Sim , de fato ela é," concordou Vasistha.

Visvarath ficou muito satisfeito, e ele curvou-se ao Guru Vasistha, e retornou com seu exército para o reino.
Quando ele marchou para seu reino ele viu que toda a terra estava estéril. Ele olhou as expressões cansadas das
faces de seus cidadãos e viu que eles tinham estado vivendo em uma pobreza miserável. Ele foi montado como um
rei vitorioso pelas ruas principais da capital, todavia ninguém tinha energia para vir dar-lhe as boas vindas. Quando
ele chegou ao palácio, seus ministros vieram saudá-lo.

"Que aconteceu ao meu reino?" perguntou Visvarath. "Não há ninguém aqui para saudar-nos ou gritar pela
volta de seu rei vitorioso para casa? Que tipo de súditos são esses? O que tem acontecido aqui?"

Os ministros responderam, "Vossa majestade, quando o senhor levou todos os homens para lutar em suas
guerras, não ficou ninguém aqui para ceifar a colheita. Quem estava aqui para atender aos campos? Seus súditos
estão famintos. O que faremos com todo esse ouro que trouxestes? Poderemos comê-lo? "

O rei pensou, "Que pode ser feito agora? Como poderemos alimentar todos os cidadãos?" Então ele
lembrou-se da suntuosa refeição que ele recebeu no ashram de Vasistha . Assim ele tomou a decisão de retornar
ao ashram e trazer a vaca, Nandi, para seu capitólio.

-36


Imediatamente ele prosseguiu para o ashram de Vasistha e disse, "Vasistha, por favor dê-me sua vaca."

Vasistha disse, "Rei não posso dar-lhe minha vaca. Esta é Nandi. Eu faço todos os meus yajñas de seu
ghee. Ela é um membro de minha família."

Visvarath disse, "Vasistha, eu darei cem vacas à você. Dê-me aquela vaca."

Vasistha disse, "Rei, sinto muito. Fique com suas cem vacas. Aquela é minha Nandi. Eu não posso dar a
você a minha vaca."

Visvarath disse, "Tudo bem Vasistha, eu darei a você mil vacas. Mas dê-me aquela vaca."

Vasistha disse, "Ó rei, fique com suas mil vacas. Aquela é minha Nandi. Eu faço todos os meus yajñas
do ghee preparado de seu leite. Eu não darei a você esta minha vaca."

Visvarath disse, "Eu preciso daquela vaca, e se você não me dar esta vaca agora mesmo. Eu a irei pegar
à força."

Vasistha disse, Você pode tentar tomar a vaca à força, se gosta de roubar de um Brahmin. Mas rei, eu
não darei a você a minha vaca."

Visvarath disse, "Capitão da Guarda, amarre uma corda ao redor do pescoço daquela vaca e traga-a ao
meu capitólio!"

O Capitão da Guarda chamou seus soldados, "Soldados, coloquem uma corda ao redor do pescoço daquela
vaca!"

Os soldados fizeram como foi ordenado e colocaram a corda ao redor do pescoço de Nandi e começaram
a puxar. A vaca disse, "Vasistha, você me deu para aquele rei?"

E Vasistha respondeu, "Não."

"Então por que esses soldados colocaram uma corda ao redor de meu pescoço e estão tentando me puxar
para longe?"

"Nandi, eu nunca disse a eles que podiam fazer isso. Eu nunca concordei em deixar você ir, nem por
força nem por nenhum preço."

"Você não fez?"

"Não!"

Repentinamente Nandi mugiu, e de sua boca vieram legiões de soldados, pesadamente armados, e
começaram a correr para atacar o exército do rei. O exército do rei começou a lutar, mas todos os seus soldados
foram derrotados. Todo o exército estava perdido, Então os soldados de Nandi foram para cima de Visvarath. Ele
correu! Os soldados correram atrás com as armas prontas para atirar. Ele correu ao redor de todo o continente, com
os soldados correndo logo atrás. Ele correu e correu muitíssimo rápido, mas os soldados continuavam atrás. Ele
correu em círculo e voltou ao ashram de Vasistha, onde caiu aos pés de Vasistha chorando, "Salve-me! Eu tomo
refúgio em você. Por favor poupe minha vida, eu irei para a floresta praticar tapasya. Também, me tornarei um
Brahma Rsi!"

Vasistha disse, Certo, eu o pouparei. Vá realizar sua tapasya, e veja o que você realiza dentro de você
mesmo."

Visvarath curvou-se ao Brahmin Vasistha. Ele largou a armadura e as armas e colocou uma roupa de um
ermitão, e foi para a floresta começar a praticar austeridades.

-37


Visvarath torna-se Visvamitra

Assim Visvarath começou sua tapasya. Ele sentou-se absorvido em profunda meditação por longos períodos
de tempo. Quando ele sentou-se na mais profunda meditação, ele emitiu uma vibração tão forte que as três Deusas
vieram: Mahakali, Mahalaksmi e Mahasaraswati. Cada qual colocou sua essência, a essência da sabedoria que elas
personificavam. Aquelas essências de sabedoria uniram-se e se manifestaram como GAYA -sabedoria: TRI -três;
GAYATRI, a personificação das três formas de sabedoria: Criação, Preservação e Transformação, ou Sattva Guna,
Tama Guna e Raja Guna. Esta essência de sabedoria tornou-se uma Deusa conhecida como Gayatri. Ela veio à
Visvarath em sua meditação abençoou-o, e revelou a ele o mantra Gayatri:

"Om Bhur Bhuvah Svaha Tat Savitur Varenyam Bhargo Devasya Dimahi Dhiyo Yo Na Pracodayat."

Om O Infinito Além da Concepção
Bhur O corpo grosseiro de percepção sensória
Bhuvah O corpo sutil de concepção mental interna
Svah O corpo causal de reconhecimento intuitivo
Tat Aquele
Savitur Luz da Sabedoria
Varenyam Mais elevado
Bhargo Riqueza
Devasya Dos Deuses
Dimahi Nós meditamos sobre
Diyo Yo Nah Dai-nos
Pracodayat Aumento, literalmente , ascensão

Visvarath começou a meditar sobre este mantra e recitá-lo repetidas vezes. Gayatri veio à Visvarath em sua
meditação e disse, "Visvarath, Carruagem do Universo, eu dou a você outro nome conforme sua nova característica.
Porque você trouxe esta nova realização à humanidade, você atuou como um amigo. Portanto dou-lhe o nome de
'Visvamrta', o Amigo do Universo."

Assim Visvarath tornou-se Visvamrta. Ele continuou sua tapasya e sua meditação, e tornou-se um Raja Rsi,
um vidente entre os reis. Através de mais purificação ele tornou-se um Deva Rsi, um vidente entre os Deuses. Ele
continuou a realizar sua tapasya por muitos, muitos anos até que sua força e poder estavam em condições
inabaláveis. Ele não podia ser movido. Estava completamente absorvido em seu sadhana e tapasya, e ainda
continuou a meditar...

As Origens da Dinastia Solar

Brahma deu sua sabedoria aos Sete Rsis, que hoje abençoam os céus como a Ursa Maior. Seus nomes
são: Marichi, Atri Angira Pulastya, Pulaha, Kratu e Vasistha. Estes foram os sete rsis originais, ou Videntes da Mais
Elevada Divindade. Em cada Kalpa ou período de tempo, sete outros rsis tornam-se videntes de sabedoria.

O filho mais velho de Marichi foi Kashyapa. Daksa deu treze de suas filhas em casamento à Kashyapa.
Entre as esposas de Kashyapa, duas foram mais famosas. Uma foi Diti. Da Terra, e a outra foi Aditi, Dos Céus.
De Aditi vieram os Devas, todos os Deuses ou Seres Radiantes. De Diti e suas outras esposas vieram os ashuras,
daityas, yaksha, pannagas, as bestas da terra e os pássaros do ar. Todos esses vieram da geração de Kashyapa.

Entre os Deuses havia um filho que era extremamente famoso cujo nome era Surya, o Sol, a luz da
sabedoria e calor da devoção. Seu outro nome era Vaisvasvan, Ele Quem Permeia o Universo. Ele teve um filho
chamado Vaivasvat Manu. MAN significa mente e U significa protetor. Assim MANU significa o Protetor da Mente. Ele
protege com Vaivasvat, a universalidade da luz de sabedoria e o calor da devoção. Ele é o Manu presidente do
sétimo Manvantara, que é o período particular de tempo no qual estamos vivendo. Cada período de tempo tem um
particular Protetor Universal da Mente, cujo trabalho é estabelecer respeito para a regra de razão. O protetor atual é
a Luz Universal.

-38


Vaivasvat Manu tinha um filho chamado Iksvaku, que é o progenitor da Dinastia Solar dos Reis sobre esta
terra. Iksvaku estabeleceu o capitólio de sua cidade em Ayodhya, e Brahma enviou Vasistha para tornar-se o guru
de família. Vasistha objetou a este posto, mas Brahma assegurou-lhe que as gerações de Iksvaku seriam famosos
sustentadores da Verdade. "Mesmo Rama nascerá nesta família. "Brahma disse, "Você pode imaginar a honra de
tornar-se o preceptor do Senhor?" Depois disso Vasistha cedeu e aceitou a posição como o Guru dos Reis de
Ayodhya.

Chyavana Muni e Sukanya

Iksvaku tinha um filho chamado Saryati, que era uma gema entre os homens. Ele era muito generoso, um
rei virtuoso, que atuava de todo modo como um pai para os súditos de seu reino. Saryati tinha um tesouro
particular pelo qual ele era extremamente apaixonado. Ele tinha uma jovem filha de nome Sukanya, cujo nome
significa, "A Magnífica Deusa Virgem."

Sukanya costumava sair do palácio para brincar com suas amigas. Acompanhada pela guarda do rei, elas
iam para a floresta colher flores e caçar pequenos animais, jogar bola e brincar, brincar.

Sukanya adorava brincar na floresta. Um dia o rei saiu com toda sua contingência de soldados para
fazerem exercícios. Ele levou sua filha Sukanya juntamente com todas as suas amigas com ele. Ele determinou uma
área numa trilha muito sagrada da floresta para elas brincarem. Colocando soldados ao redor da área, ele deixou
sua filha e suas amigas livres para andar e brincar enquanto ele ia supervisionar as manobras de seu exército.

Quando Sukanya estava brincando perto daquela trilha, ela deparou-se com um imenso formigueiro. Era um
volumoso amontoado de terra que as formigas tinham amontoado. Parecia muito misterioso; uma visão muito estranha
de se ver. Havia duas bolas de fogo irradiando do monte de barro. Sukanya ficou assustada e encontrando uma
vara, ela empurrou-a para dentro das brasas ardentes.

Imediatamente ela ouviu um gemido e ficando assustada com o som ela saiu correndo. Ela juntou-se às
suas amigas e não disse nada sobre o incidente. Depois de brincar alguns momentos ela se esqueceu de tudo.

Repentinamente todos os soldados do exército do rei tiveram seus intestinos parados. O Capitão da Guardaveio ao rei e disse, "Ó rei, todos os nossos soldados estão em aflição. Ninguém pode passar sem eliminar qualquer
fezes ou urina. Todas as eliminações deles ficaram paradas. O que faremos? Os soldados estão em grande
sofrimento."

O rei disse, "Chamarei o ministro. Ministro, os soldados estão sofrendo", disse ele.

O ministro respondeu, "Vamos buscar a causa deste sofrimento. Ouvi dizer que Chyavana Muni, o grande
Rsi tem estado realizando tapasya nestas redondezas. Talvez, possivelmente, isto tem algo a ver com uma não
autorizada interrupção de suas devoções. Vamos ver."

Os soldados do rei saíram e foram buscando pelo Muni, quando um soldado passou pela montanha das
formigas de onde saía um som de gemido. Ele viu uma vara empurrada no buraco do barro e imediatamente
começou a limpar o barro. Ele ficou muito surpreso de encontrar Chyavana Muni, que tinha estado sentado em
Samadhi por um tão longo tempo, que as formigas tinham coberto seu corpo completamente com barro. Ninguém
podia dizer que a figura era um sadhu sentado, através das duas rachaduras no barro, embora seus olhos
brilhassem como brasas ardentes da luz de sua tapasya.

O soldado disse, "Muni, quem fez esta coisa terrível com você? Quem colocou estas varas em seus olhos?
Eu trarei o rei aqui." Descobrindo o Muni e fazendo-o ficar confortável, ele correu até onde estava o rei.

Saryati rapidamente veio com seus ministros. "Ó Muni, meus ancestrais têm sempre convidado sadhus para
vir realizar tapasya aqui livres do medo de qualquer tipo de dano. Agora alguém o injuriou enquanto você estava
sentado em meditação nesta trilha sagrada, mesmo enquanto todos os meus soldados estavam aqui para protegê-lo.

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Eu sou o rei desta nação, e não descansarei até encontrar os culpados que foram responsáveis por colocá-lo em tal
sofrimento."

O Muni disse, "Ó rei, você não precisa ir longe para encontrar, por que a pessoa que fez isso em mim
foi sua filha , Sukanya."

"Minha filha, Sukanya, aquela angélica e doce menina? Ela só gosta de brincar e se divertir na floresta.
Ela nunca machucaria alguém."

"Chame Sukanya," ordenou o Muni.

Sukanya foi trazida até seu pai. "Sukanya, este é Chyavana Muni, o mais velho e venerável sábio cuja
reputação é conhecida ao longe. Alguém perfurou os olhos dele com estas varas e ele mencionou seu nome."

"Sim, Pai, é verdade. Eu o fiz por acidente. Eu vi o fogo brilhando na montanha das formigas e não
sabia por que, mas eu empurrei a vara para ver se ia se mexer. Então ouvi um gemido e fiquei assustada e saí
correndo."

"Você vê," disse o Muni "foi sua filha que me fez ficar cego."

Saryati, o rei, disse, "Muni, como posso expiar essa má conduta? Como posso recompensá-lo? Darei a você
aldeias para seu suporte, centenas de servos cuidarão de você. Farei o melhor devido essa perda. Conceda o
perdão à minha filha. Ó Muni, livra-me deste débito."

O Muni disse, "Sou um homem velho. Não preciso de riqueza ou aldeias. Quem deseja ser cuidado por
servos que fazem seu dever ao mestre por medo ou obrigação. Agora sou cego e velho. Quem cuidará de mim
com amor, ternura e compaixão? Certamente nenhum servo fará isso! Um servo somente realiza os requerimentos de
seu dever, procurando depois livrar-se da servidão. Não, rei Saryati, se você deseja tranqüilizar meu coração, então
dê-me sua filha, Sukanya, como minha esposa."

"Sua esposa? Sukanya? Ela é a gema do palácio. Uma jovem, uma pequena menina. Ela será uma rainha.
Como posso dar a gema do palácio a um velho e cego sadhu que vive nu na floresta? Ó Muni, escolha algum
outro desejo. Eu lhe darei centenas de meninas, milhares de donzelas, servos, riqueza, ouro, terra. Mas por favor
não leve Sukanya para longe de mim."

"Não!" disse o Muni. "Sua filha fez isso comigo e somente ela poderá servir-me com carinho e devoção."

"Mas", disse Saryati, "o dever de um pai, assim como seu deleite, é conseguir um par satisfatório para sua
filha. Minha jovem e bela filha casar-se com um asceta velho e cego da floresta? Como posso pensar em tal
coisa? Ela é uma menina nobre. Você é um sadhu. Sukanya cresceu com todo o conforto da vida, e você não tem
nada para oferecer a ela. Ela é jovem e logo seu corpo se desenvolverá na maturidade, e ela desejará um marido
apaixonado. Você não terá capacidade de satisfazer estes desejos. Ela terá desejo de ter crianças e sua idade de
ter filhos já passou. De todos os modos este é um caso insatisfatório. O primeiro dever de um pai é dar à sua
filha um casamento com honra e dignidade em uma relação satisfatória. Não darei minha filha à você!"

"Bem, você pode pensar sobre o assunto," disse o Muni.

Saryati retornou ao seu reino.

O Capitão da Guarda veio ao rei. "Senhor, os soldados estão gemendo de dor. Ninguém pode urinar nem
defecar. Ninguém tem qualquer eliminação de qualquer tipo. Todos estão sofrendo. O senhor é o rei da nação. Por
favor remova o sofrimento de seus súditos."

"Não darei minha filha ao velho sadhu! Isto não está de acordo com meu dharma. Eu queimaria no inferno
por séculos se cometesse em tal ato covarde."

Algum tempo se passou, e os cidadãos estavam em agonia. Sukanya veio ao pai e disse, "Pai, decidi que
quero viver uma vida dharmica. Exatamente como Savitri estava para Satyakama, que caminhou até mesmo para

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dentro da casa da morte par salvar a vida de seu marido; como Ahalya estava para Gautam; como Arundhati estava
para Vasistha; como Shakti está para Shiva: todas essas mulheres são emblemas de pureza, firmeza e devoção em
seus afazeres matrimoniais, deste mesmo modo, pai, por favor, dê-me em casamento a Chyavana Muni. Eu serei a
Shakti dele. Ele será meu Shiva. Juntos realizaremos os quatro objetivos da vida, Dharma, Artha, Kama e Moksha.
Que maior honra para uma filha de um rei do que casar-se com um Rsi e tornar-se uma grande vidente, uma
Tapasvini, alguém que vive na floresta em divina contemplação, livre dos cuidados da vida mundana. Pai por favor
dê-me em casamento ao Muni."

"Minha filha, não posso dar-lhe em casamento para aquele velho e cego sadhu!"

"Pai, você deve. Você deve aliviar o sofrimento de seus súditos. Você deve salvar seu exército da dor,
Você deve deixar os cidadãos seguirem com seus negócios na vida, e deixar-me percorrer o caminho da auto
realização, unindo-me com Chyavana Muni, servindo-o e aprendendo sua sabedoria. Que mais fina e mais nobre
união você deveria buscar para sua filha? "

Ouvindo estas palavras de sabedoria e renuncia de Sukanya, Saryati ficou muito satisfeito levando sua jovem
filha na floresta, ele encontrou Chyavana Muni. Todo o reino o seguiu. Todo o exército e os cidadãos vieram ver o
noivado de Chyavana e Sukanya.

Quando os sacerdotes pronunciavam os mantras e uniam os dois no sagrado matrimônio, todos os soldados
e cidadãos defecaram exatamente lá. Que alívio!

Sukanya deixou a roupa de princesa real e adornou-se com roupas feitas de casca de uma árvore. De
toda maneira ela adaptou-se a vida na floresta exatamente como os Munis e Rsis vivem.

Sukanya cuidou de seu marido com a maior devoção. Antes que ele acordasse de manhã, ela já tinha
descido ao rio e trazido água para o banho de seu marido. Antes do alvorecer ela chamava seu marido, levava-o
para chamar a natureza, o vestia e pegava flores e frutas para sua adoração. Ela tinha que ter tudo pronto para o
puja antes que ele se sentasse para a adoração. Ela cozinhava a comida de modo que quando ele tinha
completado a meditação e adoração, ela pudesse alimentá-lo. Depois, deitando-o para descansar, ela lavava os pratos
e utensílios e então voltava para massagear-lhe os pés. À noite ela fazia uma fogueira e ele lhe contava histórias,
os ensinamentos e tradições das grandes e nobres almas que instruem e inspiram. Deste modo ela passava sua
vida na floresta, e estava muito feliz.

Os anos se passaram desse modo. A jovem menina Sukanya, cresceu e transformou-se na mais radiante
gema da floresta. Sua aura de luz penetrava a atmosfera onde quer que ela passasse. Todas as bestas da floresta
a protegiam de qualquer dano. Todos os pequenos animais comiam em suas mãos. Nunca houve um mulher que
irradiasse tanta beleza interior como Sukanya. Sua alma era uma luz na densa escuridão da floresta.

Um dia Sukanya foi pegar frutas e amoras. Ela veio onde um fluxo seguia para um lago. Para sua
surpresa os gêmeos Asvins, os médicos dos Deuses, estavam lá. Vendo Sukanya, os dois exclamaram. "Ó que bela
senhora! Você é casada ou solteira? E se você é solteira, quem ;é seu pai? E se for casada quem é seu marido?
O que uma gema como você está fazendo na floresta? Você olha como se vivesse em um palácio celestial."

Sukanya disse, "Eu sou Sukanya, a filha de Saryati, o rei. Meu pai deu-me em casamento à Chyavana
Muni. Meu marido é cego e estou aqui para conseguir frutas e nozes para nossa refeição."

"Você, uma princesa, casada com aquele velho e cego sadhu, Chyavana Muni? Que tolice é essa? Nós
aprendemos que os pais gostam de dar suas filhas em casamento a um par satisfatório. Uma bela princesa como
você casando-se com um velho e cego Muni e vivendo em uma floresta, vestindo a casca das árvores, e pegando
frutas e raízes para comer? Isto não parece um casamento satisfatório. Deixe aquele velho homem cego. Venha
conosco. Você é como uma deusa. Venha e viagem conosco pelos três mundos, e desfrute conosco como os
Deuses."

Sukanya disse, "Por favor não fale assim comigo. Eu sou a esposa de Chyavana Muni. Ele é meu marido,
e eu o sirvo com honestidade. Eu não partirei com vocês nem com mais ninguém. Se vocês falarem deste modo
eu falarei ao Muni tudo isso. Não me falem assim!"

Os Asvins riram e disseram, "Estamos satisfeitos com sua devoção. Vá e pergunte ao seu marido se ele

gostaria de ter sua visão de volta."

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Sukanya imediatamente correu e foi perguntar ao seu marido. "Marido, desculpe-me perturba-lo, mas dois
Deuses chamados Asvins enviaram-me para perguntar à você se gostaria de ter sua visão restaurada."

Chyavana Muni disse, "Faça tudo o que eles disserem, eu darei a você o mantra Chandi Devi. Om Hrim
Chandikayai Namah. Realize qualquer coisa que eles digam sem questionar. Mas antes de você atuar, recorde a
Deusa. Diga o mantra, Ela irá guia-la e protege-la."

Ouvindo esta resposta de seu marido, Sukanya retornou para onde os Asvins estavam. Ela disse, "Ó
Deuses, eu consultei meu marido e ele instruiu-me a fazer como vocês mandarem."

Bom, Sukanya. Traga seu marido aqui no rio."
Ela trouxe o marido, lentamente o conduzindo até a margem do rio. Os dois Asvins, os Deuses gêmeos,
então ficaram de cada lado de Chyavana Muni, e o levaram para a água. Quando eles saíram da borda, já
bastante longe, eles todos mergulharam para debaixo da água. Depois de algum tempo eles subiram novamente, e
todos três pareciam exatamente o mesmo de todas as maneiras. Mesmo as roupas eram as mesmas .Eles eram
radiantes príncipes, fortes e heróicos, enfeitados com jóias e gemas, belos em todos os detalhes, e em uma só voz
os três disseram juntos, "Tudo bem, Sukanya. Qual de nós é seu marido?"

O coração de Sukanya disparou. "Qual dos três é o meu marido? Se eu escolher a pessoa errada irei ser
culpada de quebrar meu voto de castidade. Qual escolherei? Todos se parecem. A voz de todos se parece. Que
farei?"

Ela estava olhando para ver qual podia ser. Qual? Se ela escolhesse incorretamente, ela seria culpada do
horroroso crime de se associar com um outro homem que não fosse seu marido. Por isso ela perderia todos os
méritos de sua disciplina espiritual. Qual ela escolheria?

Então, em algum lugar de dentro, ela recordou das instruções de seu marido. "Recorde a Deusa. Recorde
a Mãe Divina. Om Hrim Chandikayai Namah."

Ela começou a recitar o mantra.

"Qual de nós Sukanya? Qual de nós?"

Repentinamente houve um reconhecimento do corpo sutil de seu marido. Ela não foi enganada pelo corpo
material. Ela viu muito claramente o interior e escolheu, "Você é o meu marido. Por favor venha comigo!"

Chyavana Muni, em seu novo corpo, como um jovem homem, um forte e belo príncipe com olhos! Ele foi
coberto com jóias, sedas e riqueza. O Muni veio e abraçou sua esposa. Então ele correu até os dois Asvins e
curvou-se a eles. "Ó Deuses, vocês fizeram um belo serviço para mim. Deram-me este novo corpo com minha visão
restaurada, juntamente com saúde e riqueza. Agora posso desfrutar de minha vida de casado com minha bela
esposa. Como posso agradecer?

Os Asvins disseram, "Todo sacrifício Soma é oferecido e Indra nunca nos deixa compartilhar. Ele passa o
Soma ao redor de todos os outros Deuses, mas nós nunca conseguimos beber. Já estamos curiosos sobre qual é o
sabor do Soma. Todos no céu conseguem algum. Todos os Deuses bebem. Mas Indra diz, "Vocês são médicos. Não
bebem. Vocês são da classe mais baixa de pessoas. Não estão cheios de Deus. Não podem beber Soma."

Chyavana Muni disse, Isto será feito. Forçarei Indra a dar-lhes o sabor do Soma."

Os Asvins ficaram felizes. Chyavana Muni também estava feliz. Ele voltou ao seu ermitério e desfrutou da
companhia de sua esposa. Oh, como se amaram e desfrutaram da companhia um do outro!

Algum tempo se passou. Um dia o rei Saryati pensou, "Já se passaram tantos anos. Desejo saber como
minha Sukanya está se saindo. Como ela é? Que aconteceu com ela? Eu não tenho ouvido notícias dela por muito
tempo. Foi a vida da floresta demais para ela? Como ela vive com aquele velho homem? Foi ela capaz de servilo?"

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Deste modo seus pensamentos giravam em torno de sua filha e neste dia ele resolveu, "Devo encontrá-la e
ver o que aconteceu com ela."

O rei pegou seus guardas e marchou até a trilha sagrada onde Chyavana Muni estava vivendo. O rei
Saryati ficou surpreso quando entrou na trilha e viu a radiante Sukanya nos braços de seu jovem amado. O rei
disse, "Que covarde fui em dar minha filha para aquele velho e cego Muni! Certamente ela tomou este jovem
amante e eles mataram o velho sadhu, e agora este pecado é minha responsabilidade."

O rei chamou sua filha, "Sukanya, você é a desgraça de sua nação! Você trouxe a ruína ao reino! Você
destruiu a linhagem de nosso reinado! Nossa família está arruinada por sua conduta pecaminosa!"

"Papai, sobre o que você está falando? "

"Onde você encontrou este jovem príncipe com quem você está alegremente se associando? Certamente os
dois conspiraram para matar o velho Muni, aquele grande sábio Brahmin, conhecedor da Verdade Suprema. Que
pecado, que crime horroroso!"

"Pai, este é meu marido, Chyavana Muni."

"Como aquele velho cego sábio transformou-se em um jovem e belo príncipe?"

"Pai, ele ganhou a dádiva dos Asvins. Agora precisamos de sua ajuda. Prometemos fazer um grande
sacrifício de fogo para oferecer agradecimentos para todos os Deuses por dar a meu marido um novo corpo e uma
nova vida. Pai, reuna todos os ingredientes para o sacrifício. Chame todos os Munis. Nós faremos um fogo sacrificial
de todos os sacrifícios "

Saryati ficou excitado e satisfeito. Ele convidou todos os sábios e Munis. E reuniu os ingredientes. O
próprio Chyavana Muni presidiu o sacrifício. Quando o Yajña estava prosseguindo chegou a hora de oferecer a
libação do suco Soma. Ele presenteou Indra com sua porção e deu a Agni a sua porção; e Aryaman e Yama e
Surya. Todos os Deuses em sua vez tomaram suas porções do Soma.

Então Chyavana Muni disse, "E agora, esta porção de Soma é para os Asvins!"

"Pare!" Indra disse, "Os Asvins não podem beber Soma."

Chyavana Muni disse, "Eu sou o anfitrião desse sacrifício, e eu ofereço Soma "

Indra disse, "Eu sou o rei do céu. Os Asvins não bebem Soma."

Chyavana Muni disse, "Eles podem beber."

Indra disse, "Eles não podem beber!"

Chyavana Muni ficou furioso. Ele foi ao fogo e começou a recitar mantras secretos. Uma nuvem negra veio

do fogo e tomou a forma de um terrível ashura, Maud. Este veio e curvou-se diante de Chyavana Muni e disse,
"Mestre, você chamou? Que posso fazer por você? "

Chyavana Muni disse, "Pegue Indra!"

Maud imediatamente começou a perseguir Indra, e Indra correu por sua vida. Onde ele ia, Maud estava
atrás

"Pare! Pare! Salve-me!" gritava Indra.

Chyavana Muni disse, "Permita que os Asvins bebam suas porções de Soma."

Indra disse, "Está certo. Mas leve para longe este ashura. Faço-o ficar longe de mim.

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Chyavana Muni chamou o ashura. "Obrigado por seu bom trabalho, Maud. Mas agora eu devo corta-lo ao
meio. Eu cortarei estas partes em outra metade novamente, porque como um inteiro você é muito poderoso. Eu o
cortarei em quatro partes, e darei uma parte para a cobiça, uma parte para a luxúria, uma parte para a intoxicação
e uma parte para os jogos."

Assim falando, ele cortou o demônio e distribuiu sua força. "Agora deixe que os Asvins bebam suas
porções de Soma," declarou ele triunfante.

Os Asvins ficaram satisfeitos em obter sua bebida de Soma; Chyavana Muni em um novo corpo com belos
olhos, desfrutou com sua esposa; Saryati, o rei, realizou seu dharma; e os cidadãos foram capazes de evacuar seus
intestinos.

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A História de Sudarshana

Havia um rei de Ayodhya chamado Puspa. Ele tinha um filho dharmico chamado Dhruvasandhi, que
mantinha as tradições da dinastia solar. Dhruvasandhi era um rei ideal em todas as maneiras. Ele era verdadeiro,
religioso e constantemente engajado em buscar o bem estar de sua comunidade. Sob sua liderança, o reino de
Ayodhya prosperou.

Dhruvasandhi tinha duas esposas, a quem ele amava muito. A primeira era Manorama, a filha de Virasena,

o Rei do País de Kalinga. A segunda era Lilavati, a filha de Yudhajit, o Rei do País de Ujjain. Ambas as esposas
eram muito belas, e ambas eram muito amadas pelo rei Dhruvasandhi. Ambas conceberam aproximadamente na
mesma época, mas Manorama foi a primeira a dar nascimento a um belo filho chamado Sudarshana, Excelente Visão
Intuitiva. Menos de um mês depois, Lilavati deu nascimento ao seu filho, a quem eles chamaram Satrujit, a Vitória
sobre os Inimigos. Dhruvasandhi era o mais feliz monarca vivente, e ele unia sua família com muito amor e alegria!
Ele amava suas esposas imensamente, e amava igualmente seus dois filhos.
Um dia enquanto as crianças ainda eram jovens, o rei foi caçar na floresta. Ele matou muitos animais
adequados ao sacrifício: veados, elefantes, javalis, coelhos e rinocerontes, e de toda maneira desfrutou completamente
conforme os costumes dos reis daquela era. Enquanto ele estava caçando, um leão enfurecido repentinamente o
atacou. Ele lutou valentemente com sua espada, mas o leão rasgou sua carne com as garras afiadas. Os soldados
atiraram flechas, mas quando o leão parou, o rei tinha sido estraçalhado até falecer. Os soldados atiraram mais
flechas no leão, que morreu imediatamente.

Depois disso os soldados enviaram uma mensagem aos ministros, e os ministros aconselharam-se com
Vasistha para instalar Sudarshana, o filho mais velho, no trono. Imediatamente ambos os avós, os reis Virasena e
Yudhajit vieram para Ayodhya juntamente com seus exércitos para agir em favor do filho de suas filhas. Yadhajit
acusou Vasistha de conspirar com Virasena para conseguir o trono para Sudarshana por causa da sua ganância por
riqueza. Tornando-se furioso em vista do trono ser negado à Satrujit, ele chamou Virasena para batalhar. Tributários
príncipes vieram com seus exércitos, e o cenário foi fixado para a batalha das proporções do Mahabharat.

A nação foi à guerra em uma terrível batalha de sucessão, e havia tantos soldados quanto estrelas no céu.
O sangue dos feridos e mortos corria pelo chão como um rio, e havia incontáveis causalidades na guerra. Por fim,
Yudhajit atirou uma flecha que cortou a cabeça de Virasena de seu corpo, e Satrujit foi declarado rei.

Ouvindo a notícia da morte de seu pai, Manorama ficou preocupada com a segurança de seu filho.
Rapidamente ela envolveu Sudarshana em um pano esfarrapado e fugiu do reino. Eles vaguearam na floresta por
muitos dias , até que vieram para Chitrakuta, onde tomaram refúgio no eremitério do Rsis Bharadvaja. O sábio
Bharadvaja disse, "Dar proteção a alguém em aflição é obter méritos até maiores que aqueles adquiridos por
executar sacrifícios. Então proteger alguém quem está muito afligido pelo medo por sua segurança pessoal, alguém
que está desvalido e não tem lugar para ir, deve igualmente produzir grandes méritos. Você fica aqui neste ashram
e crie seu filho. Eu assumirei a responsabilidade se sua proteção "

Então Manorama ficou livre da ansiedade e vestindo-se com o vestuário de uma Tapasvini, ela começou a
criar e educar seu filho no ashram do muni. Enquanto isso, Yudhajit instalou o filho de sua filha no trono de
Ayodhya, e nomeou leais ministros para administrar o reino em nome da jovem criança. Ele então retornou à sua
própria terra em Ujjain.

Algum tempo se passou quando Yudhajit soube por seus espiões que Manorama tinha estado criando seu
filho no ashram de Bharadvaja. Ele imediatamente saiu com um grande exército determinado a mais uma vez e por
todas ajustar o assunto da ascensão de seu neto ao trono de Ayodhya. Yudhajit determinou matar o filho de
Manorama pois assim não haveria questões futuras sobre a reivindicação do trono. Com este objetivo em mente ele
seguiu para o ashram de Bharadvaja.

Seu exército cercou o eremitério com grande força e então o rei esmurrou o portão do ashram. "Ó Muni!
Abra seu portão e dê-me Manorama e seu filho!" vociferou o rei.

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Então o Rsi Bharadvaja respondeu para Yudhajit, "Ó rei, Manorama e seu filho Sudarshana tomaram refúgio
neste ashram. Ele é uma pequena criança, e ela tem estado superada pelo medo. Por favor retorne para sua casa
e nos deixe viver em paz. Eles não são uma ameaça para você agora."

"Eu nunca os deixarei viver!" gritou Yudhajit. "Se você não os entregar a mim de boa vontade, então eu
os tomarei a força!"

"Se você desejar os tirar pela força, então não haverá nada que eu possa fazer. Mas o resultado será o
mesmo de quando o rei Visvamitra tentou tirar a vaca do ashram de Vashista", respondeu o Rsi.

Vendo a decisão de Bharadvaja, Yudhajit chamou o primeiro ministro. "Que aconteceu ao rei Visvamrta?"
perguntou ele.

"Meu rei", respondeu o ministro. "Por favor não argumente com os rsis. O Rei Visvamitra ficou totalmente
destruído quando resolveu tomar a vaca de Vasistha. Meu rei, vamos voltar para nossas casas. Não há nenhuma
dificuldade que eles possam criar agora. Espere até o tempo certo, e então iremos atacar."

Ouvindo o conselho do ministro, o rei Yudhajit curvou-se ao guru Bharadvaja e retornou para sua terra
natal. Manorama ficou livre do medo, e Sudarshana foi educado e iniciado, e executou tapasya sob a orientação dos
sábios. Sudarshana tornou-se um perito em muitas partes de aprendizagem e recebeu o darshana da Mãe Divina. Ele
serviu sua mãe com grande devoção, e meditou ao longo das margens do Ganga perto de Chitrakuta.

Sudarshana e Sashikala

O rei de Benares, Subahu, tinha uma filha muito bonita chamada Sashikala, a Partícula da Lua. Um dia
Sashikala ouviu sobre um maravilhoso príncipe, dotado com todas as qualidades auspiciosas, tão belo quanto o Deus
do Amor, cheio de heroísmo e charme, vivendo na floresta com o nome de Sudarshana. Sashikala começou a
sonhar com este Príncipe da Paz, começou a amá-lo, e começou a deseja-lo como seu marido. Um dia ela teve
um sonho no qual a Mãe Divina apareceu para ela e disse-lhe, "Peça-me uma dádiva. Sudarshana é meu devoto e
ele irá realizar seus desejos." Sashikala despertou e sua face estava coberta de felicidade. Todos falaram sobre o
especial esplendor. Sua mãe e amigos perguntaram a ela o motivo, mas ela era modesta demais para falar.

Um dia, quando Sashikala estava sentada em um jardim, ela viu um sannyasi vindo para a cidade. Ela foiaté ao sadhu e perguntou, "Ó nobre senhor, de onde você vem?"

O sannyasi respondeu, "Venho da área da floresta Chitrakuta, onde moro no ashram do Rsi Bharadvaja.
Tenho uma incumbência para executar na cidade."

"O que está na área da floresta de Chitrakuta, que tem uma beleza extraordinária, que é valioso para
descrever ?" perguntou ela.

"A coisa mais maravilhosa que tem naquela floresta é o Príncipe Sudarshana, o filho de Manorama e rei
Dhruvasandhi. Ele é dotado com todas as qualidades auspiciosas e de todo modo é o mais ajustado marido para
princesas como você."

A filha de Subahu, Sashikala, tornou-se submergida no mar do amor. Ela não podia pensar em nada mais.
Ela começou a recitar o mantra da Deusa Saraswati, Om Sam Sarasvatyai Namah, e começou a se derramar as
bênçãos da Deusa.

Sudarshana continuou sua tapasya e tornou-se extremamente realizado e abençoado. Onde quer que ele
fosse na floresta, devido ao poder de sua disciplina espiritual, parecia como se ele estivesse acompanhado por um
contingente de soldados. Ele tornou-se puro e pacífico, ainda que projetasse força e poder. Todavia ele usava seus
poderes para o bem. Por viver na floresta e pelas constantes meditações na Deusa, Sudarshana realizou uma
felicidade mais elevada do que aqueles que obtêm a soberania de um reino.

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Achando que sua filha Sashikala estava ficando desorientada pelo amor, Subahu convocou para o festival de
Svayambara, a cerimônia de escolher um marido. Quando Sashikala viu os preparativos sendo feitos para a cerimônia,
ela foi ao seu pai e disse, "Pai, eu tenho visto em sonho que a Mãe Divina instruiu-me a casar-me com
Sudarshana, o filho de Manorama e do rei Dhruvasandhi. Portanto por favor não faça esta exibição pública."

Seu pai ficou muito irritado e disse, "Sudarshana é um menor desprotegido, exilado na floresta! Ele não
tem reino, nem exército, nem riqueza; ele vive comendo raízes e frutas com sua mãe e os munis da floresta! Não
é só isso! Seu avô, Virasena, foi morto por Yudhajit, o rei de Ujjain, e Yudhajit fez um voto de matar Sudarshana
na primeira oportunidade para prevenir qualquer controvérsia a respeito do trono de Ayodhya. Não permitirei
semelhante casamento para minha filha!"

Sashikala novamente falou à sua mãe, "O Rei Saryati deu sua filha , Sukanya, para o cego Chyavana
Muni como sua esposa. A Deusa Bhagavati me disse em sonho que Sudarshana será meu marido. Uma mulher
pode alcançar liberação se render-se completamente ao seu marido. Portanto eu viverei em qualquer lugar em que
meu marido viva. Não me negue meu dharma. Sudarshana será meu marido."

Antes do evento de seu Svayambara, Sashikala ficou muito ansiosa. Ela chamou um Brahmin e pediu-lhe
para entregar sua mensagem para Sudarshana. "Por favor venha rapidamente! Meu pai tem chamado para meu
noivado e matrimônio, mas a Mãe Divina falou-me em sonho claramente que eu somente poderia casar-me com
você. Por mente, palavras e ações eu já me rendi a você como meu marido, e com as bênçãos da Mãe Divina,
nosso realização definitiva está assegurada. Por favor tenha fé Nela, por cujo comando existe todo esse universo com
tudo o que se move e não se move, e apresente-se sem falta."

Quando Sudarshana recebeu a mensagem de Sashikala, ele perguntou ao Rsi Bharadvaja o que ele deveria
fazer. Bharadvaja deu suas bênçãos para Sudarshana assistir ao festival, e sua mãe Manorama lamentava com
desespero. "Você é meu único filho. Por favor não me deixe. Yudhajit já matou meu pai, Virasena, para proteger
aquele reino, ele prometeu matar você. Você é um filho menor, e meu único futuro. Por favor não me deixe."

"O que quer que a Mãe Divina tenha ordenado é destinado a acontecer," respondeu Sudarshana. "Eu sou a
criança da Mãe Divina, não tenho medo. Mãe, por favor tire todo o medo de seu coração."

Manorama novamente falou, "Meu filho, não posso viver sem você. Eu irei acompanha-lo ao Svayambara."

Manorama e Sudarshana receberam as bênçãos dos santos e sábios, e foram para Benares. O rei Subahu
deu-lhes as boas vindas com respeito, e providenciou-lhes uma residência como a que tinha feito para as outras
famílias reais. Os reis ficaram admirados de Sudarshana ter vindo sozinho, sem medo. Yudhajit disse que aceitaria o
casamento da princesa com qualquer outra família, mas se Sashikala escolhesse Sudarshana, "Ela se tornará uma
viúva em seu dia de casamento!" Todos os reis reuniram-se no saguão do Svayambara, e Subahu chamou sua filha
para vir. Então Sashikala enviou um mensagem ao seu pai, "Pai, eu não desejo julgar os méritos e deméritos de
qualquer homem. Desejo proteger minha castidade e render-me só ao meu marido. Eu já entendi que a Mãe Divina
deseja casar-me com Sudarshana, e eu o aceitei. Por favor não me faça presente no saguão público para fazer um
escárnio de minha fé por ficar diante de todos aqueles homens luxuriosos, para julga-los apenas por sua aparência.
Por favor cancele este evento e dê-me em casamento para Sudarshana."

Então Subahu mergulhou na depressão. Ficou ansioso pensando, "Todos esses reis vieram aqui com seus
exércitos, procurando uma desculpa para começar uma luta. Eu não tenho força para conter uma ofensiva, seus
números são mais que minhas forças. Sudarshana também está sozinho, uma criança sem riqueza ou exército. Como
posso realizar o pedido de minha filha? Como pode um pai, que deseja a felicidade de sua filha, negar seu pedido,

o qual está de acordo com o dharma? "
Então Subahu disse para a assembléia de Reis, "Ó Reis, minha filha recusou meu pedido de vir para o
Svayambara, embora sua mãe e eu tentássemos persuadi-la de toda maneira. Sinto que ela está sendo um problema
para mim, e ela se tornará um problema para vocês também. Ninguém deseja ser atormentado por uma esposa
problemática. Portanto, por favor perdoem-me. Eu não posso força-la a assistir, nem posso força-la a escolher. Eu
sou seu servo. Ofereço toda a parte de minha riqueza. Por favor tome isso como um sinal de meu respeito e
retornem para suas casas."

Houve um silêncio em meio da assembléia dos reis. Então Yudhajit levantou e disse, "Ó Rei Subahu, você
convidou todos esses reis para assistirem à cerimônia matrimonial, e agora você está dando sua filha para aquele

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pobre e sem casa Sudarshana? Que tipo de tolo você é para tomar tal decisão? É um insulto para todas as
famílias reais aqui reunidas, que você escolha uma aliança com este menor que não tem exército, que está sozinho,
sem força ou riqueza, ao invés de estender a mão de amizade aos mais poderosos monarcas. Não seja tolo. Dê
sua filha ao meu neto, Satrujit, e dominaremos todo o norte da Índia. Eu já jurei matar Sudarshana, e se persistir
neste ridículo desejo de fazer sua filha uma viúva tão cedo, então eu matarei você também."

Subahu foi com sua esposa tentar explicar a situação para Sashikala. "Filha, os reis estão enfurecidos pois
percebem o grave insulto. Eles estão pesadamente armados e procurando algum pretexto para começarem uma
batalha. Estamos em grande dificuldade. Não temos força suficiente para subjugar os seus exércitos. Freqüentemente
os membros das famílias reais são dados em casamento para auxiliar em alianças políticas. Você poderia ajudar
escolhendo algum outro? Caso contrário será uma matança. Ou vamos fazer uma competição de força ou valor,
assim o vencedor poderá casar-se com você. Neste caso o melhor homem vencerá e nós evitaremos a calamidade.

A determinada Sashikala respondeu, "Pai, o que você propõe é imoral. Em meu coração meu casamento já
se consumou. O que você diz é que eu cometa adultério. Por favor, não me faça pensar em tal coisa. Nosso
dharma instrui que a castidade e a fidelidade matrimonial são valores para serem respeitados. O adultério não é
tolerado por ninguém. Então por que repetidas vezes você tem aconselhado-me a abandonar meu caminho de
dharma? Por favor, pai, coloque os reis longe, sob algum pretexto até amanhã, e então realize meu casamento com
Sudarshana esta noite. O que quer que a Mãe Divina tenha planejado para nós, eu aceitarei. Se significa que eu
tenho que viver na floresta como um eremita, eu assim farei. Se a Deusa deseja que meu marido seja morto na
batalha com seus parentes, então sacrificarei minha vida também. Se significa que a Deusa nos fará uma família
real, então o que quer que a Deusa decretar, isto eu aceitarei!"

Ouvindo a decisão obstinada de sua filha, Subahu ficou assombrado com sua fé, e confiando sua filha ao
seu coração, ele determinou-se a realizar seu desejo. Ele retornou para a assembléia e disse, "Reis, minha filha não
estará presente nesta assembléia hoje. Por favor, todos vocês, sirvam-se com os alimentos e desfrutem de nossa
hospitalidade. Por favor retornem amanhã, e juntos decidiremos sobre uma competição que permitirá ao homem
merecedor ganhar a noiva." Todos os reis concordaram e voltaram às suas respectivas acomodações. Enquanto isso o
rei Subahu começou a celebrar o casamento de sua filha. Por toda a noite ele fez oferendas de puja, acompanhado
por recitações de textos Sânscritos pelos eruditos Brahmins, e deu sua filha, a bela Sashikala, para Sudarshana. A
noiva estava radiante como uma segunda Laksmi, e todos estavam cheios de alegria e prazer. Quando o casamento
foi completado, Subahu dirigiu-se a Manorama, "Ó filha real, eu agora tornei-me seu servo. Por favor aceite a

metade de meu reino, e viva aqui com seu filho e nora. Por realizar este casamento conforme o desejo de Deus,
os outros reis tornaram-se nossos inimigos. Por favor fique aqui em Benares e nos deixe protegê-la."

Manorama respondeu, "Ó Rei, nenhuma palavra pode expressar a alegria de meu coração por sua
generosidade. Nenhum outro rei tem sido tão submisso à vontade de Deus assim para dar sua bela filha ao meu
empobrecido filho. Mas os Rsis da floresta proclamaram que meu filho será o Rei de Ayodhya. Portanto, vamos ter
fé na Mãe Divina, e deixar os eventos acontecerem conforme a vontade Dela."

De manhã os outros Reis souberam que o casamento tinha se consumado, e eles foram para a cidade se
aconselharem uns com os outros. Yudhajit disse aos Reis, "Ninguém pode culpar-me agora! Subahu mentiu para nós,
nos enganou e desgraçou. Agora eu certamente matarei Sudarshana e Subahu. Tomarei aquela Sashikala para dar a
meu neto como esposa, e todos vocês podem saquear o reino!" Os reis determinaram-se a bloquear a rota de
Sudarshana quando ele tentasse deixar a cidade, para matá-lo e roubar sua esposa. Subahu soube da conspiração
para atacar e tentou o melhor que pôde para manter Sudarshana em Benares. Então Sudarshana falou ao seu
sogro, "Por favor conceda-nos a licença para realizar o desejo da Mãe Divina." Sudarshana colocou sua mãe e sua
jovem noiva Sashikala em sua carruagem, e começou sua jornada. Ele decidiu retornar ao ashram do Rsi Bharadvaja,
tomar suas bênçãos e então agir conforme fosse instruído. Subahu, temendo pela vida de sua filha seguiu atrás com

o exército. Não conhecendo o medo, Sudarshana começou a aproximar-se do local da emboscada. Ele estava
recitando o mantra da Deusa.
Yudajit e Satrujit cercaram o avanço da carruagem com seus grandes exércitos, e começaram a disparar
flechas e armas. Justamente então a Devi Bhagavati Chandi apareceu. Ela estava sentada sobre seu leão segurando
várias armas em suas mãos. Os reis ficaram cheios de temor. Eles nunca tinham tido uma visão antes tal como
esta, a maravilhosamente bela Senhora montada em um leão. O leão rugiu, e os elefantes dos exércitos ficaram com
medo. Sudarshana conduziu sua carruagem pelas hierarquias dos soldados. "Façam com que eles parem! Gritou
Yudajit ."Vocês estão os deixando ir porque estão com medo de uma senhora montada em um leão? Eles insultaram

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todos os reis, e eu jurei mata-los!" Yudajit e Satrujit perseguiram a carruagem de Sudarshana disparando suas armas,
enquanto os outros reis e soldados olhavam assombrados. Sudarshana disparou suas flechas em retorno, as quais
cortaram as flechas dos inimigos em pedaços. Quando a luta ficou intensa, a Divina Mãe tornou-se furiosa. Ela
começou a lutar com todas as armas. Ela arremessou Suas flechas em Yudajit e Satrujit, e ambos caíram de suas
carruagens para a morte.

Então Subahu juntamente com a assembléia de Reis, começaram a cantar um hino de louvor à Divina
Mãe. Ele orou com sua mais ardente devoção. A Mãe do Universo ficou satisfeita com ele e deu-lhe bênçãos: "Ó
rei, tanto tempo quanto a terra permaneça, a cidade de Benares permanecerá, e tanto tempo quanto a cidade de
Benares permanecer eu nunca deixarei este lugar." Sudarshana perguntou à Mãe, "Como irei servi-la? " A Deusa
ordenou-lhe, "Torne-se o Rei de Ayodhya, e governe o país de seus ancestrais. Conduza minha adoração com toda
a devoção, e eu nunca o abandonarei." Então Sudarshana foi coroado Rei de Ayodhya, e juntamente com sua
esposa Sashikala e sua mãe Manorama, retornaram ao governo do país de seus ancestrais. Ele estabeleceu a
adoração da Mãe Divina e executou Sua disciplina regularmente com total devoção. Mais uma vez Ayodhya tornou-se

o Lugar sem Guerra. Subahu retornou à Benares, e começou a adorar a Mãe Divina com sua maior devoção, de
modo que a Deusa sempre permaneceria em Benares.
A História de Satya Vrat

Havia um rei chamado Aruna, nascido na linhagem dos descendentes de Iksvaku. Aruna significa Amor. O
amor de Aruna é diferente do amor de paixão e fixação. É o amor que faz o homem divino. Aruna foi um rei tão
maravilhoso e tinha tanto Amor, que por fim tornou-se o cocheiro de Surya, o Sol. Seu tipo de amor pode ser o
condutor do transporte da Luz da Sabedoria, assim o seu amor é universal baseado em sabedoria.

Aruna veio à terra muitas gerações após Iksvaku ter vivido, e nasceu na casa da Dinastia Solar. Aruna foi
um rei muito íntegro. Ele tratava seus súditos como sua própria família, e sempre tomou decisões baseadas na
retidão e justiça. Ele era um rei valoroso e nobre, que constantemente atuava com compaixão e amor universal e
nunca com egoísmo.

Ele teve um filho chamado Satya Vrat, Aquele Que é Verdadeiro em Seu Voto. Satya Vrat cresceu no
palácio, mas embora seu nome fosse Aquele Que é Verdadeiro em Seu Voto, ele estava sempre em dificuldades.
Ele ia correr com seus amigos e criava danos. Onde quer que ele fosse, iria criar outro problema. Deste modo a
criança cresceu sendo sempre xingado, mas ele era sempre muito verdadeiro em seus votos.

Um dia quando Satya Vrat era somente um adolescente, ele veio para uma vila de Brahmins quando eles
estavam conduzindo uma cerimônia de casamento. Satya Vrat montou em sua própria carruagem, apanhou a noiva,
colocou-a na carruagem e saiu com ela.

Os Brahmins choraram horrorizados, "Ó meu Deus, nós estamos condenados!"

Toda a aldeia foi ao Rei, incluindo todos os pundits e os sacerdotes Brahmins, e disseram, "Aruna, ó rei,
você é um pai gracioso, amável, generoso e sábio para suas crianças. O que iremos fazer? O dever do rei é
proteger os cidadãos. Todavia aqui está seu filho, o herdeiro do trono, roubando uma garota Brahmin no dia de seu
casamento. Nós queremos justiça! Quem nos protegerá se o rei não o fizer? Seu filho é o culpado! É um fato
horrível ter nossa menina roubada no dia de seu casamento! "

O rei chamou Satya Vrat. "Satya Vrat, o que você tem a dizer de si mesmo?"

Satya Vrat respondeu, "Pai, não foi tudo tão ruim."

"Por que não?"

"Bem, conforme a lei Hindu, o casamento não está completo até a que a noiva e o noivo tenham dado
sete voltas ao redor do fogo, portanto, não sou culpado de roubar a noiva, pois de acordo com a lei Hindu ela
não era casada."

"Rei, isso não se faz," reclamaram os Brahmins.

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O rei voltou-se para seu Guru, Vasistha, e perguntou-lhe, "Ó respeitado Guru, o que deve ser feito para a
paz e harmonia em meu reino?"

Vasistha pensou por um momento e disse, "Rei, ter um filho que cause dificuldades aos seus súditos é
pior do que não ter filhos. Exile o seu filho na floresta!"

Sob as ordens do rei, Satya Vrat foi exilado na floresta. Satya Vrat sentou-se sozinho na floresta sob uma
árvore e pensou, "Sou realmente tão indigno que meu pai atirou-me para fora do reino? Eu não posso ir para casa.
Agora não tenho pai. Não tenho mãe. Não tenho amigos. Não tenho nada para comer. Que farei aqui sozinho? Não
sei fazer puja. Não sei fazer japa. Não conheço nenhum mantra. Não conheço nada sobre tapasya. Mas agora eu
faço uma promessa: "Serei realmente Satya Vrat. Falarei a verdade e farei o que digo."

Satya Vrat começou a viver na floresta. Ele fez um arco e algumas flechas e os usou para caçar no
bosque. Deste modo ele esqueceu tudo sobre o reino. E ele nunca falou uma mentira. Ele viveu muito simplesmente
na floresta em meio a natureza, somente tomando as mínimas necessidades da vida.

Alguns anos se passaram. Então veio uma grande fome. Havia seca em toda a terra. A esposa de
Visvamitra estava sozinha no eremitério com todas as suas crianças, enquanto seu marido estava longe em outra
terra mergulhado em meditação. Quando os dias de seca chegaram, ela viu suas crianças chorando devido a fome.
Ela pensou, "O que farei? Primeiramente eu estava vivendo pacificamente com minhas crianças neste ashram. Meu
marido estava meditando, e eu podia pegar frutas e ervas da floresta, com o que podia alimentar minha família. Mas
agora não há mais frutas ou ervas na floresta. Minhas crianças estão chorando de fome. Que farei? Não tenho
escolha mas sim vender um de meus filhos. Se eu conseguir algum dinheiro, pegarei aquele dinheiro e alimentarei
as outras crianças."

Assim ela pegou uma corda e colocou ao redor do pescoço de seu filho e começou a leva-lo ao local do
mercado. A criança estava chorando, e a mãe também estava triste. Quando eles estavam se aproximando da
fronteira da floresta, Satya Vrat viu esta lamentável visão e disse, "Senhora, o que está fazendo? Por que seu filho
está chorando assim?"

A esposa do Muni respondeu, "Ó Príncipe, não temos nada para comer e não temos dinheiro. Minhas
crianças estão chorando por querer comida, por isso venderei este filho e assim poderei alimentar as outras
crianças."

Satya Vrat disse, "Ó Senhora, isto é uma coisa terrível a fazer. Por favor não faça isso! Volte ao seu
ashram. Eu sou um caçador e todos os dias colocarei algum alimento sob a árvore do lado de fora de seu
ashram. Você pode cozinhar a refeição e oferecer à sua família. Todo dia eu providenciarei alguma coisa. Esta é
minha promessa. Eu sou Satya Vrat, Aquele Que é Verdadeiro em Seu Voto."

A esposa de Visvamitra ficou extasiada de alegria. Ela pegou a corda do pescoço de seu filho e levou-o
de volta ao ashram. Todo dia Satya Vrat ia caçar na floresta, e encontrava um coelho ou um pássaro ou algum
tipo de animal. Ele acertava o animal com suas flechas e cortava um pedaço de carne para si e o restante ele
pendurava na árvore do lado de fora do ashram do muni. E todos os dias a esposa de Visvamrta vinha até a
árvore onde encontrava um pedaço de carne. Ela o pegava, preparava e cozinhava para suas crianças. Deste modo,
um longo período se passou. Mas ainda não chovia.

Um dia, Satya Vrat não encontrou qualquer caça na floresta. Ele buscou por toda a floresta, mas não
encontrou nada. Ele pensou, "Que farei? Devo dar-lhe um pedaço de minha própria carne para comer? Eu fiz o voto
de prover algo para ela comer. Como posso abandonar meu voto? "

Quando ele estava assim pensando, ele olhou para uma moita e viu uma vaca. Não somente uma vaca,
mas uma vaca junto com Vasistha Muni. Ele pensou, "Aquela vaca pertence ao mesmo Vasistha que aconselhou meu
pai a exilar-me do reino! Eu estou zangado com ele há muito tempo. Há uma vaca e eu preciso dar algo para a
esposa do muni comer!"

Ele pegou sua flecha e sem mais pensar acertou a vaca. Ele cortou a carne e pendurou na árvore. A
esposa de Visvamitra, sem pensar que podia ser carne de vaca, veio e pegou a carne da árvore. Ela preparou e
serviu suas crianças e também a si mesma. Sem saber todos comeram a carne da vaca.

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Vasistha começou a procurar por sua vaca, mas não a encontrou em lugar algum. Ele chamou, buscou e
procurou a vaca por todo lugar, mas não a encontrou. Então ele sentou-se em meditação e viu que Satya Vrat
tinha matado a vaca. "Aquele indigno príncipe exilado! Aquele terrível príncipe que está sempre metido em problemas!
Ele matou minha vaca!" Vasistha ficou muito irado com o príncipe, ele pegou água na palma de sua mão e disse,
"Satya Vrat, eu pronuncio uma maldição para você! Você se tornará Trishanku."

Tri significa o número três, e shanku significa uma marca de lepra; Trishanku tem três marcas de lepra.
Vasistha arremessou a água, que ligava a maldição, e imediatamente Trishanku ficou com três marcas de lepra em
sua testa. Ele tinha uma aparência horrível, e sofria extremamente.

"Que horrível maldição de lepra eu recebi," exclamou Satya Vrat. "De fato não foi falta minha, pois eu tinha
protegido meu voto de prover algum alimento para a esposa do Muni.

Trishanku permaneceu na floresta. Um dia, quando ele estava perseguindo um porco selvagem, ele ouviu o
porco gemer, "Aim". E Trishanku pensou, "Que tipo de barulho é esse? Aim?" Por alguma razão ele parou para
repetir a mesma sílaba Aim. Trishanku começou a dizer, "Aim, Aim, Aim!" Sem entender o que estava dizendo ou o
que significava, ele continuou a recitar o estranho som que ele aprendeu do porco.

Um dia a Deusa Saraswati veio abençoa-lo e disse, "Trishanku, você tem sido fiel ao seu voto, e não tem
transgredido a verdade. O que você deseja de mim?"

Trishanku disse, "Desejo ter meu belo corpo de volta e ficar livre desta lepra. Quero que meu pai me dê

o reino de volta, e não quero ser um desterrado vivendo sozinho na floresta."
Saraswati disse, "Tata-stu, eu concederei a você esta dádiva. Agora mesmo os ministros de seu pai estão
vindo para encontrá-lo."

Saraswati dissolveu-se e Trishanku começou a resplandecer com sua bela aparência novamente. Neste
momento os ministros do rei encontraram o jovem príncipe na floresta. Eles disseram, "Ó príncipe, seu pai tem
estado ansioso por você. Por favor venha para casa."

O príncipe ficou satisfeito em retornar com eles.

Quando Trishanku/Satya Vrat chegou na fronteira do reino, seu pai foi saudá-lo. Ele disse, "Meu filho, tenho
estado tão preocupado com você. Meu tempo de ir para a floresta executar tapasya chegou. Agora você deve cuidar
do reino. Estou indo realizar minha disciplina espiritual pela qual poderei ascender para minha morada celestial."

Assim Satya Vrat foi coroado rei, e começou a reinar em seu reino.

Um dia, Satya Vrat foi ao Guru Vasistha, e disse, "Guruji, Vasistha Muni, por favor realize o sacrifício pelo
qual eu também possa ascender ao céu."

Vasistha disse, "Isto não é possível. Você foi uma criança terrível. Você estava sempre envolvido em
problemas; você foi desobediente; você roubou a esposa do Brahmin; você matou minha vaca; você é um pecador, e
não pode ir para o céu. Muito menos agora."

"Por que não posso ir para o céu agora?"

"Ninguém pode ir para o céu com um corpo terreno. Assim, se você se comportar pelo resto de sua vida
e não pecar mais, então poderemos realizar um sacrifício para você, e assim depois de você deixar seu corpo
terreno, poderá ir para o céu. Mas o corpo ficará aqui. Ninguém pode levar seu corpo para o céu."

Satya Vrat novamente perguntou, "Maha Rsi, Guruji, Grande Ser Sábio: Você conhece todos os sacrifícios.
Por que não realiza o sacrifício e assim eu posso ir para o céu agora mesmo?"

Vasistha novamente respondeu, "Eu já lhe disse que isso é impossível! Ninguém pode ir para o céu com
seu corpo de agora. Espere até deixar este corpo e talvez então você possa ir para o céu se o seu karma estiver
perfeito."

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Satya Vrat disse, "Guruji, você está só me atormentando! Você não gosta de mim desde minha infância.
Foi você quem aconselhou meu pai a exilar-me do reino! Foi você quem me amaldiçoou para que eu ficasse afligido
pela lepra! Se você não quer fazer este sacrifício para mim agora, então terei que encontrar outro guru que o faça
para mim. Mas eu quero ir para o céu com meu corpo!"

Vasistha disse, "Você foi uma criança tola e nada mudou afinal. Agora você está se comportando como um
candala, um sem casta, e eu o amaldiçôo! Você se tornará um candala!" Vasistha tomou um pouco de água em
sua mão e arremessou em Satya Vrat.

Imediatamente, a coroa caiu de sua cabeça. Os ornamentos de ouro de Satya Vrat caíram, suas roupas deseda tornaram-se trapos esfarrapados, e ele tornou-se mais miserável e decrépito. Ele disse, "Ó meu Deus! Eu estou
perdido! Não posso deixar meus súditos me verem assim. Que desgraça!"

Satya Vrat tinha um filho chamado Harischandra. Ele chamou seu jovem filho e disse, "Filho, veja a terrível
condição que está me afligindo. Você tome a liderança nos afazeres desse estado. Eu irei para a floresta realizar
Prayascitta, a tapasya de arrependimento. Tentarei encontrar algum meio de livrar-me desta terrível condição."

Satya Vrat Vai Para o Céu

Harischandra foi coroado como rei. Satya Vrat, Trishanku, agora sofrendo em uma condição deplorável, foi
para a floresta em grande dor e sofrimento.

Alguns anos se passaram. Visvamitra retornou ao seu eremitério após praticar tapasya. Quando ele viu sua
esposa, seu coração se derreteu. Ele disse, "Minha esposa, diga-me como você passou os dias de seca e fome?
Como você sobreviveu? Até eu fiquei em uma terrível condição. Nesta época, eu fiquei tão faminto que entrei na
casa de um candala. Fui diretamente para dentro de sua cozinha, onde eu vi um pouco de sobra de alguma carne
de cachorro que ele tinha cozinhado alguns dias antes. Eu peguei a panela e comi. Então o candala veio para
casa. Ele disse, 'Ó Brahmin, o que você fez? '

E eu respondi, 'Estou em grande sofrimento devido a minha fome, por isso furtei esta carne de cachorro
da casa de um candala e comi, assim posso salvar meu corpo!'

O candala disse, 'Ó Brahmin, erudito como você é, por favor, Pare! Não faça isso! Minha vida é suja. Sou
sujo. Sou indigno de prover comida para um Brahmin. As panelas e utensílios são sujos, a própria comida é suja.
Não é própria para um Brahmin. Por favor, não coma comida suja, porque está escrito, 'Quem come comida suja
torna-se sujo também'. Não sacrifique seu nobre nascimento como um Brahmin para tornar-se um candala em sua
próxima vida!'

Novamente eu respondi, 'Minha primeira obrigação é preservar minha vida. Porque esta vida humana me dá
a oportunidade de realizar o sadhana, a disciplina espiritual, pela qual a realização de Deus é obtida, eu sou
requerido a proteger minha vida. Se cometo qualquer ofensa em assim fazer, posso sempre realizar alguma tapasya
de arrependimento. Mas se permito que esta vida humana deslize entre meus dedos, antes que minha meta de
Realização da Perfeição seja alcançada, então serei culpado de um grande crime.'

O candala disse, 'Ó nobre Brahmin, seja como for, eu lhe peço que não cometa este pecado de roubar
carne suja de um ser impuro e comer a carne de cachorro de um candala, e certamente os Deuses o ajudarão.'

E novamente eu repeti, 'Não posso esperar mais tempo para os Deuses me ajudarem. Estou muito
perturbado pela fome. Agora tomarei algum alimento para o corpo! Comerei a carne!'

Então um raio brilhante atravessou o céu. As nuvens começaram a trovejar e um raio caiu. Eu coloquei a
carne no chão e corri para fora e elevei meus braços aos céus e regozijei. Os Deuses estavam enviando a chuva!
A seca se foi! A fome tinha terminado!

E assim minha querida esposa, eu voltei para casa para ver como você e as crianças ficaram durante o
período da seca."

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A esposa do Muni disse, "Marido, eu também, estava muito atormentada pela fome. Foi muito lamentável
ouvir as crianças chorarem com fome. Eles ficavam dizendo, 'Mãe, nos dê algo para comer!'

No início eu tinha um pouco de arroz selvagem e alguns grãos da floresta, mas depois não havia nada.
Então eu juntei morangos e frutas, mas eles também estavam acabando. Então eu juntei raízes, mas elas também
acabaram. Quando minhas crianças estavam chorando lamentando tanto por comida, eu fiquei em tal estado detestável
que não sabia o que fazer. Então decidi vender um de nossos filhos. Talvez um homem rico o comprasse, e com

o dinheiro da venda eu poderia comprar alguma comida para manter os outros vivos. Justamente quando eu estava
no caminho para o mercado, Satya Vrat veio e disse, 'Ó Ser adorável, não cometa este ato horrível. Eu proverei
comida para sua família todos os dias até que a fome passe.'
Todos os dias eu saia para fora do ashram e encontrava um pedaço de carne pendurado na árvore. Mas
então um dia, ignorantemente aquele príncipe, Satya Vrat, matou a vaca de Vasistha. Por isso, Vasistha o amaldiçoou
a ser um candala, e novamente ele foi exilado de seu reino. Agora, meu marido, temos que fazer algo para
recompensar a bondade de Satya Vrat."

Visvamitra imediatamente foi onde Satya Vrat estava na floresta. Ele disse, "Satya Vrat, você parece estar
em uma condição detestável. Como conseguiu ficar assim? "

"Eu fui ao meu guru e disse, "Vasistha, por favor realize o sacrifício pelo qual eu posso ascender ao céu
neste meu corpo." E quando Vasistha recusou eu disse, "Vasistha, se você não fizer este sacrifício para mim, então
terei que realizar com algum outro guru". Depois disso, Vasistha amaldiçoou-me e me tornei um candala. Agora você
vê minha lamentável condição. Não poderei nunca ir para o céu com este corpo desprezível."

Visvamitra disse, "Eu pessoalmente o enviarei ao céu agora mesmo com este corpo .Você fez um grande
serviço à minha família, e portanto você se tornou meu grande benfeitor. Eu farei com que você consiga ir para o
céu. Traga-me os artigos necessários para o sacrifício."

Satya Vrat começou a coletar todos os artigos requeridos e os trouxe ao altar sacrificial. Visvamitra convidou
todos os outros Munis, "Venham ao Sacrifício!"

Mas Vasistha ordenou-lhes, "Ninguém irá!" E nenhum Muni desobedeceria a ordem de Vasistha.

Então Visvamitra disse, "Satya Vrat, sente-se na plataforma sacrificial. Faremos este sacrifício por nós
mesmos!"

Satya Vrat sentou-se, enquanto Visvamitra inflamava o fogo sagrado. Ele começou a recitar mantras e disse,
"Vá, Satya Vrat, vá para o céu!"

Imediatamente, Satya Vrat ergueu-se da terra e começou a subir ao céu. Ele subiu, subiu, subiu através
das nuvens, através da atmosfera, foi em direção ao céu. Alguns dos Deuses estavam sentados perto da porta do
céu e disseram., "Indra! Olhe aquele candala, aquele sem casta. Aquele ser imundo está vindo para o céu!'

Indra veio correndo ao portão e disse, "Satya Vrat Trishanku na forma de um candala! O que está fazendo
aqui? Volte para a terra! Nenhum candala vem pelo portão do céu!"

E Satya Vrat começou a cair. Ele caiu passando pelas nuvens e quando se aproximou da terra, começou
a gritar, "Visvamitra! Visvamitra! Salve-me! Salve-me! Estou caindo!"

E Visvamitra gritou, "Pare! Eu o enviei ao céu! Ninguém tem a autoridade para rejeitá-lo! Volte para o
céu!"

Imediatamente Trishanku começou a subir no ar. Quando ele foi empurrado através da nuvens, ele chegou
perto do portão do céu, e Indra disse, "O que você está fazendo de volta aqui? Eu o mandei ir para a terra. Vá!
"

Novamente Satya Vrat começou a cair. Então Visvamitra disse, "Pare!"

E Indra disse, "Pare!"

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Estava Satya Vrat preso na atmosfera, a meio caminho entre a terra e o céu. Ele não podia subir nem

descer. Estava preso no meio.

Visvamitra disse, "Indra! Leve este homem ao céu!"

Indra disse, "Ele é um candala, um sem casta, em um corpo desprezível. Não há como ele vir para o

céu! Leve-o de volta à terra!"

Em grande fúria Visvamitra respondeu, "Tudo bem, veremos sobre isso!"

Ele começou a recitar o mantra Gayatri, e fez oferendas ao fogo sagrado e disse, "Todos os méritos que

obtive de toda minha tapasya que tenho executado, eu dou à Trishanku! Agora Trishanku, vá para o céu."

Indra disse, "Ele não pode entrar!"

Visvamitra começou a cantar o Gayatri Mantra mais uma vez. "O que você está fazendo? "perguntou Indra.

Visvamitra respondeu, Estou fazendo uma nova criação com um novo céu e um novo Indra! Se Satya Vrat

não é bem vindo em seu céu, então o enviarei para aquele céu."

Indra disse, "Pare! Não precisamos de uma nova criação. Não quero outro céu com outro Indra. Eu
permitirei que Satya Vrat entre neste céu. Mas não com este corpo! Dê a ele um corpo divino, então ele poderá
entrar."

Lá no meio da atmosfera onde Satya Vrat estava suspenso, ele repentinamente tornou-se dotado com um
belo e divinamente saudável corpo. Ele estava vestido em roupas de seda e ornamentos de ouro. Indra enviou os
Devas com uma carruagem que voava pelo ar, e Satya Vrat sentou-se a medida que eles o escoltavam para o céu
de Indra. Indra deu-lhe um lugar no céu, devido a força da tapasya de Visvamitra.

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Varuna concede um filho a Harischandra

Após Satya Vrat ascender ao céu, Harischandra, seu filho, começou a governar em seu lugar como o rei
de Ayodhya, Rei da Dinastia Solar. Harischandra foi mais verdadeiro, o mais justo, o mais generoso Rei que
Ayodhya tinha visto. De todos os reis da Dinastia Solar, Harischandra foi a gema. Sua comunidade era muito
próspera, e os cidadãos viviam em paz e contentamento em todos os modos.

Mas Harischandra não tinha um filho. Ele pensou consigo mesmo, "Diz em nossas escrituras que se você
não tem um filho que possa realizar os ritos funerais quando você deixa esta terra, então você não pode ir para o
céu. Quem oferecerá pindas, bolos de funeral, nas cerimônias de memorial anual? Como posso ir para o céu se
não tenho um filho? Não terei ninguém para cuidar de mim. Quem herdará meu trono? Minha gente ficará sem um
líder, sem um protetor. Sem um defensor todo meu reino pode ser saqueado por ladrões ou inimigos. Não haverá
ninguém para resguardar a paz e manter a prosperidade. Eu pessoalmente não alcançarei a salvação. É melhor eu ir
até meu Guru, Vasistha e perguntar-lhe o que fazer."

Assim, Harischandra foi até Vasistha e disse, "Vasistha, com suas bênçãos eu me tornei muito bem
sucedido como um rei, mas como um ser humano estou condenado à maldição. Eu não tenho um filho para me
suceder. Que farei?"

Vasistha disse, "Adore Varuna, o Senhor das Águas. Varuna, estando satisfeito lhe dará um filho."

Harischandra foi realizar a tapasya. Ele começou a meditar e realizar várias formas de Yoga. De muitas
maneiras ele trabalhou para propiciar o Senhor Varuna. Depois de algum tempo, Varuna veio até ele e disse, "O
que você gostaria? "

Harischandra respondeu, "Senhor, não há nada tão doloroso quanto não ter um filho. Por favor, Senhor,
abençoe-me com um filho."

E Varuna disse, "O que você fará por mim se eu lhe der um filho?"

Harischandra respondeu, "Qualquer coisa que o senhor deseje."

Então Varuna disse, "Se eu lhe der um filho, quero que você o dê de volta para mim. Quero que você
sacrifique o filho."

Harischandra concordou, "Não há nada pior do que não ter um filho. Certamente farei qualquer coisa que
você queira. Dê-me um filho e eu irei sacrificá-lo a você quando você o quiser. Eu sou Harischandra, o rei que
sempre mantém sua palavra. Este é meu voto, esta é minha promessa."

Varuna disse, "Tata-stu, eu concederei a você esta dádiva. Eu lhe darei um filho."

Harischandra foi para casa e logo sua esposa ficou grávida. A alegria do rei não tinha limites! Alegria
ilimitada! Ele chamou os Brahmins e realizou as cerimônias pré natais. No quinto mês de gravidez de sua esposa
ele realizou o Simantanayana, a parte dos cabelos de sua esposa. Ele colocou sindhur no cabelo dela, um pó
vermelho brilhante, e ofereceu madhu parka para ela beber, uma bebida fria feita de iogurte, ghee, mel e açúcar, e
a abençoou. No sétimo mês ele realizou mais cerimônias. E quando a criança saiu do útero, a satisfação de
Harischandra não tinha limites.

Justamente então, Varuna veio e disse, "Agora você deve dar seu filho à mim. Ó Rei, você é verdadeiro
ao seu voto, sacrifique o filho. Me dê de volta a criança."

O rei pensou por um momento e disse, "Senhor, esta criança apenas chegou ao mundo. Ele nem mesmo
teve as bênçãos de uma celebração de nascimento. Como você pode sacrificar uma criança que nem mesmo teve
uma celebração de nascimento? Isto é desconhecido nas escrituras. Senhor, deixe-me por favor somente realizar o
Jata Karma, cerimônia de nascimento, e então realizarei seu sacrifício conforme prometi."

Varuna disse, "Isto parece uma idéia sábia. Vá em frente. Realize o Jata Karma."

-55


Então o rei Harischandra convidou muitos Brahmins para reunirem-se e eles cantaram os mantras sagrados
e abençoaram a criança. Harischandra deu grandes presentes para muitas pessoas. Ele estava tão feliz!

Quando a cerimônia estava completa, Varuna veio e disse, "Tudo certo, rei. Realize o sacrifício."

Imediatamente a alegria fugiu da mente do rei e ele ficou oprimido pela tristeza e atado por pensamentos ,
"Ó, o que falarei com ele agora? Não há nada mais doloroso que não ter um filho. Como posso sacrificar o filho
que veio a mim pela graça de Deus? Eu tenho somente um filho." Ele disse, Varuna, você é o conhecedor do
dharma .Eu tenho apenas um pequeno intelecto comparado ao seu vasto conhecimento. Você conhece o modo
correto de realizar o dharma .Mas deixe-me somente perguntar-lhe uma coisa: Quando realizamos qualquer sacrifício
Védico, ambos, marido e mulher, devem participar. Não está de acordo com as regras que só o marido realize
qualquer sacrifício sozinho. A esposa é conhecida como Bhagidar, a que compartilha igualmente. Assim como podemos
realizar um sacrifício onde a esposa não pode vir? Agora é dito nas escrituras que dez dias após a criança ter
nascido o pai torna-se puro. No caso de uma mulher, o tempo é de trinta dias. Assim Varuna, se tiver sua
aprovação esperaremos até o final do mês quando minha esposa se tornará pura, e então juntos poderemos realizar

o sacrifício." Varuna disse, "Bem, isto parece ser um argumento amigável. Eu não vejo dificuldade, mas esteja certo
de manter sua palavra."
O coração de Harischandra partiu de alegria! Ele estava tão feliz! Mas num instante os trinta dias se
passaram. Harischandra disse, "Hum, O dia de dar um nome a minha criança está chegando."

Ele foi ao seu Guru, Vasistha, e eles examinaram os gráficos astrológicos preparados para o nascimento da
nova criança. Eles deram-lhe nome de Rohitashva, o Cavalo Vermelho. Rohi tem outro significado, o Sol Nascente;

o cavalo que brilha com o Sol Nascente. Quando os Deuses e demônios bateram o ksirasamudra, o oceano de
leite, muitos seres saíram daquele oceano. Após Mahalaksmi veio Ucchaishravas, o ashva, ou cavalo que personifica
a sabedoria. Assim aqui está Rohitashva, o Cavalo, Personificação da Sabedoria que Brilha como o Sol Nascente.
Este é o significado do nome dado à criança.
Harischandra celebrou o rito de passagem de dar nome à criança, e fez uma festa em todo o reino,
dando grandes daksinas como presentes aos Brahmins. Eles tinham realizado todas as cerimonias no fogo do
sacrifício, cantando canções de júbilo alegria, quando Varuna veio e disse, :"Ó Rei, cumpra sua promessa. Sacrifique
a criança!"

Harischandra disse, "Senhor, estou pronto para fazer exatamente o que o você me diz. Mas primeiro eu
quero sua opinião em uma questão da lei do nosso dharma. É dito que para uma vítima ser sacrificada, ela deve
ter algum dente. Como posso sacrificar um animal se ele não tem dente? Agora vejo que está escrito certo aqui
nas escrituras. Senhor, se você acha que isso está errado, diga-me e realizarei o sacrifício agora mesmo. Mas se
você concorda com as escrituras, então espere seis meses até realizarmos Annaprasan, a cerimônia de comer a
primeira comida após os dentes terem nascido. Então realizaremos o sacrifício sem qualquer hesitação. Mas não
quero dar uma vítima imprópria ao seu sacrifício."

Varuna disse, "Rei, Penso que você está me colocando de fora. Mas esteja certo que não conseguirá muito
prender esta criança a você! Eu concedo seu desejo. Vá em frente e realize o Annaprasan da criança, a primeira
comida sólida. Então teremos o sacrifício."

Varuna desapareceu e Harischandra ficou cheio de alegria! Ele começou a brincar com sua criança e
observá-la crescer.

Seis meses se passaram. Os Brahmins se reuniram para realizar o sacrifício e cantar os mantras que
acompanham comer o primeiro arroz. A criança estava comendo sua primeira refeição quando Varuna veio, "Está
certo, rei, realize o sacrifício agora!"

E o rei respondeu, "Senhor Varuna, você sabe, a criança ainda tem em sua cabeça o mesmo cabelo com
que ela nasceu. Como posso lhe sacrificar uma vítima impura como esta? Vamos primeiro realizar sua cerimônia
Curakaran e cortar todo o cabelo de sua cabeça. Então ele será uma vítima para o sacrifício. Esta é minha
promessa."

-56


E Varuna respondeu, "Veja que suas palavras não se tornem inverdades. Não fale mentira para mim. Eu
concedo a dádiva a você. Raspe a cabeça da criança e então realizaremos o sacrifício"

O tempo passou e eles rasparam a cabeça da criança e Varuna veio e disse, "Tubo bem rei, dê-me a
criança."

Harischandra disse, "Varuna, estou certo de que você sabe que num sacrifício desta natureza, só a pessoa
duas vezes nascida é justa para ser a vítima oferecida a Deus. Vamos primeiro realizar a cerimônia de Upanayan,
que confere a ele o cordão sagrado, e o faz duas vezes nascido. Então realizarei o sacrifício sem hesitação."

Varuna disse, "Rei, penso que você está ficando muito preso a esta criança. Parece estar me levando e
protelando com uma desculpa depois da outra. Mas eu permito esta demora. Vá em frente e realize a cerimonia
Yajñopavitam, e o faça duas vezes nascido. Dê-lhe o cordão sagrado e o inicie no Gayatri mantra. Está escrito que
para uma criança Brahmin a idade apropriada é oito anos, para a criança Ksatriya a idade é onze, para a criança
Vaisya a idade é doze; e para a criança sudra a idade é quinze. Portanto. Vá em frente e realize a cerimonia
Upanayan.

Harischandra ficou muito feliz.

O tempo passou muito rapidamente. Quando Harischandra realizou a cerimônia de Upanayan para o filho,
Varuna veio e disse, "Faça o sacrifício."

E Harischandra respondeu, "Senhor, a única vítima realmente apropriada para o seu sacrifício é aquela que
tem conhecimento. Por que você permite o sacrifício de uma criança ignorante? Somente a criança que tem
conhecimento pode ser oferecida. Certamente este deve ser o critério. Primeiro deixe a criança estudar com o guru.
Depois de sua cerimônia Samavartan, ele retorna da casa do guru tendo estudado os Vedas, então ele virá para o
sacrifício e certamente o ofereceremos."

Varuna disse, "Não se engane rei! Se você não seguir cada letra do que me prometeu fazer, eu o
amaldiçoarei!"

Harischandra respondeu, "Eu nunca falei uma mentira, e prometo fazer exatamente como você me mandou.
Tão logo a criança retorne do ashram do guru, realizaremos o sacrifício."

Varuna disse, "Certo, mande a criança para ser educada. Mas não se engane: você terá que realizar
exatamente o que prometeu."

A criança foi enviada ao ashram do guru. Os anos se passaram rapidamente, enquanto a criança estudava
os Vedas e os tratados sobre política e economia e como ser um bom pai para a nação. Quando ele teve todo o
conhecimento, ele deu o dakshina ao guru e começou seu caminho de volta para casa. Quando ele estava a
caminho. Indra veio e disse, "Filho, não vá para lá! Você não sabe que se for para lá seu pai terá que oferecê-lo
como uma vítima em um sacrifício? Salve sua vida! Corra para as montanhas! Se esconda em uma caverna e
quando seu pai morrer então nós o chamaremos. Então você virá e herdará seu reino. Não entregue sua vida agora
para ir até seu pai."

Quando Rohitashva ouviu isso, ele ficou assustado não sabendo o que fazer, ele correu para as montanhas
e se escondeu na caverna.

Varuna veio ao rei e disse, "Certo, rei. É tempo da cerimônia Samavartan de seu filho. Seu filho deve ter
retornado e a cerimônia deve ter se completado, Agora realize o sacrifício que você prometeu!"

O rei respondeu, "Ó Senhor, meu filho ainda não voltou para casa. Como posso realizar o sacrifício? "

Varuna disse, "Tempo após tempo você tem me colocado longe por uma razão ou outra, e agora esta é
mais uma desculpa! Você não tem a intenção de cumprir seu dharma! Você tem me colocado para longe e
mentindo para mim tempo após tempo. Agora você vai realizar o sacrifício ou eu o amaldiçoarei!"

O Rei disse, "Ó Senhor Varuna, não estou tentando engana-lo. Estou falando a verdade! Não tenho nenhum
filho para sacrificar à você. Por favor tenha piedade de mim!"

-57


Varuna disse, "Você é responsável por isso. Como posso ter pena de você? Eu o amaldiçôo! Você será
afligido com uma doença!" E ele arremessou algumas gotas de água no rei Harischandra.

O rei imediatamente tornou-se afligido por uma terrível doença que causava grande dor. Algum tempo se
passou enquanto ele estava sofrendo as terríveis dores e desconforto da doença. As notícias disso vieram até
Rohitashva na caverna onde ele estava vivendo na floresta. Ele pensou, "Devo ir ver meu pai que está sofrendo. O
que é bom em ser o filho que não redime a dor de seu pai?"

Ele começou sua jornada para ver seu pai, o rei, mas Indra veio a ele e disse, "Pare, ó príncipe! Não
vá! O único meio de seu pai livrar-se do sofrimento é matando você! Não convide sua própria destruição. Volte para
sua caverna na montanha onde estará seguro. Quando for seguro para você vir, então nós o chamaremos."

Rohitashva tornou-se amedrontado e fugiu de volta para a caverna na montanha onde ele tinha estado.
Harischandra continuou afligido pela doença. Depois disso, o rei chamou seu guru e disse, "Vasistha, o que farei?
Aqui estou eu afligido pela doença e sofrimento e o único meio de livrar-me disso é oferecer meu próprio filho em
sacrifício. Mesmo assim meu filho não está aqui. Agora não tenho nenhum meio de oferecer este sacrifício. Mas não
posso permanecer com este sofrimento por mais tempo. Que farei?"

Vasistha respondeu, "Rei, há muitos tipos diferentes de filhos. Há um filho nascido da união entre marido e
esposa; há um filho que nasce do conhecimento, por meio da iniciação; há um filho que é ganho dos espólios da
guerra, que tinha sido roubado pela força das armas; há um filho a quem tem sido dado abrigo como um orfanato,
que busca refúgio em um pai; e há um filho comprado por se pagar o preço justo. Portanto rei, ache outro filho!"

O rei estava extático de alegria! Ele chamou todos os ministros e disse, "Ministros, vão por todo o reino ,
e vejam se alguém me vende seu filho!"

Os ministros foram pelo reino e gritavam: "Alguém quer me vender seu filho? O rei precisa de um filho!
Alguém venderá seu filho?"

Nisso havia um pobre Brahmin cujo nome era Ajigartha. Ele tinha três filhos. Seus nomes eram
Sunahpuccha, Sunahshepha e Sunolangula. Porque ele era muito pobre, estava tendo dificuldades em alimentar todos
os três. Quando ele ouviu sobre o desejo do rei de comprar um filho, ele pensou, "Venderei um de meus filhos, e
com o dinheiro que receber, posso alimentar os outros dois. "Seu filho mais velho era necessário para realizar os
ritos funerais quando ele deixasse o corpo. Seu filho mais novo era muito jovem para entender porque estava indo.
Ele escolheu seu filho do meio. Sunahsepha, e decidiu vender aquele filho.

O rei perguntou, "O que você quer pelo seu filho? "

O Brahmin respondeu, "Cem vacas carregadas com ouro."

O rei disse, "Vendido! Eu pago seu preço. Dê-me o filho!"

Sunahsepha estava chorando aterrorizado quando eles o amararam no poste sacrificial. Os brahmins estavam
recitando os mantras do Yajña, cantando as fórmulas para o sacrifício humano. Todos os rsis estavam presentes,
enquanto o rei era colocado na arena sacrificial em grande sofrimento. O executor elevou sua espada para decapitar
a vítima, e a vítima, Sunahsepha, chorava de medo.

Repentinamente o executor abaixou sua espada e disse, "Ó Rei, não posso decapitar esta vítima. Este
jovem menino está chorando tão lamentavelmente. Por favor, mostre a ele sua misericórdia!"

O rei disse, "Por que Varuna não me mostrou misericórdia? Eu tenho tanto sofrimento! Que faremos? Há
alguém aqui que irá decapitar esta vítima e livrar-me de meu sofrimento?"

Então o Brahmin Ajigartha disse, "ó Rei, dobre seu preço e eu mesmo o farei."

Todos começaram a gritar, "Uuuuh! Que tipo de pai é você? Você mataria seu próprio filho mesmo quando

o executor não o fez?"
-58


E Ajigartha respondeu, "Ninguém aqui conhece as dificuldades da pobreza. Cada um de vocês é tão
piedoso porque têm em abundância, mas para livrar-se da pobreza, mesmo um brahmin pode matar seu próprio filho.
Pague meu preço e realizarei o sacrifício."

O rei disse, Eu pago o seu preço! Dê-lhe outras cem vacas carregadas com ouro."

Ajigartha tornou-se o executor que elevou a espada sobre a vítima, seu próprio filho. A vítima chorava
demais. Quando ele estava a ponto de golpear, Visvamitra, de pé, gritou, "Pare! Ó Rei. O rei é o pai dessa gente.
A mais elevada virtude de um rei Ksatriya é a compaixão. O sagrado dever de um rei é proteger seus súditos. E
aqui está você a ponto de cometer essa ação terrível de fazer um pai matar seu próprio filho."

O rei disse, "Eu tenho muita dor! Este é o único modo de livrar-me dessa doença."

"Você deve perdoar esta criança! Disse Visvamitra.

"Por que Varuna não me perdoa?" disse o rei. Nada disso foi devido a qualquer falta minha, Eu sou a
vítima da circunstância."

Visvamitra correu para onde estava a criança, Sunahsepha, estava amarrada, e deu-lhe iniciação no Varuna
Mantra por sussurrar o bija mantra "Vam" em seu ouvido, Sunahsepha começou a cantar ruidosamente o Bandan
Mukta Sukta, que tornou-se o Vigésimo Oitavo hino do Primeiro Mandala do Rig Veda:

Namo mahadbhyo namo arbhakebhyo
Namo yuvabhyo nama asinebhyah
Yajama devan yadi saknavama
Ma jyyasah sam
Sama vrksi devah
Eu reverencio ao Grande Ser Sábio do passado. Eu reverencio ao Grande Ser Sábio do Presente. Eu
reverencio ao Grande Ser Sábio do futuro. Se há qualquer Grande Ser Sábio desconhecido em qualquer tempo, eu
reverencio a todos eles. Abençoem-me todos vocês.

Então Varuna veio ao sacrifício e ordenou, "Soltem a criança!"

O rei respondeu, "Ó Senhor Varuna, se você livrar-me de minha dor e doença, eu certamente soltarei a
criança."

Então Varuna proclamou, "Certo, Rei, seja livre da dor!"

Repentinamente toda a doença e dor do rei foi curada. A criança, Sunahsepha, foi libertada, e todos os
brahmins na assembléia gritaram de alegria e triunfo!

Sunahsepha disse, "Ó eruditos brahmins, agora que estou livre, por favor digam-me para que casa irei?
Quem é meu pai agora?"

Alguns dos brahmins disseram, "Ajigartha é seu pai."

Outros disseram, "Harischandra, o rei, pagou o preço apropriado por você. Vá para a casa do rei."

Vasistha de pé no meio da assembléia disse, "Não, Visvamitra deu-lhe iniciação no mantra que salvou sua
vida. Agora ele é seu verdadeiro pai espiritual. Você vai para a casa com Visvamitra."

Então Visvamitra abraçou Sunahsepha com amor paternal, e juntos retornaram para casa. Harischandra
completou o Yajña juntamente com todos os ritos sacrificiais, e deu grandes daksinas aos brahmins e rsis, e
especialmente para seu próprio Guru, Vasistha, semelhante ao qual nunca tinha sido visto outro antes. Houve uma
grande celebração por todo o reino.

-59


A Inimizade entre Vasistha e Visvamitra

Após Harischandra se livrar da maldição da doença e reunir-se com seu filho, Rohitasva, ele viveu e
governou em Ayodhya junto com sua esposa Saivya, literalmente, Ela Quem Manifesta Shiva, e seu filho. Yudh
significa guerra, e Asignifica sem; Ayodhya é o lugar sem guerra, a terra da paz. Harischandra juntamente com sua
esposa e seu filho viram o reino crescer em fama e prosperidade. Saúde, riqueza e bem estar eram desfrutados por
todos os cidadãos, de todas as maneiras esta era a comunidade ideal governada por um rei ideal.

Você sabe que entre os buscadores espirituais há uma hierarquia de realização? Como em uma igreja há
um diácono. E um pastor ou ministro, e acima deles há um bispo, e um cardeal, e o Papa; assim também entre
os profetas do Sanatana Dharma, há uma designação de Sadhus, Sants, Swamis, Mahatmas e Rsis. Estes
significados têm se tornado obscurecido com o tempo porque as pessoas tomam títulos por seu próprio acordo, mas
mesmo o título de Rsi inclui muitos graus. Is significa desejo, ISA, o objeto do desejo. Ra significa além disso, Ra
mais Isa é igual a Rsi, e Rsi significa ele quem está além do objeto do desejo, o ser instruído, que conhece como
controlar o desejo. Isa também significa perceber e governar: Percebedor de tudo, Governador de tudo. Ele que está
além governa sobre tudo, ele que vê além de tudo. Rsi. Há Rsis e Maharsis, Rajarsis, Devarsis e Brahmarsis. Um
Rsi é um profeta, um ser sábio, e um Maharsis é um grande profeta entre os profetas. Um Rajarsi é um grande
profeta entre os reis, e um Devarsi, como Narada Muni, é um grande vidente entre os Deuses. Ele pode transferir
seu corpo físico, ou transcender o plano físico, e mover-se entre os Devalokas, os reinos dos Deuses e a
consciência humana, à vontade. E o Brahmarsi é o conhecedor da mais profunda essência da sabedoria da não
dualidade, "Eu Sou a Divindade Suprema." Um dia Visvamitra foi visitar Vasistha, e viu que ele estava adornado com
grande honra e respeito. Visvamitra perguntou-lhe, "Vasistha, de onde você recebeu tal tributo de honra? Onde
consegui tal riqueza e tudo isso?"

Vasistha respondeu, "De meu discípulo Harischandra."

Visvamitra perguntou incredulamente, "Seu discípulo Harischandra deu ao seu guru tal riqueza? "

Vasistha respondeu, "Sim, é a honra que ele mostra a um Brahmarsi, um conhecedor da unidade de
Brahman."

Visvamitra disse, "Vasistha, eu também não alcancei o status de um Brahmarsi? Pela tapasya de minha
força de vontade eu trouxe o Gayatri Mantra para a elevação da humanidade. Pela força de minha tapasya eu
enviei Satya Vrat ao céu. Pela aplicação de minha sabedoria, iniciei Sunahsepha no Varuna Mantra, e portanto salvei
a vida dele. Eu também livrei Harischandra da maldição de Varuna. Certamente, eu também sou um Brahmarsi.
Vasistha disse, "Não, Visvamitra, você ainda não é um Brahmarsi. Há muito para você entender. Não é tão simples.
Você pode ter se tornado um Rajarsi por hora, mas só devido a que você alcançou uns poucos poderes espirituais,
siddhis, que você pode ostentar em público, isto não faz de você um Brahmarsi." Visvamitra ficou insultado. Desde
então ele tentou roubar a vaca de Vasistha, ele tentou se igualar com Vasistha. Ele ficou muito zangado com o
insulto e disse, "Eu lhe mostrarei!"

Visvamitra foi praticar mais tapasya. Ele sentou-se no silêncio da meditação e tornou-se completamente
absorvido na prática de austeridades. E algum tempo se passou.

O Teste de Harischandra

Um dia Indra presidiu uma grande conferência no céu. Ele reuniu todos os Deuses, juntamente com todos
os Rsis, Maharsis, Rajarsis, Devarsis e Brahmarsis. Todos foram convidados para a assembléia. Quando os
participantes estavam confortavelmente sentados Indra disse,

Tenho uma questão de maior importância filosófica, e
peço que todos vocês dêem suas opiniões. Vasistha levantou-se no meio da assembléia e disse, Desculpe-me Indra,
mas não vejo Visvamitra presente nesta assembléia.
Indra respondeu, Visvamitra? Aquele rei que ainda está atado exibindo seu próprio egoísmo? Ele está cheio
de orgulho de suas realizações. Por que deveria ter um lugar aqui para ele?

-60


Vasistha disse,

Sim, mas mesmo assim ele está se esforçando duramente no caminho da realização. Ele
está tentando tornar-se um Brahmarsi. Portanto, ele também deveria ser consultado sobre este assunto de importância
filosófica.
Indra concordou,

Tudo bem, como você sugere. Envie um mensageiro à Visvamitra e diga-lhe que sua
presença é requisitada no céu de Indra.
Narada Muni foi enviado como o mensageiro, e foi para onde Visvamitra estava sentado em Samadhi, na
total e completa absorção de sua tapasya. Narada disse,

Visvamitra, os Deuses se reuniram no céu de Indra para
uma grande conferência sobre assuntos filosóficos. Todos os Rsis, Maharsis, Rajarsis, Devarsis e Brahmarsis se
reuniram junto com eles. Vasistha sugeriu que você também deveria estar lá.
Você quer dizer que Vasistha me reconheceu como um Bramarsi também? Perguntou Visvamitra.
Ó não, isso não foi o que ele disse! Ele disse que você está se esforçando duramente para tornar-se um
Brahmarsi, e portanto sua opinião deveria ser ouvida também.
Visvamitra ficou um pouco desapontado e respondeu,

Tudo bem, irei com você. Eles montaram sobre um
carro aéreo e ascenderam ao céu de Indra. Chegando ao céu eles trocaram saudações com toda a assembléia, e
então Visvamitra tomou seu assento próximo ao Guru Vasistha. Quando ele estava confortavelmente sentado Indra
disse, Agora quero apresentar minha questão. Qual é o mais forte poder sobre a terra?
Vayu imediatamente levantou-se e respondeu,

O vento! O vento sopra qualquer coisa para longe. Agni
levantou-se e disse, O Fogo! O fogo pode queimar qualquer coisa! Yama levantou-se e disse, A morte, ninguém
pode escapar da Morte! E assim cada um dos Deuses teve sua vez e proclamou-se ser o mais o mais poderoso
ser sobre a terra. Finalmente Vasistha deu alguns passos adiante da assembléia e disse, "Caras divindades, eu
proclamarei em verdade qual é o mais forte poder sobre a terra. O mais forte poder sobre a terra é a Verdade!
Visvamitra levantou-se e disse,
Você quer dizer que o mais forte poder sobre a terra é a Verdade? Olhe para a
terra. Em toda parte há um mentiroso, um trapaceiro e um ladrão. Eles roubam por dinheiro, mentem por dinheiro e
não há ninguém devotado à Verdade!
E Vasistha respondeu,

Se houvesse um homem que sacrificasse tudo pela Verdade, que desse seu próprio
ser, todas as suas ligações, todo seu egoísmo e posses, então você concordaria que a Verdade é o mais forte
poder sobre a terra?
Visvamitra disse, Onde há um homem como este?
Vasistha respondeu, O rei de Ayodhya, Raja Harischandra.

Harischandra? respondeu Visvamitra.
Ele enganou Varuna no sacrifício que tinha prometido. Colocou-o para
fora de tempos em tempos com esta desculpa, aquela desculpa. Ele contou uma história depois da outra para evitar
ter que cumprir sua promessa! Você só esta dizendo isso porque ele lhe deu muita riqueza e honra. Agora, mesmo
o grande Vasistha sacrificou a Verdade para tornar-se servo da riqueza.
Vasistha disse, Você verá Visvamitra! Harischandra é dotado de nobreza e firmeza na Verdade.
E Visvamitra respondeu, Ó Vasistha, você deve estar brincando. Aquele rei é um mentiroso e irá falsear a
verdade quando lhe for conveniente. Eu concordo em apostar com você todos os méritos que obtive de todos os
meus pujas que realizei que você está errado!

Vasistha olhou para Visvamitra,

Como você quiser, Visvamitra. Eu tenho firmeza de fé. Se você irá gostar
de liberar-se de todos os seus méritos espirituais, que você possa assim fazer. Eu aceito seu desafio. Você pode
testá-lo como queira. A assembléia acabou com esta aposta sendo feita, e todos os Deuses foram ver o que
aconteceria.
Visvamitra desceu à terra, sentou-se na floresta e começou a realizar tapasya. Um dia Harischandra foi àquela
floresta caçar. Pelo poder de seu mantra, Visvamitra chamou Maya e causou uma chuva. Uma tormenta sucedeu, e
Harischandra de algum modo ficou separado de seus amigos e do restante da facção de caça, e tornou-se
completamente perdido. Visvamitra novamente chamou Maya e fez o sol vir. Estava muito, muito quente. Harischandra
-61


começou a beber água. Ele ficou com fome. Suas roupas estavam molhadas. Ele estava cansado, sedento, faminto e
perdido na mais densa parte da floresta. Era uma situação deplorável.

Que grande alívio, pensou Harischandra a medida que desmontava de seu cavalo e ia prestar respeitos ao
grande Rsi. Ele prostrou-se diante do Rsi e disse, Ó Grande Rsi, que boa fortuna é para mim encontrá-lo aqui
nesta floresta. Eu estou sedento e faminto. Estou cansado e perdi de todos os meus amigos. Eu também estou
perdido e nem mesmo sei onde é Ayodhya.
Visvamitra respondeu,

Bem vindo, ó rei. Estou satisfeito que você tenha vindo e que eu possa ser de
alguma ajuda. Vá para aquela corrente de água, lave-se e mude estas roupas molhadas. Eu prepararei alguma
comida para você, e depois que você tomar algum refresco e descansar, lhe mostrarei o caminho de volta à sua
casa.
O rei replicou, Você é tão bondoso, ó grande Rsi. Você foi tão afável com meus ancestrais, e está sendo
bondoso comigo.

Visvamitra disse, Não pense nisso.

Como foi instruído, o Rei Harischandra foi lavar-se. Mudou as roupas e tomou uma água clara e
refrescante. Então retornou ao eremitério do Muni. Lá comeu deliciosa comida e sucumbiu à magia que o cercava.
Após descansar ele disse,

Visvamitra, estou satisfeito com seu seva, serviço abnegado que você me oferece com
grande amor. Sou muito agradecido pelo modo como você salvou minha vida e me fez confortável mesmo na
floresta. Você me colocou na melhor posição possível, e é sempre o maior sinal de amizade, pensar na vantagem
do amigo. Escolha alguma desejo de mim.
Visvamitra respondeu, Ó Rei, sou um Rsi, um Muni vivendo na floresta realizando tapasya. Pessoalmente
não necessito de nada. Mas veja você, tenho uma filha que está na idade de casar-se agora, e há um jovem
homem com quem eu desejo que ela se case.. Mas eu não tenho dote, assim como posso realizar o casamento de
minha filha?

O Rei disse,

Maharsi, eu sou o rei de Ayodhya, o homem mais rico do país! Tenho uma grande riqueza
e assim você pode dar sua filha em casamento. Não só isso, mas você foi muito bondoso em enviar meu pai ao
céu. Você livrou Sunahsepha do poste sacrificial. E livrou-me da terrível maldição de doença dada por Varuna.
Maharsi qualquer coisa que eu possa fazer por você, basta apenas falar. Ficarei honrado em dar-lhe o dote para o
casamento de sua filha. Só me diga a quantia. Eu pessoalmente me certificarei de que a soma seja paga.
Então Visvamitra perguntou, Ó rei, você nunca irá mudar sua mente, ou irá? Uma vez que tenha dado
sua palavra, não fará sua palavra tornar-se falsa?

Harischandra respondeu, Não . Eu sou Harischandra, o Rei de Ayodhya. Eu nunca falei uma mentira desde

o dia de meu nascimento. Eu lhe dou minha palavra. Uma vez que tenha dado minha palavra, ela nunca se tornará
falsa. Eu proverei o dote para o casamento de sua filha.
Visvamitra disse, Rei, agradeço muito por seu nobre oferecimento, mas veja, está no meio da noite. Não
devemos querer retornarmos para Ayodhya pelos caminhos sinuosos na noite escura. Poderemos nos perder. Por que
você não fica aqui esta noite? Amanhã de manhã, após um bom desjejum, eu pessoalmente o escoltarei até
Ayodhya. Lá você poderá colocar sua roupa real mais uma vez, e então poderá me dar o dote que necessito.

O rei disse, Visvamitra Mahamuni, sua hospitalidade não tem limites! Você é o mais nobre da raça ariana.
É por este tipo de comportamento como o seu que nosso país tem crescido e prosperado. Porque temos líderes
como você entre os Brahmins. Por favor considere-me ser seu humilde servo.

Visvamitra preparou uma cama para o rei, e aquela noite eles descansaram. Eles despertaram pela manhã
e após banharem-se, realizaram suas preces matinais. Tendo completado a adoração, comeram o desjejum e
começaram a jornada juntos pelos caminhos tortuosos que conduziam pela densa floresta em direção à Ayodhya.
Quando eles chegaram na fronteira da floresta, Harischandra olhou para baixo para os vales. Lá longe, ele viu a
cidade de Ayodhya, e seu coração ficou alegre! Agora era Harischandra quem escoltava Visvamitra, e quando eles
chegaram aos portões da cidade, toda a população veio saudar seu Rei. Todos tinham estado preocupados porque o
rei não tinha voltado para casa aquela noite. Todos os ministros vieram saudar o retorno do rei. E como um herói,

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Harischandra proclamou ao público que sua salvação e bem estar foi devido a amável hospitalidade do Grande Rsi
Visvamitra. Ele levou Visvamitra para dentro do palácio, lavou-lhe os pés e fez muitas preparações para ele. Então
tomou seu próprio banho, mudou suas roupas, e retornando ao grande Rsi disse-lhe,

Agora, Visvamitra, por favor
fale-me o que posso fazer para satisfazê-lo. Qualquer coisa que você deseje. Eu estou muito satisfeito com a
assistência que você tem dado a mim, aos meus ancestrais e ao meu reino.
E Visvamitra disse, Ó rei, por favor lembre-se de sua promessa na última noite. Eu preciso de um dote
para dar no casamento de minha filha. Por favor dê-me o dote.

O Rei Harischandra respondeu, Ó Grande Rsi, tome qualquer quantidade de dote que você deseje. Tome
qualquer quantia de riqueza que você precise. Por favor realize seu objetivo. Você tem sido tão bondoso comigo e
com minha família, e tem sido um benfeitor de todo cidadão de meu país, assim como de meus ancestrais. Somente
diga-me o que deseja.

Visvamitra disse, Ó rei, por favor dê-me toda a riqueza que você possui.

Harischandra ficou atordoado. Visvamitra olhou a expressão na face do rei e disse, Ó Rei, há algo errado?
Você não quer dar-me seu reino? Há poucos momentos atrás você falou tão magnanimamente, Pegue quanto quiser
Maharsi, pegue quanto quiser. Se você não quiser dar-me qualquer coisa que eu queira, só diga que cometeu um
engano. Só diga que não manterá sua palavra e eu darei tudo de volta para você.

O rei gaguejou e disse, Ó não Grande Rsi. Eu só fiquei surpreso. Você pode ter todo o reino!

Bem, então, por favor, dê-me meu reino.
Harischandra olhou ao redor do palácio, olhando ainda que fosse numa última despedida. Sua esposa,
Saivya, e seu filho, Rohitasva, vieram e disseram,

Pai, meu Rei, Genitor: onde quer que você vá nós iremos com
você. De fato, somos uma família. Não desejamos reino ou palácio, quando o rei mesmo, vive fora da cidade. Nós
iremos com você. Harischandra concordou e disse aos seus ministros,
Ministros, amigos, oro para que vocês
protejam o reino e administrem sabiamente o comportamento de Visvamitra, Eu renuncio a toda autoridade deste
reino! E Harischandra virou-se para sair. Visvamitra disse, Pare rei! Eu pensei que você tinha me dado tudo no
reino.
O rei disse, E está correto.

Visvamitra disse, E as jóias e ornamentos que você está usando? Isso também não faz parte do reino?
Dê-me isso, também. Eles tiraram todos os ornamentos, e então reiniciaram a partida.

Visvamitra disse, Pare rei, você prometeu dar-me tudo ou apenas uma parte? Se deseja dar-me apenas
uma parte, então admita que não quer me dar tudo, e diga que é um mentiroso e poderá ter todas as coisas de
volta! Mas se deseja dar-me tudo, as vestimentas reais e todas as roupas que estão vestindo são minhas. Tire-as e
as coloque aqui! Dê para estas pessoas alguns trapos de mendigo, ordenou Visvamitra aos ministros.

Harischandra, sua esposa e seu filho, tiraram as finas sedas e cetins bordados, as roupas reais, e
colocaram o trapo de mendigos, e mais uma vez começaram a sair.

Quando estavam no portão do palácio, Visvamitra disse,

Pare rei! Você realmente deseja dar-me este reino
e esta riqueza ou não?
O rei espondeu, Já lhe dei todas as coisas, que mais você quer?

E Visvamitra disse,

Sou um Brahmin. Quando você dá um presente a um Brahmin, deve dar alguma
daksina. Onde está minha daksina? Eu mandei seu pai aos céus. Libertei Sunahshepha do pilar, e livrei você da
maldição da doença. Olhe toda a daksina que você deu à Vasistha, toda honra e riqueza que deu para ele. Você
espera que eu aceite um presente sem daksina?
Harischandra disse, Rsi, você pode ver agora eu não tenho nada. Como posso lhe dar uma daksina?
Isto é para você considerar. Se não deseja dar-me todos esses presentes, tome-os de volta e diga que
você mentiu. Mas se não deseja ser um mentiroso, dê-me minha daksina!

-63


Mas Rsi, não tenho nada para dar-lhe. Dê-me algum tempo e darei sua daksina.

Quanto tempo você precisa?

Dê-me um mês.

Certo. Um mês! Mas eu quero minha daksina! Se você não me der eu o amaldiçoarei!

Harischandra ficou com medo. Quem quer a maldição de um Rsi? Quem sabe que mal lhe acontecerá se
um Rsi dá uma maldição? E ainda, como podia ser falso o seu voto? Perplexo com a situação, Harischandra foi
para a floresta acompanhado de sua esposa e de seu filho. Por muitos dias eles vaguearam na floresta comendo
frutos das árvores, muitas vezes incapaz de prover qualquer alimento para todos. Por fim vieram para a cidade de

Benares. Quando chegaram lá, Rohitasva, o pequeno menino começou a chorar, Papai, estou com fome. Não temos
nada para comer?
E Saivya, a esposa, disse, Que pena! Olhe nossa posição agora. Não temos nada para alimentar nossa
criança chorando. O grande Harischandra, Imperador de toda a Índia, o Rei de Ayodhya, o mais nobre de todos os
Arianos, que nunca mentiu, foi agora reduzido a essa posição. Então Visvamitra veio .

Está certo rei, seus trinta
dias se passaram. O mês está terminando. Dê-me meu daksina ou o amaldiçoarei!
Harischandra disse,

Ó Grande Rsi, por favor, o sol ainda está no céu. Os trinta dias ainda não
terminaram. Espere ao menos até o fim do dia!
Visvamitra disse,

Muito bem, eu esperarei até o pôr do sol. Mas se não me der minha daksina você
poderá escolher entre tomar de volta sua riqueza e admitir que você é um mentiroso, ou eu o amaldiçoarei!
Harischandra virou-se para sua esposa Shaivya e perguntou, Que faremos? Que faremos?

Shaivya, a dharmica esposa, respondeu, Ó Rei, o mais nobre dos homens que encontrei, tão firme em sua
decisão de verdade, eu me curvo à você. A um rei não é permitido mendigar. A um rei não é permitido negociar.
Você não tem armas ou exércitos com os quais lutar. Você só tem um caminho para conseguir o dinheiro de que

necessita.
Qual é este caminho, minha amada esposa?
Venda-me.

O rei desfaleceu com o choque.

Vender minha esposa? Em que horrível situação fui colocado. Devo ter
um caráter desprezível para contemplar esta situação de vender minha esposa. O primeiro dever de um homem é
proteger sua esposa, que coisa terrível você está me aconselhando a fazer!
Não rei, não há outra caminho! Rapidamente o tempo está correndo! Você deve vender-me para pagar ao
Rsi a daksina dele. Caso contrário ele o amaldiçoará. Quem sabe que dificuldades teremos? Sei que você virá de
algum modo e conseguirá trazer-me de volta. Novamente nós três moraremos juntos em Ayodhya. Por favor não
perca tempo! Venda-me, ó rei.

Harischandra caminhou para o mercado. Ele começou a chamar,

Ouçam, ouçam! Quem quer comprar esta
fina mulher dharmica? Ela é dotada com todas as qualificações: cozinha, limpa, costura, pode fazer todo trabalho da
casa. Quem entre vocês bons cidadãos podem ter compaixão deste pobre homem pecador que foi reduzido a tal
deplorável situação? Ajudem-me! Tenham piedade de mim, e comprem minha esposa!
Então um Brahmin veio e disse, Que tipo de homem é você que quer vender sua esposa? Que tipo de
dharma é este? Você parece um homem nobre, um homem forte, poderia ter um bom dia de trabalho! Que tipo de
homem é você que está indo vender sua esposa? Ah! Tudo bem, quanto quer por ela? Deixe-me ver os dentes
dela. Bem, conforme nossos costumes, uma mulher como esta custa dez cestos de ouro. Aqui está seu dinheiro, dê-
me a mulher!

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esposa para longe. Então Visvamitra apareceu e exigiu, MM
Ele colocou o dinheiro nas mãos do rei. Harischandra pegou o dinheiro, enquanto o Brahmin arrastava sua
e dê o meu dinheiro! Você pagará minha daksina ou não?

Harischandra disse, Visvamitra, aqui estão dez bolsas de ouro.

O que? Dez bolsas de ouro? Pensa que isso é o bastante para mim? Foi pequeno o sacrifício que
realizei quando mandei seu pai ao céu? Foi pequeno o sacrifício quando livrei Sunahshepha do pilar do sacrifício?
Foi pequeno o sacrifício quando te livrei da maldição de Varuna? Eu pegarei estas dez bolsas de ouro porém traga-
me mais. Não ficarei satisfeito com isso!

Espere Visvamitra, não me amaldiçoe agora. O sol ainda não se pôs no horizonte! Ainda há tempo.

Então seu jovem filho, Rohitasva, começou a chorar. Mamãe! Mamãe! Onde estão levando você? Para onde
minha mãe está indo? Ficarei sem minha mãe?

A esposa, Saivya, a Rainha de Ayodhya, disse lamentavelmente, Ó Brahmin, por favor seja misericordioso e
compre meu filho também, assim ele pode vir comigo. Ele pode trabalhar. Ele trará os materiais para os seus
sacrifícios, pegará flores para sua adoração, cortará madeira da floresta, fará a lavanderia. Juntos iremos trabalhar
para você. Por favor Brahmin, não separe uma mãe de seu filho.

O Brahmin compassivamente concordou, Certo, conforme nossos costumes um menino como este, com esta
idade..., deixe-me ver seus dentes...sim, estão bons. Certo. Você conseguiu mais dez bolsas de ouro. Aqui estão as
suas dez bolsas de ouro, e dê-me a criança!

Harischandra pegou as dez bolsas de ouro e o Brahmin pegou a criança. Ele começou a arrastar os dois,
mãe e filho, em direção a sua casa. E a nobre Saivya disse,

Eu me separo de você meu rei, com uma oração:
que vida após vida eu venha novamente ser a serva do grande e nobre rei Harischandra. Nunca houve um rei tão
nobre, ou um homem tão firme nos princípios da verdade!
Venha senhora! disse o Brahmin, enquanto puxava a corda, arrastando a esposa e a criança.

Dê-me meu daksina! Ordenou Visvamitra.
Aqui está, ó Maharsi! Aqui está outras dez bolsas de ouro. Por favor fique satisfeito.
O que? Dez bolsas de ouro? Foi pequeno o sacrifício que realizei? Olhe a honra e riqueza que você deu
à Vasistha por realizar o sacrifício Rajasuya. E você está somente me dando essas desprezíveis bolsas de ouro? ?
Eu mandei seu pai aos céus. Libertei Sunahshepha do pilar, e livrei você da maldição da doença de Varuna. Dê-me
mais ou pegue de volta tudo o que já foi dado e diga que falou uma mentira. Ou irei amaldiçoá-lo agora mesmo!

Harischandra disse, Ó Maharsi, por favor espere! Espere mais alguns minutos, o sol ainda não se pôs,
Ainda há tempo.

Visvamitra perguntou, Que mais você deixou de vender?

E Harischandra respondeu,

Eu !. E começou a gritar, Alguém deseja comprar este trabalhador? Estou me
vendendo como escravo. As circunstâncias colocaram-me nesta posição. Alguém vai me comprar?
Então o rei dos Candalas, os sem casta que trabalham nos crematórios, estava vindo para casa bêbado,
tendo completado seu trabalho de queimar corpos mortos. Ele perguntou, Quem é que está falando, Quem quer me
comprar? Você pode ser um bom servo para ajudar-me a queimar corpos mortos. Eu o comprarei!

Harischandra disse,

Não, eu sinto muito. Não posso trabalhar para um candala. Sou um rei ksatriya, o
Imperador de Ayodhya e não tenho permissão de trabalhar para um sem casta queimando corpos em crematórios.
Então o candala disse,

Assim então você falou uma mentira? Quando se colocou a venda não disse nada
que somente uma casta especial poderia comprá-lo, e nem que faria apenas determinado tipo de trabalho. Você disse
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muito alto e publicamente, Alguém quer comprar este trabalhador? Agora você está mentindo por adicionar condições
extras. Isso não é verdade? Você não está falando uma mentira, Harischandra?

Não, não estou falando uma mentira.
Então posso comprá-lo? Perguntou o candala.
Sim, você pode comprar-me.
Bem, conforme os costumes um rei com esta altura, peso e boas condições físicas tem o preço de vinte
bolsas de ouro. Aqui, pegue a quantia de seu preço!
Harischandra pegou.

Visvamitra imediatamente pegou o dinheiro e disse, Certo rei, seu débito foi pago!

Instantaneamente as nuvens se abriram e os Deuses fizeram chover flores sobre a terra! Harischandra foi
banhado com flores e ficou livre do débito!

O candala disse,

Certo escravo, carregue minha garrafa de vinho! Você irá trabalhar para mim nos
crematórios. Seu trabalho será queimar corpos mortos, e coletar taxas, garantindo que eu consiga meu dinheiro.
E ele colocou Harischandra a cargo dos crematórios. Harischandra pegava os corpos mortos que chegavam
e os colocava na pira funeral. Ele empilhava a madeira e acendia o fogo. Brevemente ele começou a agir como
seus companheiros trabalhadores deveriam se comportar. Ele pegava as roupas dos corpos mortos e envolvia como
um turbante em volta da cabeça. Ele pegava as guirlandas dos corpos e as usava em si mesmo. De todas as
maneiras começou a agir exatamente com um candala dos crematórios, e esqueceu-se totalmente da visão de ter
sido o Rei de Ayodhya,

Enquanto isso sua dharmica esposa, Shaivya, era sempre molestada pela esposa do Brahmin, que nunca
ficava satisfeita com nenhum trabalho que ela fazia.

Você não lavou isso bem! Você não cortou os vegetais
apropriadamente. Você não cozinhou bem. Você não passou minha roupa adequadamente. Você não varreu aqui. Você
não fez isso! Seu filho está comendo muito! Você está fazendo uma bagunça! Você nunca trabalhou! Você está
sempre se sentando. Você é preguiçosa! Por que meu marido gastou tanto dinheiro trazendo para casa uma serva
como você!
Ela continuamente a repreendia de várias maneiras.
Toda noite Shaivya, a nobre rainha, terminava seus deveres, e massageava os pés da esposa do Brahmin,
e depois os pés do Brahmin. Ela sempre era a última a dormir e a primeira a levantar da cama. Ela nunca tinha

o suficiente para prover sua criança. E deste modo ela se esqueceu de tudo sobre sua vida como a Rainha de
Ayodhya.
Algum tempo se passou. A dona da casa sempre batia em seu filho, Rohitasva, e nunca lhe dava o
suficiente para comer. Ele estava sempre vestido em trapos esfarrapados. Um dia Rohitasva foi na floresta com
outras crianças para pegar madeira para o sacrifício de fogo de Brahmin. Ele foi pegando varas e ramos. Ele foi
pegar um pedaço de madeira perto de um formigueiro. Uma grande cobra saiu do formigueiro e atacou o menino
que caiu morto no chão. Os outros meninos correram para a casa do Brahmin para avisar a criada Shaivya,

Seu
filho foi mordido por uma serpente e está morto sobre um formigueiro no meio da floresta!
barulho! É inauspicioso chorar ao pôr do sol! Este é o mom

E Shaivya, a criada, disse,

Amada patroa, meu filho foi mordido por uma cobra e está morto sobre um
formigueiro no meio da floresta. Por favor deixe-me ir e trazer seu corpo para os crematórios para realizar os
últimos ritos.
A patroa respondeu,

Huh! Não só perdi o dinheiro que paguei por seu filho, mas agora vou perder seu
trabalho pelo resto do dia por isso! Você pode imaginar isso? Sua trapaceira! Você me roubou, eu paguei o preço
em ouro por aquele menino e paguei por você, e agora você quer sair para ver a criança morta? Eu perdi a
criança, esta é a minha má sorte. Mas agora suponho que perderei seu trabalho pelo restante do dia para
Shaivya se entristeceu e começou a chorar. A esposa do Brahmin disse, Por que você está fazendo este
ento para adorar. Pare de fazer este barulho!
-66


completar? Você primeiro deve terminar seu trabalho, Criada, e então poderá ir! Não lhe darei o dia de folga por
isso!
Shaivya lavou todos os pratos até a noite. E depois a patroa disse, Aqui. Aqui está a roupa lavada.
Quero isso dobrado e passado antes da manhã.

Shaivya dobrou e passou as roupas e quando terminou, era tarde da noite.

E a patroa disse, Ó Serva, venha aqui e massageie meus pés até que eu durma. Depois que eu tiver
caído no sono você pode ir ver seu filho. Mas assegure-se de estar de volta de manhã para começar o trabalho
em tempo. Não me engane pelo preço que paguei por você!

A Rainha de Ayodhya massageou os pés de sua patroa, que lentamente caiu no sono, Então Shaivya
correu para fora da casa sozinha na escuridão da noite e foi para a escura e densa floresta para encontrar seu
filho. Com muito terror no coração ela procurava, Onde está o corpo do meu filho, Príncipe regente de Ayodhya?
Onde está aquele que nasceu no luxo, pompa e respeito do rei de Ayodhya, na riqueza do Imperador de toda a
Índia?

Por toda a noite ela buscou por toda a floresta. Então na escuridão da noite ela encontrou o corpo caído
imóvel sobre o formigueiro, coberto de formigas. Levantando o corpo, ela o segurou em seu peito e começou a
chorar.

Ó meu filho! Você nasceu para ser o rei de Ayodhya, e aqui está você morto como um miserável, sobre
um formigueiro no meio da floresta? Que fato é este? Quais são os meios de Deus? Que Karma nos reduziu a
este status?
Ela estava chorando quando começou a carregá-lo para a margem do rio em busca de crematório. Quando
ela passava do lado de fora dos portões da cidade, dois policiais a viram carregando o corpo morto, e disseram um

A rainha respondeu, Não, eu fui a Rainha de Ayodhya e este é meu filho. Fomos vendidos como escravos
para o Brahmin e sua esposa, e meu filho foi mordido por uma cobra. Ele morreu sobre um formigueiro na floresta,
e agora estou levando o corpo de meu filho para queimar num crematório.

E os policiais responderam,

Que tolice está você falando? Agora, além de cometer este crime hediondo,
você está nos contando esta ridícula mentira? Venha conosco ao magistrado!
Eles a amarraram e levaram ao magistrado no meio da noite. O magistrado acordou de seu sono e
perguntou, Que é isso?

Esta é a demônia que mata as crianças de nossa cidade. Nós a encontramos com esta criança morta. Ela
estava levando este corpo para com
O magistrado disse, Que seja condenada à morte! Leve-a até ao candala no crematório e mande-o cortar
sua cabeça e acender a pira funerária.

Eles a levaram ao líder dos candalas e disseram,

Candala, execute esta mulher, e queime seus restos. Ela
é a demônia que mata crianças na noite. Nós a pegamos com a prova. Ela estava carregando o corpo morto de
uma criança que matou, pronta para comer o resto. Agora, mate-a.
Espere sou um homem influente, não faço mais este trabalho pessoalmente. Vou chamar meu servo,
Harischandra. Harischandra! Venha!
Harischandra veio, O que aconteceu, senhor?

Esta demônia foi condenada à morte, e é ordem do magistrado que nós realizemos a execução. Ele
mandou-me fazer isso. Você é o meu servo. Ordeno-lhe que mate esta mulher!

Ó Candala, não é meu dharma matar uma mulher. Por favor peça a outro para fazer isso.
ao outro, Ah! É ela, a que mata as crianças no meio da noite! Certamente ela matou outra criança e está levando
a vítima para um lugar para comer. Ela é uma Raksasi, uma canibal!
er.
-67


Eu disse que VOCÊ irá fazer isto! O que quer dizer com não é o seu dharma? Você foi vendido para
mim. Prometeu obedecer-me como seu mestre. O que você quer? Seu dharma é fazer o que eu disser. Você
matará esta mulher. Leve-a ao crematório e corte-lhe a cabeça. Ou então admita que mentiu, que não está falando
a verdade e que não quer ser meu servo! Admita que pegou meu dinheiro com falsa pretensão, e em qualquer
caso não estará sendo verdadeiro em sua palavra!
Harischandra veio até a mulher, Venha. Ele não a reconheceu, e nem ela poderia entender quem ele era,
coberto com as roupas e guirlandas de corpos mortos, pó e cheiro de crematórios.

Ele a levou ao crematório onde ela disse, Ó Candala, entendo que você foi requerido para executar-me.
Este é seu dever; este é seu dharma. Você está atado para realizar o que lhe é ordenado. Ma eu tenho somente
um pequeno pedido para lhe fazer. Por favor, antes de matar-me, meu filho foi mordido por uma cobra, e seu corpo
morto está do lado de fora dos portões da cidade. Eu só quero trazê-lo para cá para este crematório para queimálo.
Eu lhe peço que por favor permita-me trazer o corpo dele aqui para realizar os últimos ritos, então poderá fazer

o que quiser comigo. Prometo não fugir. Deixe-me trazer o corpo, realizar os seus últimos ritos, e então você
poderá matar-me.
Harischandra concordou, Tudo bem, vá e traga o corpo.

A Rainha foi pegar o corpo, e era quase alvorecer quando retornou ao crematório junto com o corpo morto
da criança. Harischandra estava sentado a esperando. Ela disse, Ó candala, minhas palavras não são falsas. Veja.
Eu trouxe o corpo de meu filho morto. Agora por favor ajude-me a realizar os últimos ritos para esta amada
criança. Faça uma fogueira, e queime estes restos.

Harischandra disse, Senhora por favor entenda que eu não sou o dono deste crematório. Eu não posso
realizar ou permitir qualquer cremação neste crematório sem dar ao proprietário seu pagamento. Você deve dar-me
algum ouro para realizar os ritos funerais.

A senhora respondeu, Eu não tenho nenhum ouro.

Bem, você deve conseguir algum. Eu não posso realizar nada contra meu dharma. Como posso realizar
esta cremação sem dar o pagamento ao proprietário? Isso seria falso. Tem certeza de que não tem nenhum ouro?
Então a rainha pegou seu medalhão que é um ornamento que as mulheres casadas usam. Ela disse, Sim,
candala, tenho algum ouro. Mas este ornamento foi dado por meu marido e não posso me separar dele até deixar
minha vida. Por favor queime o corpo, depois corte minha cabeça e então você poderá pegar o ouro. Deste modo
eu o pagarei pelo sacrifício. Você realizará todos os propósitos: terá realizado os últimos ritos de meu filho, terá
cumprido as ordens do candala e do magistrado para executar-me e levará o pagamento ao proprietário deste
crematório!

Harischandra olhou para ela e disse,

Sinto muito, meu dharma não permite que eu pegue ouro de um
corpo morto, principalmente de uma mulher morta. Matar uma mulher e pegar o ouro de seu corpo: este não é o
meu dharma! Pense em outra maneira.
Shaivya começou a chorar, Que fruto de Karma trouxe-nos a esta posição? Que Karma colocou-me em tal
circunstância? Olhe meu filho, o Grande Príncipe, Rohitasva, morto em um pira funerária. Onde está o abanador que
usei para abaná-lo? Onde está a umbrela que usei para cobrir sua cabeça para protege-lo do sol, do vento ou da
chuva, a insígnia de sua realeza.? Onde está o Grande rei Harischandra, o mais honrado de todos os homens, que
nunca falou uma mentira? Onde ele está neste momento de adversidade para ajudar sua família a sair desta
dificuldade?

Quando Harischandra ouviu o choro de sua vítima ele olhou para ela muito cuidadosamente e perguntou,
Harischandra? O que você sabe de Harischandra? Onde ouviu o nome de Harischandra?

Shaivya disse, Harischandra, o grande rei entre os reis, o mais verdadeiro e honrado homem que pisou na
terra? Harischandra é meu marido!

-68


Quando Harischandra ouviu aquelas palavras, ele ficou surpreso. E disse, incredulamente, Você é Shaivya, a
Rainha de Ayodhya?
Você é Shaivya, a
Rainha de Ayodhya?
A rainha olhou surpresa para ele e disse,

Como você sabe meu nome? Candala, por favor diga-me como
sabe meu nome?
O candala respondeu, Porque eu sou aquele homem, o rei Harischandra!

A rainha olhou-o coberto com as guirlandas de corpos mortos, o candala dos crematórios e ficou
desfalecida. Quando recobrou a consciência ela disse,

Você? O candala dos crematórios? Você é o Rei
Harischandra, o mais nobre e honrado entre os homens? Ó, qual foi o destino trazido à nossa família! Meu filho
está morto, e eu estou para se executada, e o grande e nobre rei Harischandra foi reduzido ao estado de um
candala, queimando corpos em crematórios? Por que os Deuses estão nos colocando em tal teste?
Então Harischandra pensou,

Venha, minha rainha. Isto é o bastante. Vamos acender a pira para nosso
filho, Rohitasva e nós também seguiremos com ele para os céus. Juntos deixaremos o mundo.
Harischandra respondeu,

Minha esposa e eu agora entraremos na pira funerária. Paguei meus débitos. Não
devo a ninguém. O sofrimento que nossa vida se tornou, ninguém sabe. Agora iremos para nosso descanso final.
Visvamitra disse,

Por toda a sua vida você nunca renunciou a verdade. Agora, mesmo em face da maior
adversidade você permanece firme em seu voto de verdade! Vasistha está certo. Você é o homem que permaneceu
uno com a verdade. Eu aceito minha derrota diante do grande Guru, Vasistha. Eu devolvo seu reino, e admito que
Harischandra começou a acender o fogo, quando Visvamitra veio e disse, Ó candala. O que você está se
preparando para fazer?
a Verdade é sem dúvida o mais forte poder sobre a terra. Agora por favor peça sua licença ao candala.
Justamente então o candala apareceu. Harischandra olhou para ele e disse, Ó candala, por favor liberte-me
de todos os meus débitos.
Então ele observou o candala tornar-se o Senhor Shiva. E Shiva disse,

Sim, Harischandra, você está livre
de todos os débitos.
Então Visvamitra disse,

Vamos chamar o Brahmin e sua esposa e pedir que perdoem qualquer débito por
sua esposa e a criança.
O Brahmin, e sua esposa vieram, e Harischandra disse,

Por favor livrem-nos dos débitos de nosso Karma.
Ele olhou e o Brahmin tornou-se o Senhor Visnu, e sua esposa tornou-se a Deusa Laksmi. Eles os abençoaram e
disseram,
Sim, vocês todos estão livres para ir.
Então Visvamitra disse,
Agora Harischandra, eu dou à você a minha benção e liberdade de todos os
débitos. Aceito perder de Vasistha. A verdade é sem dúvida a maior força do universo!
Então Vasistha veio juntar-se na reunião, e disse,

Visvamitra, hoje você tornou-se um Brahma Rsi! Hoje
você mostrou a mais importante qualidade de um Brahmin, a compaixão e o perdão. Por muito tempo você viveu no
egoísmo de suas próprias ligações, juntamente com a ira e sem humildade, pensando que você podia controlar
eventos pelo poder de sua própria vontade, você não podia tornar-se um Brahma Rsi. Mas por perdoar Harischandra,
você teve exemplificada a verdadeira qualidade um Conhecedor da Divindade Suprema, e agora eu certifico sua
realização!
Então os céus se abriram e Indra e todos os Deuses vieram e disseram,

Harischandra, você ganhou um
perpétuo lugar no céu. Venha ao céu conosco!
Harischandra disse,

Ó Deuses, ó Munis, ó Gurus: o poder de um rei vem das pessoas de seu reino.
Vocês não podem separar um rei de sua nação. Toda ação íntegra que um rei realiza, ele o faz em nome de suanação. Portanto, se alcancei algum mérito de algum ato que executei, não é para minha salvação pessoal. É para a
salvação de minha nação. E se vocês me levassem ao céu, teriam que levar todo meu reino junto comigo.
-69


Indra disse,

Agora espere um minuto, rei. Isto é impossível! Olhe seu reino! Algumas pessoas são
pecadoras, algumas são santas; a maioria das pessoas estão no meio. Algumas delas têm poucos méritos, algumas
têm grandes méritos; como poderão todos irem para o céu?
Harischandra respondeu,

Tome todos os méritos que eu obtive e divida com minha gente. Em lugar de
levar um só homem ao céu por muito tempo, levem-nos a todos por um só dia! Dê de meus méritos: se alguém
precisa de um pouco mais de mérito, deixem que peguem um pouco; se alguém precisa de muito, deixem que
tomem muito. Deixem que todos tomem o que precisarem, e iremos todos juntos para o céu por um dia.
E Indra disse, Certo, eu concordo com isso.
Harischandra tornou-se o rei mais uma vez, e suas roupas, ornamentos e coroa lhe foram devolvidos.
Shaivya foi vestida como a Rainha de Ayodhya, e Rohitasva foi trazido de volta à vida e vestido e coroado como
Príncipe. Então os três montaram em um carro aéreo, juntamente com Vasistha, Visvamitra e os Deuses, e eles
viajaram pelo ar até Ayodhya. Quando eles pousaram no meio da cidade, os ministros vieram correndo para fora do
palácio. Toda a cidade veio saudar o grande rei, e com alegria deram as boas vindas à família real.

O rei perguntou, Tudo certo, minha família-nação, quem quer ir ao céu? Qualquer um pode vir se quiser ir
ao céu por um dia. Terminem seus afazeres, arrumem suas bolsas, limpem-se totalmente de seus velhos karmas, e
venham juntos!

E alguns dos cidadãos disseram,

Eu não posso deixar minhas ligações! e outros disseram,
Sim! esta é
uma grande idéia! Vamos! E outros disseram,
Tenho muitas posses que não quero deixar.
Assim todos que desejaram, colocaram seus afazeres em ordem, e deram suas casas e propriedades para
quem eles quiseram, e deram seus negócios para quem eles quiseram, e cuidaram de completar seus afazeres.
Então o rei Harischandra junto com sua esposa e filho e todos os cidadãos do seu reino que desejaram,
ascenderam ao céu, onde ficaram um dia na Bem-aventura da Infinita Consciência.

A História de Ganga

Na noite de lua cheia do mês de Kartika, Radha e Krishna, juntamente com as Gopis, Deuses e Deusas,
Yaksas, Kinnaras, Gandharvas e Apsaras, todos se engajam na Rasa Lila, a dança divina e drama de néctar imortal.
Quando Saraswati cantou sua bela canção, Brahma tornou-se tão encantado que ofereceu-lhe algumas jóias e gemas,
e igualmente Mahadeva e Krishna e todos os Deuses e Deusas lhe presentearam em agradecimento à bela canção
que ela cantou. Então Brahma pediu, Shiva, poderia por favor, cantar uma canção para nós?

Quando Shiva começou a cantar, todos foram arrebatados pela doce qualidade de sua música. A canção
era tão encantadora que Radha e Krishna mergulharam juntos na Rasa, e eles ficaram tão cheios de néctar, que
esta união tomou uma forma liquida e tornou-se conhecida como Ganga. Ganga nasceu da união da Rasa de Shri
Krishna e Radha. Ganga cresceu transformando-se em uma bela jovem, e era muito encantadora.

Um dia, quando ela viu Krishna sentado, Ganga tornou-se muito amorosa, e sentou-se ao lado dele.
Estando cheia de desejo, ela olhou para ele timidamente, com muito amor e desejo em seus olhos. Neste momento
Radha foi lá com todas as suas assistentes. Ela caminhou diretamente para seu lugar ao lado de Krishna, olhou
com os olhos vermelhos de raiva para Ganga, que imediatamente levantou-se, e então ela tomou seu assento. Ela
disse,

Krishna, nós somos mulheres. Somos naturalmente simples e ponderadas por natureza. Por que você excita
esta jovem menina com paixão e luxuria? Eu tenho visto isso muitas vezes antes, e não vou tolerar mais! Eu vi
você em união com Viraja, Ela quem é Livre de Paixão e Ligações. Quando Ela quem é Livre de Paixão e
Ligações estava amando você, era a Consciência que estava em união sem ligação. Mas quando você ouviu que eu
vinha vindo vê-lo em união com sua amada, por vergonha você correu para longe, e Viraja deixou o corpo dela e
transformou-se em um rio, que mesmo nos dias de hoje corre perto de Jaganataha Puri. Quando eu voltei para
casa, você foi novamente até Viraja e chamou, Ó Viraja, Quem é Livre de Paixão e Ligações! E ouvindo sua voz
ela veio e assumiu sua forma divina novamente. E você uniu-se com ela e deu-lhe sua semente, e desta semente
nasceu Sagar, o Oceano.
-70


Outro dia eu vi você em União com Sobha, Esplendor. E quando você me viu vindo, novamente fugiu.
Sobha, Esplendor, também por vergonha, deixou seu corpo e foi viver com a Lua. Por isso a Lua tem Esplendor. E
então você dividiu o esplendor dela e deu um pouco para as gemas e jóias, algum para o ouro, algum para as
pedras preciosas, alguns para as faces de belas mulheres, alguns para os corpos de reis.
Eu o vi novamente em União com Prabha, Brilho. Também por vergonha, Prabha deixou o corpo quando
você fugiu. Então você dividiu a natureza dela e deu algumas das suas qualidades ao fogo, algumas aos Deuses,
algumas ao Sol, algumas aos leões e algumas aos homens.

Outra ocasião eu o vi amando Santi, Paz. Ó Krishna, Divina Consciência, você estava tão absorvido na
união com Paz, desfrutando ao máximo. Mas quando ouviu o som dos meus passos vindo, eu o vi correndo. Santi,
também, deixou o corpo por vergonha, e este foi dividido e distribuído ficando um pouco para a floresta, um pouco
para a Infinita Consciência, um pouco para a Mãe Divina, um pouco para os sadhus, um pouco para os seres
sattvicos, e um pouco para Dharma.

Depois outra vez eu o vi em união com Ksama, Paciência ou Perdão. Você nem mesmo notou que eu
estava chegando, e quando eu vi você dois em união, juntos. Seu corpo ficou escuro de vergonha. Ksama também,
deixou o corpo por vergonha, e você a dividiu entre as pessoas dharmicas e religiosas, entre os Deuses, Rsis e
sadhus.

Agora eu entendo perfeitamente o que você está tentando fazer com esta jovem, Ganga! Eu não concordo
com este tipo de comportamento! Pensar que você iria agir assim em nossa própria casa e não menos! Você está
constantemente flertando com toda fêmea que chega. Você não tem respeito! Não tem vergonha! Você faz tudo o
que pode para me deixar irada. E agora em minha ira, irei sorver esta Ganga em um gole!

Quando Ganga entendeu como Radha podia manifestar a ira dela, Ela se refugiou nos pés de Krishna. Ela
retirou todas as águas dos três mundos para dentro dos pés dele e as escondeu ali. Imediatamente todas as águas
de toda a terra, céus e atmosfera tornaram-se secas. Todos ficaram sedentos. Não havia água em nenhum lugar.
Todas as águas estavam com Ganga escondidas nos pés de Krishna.

Então todas as pessoas da terra ficaram extremamente sedentas. Eles imploraram aos Deuses em agonia,
Por favor, salvem-nos! Mesmo a terra está ressecada por falta de água. Todas as plantas, animais, todos os seres
viventes sobre a terra, tudo o que existe precisa de água. Por favor ajudem-nos!

Os Deuses vieram até Radha e Krishna e cantaram um grande hino de louvor. Ouvindo as súplicas dos
Deuses, Radha e Krishna perguntaram,

Qual é a dificuldade?
Rapidamente os Deuses responderam,

Onde está Ganga? Sem Ganga iremos todos perecer de sede.
Mesmo agora toda a vida na terra está clamando por água. Por favor se vocês sabem porquê Ganga está se
escondendo, revelem-nos o seu esconderijo e a causa de sua retirada. Nós rapidamente removeremos todas as
dificuldades dela, assim ela irá novamente nutrir os corações da criação.
Krishna respondeu, Ganga está se escondendo em meus pés por medo da ira de Radha. Digam a Radha
para não se irar com ela, e estou certo que ela virá solucionar suas dificuldades.

Brahma disse,

Radha, você é a mãe de Ganga. Você não pode prejudicar sua própria filha. Por favor
deixe-a vir para nutrir a criação. Nós a daremos à Narayana como sua esposa, e ela também se casará com Shiva.
Ela pode também se casar com Sagar, o Oceano, e de todas as maneiras nós a manteremos longe de seu
Krishna. Mas por favor, você deve consentir que ela saia de seu esconderijo. Sem Ganga nós todos pereceremos!
Radha concordou, mas Ganga ainda estava temerosa de ver a ira em sua face. Então Brahma colocou seu
Kamandelu, o pote de água dos mendicantes, bem ao lado dos pés de Krishna, e Ganga saiu de seu esconderijo e
diretamente ocupou o pote de água.

Brahma deu o pote de água para Narayana e disse,

Narayana, Ganga é uma Devi muito bela. Eu a
salvei da ira do ciúme de Radha. Ela veio aqui por vontade própria buscar refúgio com você, assim, por favor case-
se com ela conforme as regras dos Gandharvas para o casamento.
-71


Narayana ficou muito satisfeito em aceitar Ganga como sua esposa. Então eles ficaram muito tempo juntos

em um feliz desfrute.

Assim Laksmi, Saraswati e Ganga eram as três esposas de Narayana representando os três gunas ou
qualidades da Natureza em união com a Consciência. Laksmi é a pura e pacífica Sattva; Saraswati, a ardente e
agressiva Rajas; e Ganga, a tola e dócil Tamas. Todas eram igualmente amadas e estavam igualmente perto de
Hari, e todas residiam juntas na mesma casa em harmonia.

Mas um dia Ganga olhou amorosamente para seu marido, Narayana, com um sorriso nos lábios. Quando
Narayana viu isto, ele ficou surpreso e sorriu também para ela. Laksmi viu este incidente, mas não se ofendeu.
Saraswati, entretanto, sendo ardente por natureza, tornou-se extremamente zangada. Ela começou a sacudir tudo, e de
muitos modos sua ira tornou-se conhecida. Laksmi, que é da qualidade pura e pacífica, começou a consolar
Saraswati de muitas maneiras, mas a Raja de Saraswati não podia ser sossegada. Sua face tornou-se vermelha, ela
tremia com sentimentos de paixão. Ela começou a ralhar com Narayana. Ela o criticou por seu comportamento.
Quando Narayana recebeu a maior parte da repreensão de Saraswati, ele parou por um momento, e, percebendo que
este não era o momento apropriado de dar uma resposta, ele saiu, deixando o assunto esfriar.

Quando Narayana deixou a sala, Saraswati tornou-se destemida, e começou a tornar-se injuriosa e chamar
Ganga de nomes e proclamar,

Irei destruir seu orgulho hoje! Com muita ira ela levantou-se e agarrou Ganga pelos
cabelos e começou a puxa-la tentando golpea-la. Laksmi interveio para tentar parar a luta, e Saraswati tornou-se
violenta e amaldiçoou Laksmi: Vendo o comportamento impróprio dessa bruxa, você fica aí parada como uma árvore
não dizendo nada em minha defesa, ou com seu modo sem graça, como um rio sem um curso próprio, você não
fala desta injustiça; eu a amaldiçôo! Você descerá à terra e se tornará uma árvore e um rio!
A Sattva Laksmi não disse nada em resposta. Ela segurou as mãos de Saraswati e permaneceu silente.
Mas a tola Ganga tornou-se carregada de ira. Seus lábios começaram a tremer vendo a ardente natureza da
Saraswati de olhos vermelhos, e Ganga também a amaldiçoou.

Você também se tornará um rio e irá para a terra,
para as casas dos homens, e lavará as pilhas de pecados deles.
Recebendo a maldição de Ganga, Saraswati também respondeu com outra maldição à Ganga:

Você irá a
terra e se tornará um rio, lavando todos os pecados da humanidade!
Quando Narayana retornou à sala ele viu que suas três esposas tinham sido amaldiçoadas uma pela outra,
e ele lhes disse,

Obviamente o mundo está precisando de vocês agora, e vocês devem todas ir e encarnar na
terra. Quando por tomar uma esposa um homem não se torna feliz, imagine quão doloroso deve ser se tiver muitas
esposas. Quando a casa está cheia de disputas, onde ele irá para encontrar a paz? A floresta é melhor para ele
que sua própria casa. Os sofrimentos de doença ou veneno são toleráveis, mas as palavras de uma esposa
briguenta são difíceis de agüentar. Aqueles que estão sob o controle dos humores de suas esposas, nunca
encontrarão a paz até deixar o corpo. Eu não preciso de muitas esposas. Ganga, você vai se tornar a esposa de
Shiva. Saraswati, você irá se casar com Brahma. Que a Sattva Laksmi fique aqui comigo. Aquele que tem uma
casta e obediente esposa alcançará paz e prosperidade, realizará seu dharma e alcançará a liberação. Um homem
com uma esposa estará no caminho natural de paz e harmonia. Muitas esposas serão um fardo para todos.
Então Narayana chamou Brahma, e disse, Brahma, você trouxe Ganga aqui para ser minha esposa. Esta é
sua responsabilidade. Agora eu a estou enviando para Shiva. Por favor leve-a e a entregue a Shiva.

Ganga entrou de novo no Kamandelu de Brahma e Brahma a levou com ele.

-72


Kapila Muni Amaldiçoa os Filhos de Sagar

O filho de Viraja, Sagar, cresceu transformando-se em um dos mais fortes reis de Ayodhya. Ele tinha
domínio sobre toda a terra. Certa vez quando ele estava realizando o Asvamedha, o Sacrifício de Cavalo, Indra veio
e roubou o cavalo. Os filhos de Sagar imediatamente o perseguiram.

Indra fugiu com o cavalo roubado e o amarrou no portão de ashrama de Kapila Muni. Quando os filhos de
Sagar alcançaram o ashrama, eles encontraram o cavalo roubado amarrado no portão. Entrando dentro do ashrama
eles começaram a maltratar Kapila Muni: Por que você roubou o cavalo de nosso pai? Você interrompeu o sacrifício,

o que certamente não é uma conduta própria de um Brahmin. Agora iremos puni-lo e pegar o cavalo de nosso pai
de volta.
Kapila Muni ficou muito zangado e disse, Eu não roubei o cavalo de seu pai! Por que estão entrando em
meu ashrama e perturbando minha meditação? Eu não sei nada sobre o seu cavalo!

Os meninos disseram,

Esta é uma história altamente improvável, Muniji! Aqui está o cavalo. Agora o
puniremos. Não apenas você é um ladrão, como também é um falso e mentiroso! Você foi pego com o cavalo
roubado, e ainda negou qualquer conhecimento! Certamente você será punido severamente por este mau
comportamento!
Kapila Muni disse,

Vocês duvidam da palavra de um Brahmin! Eu disse, Não roubei seu cavalo! Eu falei,
Não sei nada sobre seu cavalo. E ainda assim vocês estão me insultando e insistindo em punir-me? Vocês não
acreditam na palavra de um Brahmin? Eu os amaldiçôo!
Ele pegou um pouco de água em suas mãos e pronunciou a maldição, e jogando a água nos meninos,
todos os sessenta mil filhos de Sagar foram imediatamente reduzidos à cinzas.

Quando Sagar soube da notícia da morte de seus filhos, ele começou a chorar. Deixando seu sacrifício, ele
retirou-se para a floresta para realizar tapasya. Depois de algum tempo Brahma veio para dar-lhe um darshana e
perguntou-lhe por que estava realizando tapasya

Sagar perguntou-lhe, Como posso reunir-me com meus filhos?

Brahma disse, Você nascerá como o oceano, e quando Ganga vier para a terra, ela se casará com você.
Quando ela se apressar em misturar as águas dela com as suas, ela passará no lugar onde as cinzas de seus
filhos agora estão. Sendo tocados por suas águas purificatórias, as almas de seus filhos alcançarão a salvação, e os
restos das cinzas deles serão trazidos para você no mar.

Sagar ficou muito satisfeito com esta notícia, e começou a realizar uma grande tapasya para pedir a Ganga
para vir para a terra. Ele não foi bem sucedido nesta vida e deixando a forma humana, Sagar tomou nascimento
como o oceano.

Seu sucessor, Ansuman, continuou a tapasya para trazer Ganga para a terra, mas ele também foi incapaz
de completar seu objetivo. Ansuman foi seguido por Dilip. Dilip, também realizou tapasya com o mesmo propósito,
mas ele também não obteve sucesso. O filho de Dilip, foi Bhagiratha, que também realizou tapasya para trazer
Ganga para a terra. Ele permaneceu sobre um só pé recitando os mantras de Ganga por milhares de anos.
Obviamente na chuva, vento, granizo ou neve, Bhagiratha continuava sua disciplina sem falhar. Diariamente ele
recitava o excelente hino de louvor à Ganga, que foi composto pelo próprio Narayana, com intensa devoção:

Sivasangitasammugdha srikrsnasanga samudbhavam
Radhanga dravasamyuktam tam gangam
Pranamamyaham

Encantados com o canto de Shiva, Shri Krishna e Radha estavam banhando-se na transpiração de sua
união. Para aquela Ganga nascida daquele suor, eu me curvo em reverência.

Yajjanma srsteradau ca goloke rasamandale

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Sannidhane sankarasya tam gangam pranamamyaham

Cujo nascimento tomou lugar no festival de sentimentos de Radha (Rasa) nas regiões da Luz, quem sempre
reside com Sankara, para Ganga eu me curvo em reverência.

Brahma ficou tão satisfeito com a devoção de Bhagiratha que veio e concedeu a desejada dádiva. Ganga
viria à terra e lavaria os pecados dos homens. Mas ela viria à terra com tal força que lavaria mesmo a própria
terra. Brahma disse, Chame o Senhor Shiva para casar-se com Ganga. Desta união ele será capaz de tomar um
pouco da força dela e assim a vinda dela para a terra não destruirá a criação.

Então Bhagiratha começou uma grande tapasya para o Senhor Shiva, e depois de milhares de anos Shiva
ficou satisfeito e deu a visão de conceder a dádiva. Shiva, por favor tome Ganga como sua esposa. Una-se com
ela e tome a força dela para que ela não destrua a criação.

Shiva concordou em casar-se com ela e pegar suas águas em sua própria cabeça para deixá-las vir para
a terra em velocidade menor. Então Ganga podia descer à terra sem destruir toda a criação.

Então Brahma disse para Ganga,

Tudo está arranjado. Você se casará com Shiva, como Narayana falou.
Você também descerá à terra e lavará os pecados dos homens, conforme a maldição de Saraswati. Então se unirá
com Sagar, o oceano, e juntos, purificarão e nutrirão a terra.
Mas , objetou Ganga. Se eu descer à terra para lavar os pecados dos homens, minhas águas ficarão
poluídas. Certamente me tornarei suja e um objeto de ódio e desprezo para todos. Se eu purificar os pecados dos
homens, quem me purificará?
Então Brahma pensou por um momento e respondeu,

Muitos sadhus e almas puras virão para suas
margens e cantarão os nomes da Mãe Divina ou de Krishna ou Rama ou Shiva, ou outros nomes do Divino, seus
divinos cantos purificarão suas águas e as farão o objeto do maior respeito. De fato nenhum puja será completo
sem o oferecimento de suas águas. Não importa onde a adoração é realizada, sua presença será invocada. Então
Ganga ficou muito feliz, e concordou com os arranjos de Brahma.
Bali e o Avatar Vaman

Em certo tempo houve um ashura chamado Bali. Ele era extremamente dhármico e um homem verdadeiro,
embora fosse um ashura e representante das forças da dualidade. Ele observava o código de éticas e mantinha sua
palavra com a firmeza da verdade e honra. Nesta ocasião ele estava fazendo o sacrifício pelo qual tornar-se o Rei
da Terra. Ele estava fazendo uma grande tapasya que estava assustando todos os Deuses, e todos os Deuses se
reuniram e disseram,

Se Bali tornar-se o Senhor da Terra, então ele fará todos na terra negligenciarem os Deuses
e adorarem as forças da divisão. Devemos parar esta tapasya. Vocês conhecem Shiva. Vocês conhecem Brahma;
mesmo Visnu está sujeito a dar-lhe a dádiva de sua escolha se ele não vacilar em seu sadhana. Devemos
encontrar um modo de romper este yajña, e fazer com que esta adoração seja infrutífera.
Os Deuses foram até Vaikunta, a casa do Senhor Vishnu. Depois de cantarem um grande hino de louvor à
Vishnu, os Deuses disseram,

Ó Senhor, Bali está fazendo um yajña pelo qual ele possa tornar-se o Senhor da
Terra. Devemos encontrar um meio de detê-lo. Se ele tiver sucesso, ensinará a toda a humanidade a não adorar os
Deuses, e não parará até que todos estejam tão enrolados na rede de seus karmas que digam,
Quem tem tempo
para adoração ou meditação? Por favor ajude-nos Senhor. Vishnu pensou por um momento e então respondeu, Tive
uma idéia. Certamente posso colocar uma parada na ameaça de Bali tomar a terra. Deuses, ajudarei vocês em seus
propósitos.
Bali estava sentado no fogo sacrificial, oferecendo os mantras pelos quais ele poderia alcançar seus
objetivos desejados. Visnu assumiu o Vaman Avatar, a forma de um anão. Ele estava vestido como um Brahmin,
usando uma mala de contas sagradas ao redor do pescoço. Ele estava brilhando com a luz da tapasya, radiante
como a luz. E caminhou para a área sacrificial para perto do fogo ardente. Todos ficaram completamente espantados.
A luz do pequeno anão era até mesmo maior que a luz emanada do fogo sagrado. Quando Bali viu o brilho do

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visitante que tinha vindo abençoar o seu sacrifício, em tons majestosos ele deu as boas vindas ao anão e
agradeceu-lhe por dar a benção de sua presença. Peça-me uma dádiva, ele disse de maneira real.

O anão, Vaman, respondeu,

Estou satisfeito com a devoção que você está mostrando neste sacrifício.
Tenho intenção de abençoa-lo com a mais elevada realização. Veja, sou um pobre Brahmin, e preciso de um pedaço
de terra onde posso manter meu corpo. Embora este corpo seja pequeno, quando eu quiser sentar-me para realizar
alguma grande tapasya, alguém pode vir e fazer-me sair do lugar que eu estiver ocupando. Ó Rei, se você deseja
conceder-me uma dádiva, então por favor dê-me um pequeno espaço para manter meu corpo.
O rei Bali respondeu,

Sou o rei desta nação, governante das maiores terras e estados. Quando eu
completar este sacrifício, serei o Senhor da Terra. Tenho sob meu comando aldeias, cidades e países. Sim, mesmo
nações obedecem à minha ordem. Escolha qualquer pedaço de terra que você deseje, e eu certamente o darei a
você!
Então Vaman Avatar pensou por um momento e disse, Ó rei, você pode ver que não sou um homem
muito grande. De fato sou bem pequeno. Sou um Brahmin, e meu Karma me faz meditativo, e eu só quero praticar
tapasya. Eu não tenho o temperamento para ser o chefe de uma aldeia, ou administrar uma cidade, ou mesmo
governar cidades ou estados, e nem pensar em nações e impérios. Só quero um pedaço de terra o suficiente parasentar-me em meu asana em meditação sem ser perturbado! Ó rei, por favor, dê-me tanta terra quanto os meus pés
cobrirem três vezes. Eu lhe peço três passos de terra.

O rei disse,

Santo Brahmin, sou o governante das nações, a ponto de tornar-me o rei de toda a terra,
peça aldeias para seu sustento, peça grandes pedaços de terra para seu ashrama. Peça cidades para seus devotos,
você pode Ter todas as áreas de montanhas, lagos, campos florescendo com a abundância da natureza! O que você
fará com três passos de terra?
Por favor, desculpe-me rei, só preciso de um lugar para colocar meu corpo. Não estou preocupado em
guardar tesouros para o futuro. Sou um Brahmin. Meu único dever é adorar Deus, não correr atrás de cidades e
países de homens. Agora, se conceder-me meu desejo, conceda-me os três passos de terra, e aquele será meu
lugar.
O rei foi ao seu ministro buscar conselho. Ele disse,

Ministro, um Brahmin veio, com uma aura radiante.
Eu o mandei escolher uma dádiva de mim, e ele pediu-me três passos de terra que pudesse chamar de seu, e
assim ele poderia fazer tapasya sem medo de ser perturbado. Eu lhe disse para pegar toda a aldeia ou mesmo
muitas aldeias, ou qualquer quantidade que ele queira. Ele respondeu que é um Brahmin e só deseja fazer tapasya,
Ele não quer ser encarregado com a administração da vida de outras pessoas, ele não é um coletor de impostos,
nem um banqueiro e nem um político. Tudo o que ele deseja é seu próprio espaço onde ninguém terá o direito de
perturba-lo em sua meditação. O que você acha?
O ministro respondeu,

Não acredite nele. Há alguma coisa cômica nisso tudo. Ninguém tem a cobiça tão
controlada. Não faça isso!
O rei disse,

Eu já dei minha palavra que daria a ele qualquer quantidade de terra que ele deseje, e
estou preso nesta promessa. Se eu não cumpri minha promessa e voltar atrás serei um mentiroso, e perderei os
méritos que espero alcançar com este sadhana. Assim sou obrigado a dar os três passos de terra para ele.
O ministro disse,

Se você cometer algum pecado, será possível fazer alguma compensação. Assim se você
cometer o pecado de não cumprir sua promessa, poderá fazer uma compensação por isso. Mas não dê a ele os
três passos de terra! Alguma coisa não está certa!
O rei disse,

Fico muito apreensivo de incorrer a ira de um Brahmin por não cumprir a promessa que fiz
anteriormente. Ele pode amaldiçoar-me em sua ira, e colocar-me em uma posição pior da que estou agora. Acho
melhor dar isso a ele.
O ministro deu sua licença com grande relutância. O rei retornou ao Brahmin e disse, Está certo radiante
Brahmin. Eu lhe concedo seu desejo. Escolha três passos de terra conforme seu desejo.

Repentinamente a forma de anão do Senhor Vishnu começou a crescer imensamente até que os seus pés
cobriram toda a terra. E ele disse,

Este é o meu primeiro passo. Toda a terra me pertence. Ele esticou seu pé

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no ar, e aquele pé permeou o espaço oculto e alcançou os céus. E ele disse, Este é meu segundo passo. Todos
os céus me pertencem.
Este é meu segundo passo. Todos
os céus me pertencem.
E virando-se para o rei Bali disse, Ó Rei, com meu primeiro passo toda a terra me pertence. Com o
segundo passo os céus me pertencem. Onde mais darei meu terceiro passo? O que é deixado para ser chamado
de meu?

Bali, o rei, curvou-se nos pés do Senhor Vishnu e apontou para o topo de sua própria cabeça e disse,
Aqui meu Senhor. Por favor coloque seu pé sobre minha cabeça. Então Vishnu colocou seu pé sobre a cabeça de
Bali, e esta também tornou-se propriedade do Senhor.

Bem, quando o pé de Vishnu foi através dos céus e continuou através do outro lado do infinito, Brahma
estava sentado lá em sua residência em Satya Loka. Ele estava contemplando o cantar dos Vedas, quando
repentinamente o pé veio diretamente do infinito, e entrou em Satya Loka, onde Brahma exclamou,

Ó céus! Este é
o pé de Vishnu! Que maravilhosa bênção! E ele pegou seu Kamandelu cheio com as águas de Ganga e começou
a derramar aquela água pura sobre os pé de Vishnu em uma oferenda de hospitalidade que é o dever de qualquer
chefe de família. Quando ele lavou os pé de Vishnu, as águas gotejaram para baixo, e Ganga voou pelo cosmos.
Ela veio dos pés de Vishnu e começou a ganhar velocidade em sua descida para a terra. Ela passou por
sete Rsis que estavam meditando nos céus, a constelação da Ursa Maior: Vasistha, Visvamitra, Gautam, Bharadvadja,
Atri, Jamadagni e Kasyapa. Ela lavou além de todos eles e nenhum dos Rsis poderia diminuir sua força. Ela
continuou vindo com tal velocidade que eles temeram ser levados para longe por ela , e assim eles a enviaram
para Druva, a Estrela do Norte ou estrela Polar. Druva exclamou aterrorizado,

Socorro! Não posso deter a força
desta água!
Agora Ganga estava caindo em uma tremenda velocidade, e ela era tão forte que todos saíram de seu
caminho aterrorizados. Ela arrastará qualquer coisa que esteja em seu caminho. Ninguém pode parar Ganga!

Eles começaram a orar,

Shiva, por favor tome Ganga como sua esposa. Una-se com ela e tome a força
de seu poder. Então mande-a descer à terra de um modo amável, assim ela não poderá criar nenhum dano.
Shiva concordou, Tudo bem, eu virei e salvarei o universo.

Sem temer ele tomou seu assento bem no meio do caminho de Ganga, e a deixou cair bem em cima de
sua cabeça. Acertando na cabeça dele, a força dela foi quebrada, e ela verteu-se e desceu para a terra para
cumprir a bênção dada para Bhagiratha. Este é o motivo de um de seus nomes ser Bhagirathi.

Deslizando sobre a terra, ela levou embora todos os pecados dos homens. Em seu caminho descendo as
montanhas, ela nutriu e purificou a terra. Quando ela cruzou as planícies e vagueou através da grande terra de
Bharat, a Terra Onde a Luz da Sabedoria Sempre Brilha, ela veio até as cinzas dos sessenta filhos de Sagar, o
Oceano, que foram queimados pela maldição de Kapila Muni. Quando suas águas purificatórias tocaram aquelas
cinzas, todas as almas daqueles filhos foram liberadas e se elevaram ao céu. Ganga pegou as cinzas daqueles
filhos e os levou para o Oceano. Então o Oceano viu que Ganga vinha vindo carregando as cinzas de seus filhos
mortos, e seu coração ficou cheio de alegria! Ele ficou muito feliz. Ele lembrou-se da dádiva que recebeu de poder
casar-se com Ganga, e aceitou a sua amada esposa e permitiu que ela misturasse suas águas com as dele em
um amável abraço.

Vedavati Amaldiçoa Ravana

Pulastya Muni tinha um filho chamado Visravas. Jaya e Vijaya tomaram sua terceira encarnação como os
filhos de Visravas e sua esposa Kesini. Eles eram conhecidos pelos nomes de Ravana e Kumbhakarna. Eles tinham
um terceiro irmão chamado Vibhisana, que era dhármico por natureza e um grande devoto do Senhor.

Os três irmãos foram realizar severas austeridades, para propiciar o Senhor Brahma para a obtenção de
poderes. Ao final Brahma veio e disse-lhes que pedissem dádivas. Ravana ganhou dez cabeças, assim ele seria
invencível aos Deuses, e poderia tornar-se o governante sobre a terra e os céus. Kumbhakarna desejou o assento

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de Indra no trono do céu., mas Indra orou à deusa Saraswati para por favor sentar-se sobre a língua dele, e no
lugar do assento de Indra, ele pediu o assento de Nidra, significando que ele ira permanecer sempre dormindo. A
pedido de Ravana, Brahma permitiu que Kumbhakarna pudesse ser acordado por um dia, e então ele voltaria a
dormir novamente. Vibhisana pediu eterna devoção aos pés de Rama.

Com a força destas dádivas, os demônios tomaram o governo do céu e da terra. Ravana comandou as
forças para oprimir os seguidores de dharma, e os exércitos dos demônios dominaram todos os Deuses, Rsis e
sadhus e fizeram todos subservientes ao trono de Lanka. Então Ravana pegou para si todos os tesouros dos três
mundos e se orgulhava por causar sofrimento a todos os seguidores do caminho da verdade. O nome Ravana,
significa Causar choro.

O rei Hrasvaroman tinha um filho chamado Kusadvaja. A própria Deusa Laksmi nasceu nesta casa e foi
chamada Vedavati, a Personificação da Sabedoria. Quando Vedavati tornou-se uma jovem, ela tomou as bênçãos de
seu pai e foi para a floresta realizar tapasya. Ela cantou mantras divinos com a mais sincera devoção, e tornou-se
bela com a aura radiante de suas austeridades.

Um dia Ravana viu a bela Vedavati e ficou apaixonado. Ele a agarrou pelo braço e disse orgulhosamente,
Eu sou Ravana, o Causador do Sofrimento aos Deuses! Sou o Governante do céu e da terra, e o possuidor de
todas as coisas belas. Portanto, você vem comigo para ser o ornamento de meu palácio.

Vedavati respondeu angustiada,

Pecador! Sou uma mulher pura, e não posso ser feita um objeto de sua
luxúria. Você sujou meu corpo com seu toque impuro. Assim não posso mais continuar a usar este corpo
contaminado por mais tempo. Mas prometo que retornarei para tornar-me a causa de sua destruição!
Assim dizendo Vedavati dissolveu seu corpo no fogo da meditação, como Sati tinha deixado o corpo
anteriormente, no yajña de Daksa.

O malvado rei Ravana exigia exorbitantes taxas de todos os cidadãos do universo. Mesmo os Deuses
enviavam um tributo de taxas para Lanka. Então Ravana enviou mensageiros aos Rsis dizendo-lhes que pagassem as
suas taxas. Os Rsis responderam que não tinham propriedade, e portanto eram incapazes de pagar. Ravana ainda
assim exigiu as taxas, depois do que os Rsis declararam que a única coisa que eles tinham era o próprio sangue.
Portanto eles feriram seus corpos e tiraram o sangue para enviar ao rei. Eles colocaram o sangue em um recipiente
e o deram à Ravana, que deixou o recipiente sob a custódia de sua esposa Mandodari. Ele instruiu sua esposa a
que não comesse o conteúdo daquele recipiente porque continha veneno, mas por curiosidade ela desobedeceu ao
seu marido e provou o sangue dos Rsis. Imediatamente ela ficou grávida e deu nascimento a uma menina. Temendo
a ira de seu marido ela colocou a criança recém nascida de volta para dentro do recipiente de onde ela tinha
tomado o sangue.

Ouvindo a maldição dos Rsis de que, Este sangue causará a desolação ao país onde ele for mantido.
Ravana enviou o recipiente para ser enterrado na terra de Mithila, para causar a destruição do rei Janaka, um
ardente mantenedor do dharma. A caixa foi enterrada num campo na terra de Janaka, e uma grande seca sucedeu
na terra. Os cidadãos sofreram muito por desejarem água, e os Brahmins instruíram ao rei que realizasse um yajña
para trazer a chuva. Durante o yajña o rei iria arar um campo ao cantar de mantras védicos, e quando os bois
estavam puxando o arado, o arado(Sit) prendeu-se em alguma forte e sólida substância debaixo da superfície. Quando
os ministros descobriram a obstrução, eles encontraram o recipiente que era a casa da criança. Por isso Janaka
chamou a esta menina de Sita, Ela quem se manifestou de Sit, e levando o bebe para casa a criou como seu
próprio.

Enquanto isso toda a criação pedia pela libertação da opressão de Ravana.

A Maldição de Narada

Um dia Narada estava vagueando pelos Himalayas quando veio a um belo rio. A visão das montanhas e
os rios, as florestas de árvores, o encheram de inspiração e ele sentou-se e começou a meditar no Senhor.
Temendo que o sábio celestial estava perto de usurpar sua autoridade, Indra enviou o Deus do Amor junto com

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seus cúmplices para tentar perturbar o meditativo muni. O Deus do Amor tentou com toda sua capacidade excitar a
mente do meditativo muni, mas Narada estava tão profundamente sintonizado que não podia ser perturbado.

Reconhecendo sua derrota, o Deus do Amor caiu aos pés de Narada e implorou perdão. Narada, que ficou
imperturbado com o assunto. Deu suas bênçãos, e Amor retornou ao céu para falar com Indra e todos os outros
Deuses sobre o acontecido. Todos no céu ficaram surpresos e louvaram o sábio e o Senhor Vishnu, sobre quem
ele estava meditando.

Depois disso, Narada foi ver o Senhor Shiva, e falou-lhe sobre sua experiência de vencer Amor. Shiva
respondeu, Isto que você me falou é maravilhoso, Narada, mas não deixe Vishnu ouvir sobre este incidente.

Narada concordou e partiu.

Algum tempo depois desta ocasião, Narada encontrou o Senhor Vishnu. Vishnu perguntou à Narada sobre
suas aventuras e o que era novidade em sua vida. E sem pensar ou lembrar-se das palavras do Senhor Shiva,
Narada narrou todo o acontecido. Vishnu imediatamente compreendeu que o orgulho tinha nascido n coração de
Narada. Ninguém ode vencer Amor, exceto Shiva. A pessoa pode vencer uma pequena batalha, mas só Shiva pode
alcançar a vitória. Então Vishnu pensou,

Devo cortar este egoísmo do coração de meu devoto. Então o Senhor
colocou sua Maya em operação.
O Rei Silanidhi tinha uma bela filha chamada Visvamohini. Um dia Narada foi visitar o rei, e quando o rei
apresentou sua bela filha para Narada, perguntou, Qual será o futuro dela?

O sábio olhou na menina e entendeu, Quem se casar com esta garota se tornará imortal. Será adorado
por toda a criação por todo o tempo, Então Narada disse ao rei que a menina era boa e seu futuro seria bom.

Narada saiu e pensou, Tenho que criar um plano pelo qual esta menina me escolha como seu marido. Eu
sei! Pedirei a Vishnu que faça de mim o homem mais belo. Eu irei ao Svayambara dela com as bênçãos de
Vishnu e certamente Visvamohini me escolherá.

Narada foi até Vaikunta e cantou um hino de louvor ao Senhor Vishnu. Vishnu disse,

Você parece estar
de algum modo ansioso, Narada. Qual é a causa desta perturbação de sua paz?
Vishnu, respondeu Narada.
Eu me apaixonei por uma bela princesa. Ela está para se casar logo, e eu
vim aqui para conseguir suas bênçãos para que eu possa ser o mais belo homem no Svayambara dela, assim
Visvamohini certamente me escolherá. Por favor conceda-me a mais bela aparência.
Você não venceu o Amor na última vez que você me falou? Agora você está querendo uma dádiva
especial para ganhar uma noiva? Está bem, eu lhe concedo a dádiva. Você terá a mais distinta aparência de todos
os pretendentes do Svayambara. Assim falando, Vishnu transformou Narada em um macaco.
Narada estava certo de que era o homem mais bonito, e muito confiante ele foi ao Svayambara. Ele
estava certo de que a princesa o escolheria. Além de tudo, ele tinha recebido a dádiva do Senhor do Universo.

A princesa pegou a guirlanda do casamento nas mãos, e começou a circular ao redor da sala. Todos os
reis e príncipes começaram a chama-la em seus corações. Narada sentou-se erguido, muito orgulhoso da beleza com
a qual tinha sido abençoado, certo de que a princesa o escolheria. A princesa veio diante dele, e para a surpresa
de Narada, ela olhou para longe em aversão, e caminhou para escolher outro.

Narada ficou atordoado de espanto.

Como poderia ela Ter passado por mim? Certamente sou o homem
mais belo aqui presente. Quem mais recebeu a bênção de Vishnu?
Justamente então ele ouviu dois servos do
Senhor Shiva rindo por detrás dele.
Como pode aquele macaco esperar ser escolhido como um pretendente a
noivo? E eles riam.
Que macaco? perguntou Narada duvidosamente.

Eles riram ainda mais. Você, Macaco! Você não sabe como se parece? Vá se olhar no espelho.

-78


Narada se apressou e correu para fora para ver seu reflexo na lagoa. A ira correu em suas veias quando
ele viu o truque de Vishnu. Ele pegou um pouco de água na mão e segurou n alto. Então você quer humilhar
meu orgulho fazendo-me de tolo? Vishnu, eu o amaldiçôo! Assim como você roubou minha esposa hoje, você
também, conhecerá a dor da separação de sua esposa! Como você me fez de tolo por fazer-me parecer um
macaco, você terá que buscar a ajuda de macacos para alcançar seu propósito, e os macacos serão seus melhores
amigos!

Aceitando a maldição de Narada, Vishnu retirou sua Maya. Quando Narada viu que tinha sido vítima de
Maya, ele ficou cheio de remorso. Vishnu, entretanto o tranqüilizou e Narada deixou Satya Loka louvando a Deus.

Rama

Em tempos antigos, quando Svayambhuva Manu alcançou seu quarto estagio de vida, ele e sua esposa
Satarupa foram para a floresta praticar austeridades. Eles realizaram muitas disciplinas por um longo tempo, depois
disso Vishnu ficou satisfeito com eles, apareceu-lhes e mandou que escolhessem uma dádiva. Eles pediram que
Vishnu encarnasse na terra como filho deles, e o Senhor concordou.

Em sua próxima vida Svayambhuva encarnou como Kasyapa Muni, o Pai da Criação, e sua esposa
Satarupa tornou-se Aditi, a Mãe dos Deuses. Desde o Deus do Sol, por toda as gerações de Iksvaku, os reis da
Dinastia Solar reinaram em Ayodhya. O filho de Bhagiratha era Raghu, o rei de Ayodhya por quem a Família de
Raghu é chamada. O filho de Raghu foi Ambrisa, e filho de Ambrisa foi Aja. Então Dasaratha seguiu como o Rei
de Ayodhya. Dasaratha foi a encarnação de Svayambhuva Manu, e sua primeira esposa a manifestação de Satarupa.

Enquanto isso toda a criação orava ao Senhor para que tomasse nascimento para livrar o mundo do mal.
Os Deuses foram até Vaikunta e pediram a Vishnu para que se manifestasse. Eles lembraram ao Senhor dos
Mundos, as palavras de Bhrgu Muni, Vishnu, eu o amaldiçôo! Repetidas vezes, quando a justiça retroceder diante da
injustiça nesta terra, quando o dharma tornar-se fraco enquanto o adharma torna-se forte, então você terá que
encarnar no útero de uma mulher, para nascer nesta terra e lutar com as forças da iniquidade, e novamente
estabelecer os padrões de moralidade e devoção pelos quais a vida humana é distinguida da vida dos outros
animais! Senhor, estamos sofrendo extremamente por causa do comportamento de Ravana. A terra não pode manter
por mais tempo o fado dos pecados dele. Ravana recebeu a dádiva de que ele é invencível a todos exceto homens
e macacos. Você prometeu a Svayambhuva e a sua esposa Satarupa que nasceria como filho deles. Eles já
nasceram como os Reis de Ayodhya, Dasaratha e sua esposa Kausalya. Você por favor, tome nascimento como filho
deles enquanto que nós, Deuses, assumiremos formas de macacos e ursos para ajudá-lo em sua divina tarefa.

O Senhor Vishnu concordou, e todos os Deuses se prepararam para ajudá-lo em seus vários papéis.

Dasaratha tinha outras duas adoráveis rainhas, Sumitra e Kaikeyi. Desejando Ter filhos, o rei pediu ao Rsi
Srngi para realizar um yajña do Atharva Veda o qual produz um pote de pudim de arroz doce. Este pudim foi
compartilhado com as três rainhas, e todas ficaram grávidas. Kausalya deu nascimento ao nobre e primeiro Rama.
Então Kaikeyi deu nascimento a Bharat e Sumitra deu nascimento a Laksman e Satrughna.

Os quatro cresceram no palácio cercados de amor e alegria, e completaram sua educação no eremitério do
Guru Vasistha. Retornando de seus estudos como homens crescidos, o Muni Visvamitra pediu a Dasaratha que
enviasse seus dois filhos Rama e Laksman para ajudarem a proteger o sacrifício dele das forças de opressão de
Ravana. Dasaratha tentou de todos os modos dissuadir o Rsi de levar os dois jovens que ainda eram inexperientes
nos campos de batalha, mas Visvamitra insistiu. Então Rama e Laksman seguiram o muni até a floresta onde eles
mataram Tadaka, um demônio canibal que perturbava muitos ascetas. Regozijando-se com a morte do demônio,
Visvamitra iniciou Rama no uso de muitas armas divinas com a s quais ele poderia matar demônios.

Rama e Laksman protegeram o sacrifício de Visvamitra matando Subahu e suas forças, e com uma flecha
despachou o demônio Maricha voando milhares de milhas além do mar. Depois disso os dois irmãos seguiram o
muni até Mithila, a Cidade do Rei Janaka, para presenciarem o espetáculo do casamento de Sita. O Rei Janaka tina
proclamado que quem pudesse erguer o arco de Shiva se tornaria ao marido de sua filha.

-79


No caminho para a cidade de Janaka, Visvamitra contou para Rama e Laksman a história do descendente
de Ganga, e Rama redimiu Ahalya da maldição do Rsi Gautam. Gautam a amaldiçoou a tornar-se uma pedra porque
ela dormiu com Indra. Chegando a Mithila, o rei Janaka saudou-os com grande respeito, e deu-lhes um bom lugar
para descansar nos aposentos reais. Visvamitra enviou Rama e Laksman ao jardim real para colher flores para sua
adoração. Lá no jardim Rama viu Sita em seu caminho para orar no templo da Mãe Divina Gauri. Quando Sita viu
Rama e Rama viu Sita ambos não puderam pensar em nada mais. Cada qual reconheceu no outro o seu eterno
parceiro. Sita orou para Gauri fazer de Rama seu marido, enquanto Rama prometeu que nunca teria outra para
governar em seu coração.

No hal
ll do Svayambara, o grande arco de Shiva estava sobre uma plataforma no centro. Reis e príncipes
de todos os mundos tinham se reunido lá. Mesmo os Deuses vieram dos céus para testemunharem o casamento de
Sita. Um após o outro todos eles tentaram erguer o poderoso arco de Shiva, mas ninguém teve sucesso. Então
Visvamitra deu sua ordem à Rama,

Levante-se Rama, erga o poderoso arco, case-se com a princesa e coloque um
fim ao sofrimento de Janaka.
Rama levantou-se no meio da assembléia. Ele levantou o arco como se fosse um ramo, vergou ao arco
para colocar a corada, mas com um poderoso rugido o arco partiu-se em dois. Sita veio adiante para adornar seu
marido, e Laksman casou-se com a filha mais nova de Janaka, Urmila, enquanto Bharat e Satrughna se casaram
com as sobrinhas de Janaka, Mandavi e Srutakirti.

Os quatro filhos retornaram para Ayodhya junto com suas esposas, e todo o reino regozijou-se. Então
Bharat e Satrughna foram visitar seu avô materno no país distante de Kaikeya. Durante sua longa ausência, o rei
Dasaratha teve uma conversa com o Rsi Visvamitra na qual o Rsi expôs o dever dos pais fazerem os filhos
capazes, e então e então entregar a administração dos afazeres diários aos filhos e assim os pais podem buscar a
liberação da alma. Inspirado pelas instruções do Rsi, Dasaratha discutiu o assunto com o Guru Vasistha, e sob a
direção do Guru, convocou todos os cidadãos e reis tributários para uma assembléia.

Na assembléia foi unanimemente votado que Rama se tornasse o rei, e Dasaratha ficou muito satisfeito com
a decisão das pessoas. O Guru Vasistha disse que o dia seguinte seria o melhor período para realizar a cerimonia
da coroação, e que outra configuração astrológica auspiciosa estava longe. Portanto, todos os arranjos foram feitos. A
despeito da objeção de Rama pela ausência de seus irmãos.

A serva de Kaikeyi, Manthara, ficou espantada com esta proclamação. Ela pensou que esta decisão era
proposital enquanto Bharat estivesse longe para priva-lo do reino sem objeção. Nem mesmo ela podia desejar ver
sua patroa Kaikeyi tornar-se serva da esposa rival, nem ver Bharat fraudado, sem seu reino. Assim ela instigou a
fraca de espírito, Kaikeyi para conspirar contra as ordens do rei. Kaikeyi aceitou a serva como sua primeira
simpatizante, e então fez dela um Guru para conseguir o trono para Bharat.

O rei tinha previamente oferecido a ela duas dádivas, que ela tinha se recusado a aceitar na ocasião,
dizendo que falaria outra dia. Enganando o rei fazendo-o jurar por seu amor por Rama de que ele realizaria todos
os desejos dela naquela noite, Kaikeyi pediu o trono para seu filho Bharat, e que Rama fosse banido para a
floresta por quatorze anos, enquanto Bharat consolidasse seu poder. O rei foi pego em um dilema moral que ficaria
com seu filho ou com a verdade.

De manhã quando Rama soube de seu dilema, ele imediatamente determinou-se a atuar de modo a provar
a retidão de seu pai. Ele não deixaria nada manchar a glória de seu amado pai. Assim ele deu ao reino a noticia
do momento e preparou-se para ir para a floresta. Quando Sita soube que seu marido iria para a floresta, ela
também, preparou-se para partir. Onde quer que meu marido vá, em qualquer lugar que ele viva, lá estarei ao seu
lado para mostrar-lhe meu amor e devoção.

Ouvindo que repentinamente Rama e Sita não seriam mais coroados como o Casal Real de Ayodhya, em
grande ira Laksman desejou revoltar-se contra a injustiça do rei. Rama reprovou-o por seu mal entendimento, e
pediu-lhe que ficasse no palácio para cuidar da família real em sua ausência. Mas Mãe Sumitra enviou Laksman
para ser o servo de seu irmão.

Se seu irmão Rama está na floresta, disse ela,
então você não trabalha no
palácio.
Assim Rama, Laksman e Sita foram para a floresta e começaram a visitar os Rsis e Sadhus. Lá eles
ouviram as reclamações sobre o opressivo comportamento dos demônios, e Rama fez um voto de proteger todos os

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seres da floresta. Por treze anos eles vagaram pela floresta e encontraram-se com santos e sábios, absorveram seus
ensinamentos e protegeram os seus ritos religiosos. Onde quer que fossem eles lutavam contra a tirania do mal, e
destruindo demônios, eles salvavam a floresta. Rama, Laksman e Sita recebiam as bênçãos de muitos grandes sábios
como Bharadvadja, Atri e Anasuya, Sarbanga, Sabari, Sutiksna e Agastya. Lá também estavam muitos outros, muito
numerosos para se mencionar.

Morando no Panchavati durante seu último ano de exílio, a irmã de Ravana, a demônia Princesa
Surpanakha espiou o eremitério dos três. Ela foi golpeada pela paixão ao ver Rama, e transformou-se em uma bela
forma para seduzi-la. Rama recusou seu convite, assim como o fez Laksman também, depois do que, sentindo-se
insultada a demônia princesa transformou-se num ogro para comer Sita. Então Laksman cortou o nariz dela com a
espada.

A ferida Surpanakha apelou para a proteção de seus irmãos Khara e Dhusana, que eram os governantes
da área. Ela disse que Rama e Laksman a tinham atacado sem que houvesse uma provocação, e que eles estavam
armando para atacar a autoridade de Lanka. Khara e Dhusana imediatamente atacaram e Rama matou-os juntamente
com todo os seus exércitos.

Então Surpanakha foi até Lanka pedir a ajuda de Ravana. Ela disse ao rei Ravana que dois homens
estavam atacando seu reino, e que junto com eles estava uma bela mulher que deveria tornar-se um ornamento do
palácio de Ravana. Com a instigação de Surpanakha, Ravana conspirou para roubar Sita.

Ravana ordenou ao mestre de mágicas, Maricha, filho de Tadaka que já havia testado a força das flechas
de Rama, a assumir a forma de um cervo dourado. Nesta cativante forma, ele atraiu Rama e Laksman do
eremitério. Vendo a oportunidade, Ravana assumiu a vestimenta de um velho sannyasi, e entrou no ashrama para
roubar a desprotegida Sita. Rama e Laksman mataram o falso demônio disfarçado de um cervo dourado, e temendo
que tivessem sido vítimas de um estratagema, eles se apresaram a voltar para encontrarem o eremitério vazio.

Eles vagaram de floresta em floresta em busca de Sita quando Sati desceu de Kailasa para testá-los.
Deste modo eles buscavam em muitos lugares até que vieram ao demônio Kabandha. Matando o demônio numa
fogueira, eles liberaram o gandarva que tinha sido amaldiçoado pelo Muni Durvasa. Então o Gandharva direcionou-os
para o ashrama de Matanga Muni para encontrarem Mata Sabari.

Encontrando Mata Sabari, Rama e Laksman aceitaram sua hospitalidade, e a instruíram no caminho da pura
devoção. Então Sabari confidenciou as últimas palavras de seu Guru antes de deixar o corpo há muitos anos atrás
quando Rama, Laksman e Sita chegaram em Chitrakuta. Sabari tinha perguntado se ela poderia ir com ele, mas seu
Guru, Matanga Muni respondeu,

Agora não. Não desperdice esta oportunidade. Rama e Laksman viram aqui em
busca de Sita. Por favor diga-lhes que Hanuman e Sugriva os ajudarão a encontrá-la. Eles serão encontrados no
topo da Montanha Rsayamuka. Desde este dia Sabari tinha se preparado para a vinda deles. Agora, tomando as
bênçãos do Senhor Supremo, ela ascenderia para juntar-se ao seu Guru.
Rama e Laksman encontraram a Montanha Rsayamuka, encontraram Hanuman e fizeram uma aliança com
Sugriva. Eles ajudaram Sugriva a reconquistara seu reino e o coroaram como o Rei do poderoso País de Kiskindha.
Então as chuvas das monções vieram e Sugriva despendeu seu tempo em consolidar sua autoridade no novo reino,
enquanto Rama e Laksman permaneceram por quatro meses na Montanha Rsayamuka, pensando em Sita e
esperando a chuva parar.

Durante este tempo Narada veio até Rama e falou-lhe, Eu conheço o modo de obter sucesso completo.
Realize o Navaratri, voto de adoração no Outono, no mês de Asvin. Jejuando por nove noites, faça japa do mantra
da Mãe Divina e realize a cerimônia de Homa no fogo sagrado. Se você realizar deste modo, com devoção sincera,
você certamente derrotará Ravana e se reunirá com Sita.

Rama aprendeu o método de adoração de Narada, e observou sua execução nos mínimos detalhes. Na
noite do oitavo dia lunar, a Deusa Bhagavati ficou satisfeita com sua adoração, e a Divina Mãe fez sua presença
manifesta e ofereceu-lhe dádivas.

Ó Rama, você é a encarnação do Senhor Supremo. Você matará Ravana e se
reunirá novamente com sua esposa Sita. É para este propósito que os Deuses pediram para você encarnar nesta
forma. Agora o propósito da divindade deve ser realizado.
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Recebendo a dádiva da Mãe Divina, Rama enviou seu exército de macacos pelas quatro direções para
buscar Mãe Sita. Na realização deste propósito Hanuman saltou sobre o oceano para achar Sita, e queimou a
cidade dourada de Lanka.

Agora ciente do paradeiro dela, Shri Rama reuniu seu enorme exército de macacos e ursos na orla do
mar, e enquanto os macacos e ursos construíam uma ponte através do oceano, Rama adorava o Senhor Shiva.
Recebendo as bênçãos de Shiva, Rama levou seu exército através da expansão do oceano. Chegando na fortaleza
da cidade dourada, um por um Rama e Laksman e os outros soldados do exército de macacos venceram os
grandes guerreiros de Lanka. Por fim Rama matou Ravana, e ungiu Vibhisana como o Rei de Lanka. Tendo libertado
Sita, Rama, Laksman e Sita retornaram para Ayodhya onde Rama foi coroado Rei.

Com a reunião da família, todo o reino de Ayodhya regozijou-se. Logo Sita ficou grávida, e Rsis e Munis
das florestas vieram para Ayodhya abençoar a família real.

Certo dia, tarde da noite, depois que o rei tinha se retirado, uma mulher veio ao portão do palácio
buscando a ajuda do rei. Os guardas do portão disseram-lhe que era tarde e que o rei e a rainha já tinham ido
dormir. Que por favor ela voltasse pela manhã. A senhora foi e não voltou na manhã seguinte.

Quando Rama ouviu sobre o incidente, ele quis saber quem era a senhora quem tinha sido negada sua
assistência, e qual era o seu problema. Tinha ela encontrado uma solução?

Quando os cidadãos não estão
confortáveis, disse Rama,
o rei não tem direito de dormir em conforto. Não foi correto mandar a senhora embora.
Vocês tinham que me acordar. Agora, encontrem aquela mulher. Saibam qual o seu problema e encontrem uma
solução.
Rama enviou seus espiões por todo o reino para buscarem aquela mulher, mas não ficou satisfeito com as
repostas que eles trouxeram. Então ele mesmo determinou-se a ir. Disfarçando-se como um negociante da aldeia, o
rei vagueou de vila em vila para ouvir as conversas das pessoas. Em todas as partes entre os cidadãos isso era
igual. A senhora que tinha ido ao palácio era a mulher do lavador. Ela tinha ido ao mercado na aldeia próxima,
mas quando ela vinha para casa a noite começou a chover. O barqueiro disse à ela que não era seguro cruzar o
rio durante a noite chuvosa, e ofereceu a ela para ficar a noite até a chuva cessar. Ele então a levaria para
cruzar o rio de manhã. Quando ela chegou em casa, seu marido estava furioso.

Veja você, disse ele,
istoé o
que acontece quando os cidadãos seguem o exemplo de seu rei. Rama não pensou em nada ao trazer Sita de
volta, mesmo que ela tenha vivido todos aqueles meses com o demônio Ravana. Agora, toda mulher terá uma
desculpa para ficar toda a noite como ela queira, e os maridos não terão nada a dizer. Bem, eu não sou um rei.
Assim no que me concerne, se minha esposa fica foras toda a noite com outro homem, ela pode muito bem ficar
o resto de sua vida lá!
Muitos dos cidadãos concordaram com o lavador. Rama mergulhou no oceano de desespero. Vendo o
abatimento na face de seu marido quando ele retornou, Sita perguntou a causa de sua dificuldade. Rama não podia
falar nada a ela, mas Sita olhou-o profundamente e entendeu toda a situação.

Meu marido e meu rei, disse ela.
Em rei é empenhado à sua gente. Como pode você deixar a desonra de uma mulher lançar sua sombra sobre a
integridade do trono? A realeza deve permanecer completamente verdadeira para manter a verdade das pessoas. Um
rei que não desfruta da confiança da sua gente não tem o direito de ocupar o trono.
Mas Sita, aquela mulher era inocente, e ela já tinha ido para outro país. Minha desonra é que a ela foi
negada a justiça enquanto eu descansava em meu laser. Além disso, mesmo se meus soldados a trouxessem para
seu marido, se ele não tem confiança, poderiam eles manterem o casal vivendo juntos?
Eu não estou falando sobre a mulher d lavador. Respondeu Sita.
Não há nada mais que você possa
fazer por ela. Estou falando de Sita, sua esposa. Sua ligação comigo permite que os cidadãos duvidem da
integridade e da pureza do rei de Ayodhya. Olhe os exemplos de seus ancestrais. Recorde quão generoso foi o rei
Shibi: Certa vez os Deuses apontaram Indra e Agni para testarem sua generosidade. Indra assumiu a forma de um
falcão e Agni apareceu como um pombo. O pombo voou para dentro da corte e tomou refúgio com o rei,
escondendo-se em seu colo para se proteger. O falcão o seguiu e insistiu que o pombo era sua comida lícita, e
sem comida ele e sua família morreriam. Reconhecendo o dever de um rei de proteger aqueles que tomam refúgio
nele, o rei Shibi ofereceu ao falcão alguma outra comida. O falcão respondeu que ele somente ficaria satisfeito com
um peso igual da carne do rei para lhe servir de alimento. Então o rei colocou o pombo numa balança e começou
a cortar pedaços de sua própria carne para colocar na balança e pesar igualmente. Mas não importava quanto ele
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colocava, o pombo ficava mais pesado. Então o rei Shibi cortou sua própria cabeça para colocar seu corpo todo na
balança. Foi quando Indra e Agni tomaram suas divinas formas, abençoaram o rei e o fizeram inteiro novamente.

Meu rei, olhe o exemplo deu rei Harischandra, que deu seu reino, vendeu sua esposa e filho como
escravos, e até mesmo tornou-se um Candala dos solos de cremação para proteger sua verdade. Mesmo seu próprio
pai, o rei Dasaratha deu seu próprio filho, seu reino e sua vida para honrar a sua promessa. Mesmo você Rama,
deu todas as coisas experimentando extremos sofrimentos na floresta para manter a palavra de seu pai. Não permita
que todo este sacrifício seja jogado fora. Não destrua a reputação da Dinastia Solar. Não deixe a questão da pureza
de sua esposa ou a ligação ao seu próprio conforto ficar no caminho de seu dever com sua gente!
Então o que devemos fazer Sita?
Há somente uma possibilidade, meu rei. Eu devo ir.
Sita deve ir? Impossível. Eu poso dar minha vida, mas não posso dar minha Sita.
Não, Rama. O rei é empenhado com sua gente. Ele deve ser um sannyasy que se senta no trono. Ele
não tem nada seu. Tudo que ele tem é mantido pela confiança de sua gente. Você não pode deixar este dever.
Nem pode você trair esta verdade. Agora você deve permitir que Sita retorne para a floresta, enquanto Rama
protege as pessoas de sua nação. Eu tenho somente uma prece a lhe fazer quando partir: Em todo tempo eu irei
alegremente tomar nascimento para tornar-me a esposa de um marido divino como você. Mas por favor, em seu
nascimento futuro, não nos deixe conhecer tanto sofrimento quanto nesta vida.
Sita partiu para a floresta e tomou refúgio no ashrama do Rsi Valmiki. Valmiki a fez bem vinda com
respeito e Sita começou a passar os dias de suas gravidez no eremitério da floresta. Enquanto isso, a vida no
palácio tornou-se destituída de brilho. Rama tornou-se um asceta desapaixonado, dormindo no chão sobre um tapete
de grama Kusa, mesmo no meio do luxo e esplendor de Ayodhya.

Lavanasura

Um dia Chyavana Muni veio à corte de Rama buscando proteção. O malvado rei de Mathura, Lavanasura,
tinha estado aterrorizando os Rsis da floresta. Agora, não era seguro para sadhus meditar na floresta. O asura tinha
matado muitos munis e tinha aprisionado outros, e não havia refúgio para dharma em seu reino. Como poderia
Rama ajudar?

O irmão mais novo de Rama, Satrughna, requisitou, Posso Ter a oportunidade de servir?
Rama concordou e realizou a coroação de seu irmão como o Rei de Mathura.

 

Após você matar o
malvado rei do mal, as pessoas precisarão de uma administração eficiente para guia-los no caminho do dharma.
Portanto você deve tornar-se o rei.
Rama presenteou Satrughna com muitas armas, e aconselhou-o a seguir as instruções dos Rsis. Ele também
disse ao sei irmão que no caminho para fazer a batalha com o asura de Mathura, que ele deveria tomar as
bênçãos de Valmiki Muni.

O Rei Satrughna saiu com seu exército em direção ao eremitério do Rsi Valmiki. Chegando ao ashrama do
Rsi, o exército acampou, enquanto o Rei Satrughna foi tomar o darshana do Muni. O Muni o fez bem vindo com
todo respeito e pediu ao rei que o ajudasse na realização de um rito. Justamente naquela manhã dois nobres
príncipes da Dinastia Solar tinham nascido no ashrama . Iria Satrughna ajudar na cerimônia do nascimento? Com
grande prazer o rei realizou as cerimônias de nascimento, e abençoou as crianças.

Satrughna tomou as bênçãos do Rsis Valmiki, e saiu para ajudar no serviço de Chyavana Muni. Com as
bênçãos dos sábios, o rei Satrughna matou o malvado Satrughna, e os descendentes da Dinastia Solar começaram a
reinar em Mathura.

Lav e Kus

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Rama e Sita tiveram dois filhos, Lav e Kus, que cresceram no ashrama do Rsi Valmiki com o amoroso
cuidado de sua Mãe, mas a identidade de seu pai nunca lhes foi revelada. Suas vidas eram cheias com as
bênçãos, e o Guru Valmiki ensinou-os a usarem todas as armas conhecidas. Eles tornaram-se mestres de todos os
assuntos de um dharma de rei, e aprenderam a cantar toda a história do Ramayana composta pelo Rsi Valmiki.

Sita passou seus dias na vida do ashrama, realizando todas as tarefas sozinha, trazendo madeira,
cozinhando, limpando e criando seus filhos. Nunca passou por sua mente desviar sua devoção dos pés de Rama.
Rama passou seus dias administrando o reino e vivendo como um sannyasi mesmo enquanto no trono. Toda a
família real estava tomada pela tristeza devido a ausência de Sita. Com a família real em sofrimento, as pessoas
não podiam ser felizes, e mesmo embora houvesse abundância, paz e justiça, não havia alegria ou prazer. Um dia
os cidadãos vieram ao rei Rama com o pedido de que a família real conduzisse uma celebração. Muitos anos
tinham se passado sem nada público, e mesmo havendo paz e prosperidade em toda a terra os cidadãos desejavam
participar de um grande festival. Assim as pessoas ficaram felizes quando o rei concordou em realizar o Asvamedha
Yajña. Os arranjos foram feitos para o sacrifício, e todos os cidadãos e reis vizinhos foram convidados. Novamente
havia excitação no ar de Ayodhya.

Então as pessoas começaram a especular,

Um rei não pode realizar qualquer sacrifício religioso sem sua
esposa. Uma esposa tem uma parte igual em compartilhar qualquer atividade dharmica. Portanto se Rama está indo
realizar um sacrifício, ele deve ter uma esposa. Quem sabe onde Sita está ou mesmo se ela está? Talvez nosso
rei se case novamente.
Quando as notícias de rumor chegaram ao rei, ele ficou aflito.

Como pode as pessoas terem um coração
tão duro? ele pensou.
Sita nunca deixou meu coração nem mesmo por um momento, e eles estão pensando que
irei casar-me com outra.
Então Rama tinha uma imagem de Sita preparada e colocou-a sobre a plataforma onde ela se sentaria.
Todos os cidadãos ficaram maravilhados com a firme estima que Rama mantinha por Sita. Eles proclamaram,

Nosso
rei deu grande honra a todas as mulheres por este ato. Ele nunca duvidou de Sita nem mesmo por um momento,
ainda que tenha sacrificado sua própria felicidade e a dela devido as dúvidas das pessoas. Que honra para as
pessoas terem semelhante rei.
O Guru Vasistha oficiou as cerimônias, oferecendo oblações no fogo sagrado enquanto cantava mantras
Védicos. Uma coroa dourada foi colocada sobre um cavalo branco. Sobre a coroa estava inscrito o desafio:
reconheça a soberania de Ayodhya ou prepare-se para a batalha. O cavalo era libertado para correr para onde
quisesse e era seguido por um grande exército. O cavalo vagueou ao redor de todo o continente e nação após
nação rendeu-se à supremacia de Rama. Finalmente o cavalo e o exército retornaram para Ayodhya onde o sacrifício
seria completado. Era a última noite da jornada, e todo o exército tinha acampado perto do eremitério do Rsi
Valmiki. Então as crianças brincando espiaram o cavalo. Lendo o desafio escrito sobre a coroa durada, Lav e Kus
pegaram o cavalo. Os soldados que guardavam o cavalo disseram aos meninos que dessem o cavalo de volta, mas
os dois jovens Rsis disseram,

Diga a Rama que gostaríamos de falar com ele. Diga-lhe para vir pessoalmente pegar
o cavalo.
Os soldados ficaram enfurecidos,
Não podemos dizer ao rei para vir aqui por causa de duas crianças
brincando na floresta! Devolva-nos o cavalo ou os puniremos!
Se quiserem que nos punam mas não devolveremos o cavalo até que o rei venha busca-lo. Disseram os
meninos.
Os soldados se apressaram para atacar, mas recitando um mantra, os Rsis os fizeram desmaiar. Uns
poucos correram para falar ao Capitão da Guarda o que tinha acontecido. O Capitão ficou furioso e escoltou os
soldados que estavam amedrontados com os dois meninos. Ele foi até onde os Rsis estavam mantendo o cavalo, e
exigiu que fosse devolvido. Recebendo a mesma resposta, ele se adiantou para atacar. Repetindo o mantra, os Rsis

o fizeram desmaiar também. Então o rei Satrughna veio àqueles meninos. Você é Rama? perguntaram eles.
Não. Sou o irmão mais jovem de Rama. Ele respondeu.
Não queremos qualquer disputa com você. Por favor volte e envie seu irmão Rama para nós. Temos uma
pergunta que gostaríamos de fazer a ele.

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Não posso falar ao rei para abandonar todos os seus deveres para vir para a floresta responder a
pergunta de dois meninos! Devolvam o cavalo e vocês mesmos podem vir até Ayodhya e fazerem a pergunta.
Ele está tentando nos enganar, Irmão. Disse Lav.
Não acredite nele.
Não se preocupe, Lav. Disse Kus.
Não confio nele. Ele é um soldado muito esperto. Ele poderia nos
levar ao rei e nos punir sem responder nossa pergunta. Não, rei Satrughna, não iremos com você para Ayodhya.
Por favor volte e diga ao Rei Rama para vir aqui!
Satrughna se preparou para atacar, mas repetindo o mantra os Rsis o fizeram desmaiar também. Um após
o outro, Laksman, Bharat, Hanuman e Sugriva foram derrotados na batalha, e foram colocados sob o encanto do
mantra dos Rsis.

Por fim Rama veio reclamar o seu cavalo. Justamente quando os lados estavam opostos para começarem a
batalha, o Rsi Valmiki retornou ao ashrama para interceder.

Meninos, por que vocês estão lutando com nosso rei?
O rei é o pai da nação. Lutar com seu rei é como lutar com seu próprio pai. Abaixem as armas!
Lav e Kus abaixaram seus arcos e flechas, e se curvaram ante seu Guru, o Rsi Valmiki.

Agora,
continuou o Rsi Valmiki. Por que vocês pegaram o cavalo do rei?
Queríamos fazer uma pergunta ao rei. Responderam os meninos, e estávamos com medo que ele não
respondesse se fossemos até ele.
Qual é a pergunta? disse Rama.
Rei, ouvimos de Guruji que Shri Rama é o exemplo supremo de dharma, e nunca se desvia de seu
dever em nenhuma ocasião. Então que dharma permite a um homem abandonar sua perfeita e legalmente casada
esposa sozinha na floresta enquanto desfruta do reino, só porque algumas pessoas esparramaram um tolo rumor?
Nós aprendemos de nosso Guruji que um homem tem o dever de proteger sua esposa em todas as circunstâncias.
Então como você pode ser o exemplo de dharma tendo deixado Sita ir sozinha para a floresta. Que dharma é
esse?
O dharma de reis. Respondeu Rama.
Um rei é um servo de seu povo. Ele deve ser capaz de sacrificar
todas as coisas pela sua nação, até mesmo sua vida se requerida. Somente então alguém pode ser colocado como
o governante de uma nação. Só então pode ser chamado de um rei.
Então a culpa pelo exílio de Sita não é sua. A culpa é das pessoas de Ayodhya. Ó Rei, nós sentimos
pelas dificuldades que temos causado. Qualquer punição que você queira nos dar, nós prontamente aceitaremos.
Lav e Kus libertaram todos os soldados do encanto dos mantras, e Rama pegou o cavalo e retornou para
Ayodhya para completar o sacrifício. Então por ordem do Guru, Lav e Kus foram para Ayodhya e começaram a
cantar o Ramayana. Em cada canto da rua, em cada quadra da cidade, a história do heroísmo do rei e a pureza
de sua esposa fez as pessoas chorarem. Muitos cidadãos se arrependeram de suas partes no exílio de Sita e de
privarem a família real da felicidade devido a um tolo rumor. Então o Rei Rama pediu aos Rsis para cantarem toda
a história de Shri Rama. Eles falaram sobre o nascimento dos quatro irmãos, sua educação no ashrama do Muni
Vasistha, como Rama quebrou o arco de Shiva e ganhou Sita, de seu exílio na floresta. Do roubo de Sita, da
derrota de Ravana, e do retorno para Ayodhya. Então cantaram sobre a esposa do lavador e o exílio de sita, e
todos que ouviam suas canções estavam surpresos com a profundidade de seus conhecimentos e devoção. Ninguém
podia resistir de se apaixonar por eles. Na conclusão eles cantaram o seu próprio nascimento no ashrama do Rsi,
da pureza de Sita e o sofrimento de sua vida no exílio. As pessoas tinham traído sua rainha com a mentira e era
tempo de chamarem a Devi Sita de volta da floresta e dar-lhe a honra de seu lugar de direito no palácio. Ela é
nossa mãe, e somos os filhos de Rama. Nós nos curvamos ao nosso pai. Os dois meninos curvaram-se ante o rei
de Ayodhya.

Rama disse,

Antes que vocês possam reclamar o trono do reino de Ayodhya, devem ser dadas algumas
provas ao povo de que vocês sã os verdadeiros herdeiros. Peçam a sua mãe para vir aqui amanhã para testificar
que vocês são meus filhos e terem o direito deste reino.
-85


No dia seguinte Sita apareceu diante da assembléia da corte real. Todos os cidadãos de Ayodhya estavam
presentes para ouvir o testemunho de Sita. Então Sita disse,

Se eu sou verdadeira, e nunca me desviei da
devoção aos pés de meu marido Shri Rama, então deixe que a terra se abra sob meus pés e libere-me da
existência manifesta. Eu nunca disse uma mentira, e nunca tive qualquer relacionamento com outro homem. Se sou
verdadeira, então Que a terra se abra sob meus pé e libere-me desta existência manifesta. Lav e Kus são os filhos
de Rama. Eles são verdadeiros príncipes de Ayodhya, abençoados ao nascer pelo rei Satrughna. Se sou verdadeira,
então Que a terra se abra sob meus pé e libere-me desta existência. Repentinamente a terra começou a tremer
sob os pés de Sita, e então se dividiu. Justamente antes de Mãe Sita descer nas profundezas da terra, ela disse,
e estas foram suas últimas palavras, Rama, de todos os homens que caminharam nesta terra você é o mais nobre.
Repetidas vezes eu encarnarei nesta terra onde quer que você se manifeste para desfrutar do privilégio de ser sua
esposa.
A terra tragou Sita, e Lav e Kus uniram-se ao seu pai, Shri Rama, para protegerem todos os cidadãos de
Ayodhya.

Maha Bisa e Ganga

Muitos anos atrás na família de Iksvaku, viveu um grande rei de nome Maha Bisa. Maha Bisa era um rei
extremamente devotado, e tinha desenvolvido um tal poder espiritual que mesmo os deuses tornaram-se invejosos
dele. Ele era tão firme na verdade e tão honroso em natureza, que podia mudar sua consciência à vontade. Ele
desenvolveu tal equilíbrio e poder de vontade que ele podia ascender ao céu quando desejasse.

Um dia quando ele estava visitando o céu, ele viu Ganga. Ela pareceu-lhe muito bela. Ele olhou para ela
e ela olhou para ele. Brahma viu isso e disse, Ei, Maha Bisa, Grande rei, este não é o tipo de conduta que
encorajamos no céu. Se você quer se comportar assim, porque não vai para a terra e seja um homem. Ganga,
você também é melhor descer à terra e nascer como um a mulher. E ambos têm todo este assunto de
relacionamento pessoal. Então podem voltar ao céu.

Ganga e Maha Bisa ficaram muito tristes, mas eles tinham que obedece as ordens de Brahma. Quando
eles pediram licença, uma coisa muito interessante aconteceu.

Havia oito Vasus. O mais velho dos Vasus era chamado Dyau. Dyau significa os Céus, como no mantra
Santa Dyau, Santa Prthivim. Prthu era outro dos oito irmãos Vasu. Seu nome significa a Terra. Um dia os irmãos
estavam vagueando perto do eremitério de Vasistha, quando a esposa de Dyau viu Nandi, a vaca.

Que bela vaca. Que vaca é aquela e que qualidades especiais ela tem? perguntou ela ao marido.
Dyau respondeu, Quem quer que beba o leite desta vaca, sua juventude nunca termina e ele vive no
mínimo dez mil anos.
Então a esposa de Dyau disse,

Meu querido marido, tenho uma amiga querida que ficaria muito grata de
beber este leite. Por favor consiga aquela vaca para mim. Poderemos pegar algum leite da vaca e assim minha
amiga ficaria livre de toda doença. Então ela pode viver por dez mil anos e ser jovem e bela. Nós também
poderemos beber do leite!
Dyau chamou todos os seus irmãos e disse, Irmãos, vamos pegar aquela vaca.

Assim os irmãos pegaram a vaca e começaram a ordenha-la. Justamente então Vasistha despertou de sua
meditação e olhando ao redor pensou,

Onde está minha vaca? Ele olhou por todo o ashrama mais a vaca não
estava lá. Então ele sentou-se em meditação novamente e pensou,
Onde poderia minha vaca Ter ido?
Em sua
meditação ele viu, Ó os Vasus pegaram minha vaca!
Imediatamente ele foi até onde os Vasus estavam, e ele pegou um pouco de água nas mãos e exclamou,
Vocês roubaram minha vaca! Vocês se comportaram como ladrões. Eu os amaldiçôo! Desçam à terra e vivam entre
os homens!

-86

 


O sétimo irmão Vasu disse,

Nós não somos responsáveis, nosso irmão mais velho é que disse para
fazermos isso. Estávamos somente obedecendo as ordens dele, assim não é nossa falta! Nós só fomos junto com
ele. Por que deveríamos ser amaldiçoados, e como podemos nos livrar desta maldição horrível de viver na terra
entre os homens? Os homens são insensíveis, e a vida na terra é cheia de ansiedade. Por favor dê-nos o meio de
nos libertarmos.
Vasistha disse, Certo, vocês sete irmãos, se livrarão da maldição dentro de um ano. Mas Dyau, você é de
fato o culpado; você viverá um longo, longo tempo na terra, e isto não será agradável. Você irá expiar seu mal
comportamento. Vasistha saiu, pegando sua vaca.

Quando os Vasus foram em seu caminho na terra, eles viram ganga também em sua rota para a terra.
Eles perguntaram a ela, Onde você está indo, Ganga?

Ganga respondeu, Fui amaldiçoada por Brahma para ir à terra.

Os Vasus disseram,

Nós também fomos amaldiçoados para irmos à terra pelo Muni Vasistha, Mãe. Poderia
nos fazer um favor?
Certamente, em que posso ajuda-los?

Mãe, somos Seres Divinos, residentes dos céus, criados no néctar por toda a nossas vidas. Não queremos
nascer em qualquer útero terreno ordinário. Você poderia consentir em ser uma mãe para nos dar nascimento?
Claro. Concordou Ganga.
E então eles Completara,

Mãe, Vasistha disse que nos livraríamos da maldição de tomar um nascimento
humano dento de um ano, assim temos outro pedido a lhe fazer. Tão logo nós tenhamos nascido, nos mergulhe no
rio de suas águas.
Novamente Ganga concordou e disse,

Certo, aquele plano irá ser feito. Tão logo cada um de vocês
nasçam eu os mergulharei no rio, assim vocês poderão retornar ao céu mais rapidamente. Eu farei isso para alivialos
da maldição de Vasistha.
Este foi o plano que eles combinaram.

Visvamitra e Menaka

Antes de Visvamitra tornar-se um Brahma Rsi, existiram muitos, muitos obstáculos colocados em seu
caminho. Por milhares de anos ele tinha se esforçado no caminho da realização e auto controle, mas Indra
constantemente buscava meios de desvia-lo da meta. Certa vez quando Indra estava sentado no céu refletindo sobre
este dilema, pensou, Você sabe que Visvamitra Muni está realizando uma forte tapasya de ascetismo, certamente ele
tentará vir para cá e tomar meu trono. Devo colocar algum obstáculo em seu caminho para humilha-lo, e para deter
seus esforços. Assim pensando ele chamou Ramba, a Apsara, ou sedutora dos Deuses que manifesta a beleza. Ele
disse,

Ramba, desça à terra e seduza Visvamitra e faça com que ele preste atenção em você. Faça-o parar sua
tapasya, e parar de tentar ascender aos céus. Esta é minha ordem! Pegue-o com seu Amor. Pegue-o com sua
Primavera. Pegue-o com todo o exército de cúmplices e qualquer outra assistência que você precisar, e faça aquele
Rsi parar a tapasya!
Como ordenado, Ramba foi para a floresta onde Visvamitra estava profundamente absorvido em meditação.
Repentinamente o ar tornou-se cheio com os sons da primavera, e pássaros começaram a cantar. Abelhas
começaram a zumbir, e havia uma fresca fragrância flutuando no ar. Uma música suave começou a tocar. Ramba
mesma começou a cantar muito doce e graciosamente, e a dançar com toda suavidade. A medida em que a música
tornava-se mais rápida, Ramba dançava mais ritmicamente. De todas as maneiras ela tentou desviar a atenção do
Rsi de sua concentrada meditação, mas não importava o quanto ela tentasse, Visvamitra não se mexia. Então Ramba
foi até onde o Rsi estava sentado em postura yóguica meditando, e colocou sua cabeça no colo dele. Nada
aconteceu. Ela começou a massagea-lo e acaricia-lo e de todos os modos tentou desperta-lo para sua beleza

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Desça à terra e atraia a mente daquele Rsi!
Menaka disse, Ó Senhor, Ramba, a mas bela entre as Apsaras foi transformada em uma pedra por aquele
Desça à terra e atraia a mente daquele Rsi!
Menaka disse, Ó Senhor, Ramba, a mas bela entre as Apsaras foi transformada em uma pedra por aquele
fascinante. Quando por fim o Muni despertou, ele olhou com assombro para a maravilhosa beleza da Apsara Ramba
sentada com a cabeça em seu colo, que o convidava e o acariciava, e ele imediatamente entendeu toda a situação.
Tornando-se muito zangado, disse, O que! Você foi enviada aqui para parar minha meditação! Que tolo é Indra! Ele
pensa que eu cairei nisso?

Visvamitra olhou para ela com tal fogo de vingança, que a Apsara Ramba foi imediatamente reduzida a
uma pedra. E Visvamitra voltou para sua meditação.

Indra olhou para baixo e exclamou,

Ramba! A gema de minha casa! A mais poderosa arma que eu tinha!
A Beleza foi reduzida a uma pedra pelo poder da tapasya daquele Rsi! Eu não posso permitir que a um sadhu
qualquer que realize tal disciplina que possa expor meu reino todo! Menaka! ele ordenou.
Menaka. Ó Você que
Vibra Com o Conhecimento!
Sim, meu Senhor, Menaka apareceu com as mãos postas.
Rsi! Por favor, Senhor, eu não quero tornar-me uma pedra. Por favor não me envie! Eu lhe rogo, Senhor, envie
outra. Envie Gratachi ou Tilottama, mesmo Urvasi poderia ter muito efeito. Envie alguém, Senhor, mas por favor não
me envie! Eu sinto muito. Não desejo tornar-me uma pedra ou ser reduzida a cinzas ao pés de um Rsi!

Não Menaka, esta é uma importante função. Este é seu trabalho! Pegue qualquer ajuda que precisar, mas
faça o Muni parar sua meditação. Vá!
Menaka não tinha outra escolha, senão obedecer. Quando ela se preparava para ir à terra, ela chamou
todas as ajudantes do arsenal celeste. Ela começou a orar: Ó por favor Senhor, protegei-me! Eu conheço o poder
da tapas deste Muni. Por favor não permita que ele me transforme em uma pedra. E ela chamou Amor e disse,
Amor, por favor atire suas flechas naquele Rsi no momento apropriado, e assegure-se de acertar seu alvo! Faça-o
se apaixonar por mim, e por favor não permita que ele me transforme em uma pedra!

Menaka desceu à terra, e começou a praticar suas artes mágicas da sedução. Mas mesmo tentando o
quanto podia, Visvamitra nem mesmo a via, de tão firme que ele estava na disciplina de sua meditação. Ele nunca
nem mesmo uma vez tornou-se consciente da presença dela. Menaka dançou e cantou. Ela cozinhou deliciosas
comidas e tentou de todo modo cativar o sentidos daquele Rsi meditativo. Ela tentou realizar adoração a ele
enquanto ele estava em meditação, mas ele permanecia inconsciente da presença dela. De todas as maneiras ela
tentou cativar aquele Rsi, mas sem sucesso. Quando Visvamitra finalmente despertou de sua meditação, ela tentou
habilmente colocar-se em seu caminho. Mas novamente ele caminhou passando diretamente por ela, sem o menor
conhecimento de sua presença. Ela começou a servir aquele Rsi, de todas as maneiras ajudá-lo em suas metas. Ela
começou a ajudá-lo em seu puja, pegando flores para a adoração e preparando seu asana. Visvamitra aceitou seu
serviço, mas nunca nem uma vez, sentiu a mais leve mexida em seu coração, nem mesmo se deu conta de quem
estava fazendo este seva.

Algum tempo se passou. Um dia Visvamitra foi ao rio pegar um pouco de água, onde Menaka estava
tomando banho. Então o Deus do Amor, reconhecendo esta excelente oportunidade, rapidamente colocou a flecha com
uma flor na ponta em seu arco, e a deixou voar com perfeita precisão. A flecha acertou Visvamitra, e
repentinamente ele tomou conhecimento de Menaka e se apaixonou profundamente. Ele tentou meditar, mas viu que
seu coração estava cheio de agitação, em todo o tempo Menaka caminhava em sua visão, e seu coração saltava
de alegria! Menaka começou a massagear os pés deles de noite, quando ele tinha terminado sua longa tapasya. Ela
colocava óleos perfumados em eu cabelo, e vinha mais e mais perto, a medida em que começavam a fazer tapasya
juntos. Agora eles começaram a se sentarem juntos para meditar. Ela começou a participar de todos os pujas, e
tornou-se a mais eficiente ajudante que um sadhu poderia desejar. De todo modo Menaka tornou-se a perfeita
companheira, dando a ele sua rendição e apoio.

Algum tempo se passou. Visvamitra se apaixonou cada vez mais e começou a entregar-se aos encantos
intencionais da bela ninfa celestial, a Apsara Que Personifica as Vibrações do Conhecimento. Depois de algum tempo,
Menaka esqueceu-se da tarefa celestial pela qual Indra a tinha enviado. Ela entregou-se completamente a Visvamitra,
assim como ele se entregou a ela. Logo eles estavam casados, e estavam cheios de alegria!

-88


Sakuntala

que tem se dedicado completamente à mim e confiado totalmente em mim? Que tipo de dharma é esse? perguntou
Menaka ficou grávida, e eles realizaram as cerimônias pré-natais da concepção para as preparações de dar
à luz. Sem mesmo se dar conta, pouco a pouco Visvamitra começou a gastar mais e mais tempo com sua amada
esposa, e cada vez menos tempo com sua adoração. Ele amava muito sua esposa.

Indra olhou lá do céu e ficou satisfeito.

No tempo apropriado, Menaka deu à luz a uma bela menina. Visvamitra ficou cheio de prazer! A criança
era radiante: concebida e nutrida no mais profundo respeito. Visvamitra realizou os pujas relativos ao nascimento da
criança, e tornou-se perdido na bem-aventurança de sua vida de chefe de família.

Então Indra disse à Menaka,

Seu trabalho está terminado. Você destruiu a meditação dele e o fez cativo
das ligações. Minha querida Menaka, você foi muito bem sucedida! Agora deixe a criança com Visvamitra e retorne
ao céu.
Menaka, que tinha se perdido na felicidade da fidelidade matrimonial, foi repentinamente chamada para a
consciência da sua real situação.

Como eu posso deixar meu bebê recém nascido? Como posso deixar meu marido
ela desanimada. Este não é o dharma de uma mulher e uma esposa!

Indra disse,

Você não é uma mulher nem uma esposa! Você é uma Apsara. Seu trabalho é fazer a
licitação do Senhor dos Devas, cativar as mentes dos Munis que se esforçam para tornarem-se Deuses através de
suas tapasyas. Este é o seu trabalho. Você pensa que qualquer um que queira pode se aproximar dos céus sem
ter as qualidades exigidas dos Deuses? Absolutamente não! Por isso vocês, Apsaras, devem ensinar a humanidade as
lições de humildade, deixando-os saber que todos os que vivem devem atuar de acordo com a Natureza. Agora volte
ao céu! Não se preocupe com os seus conceitos de certo ou errado. Podemos fazer alguma compensação mais
tarde por algum erro cometido. Mas as leis do Karma e a supremacia do Destino são invioláveis. Agora deixe o
bebê com o pai e volte para casa!
Menaka implorou, Senhor, por favor, dê-me algum tempo. Eu não posso. Não posso deixar esta criança.
Este bebê precisa ser alimentado por uma mãe. Como direi para Visvamitra, que confiou em mim e entregou-me seu
amor puro, sem reservas. Certamente no fogo de sua ira ele iria me amaldiçoar, e transformar-me em uma pedra
como fez com Ramba.

Indra ficou furioso.

Se você não voltar agora mesmo, então eu a amaldiçoarei e você se tornará uma
pedra!
Ó Senhor, por favor, deixe-me ao menos falar com Visvamitra antes de deixá-lo e deixar nossa criança!
Está certo, mas não se demore!
Menaka foi até Visvamitra cheia de tristeza.

Meu marido. Tenho que lhe fazer uma confissão. Indra
ordenou-me a vir aqui e destruir sua meditação. Este foi o propósito de nosso relacionamento. Agora que temos uma
criança e você está comprometido com a vida de chefe de família, Indra ordenou que eu retorne para casa. Eu sei
que você vai me amaldiçoar e transformar-me em uma pedra. Eu mereço isso. Meu comportamento não é apropriado
para uma mulher, uma esposa ou uma mãe, e eu mereço ser amaldiçoada. Por favor vá em frente e me amaldiçoe.
Isto faria minha consciência ficar melhor, recebendo o fruto próprio das sementes do Karma que semeei. Gostaria que
você me amaldiçoasse, porque sei que esta conduta traiçoeira é imprópria. Eu o amo muito meu marido. Eu amo
nossa criança também. Mas se eu não voltar ao céu agora mesmo Indra me amaldiçoará e me transformará em
uma pedra. Swamiji, seria melhor ser amaldiçoada por um marido correto, que por Indra por suas ações incorretas.
Por favor vá em frente e me amaldiçoe.
Visvamitra olhou para Menaka e disse,

Eu não a amaldiçoarei. Você fez seu dever, e isto não é errado.
Você teve sucesso com a tarefa de Indra. Já destruiu minha meditação. Agora volte ao céu. Não consiga uma
maldição de Indra e nem há necessidade de que você seja amaldiçoada por mim. Vá para o céu. Eu não preciso
-89


de você. Você destruiu minha meditação e minha tapasya. Já teve sucesso. Agora vá! Pegue sua criança com você
e vá!

Marido, eu não posso levar a criança comigo. Ela tem que ficar na terra. Ela não é do céu, é da terra.

Então deixe a criança e vá. Faça o que você tem que fazer! Cuidar de uma criança é responsabilidade
da mãe. Um pai não pode dar leite. Se você quer ir ao céu então vá em frente. Abandone sua criança na floresta.
Eu continuarei a tapasya que você destruiu. Eu mostrarei a Indra! E Visvamitra saiu para a floresta para fazer
tapasya.

Menaka começou a chorar. Ela fez uma cama de folhas no chão e deitou o bebê. Com muito sofrimento,
Menaka muito tristemente ascendeu ao céu. Sozinho na floresta, o bebê começou a chorar. Um pássaro Sakun veio
e abriu suas asa sobre o bebê para protegê-lo do sol do meio dia. Assim o bebê ficou nos pés do pássaro
Sakun, que com as asas abertas o guardava como um sentinela.

criança sendo protegida pelas asas abertas de um grande pássaro. Ele cuidadosamente abaixou-se e pegou o bebê e

o segurou perto de seu peito. Ele pensou, Que bela e divina criança, sozinha na floresta, sem ninguém, mas só
um pássaro Sakun montando guarda com um sentinela! Certamente esta criança está cheia de algum grande Karma
em sua história. Eu a levarei para casa e minha esposa irá alimentá-la.
Ele levou o bebê para seu ashrama, e realizou as cerimonias pelo nascimento criança, e deu-lhe o nome
de Sakuntala, Ela Quem Reside aos Pés do Pássaro Sakun.

Sakuntala cresceu no ashrama do Rsi Kanva. Ela transformou-se em uma bela jovem, cheia de sabedoria
dos santos. Quando ela alcançou a idade de casar-se, a esposa de Kanva disse ao Rsi,

Rsi, é hora de
Nesse momento, o Rsi Kanva vinha no caminho com alguns de seus discípulos. Pare! disse ele. eu ouço
algum ruído entre as folhas da densa floresta. Ele caminhou e olhou para baixo tendo a curiosa visão de uma bela
começarmos a pensar no casamento de nossa filha. Por favor encontre um marido digno para ela.
O Rsi Kanva disse, Irei para a floresta fazer tapasya, meditarei para encontrar quem poderá ser o marido
satisfatório.
ministros lhe disse, Ó grande rei, lá está o eremitério do grande Rsi Kanva, você deve ir lá prestar seus respeitos.
Ele é um grande Rsi Védico, uma pessoa muito sábia e um honrado profeta.
Então o Rsi juntamente com muitos discípulos foram para a floresta e começaram a fazer tapasya. Neste
tempo o rei de Hastinapura, nascido na Dinastia Lunar, o Rei Dusyanta veio para a floresta caçar. Um de seus

Dusyanta foi visitar o eremitério do Rsi, e quando se aproximou do ashrama, ele viu a bela Sakuntala.
Imediatamente seu coração estremeceu. Ele gaguejou por um momento e então disse para o amor de sua vida, Ó
Deusa, o que você está fazendo sentada sozinha na floresta? Qual o seu nome? Quem é seu pai? Onde você
vive?

Sakuntala com total equilíbrio disse, Ó Rei, percebo que sua mente perdeu o controle. Sou Sakuntala, filha
do Rsi Kanva, que é meu pai e Guru deste ashrama. Sugiro que você espere algum tempo para o Rsi retornar,
pois ele foi para a floresta praticar meditação. Quando você o encontrar esteja certo que ele lhe concederá o pedido
pelo qual você veio aqui.

O rei Dusyanta era um homem jovem, muito belo, o mais nobre Rei. Ele olhou para Sakuntala e pensou,
Como posso esperar? Meu coração se partiu no momento que coloquei os olhos sobre ela. Certamente morrerei se
tiver que esperar mesmo mais um só dia antes de Sakuntala ser minha.

Corajosamente ele disse,

Sakuntala, você se casaria comigo conforme as leis do casamento Gandharva?
Estou certo de que seu pai aprovaria.
O coração de Sakuntala foi roubado. Aquela noite Sakuntala foi visitar o pavilhão do rei, onde realizaram a
cerimonia de casamento. Tendo consumado os votos matrimoniais, eles fizeram amor e Sakuntala ficou grávida.

Na manhã seguinte o rei disse, Ó minha amada rainha, tenho que retornar ao meu reino agora. Tenho
que preparar um local para você. Por favor use este anel com a insígnia real do meu nome inscrita nele. Eu

-90

 


voltarei dentro de três dias para buscá-la. Entregando-lhe o anel, o rei partiu. Então o Rsi Kanva retornou ao
eremitério. Todos vieram saudá-lo, Onde está Sakuntala? disse ele. Não é certo que minha filha venha saudar-me?

A mãe disse, Sakuntala ficou fora toda a noite. Ela não comeu nada e nem falou uma só palavra.

Traga-a aqui. Disse Kanva.
A mãe trouxe Sakuntala. Quando o Rsi Kanva viu a face de Sakuntala, ele fechou os olhos e mergulhou
na meditação.Com sua divina percepção na quietude da meditação, ele viu toda a circunstância. Ele abençoou sua
filha e disse, Sakuntala irá segurar a espada da dinastia lunar.

Sakuntala entendeu que seu pai sabia de tudo. Eles decidiram esperar os três dias pelo rei Dusyanta
retornar, assim Kanva iria dar as boas vindas ao noivo com a devoção de uma cerimônia Védica. Kanva estava
muito satisfeito. Com grande alegria ele preparou uma festa para todas as pessoas das vilas próximas, uma grande
celebração em honra ao casamento de sua filha. Sakuntala estava profundamente perdida em pensamentos, ela não
podia pensar em nada mais, a não ser no retorno de seu marido. Aqueles três dias pareceram uma eternidade!

No terceiro dia de espera, ela estava sentada na margem do rio, contemplando a face de seu amado
inscrita sobre as águas. Ela estava perdida em meditação, sem conhecer nada mais, quando o Rsi Durvasa veio ao
rio. Minha jovem qual é o ashrama do Rsi Kanva?

Não houve resposta. Onde é o ashrama? Perguntou em voz alta, ficando irado por ser ignorado. Eu perdi

o caminho! Onde é o ashrama?
Nenhum som entrou nos ouvidos de Sakuntala. Ela estava perdida em suas reflexões, ela apenas fitava as
ondas das águas e sonhava em reunir-se ao seu marido.

Durvasa chamou outra vez com grande ira,

Jovem, eu a estou chamando! É esta a hospitalidade que os
Rsis da floresta mostram a Durvasa Muni? Você não conhece minha ira? Todos temem minha ira! Qual o caminho
do ashrama?
Ainda assim não houve resposta.

Durvasa ficou cheio de ira. Ele parou ao lado da margem do rio, pegou um pouco de água nas mãos e
disse,

Você falhou em mostrar respeito ao sábio ancião! Você falhou em mostrar respeito a um hóspede em sua
porta! Você ignorou a pergunta inocente que fiz! Eu a amaldiçôo! A pessoa em que você está pensando a
esquecerá! E ele jogou a água em Sakuntala que permaneceu totalmente inconsciente.
Mas duas de suas amigas que estavam sentadas perto dela, testemunharam a cena toda, e quando viram

o Muni ir para a floresta, elas correram atrás dele e disseram,
Ó grande Rsi, por favor perdoe nossa amiga,
Sakuntala. Ela está casada recentemente e foi deixada por seu marido. Ela está sempre pensando nele em quando
ele voltará. Por favor retire sua maldição!
Durvasa disse,

Bem, este é certamente um comportamento melhor que o que sua amiga mostrou a mim.
Mas uma vez que a maldição foi dada, não pode ser retirada. O que eu disse acontecerá. Mas devido a sua
amizade, a humildade com que você está pedindo em favor de sua amiga, eu darei a você a dádiva que virá o
tempo quando a pessoa com quem ela está sonhando encontrará algum objeto que inspirará sua memória. Então a
maldição será retirada. Assim dizendo, Durvasa Muni foi para a floresta.
Os três dias se passaram e tornaram-se três semanas, não havia sinal do rei. Quando três meses se
passaram e não havia sinal do rei, Sakuntala estava começando a ter alguns sintomas da maternidade. Sua mãe
disse ao Rsi Kanva,

Ó Rsi, estou começando a duvidar se o rei Dusyanta está realmente vindo para nossa filha.
Talvez a tenha esquecido completamente,. Agora nossa filha está começando a mostrar os sinais da gravidez. É hora
de a levarmos a casa do rei porque se ela está para ter essa criança, a criança deve nascer na casa do pai, não
da mãe. Isso é muito importante para esta criança que é destinada a ser da família real. Rsi, é hora de enviarmos
nossa filha à casa do seu marido.
O Rsi Kanva chamou dois de seus discípulos,

acompanhem nossa Sakuntala até o palácio do rei e digam
ao rei que ele deve aceitar a responsabilidade do Karma que realizou, e aceitar sua esposa conforme nossas leis

-91


saiam!
Os Rsis ficaram mortificados, quando Sakuntala falou, Ó rei, eu confiei em você. Como eu poderia pensar Os Rsis ficaram mortificados, quando Sakuntala falou, Ó rei, eu confiei em você. Como eu poderia pensar
da tradição Hindu. Não é digno de um rei comportar-se de tal modo irresponsável, tendo um relacionamento com
uma menina Brahmin, e depois deixá-la sem mais nada dizer. Assim, agora, ó rei, faça o que é devido.

Os dois eremitas escoltaram Sakuntala em sua jornada até o palácio do rei. O caminho passava pela
densa floresta e então para a fronteira da floresta. Logo eles chegaram as margens do Rio Jamuna. Os três
passageiros sentaram-se no barco para cruzar o rio. Quando o barqueiro conduzia o barco através do rio, Sakuntala
ficou brincando com as ondas na água, deslizando sua mão na superfície, desfrutando do seu frescor. Ela nem
mesmo percebeu quando o anel escorregou de seu dedo, e afundou nas profundezas do grande rio.

Quando finalmente eles chegaram em Hastinapura, os eremitas da floresta vaguearam entre os grandes
bazares até chegarem ao palácio do rei. Os Rsis pediram para falar com o rei, e quando foram levados para a
audiência, disseram,

Ó rei, fomos enviados aqui pelo grande Rsi Kanva, que lhe enviou esta mensagem,
Ó Rei,
agora você deve tomar sua esposa, Sakuntala e assumir suas responsabilidades como um marido e um pai. Ela está
gravida esperando um filho seu, e a criança deve nascer em sua própria casa. Agora, ó rei, por favor faça o que
é próprio para manter as Leis do Dharma, como também honre minha filha.
O rei Dusyanta olhou para Sakuntala e voltando-se para os Rsis disse,

Vocês estão dizendo que ela é
minha esposa? Eu não me lembro de nenhum casamento. Por favor diga-me, onde e quando nos casamos? Quem
foi testemunha? Eu não me lembro de nada! Que coisa sem sentido é essa?
Os Rsis foram incapazes de convencer o rei. Eles disseram,

Ó rei, somos Rsis da floresta, não iríamos
mentir para você. Você se casou com a nossa filha, esta inocente menina de nosso ashrama. Agora tome sua
esposa ou retornaremos ao Rsi e diremos que você se recusou a tomar sua esposa, e neste caso, ela será
culpada e terá que viver sozinha, exilada na floresta. Agora rei, tome sua esposa!
O rei respondeu, Eu não sei o que vocês estão tentando conseguir aqui, mas lhes asseguro que terão
uma decepção! Eu nunca vi esta mulher antes! Vocês estão tentando encontrar um marido para ela ! Eu nunca me
casei com esta menina. Bem, este rei não continuará a ouvir estas acusações injustificadas! Peguem sua filha e

que você me trataria com tal desrespeito? Agora eu lhe mostrarei a prova de nosso relacionamento. Você se lembra
do anel que me deu? Você me disse,

Guarde isso minha amada. Eu retornarei em três dias. Irei apenas para
preparar um lugar para você. Agora, rei, veja este anel!
Ela esticou a mão para mostrar ao rei o anel com a insígnia dele, mas ficou surpresa quando viu que o
dedo estava vazio! O rei disse, Que anel você deseja mostrar-me? Mostre-me o anel! Se tenho um anel, mostre-
me!

Sakuntala disse incrédula, Eu não sei onde ele foi parar!

E o rei ficou zangado e disse,

Nem eu! Mostre-me o anel se quiser provar que sou seu marido! Que
mulher imoral é você! Está tentando usar de subterfúgios e artifícios para fazer-me responsável por sua conduta
imoral. Saiam de meu palácio! Isso é um ultraje! Voltem ao Rsi Kanva e diga-lhe para mostrar-me o anel!
Então os Rsis voltaram-se e disseram,

Ó rei, nós acreditamos que esta menina está falando a verdade.
Acreditamos que você receberá o fruto de seu Karma. Esta menina desonrada não voltará conosco. Se você não a
tomar, ela terá que encontrar seu próprio caminho!
Os dois eremitas viraram-se e saíram para seu ashrama. Sakuntala vagueou sozinha pela floresta em grande
tristeza. Olhando dos céus, Menaka não podia ficar vendo o estado de sua filha. Ela desceu à terra e levou-a ao
ashrama do Rsi Kasyapa, que era o pai dela. Menaka apresentou o avô à sua filha e pediu a Kasyapa que
cuidasse dela. Recebendo sua garantia, ela retornou aos céus.

Recebendo uma respeitosa boas vindas do mais elevado dos Munis, Sakuntala ficou no ashrama. Kasyapa
disse, Todos os que estão tristes são bem vindos ao eremitério dos Rsis. Você pode ficar aqui, ter seu bebê, e
nós ficaremos satisfeitos de aceita-la em nossa comunidade.

Sakuntala deu nascimento a um filho, e o Jata Karma, a cerimônia natal, foi realizada. O filho foi chamado
Bharat, um nome do Sol, significando Ele Quem Manifesta a Luz da Sabedoria e o Calor da Devoção. Sakuntala

-92


criou a criança no ashrama do Muni, e ensinou-lhe todos os ramos de conhecimento. Ensinou-o a como pegar
madeira da árvore e fazer ficar polida, e então a molhar e aquecer sobre o fogo para curva-la transformando num
arco. Como cortar pequenos ramos das árvores para fazer flechas certeiras e fortes. Ela ensinou-o como arremessar
as flechas de modo que nunca errasse a pontaria. E Bharat tornou-se o maior arqueiro de toda a Índia. Ela
também ensinou-lhe as tradições de sua herança juntamente com o significado interior das escrituras, e assim a
criança cresceu no ashrama aprendendo as lições de como proteger o Dharma.

Um dia uma estranha circunstância aconteceu. Um pescador estava pescando no Rio Jamuna, e em sua
rede ele pegou um grande peixe. Quando ele levou o peixe para casa, ele o abriu, e dentro da barriga do peixe
ele encontrou um anel de ouro. No anel estava escrito o nome de Dusyanta. Ele pensou,

Este é um inestimável
anel e o nome de nosso rei está escrito nele. De nenhum modo eu poderia ficar com isso. Eu o entregarei ao rei.
Talvez ele até me dê alguma recompensa por minha conduta. Se eu não fizer isso, posso arranjar problemas.
Imediatamente o pescador foi ao palácio do rei, e disse ao guarda, Guarda, tenho que ver o rei.
O guarda disse, O que você quer dizer, pescador, que você quer ver o rei? A esta hora do dia, sem ter
convocado, o que você quer para ter que ver o rei?

O pescador disse, Tenho algo importante para dar a ele, e devo fazer isso pessoalmente. O guarda
chamou o ministro, e o ministro veio e disse, Pescador, por que você quer ver o rei?

Então o pescador respondeu, Quando eu estava pescando ontem, eu peguei um peixe. E quando eu abri

o peixe encontrei um anel dentro. Acredito que é o anel do rei, e quero devolver a ele. Quero que ele saiba que
eu não roubei, mas o encontrei dentro de um peixe.
O ministro levou o pescador diretamente para ver o rei. Depois que o pescador contou a história para o
rei, este olhou para o anel e imediatamente lembrou-se de Sakuntala.

Ó minha amada Sakuntala, minha esposa,
onde está minha esposa? Ele ficou tão feliz que deu uma grande recompensa ao pescador por ter encontrado o
anel e o trazido para ele. Então ele chamou seus ministros e disse,
Ministros, enviem soldados por todo o reino.
Temos que encontrar Sakuntala, minha esposa. Ela veio aqui depois que eu quebrei minha promessa de que
retornaria ao ashrama dela dentro de três dias. Ela veio aqui e eu a insultei e a mandei embora! Ó minha deusa,
que dificuldades ela tem experimentado! Que insulto eu cometi!
Ele mandou todos os ministros juntamente com seu exército para procurar por todo o reino. Ele estava
cheio de aflição e remorso. Ele não sabia que seu esquecimento foi devido a uma maldição do Rsi Durvasa.

Um dia seu ministro disse, Ó rei, você não pode se sentar em seu palácio com este sofrimento. Você é
a Inspiração e a Luz das pessoas. Venha, vamos caçar e esquecer estes problemas. O rei muito desanimado disse,
Tudo bem, mas meu coração não vai estar na caça.

Não obstante o rei foi caçar com seu ministro e a sua própria guarda pessoal. Ele foi mais e mais para
dentro da floresta na busca de seu objetivo, até que o rei avistou um javali selvagem. Pensando que isso seria um
troféu apropriado para ele, o rei começou a perseguir o animal. O javali começou a correr e se embrenhar na parte
mais densa da floresta, com o rei o perseguindo. O javali estava correndo, enquanto o rei ia montado em seu
cavalo mais e mais rapidamente. Deste modo o rei deixou sua área de caça, e foi para dentro da parte
desconhecida da floresta. O javali correu para perto do ashrama de Kasyapa Muni, e entrou numa alameda dentro
dos recintos do ashrama. O Rei veio montando em seu cavalo em quente perseguição. Ele puxou o arco e estava
pronto para arremessar quando repentinamente um jovem veio para fora do ashrama e de pé diante dele disse,
Pare, ó rei! O rei puxou seu cavalo para parar, mesmo enquanto mantinha os olhos na sua mira, o javali, que
estava tentando se esconder na alameda do Rsi.

Esta é a floresta do ashrama de Kasyapa Muni, ó rei. E não é permitido caçar aqui. Este animal tomou
refúgio em nosso ashrama e somos os sacerdotes deste ashrama. Nosso dever é proteger aqueles que vêm à nós
buscando refúgio. Portanto, por favor, ó rei, retorne, você não pode matar um animal neste lugar.
Jovem eremita , disse o rei. Eu não quero lutar com você. Por que está me mandando voltar? Eu sou o
rei! Esta floresta e todas as outras florestas em meu reino são minhas. Eu estou perseguindo aquele animal, e vou
matá-lo. Você não pode impedir seu rei de matar um animal em sua própria floresta.
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Fique de lado! ordenou o rei.
O pequeno menino puxou uma flecha em seu arco. O rei disse, Não posso lutar com um jovem menino
como você. Abaixe seu arco, ou pegarei minha espada e quebrarei seu arco! O rei elevou sua espada. O menino
Fique de lado! ordenou o rei.
O pequeno menino puxou uma flecha em seu arco. O rei disse, Não posso lutar com um jovem menino
como você. Abaixe seu arco, ou pegarei minha espada e quebrarei seu arco! O rei elevou sua espada. O menino
O jovem eremita disse, Ó rei, você se tornou muito orgulhoso de sua força e posses. Por favor lembre-se
que é dever do rei proteger seus cidadãos. Não use sua força para oprimir outros. Este javali é um cidadão de
sua comunidade. Você deveria protege-lo. Mas devido a que você não esta o protegendo, é meu dever como um
eremita da floresta, proteger todos aqueles que são oprimidos. Este javali se refugiou dentro dos recintos deste
ashrama, e aquele que toma refúgio no Senhor deve ser protegido a todo custo. Para lutar com ele você terá que
lutar comigo primeiro!

O rei disse,

Criança, você é só um menino pequeno! Não posso lutar com um menino pequeno,
especialmente um eremita da floresta.

O jovem disse,

Você é um grande rei, e é dever dos Brahmins proteger seu rei. Mas também é dever
do rei proteger os Brahmins, especialmente quando eles são fonte de correta instrução. Assim por favor, ó rei,
proteja nosso dharma, proteja os Brahmins, e deixe este animal oprimido, que buscou refúgio em nosso ashrama.
atirou sua flecha, que cortou a espada do rei em pedaços. O rei olhou para o menino assombrado.

Eu sou
Dusyanta, Imperador da Dinastia Lunar. Quem é este pequeno menino para cortar a espada de minha mão? Ele
elevou seu arco e puxando-o com a flecha disse, Afaste-se, menino Brahmin! Eu vou pegar aquele javali!
Então o jovem menino deixou sua flecha voar, a qual quebrou o arco do rei em pedaços. Ele pegou mais
flechas e fez a silhueta do corpo do rei na árvore em frente a qual o rei estava. O menino disse, Ó rei, o rei
Ksatriya tem muito poder, mas os sábios Brahmins da floresta tem um poder ainda maior. É com as bênçãos dos
Brahmins que os Ksatriyas reinam. Não abuse de seus privilégios reais, ou não terei escolha a não ser tirar sua
vida.

Justamente então, Sakuntala veio correndo para fora do ashrama.

Meu filho, pare! Você não pode elevar
sua arma contra seu próprio pai!
O rei olhou espantado. Este é meu filho? Sakuntala! Minha esposa! Eu sinto muito por tudo que lhe disse!
Eu sinto por não a ter reconhecido quando você veio a mim! E este é meu filho?

Dusyanta abraçou Bharat, seu filho, e pediu perdão a sua esposa. Então Bharat e Sakuntala se uniram a
Dusyanta quando ele se sentou no trono de Hastinapura. Que prosperidade o reino desfrutou enquanto Dusyanta era

o rei! E quando Bharat foi coroado como Príncipe, e apontado para ser o sucessor do rei, todo o império se
regozijou. Bharat conquistou toda a Índia desde os Himalayas até o grande mar, e fez todos os reis da Índia
subservientes ao trono de Hastinapura. Em sua velhice, Dusyanta foi para a floresta praticar tapasya e por fim
ascendeu ao céu.
Bharat Dá o Trono Para Santanu

Bharat tornou-se o rei de Hastinapura, que atualmente é conhecida como Delhi, e que rei ele foi! Mesmo
hoje a terra da Índia é chamada Bharat, a Terra onde a Luz da Sabedoria sempre habita. Durando o reinado de
Bharat havia paz e felicidade por todo o reino. Seu governo era preenchido com um rigoroso respeito ao Dharma.

Quando Bharat envelheceu, um dia ele foi até sua mãe e disse,

Mãe, eu tenho nove filhos. Qual deles
deverá tornar-se o próximo rei?
Sakuntala respondeu, O mais ajustado entre eles.

E Bharat disse, Mas Mãe, eu tenho dificuldade de determinar qual dos meus filhos é o mais ajustado para
tornar-se o rei.

Sua mãe respondeu, Vá e pergunte ao Rsi Kanva o que fazer.

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Assim Bharat viajou até o ashrama do Rsi Kanva, e curvando-se aos pés do Rsi disse, Ó Rsi, você é o
pai do meu conhecimento. Seja uma Luz para mim em minha escuridão. Eu tenho dificuldade de determinar qual de
meus filhos é o mais adequado para tornar-se o rei de Hastinapura como meu sucessor.

Kanva disse, Olhe para dentro. Deus certamente lhe dará a resposta.

Então Bharat foi para a floresta e começou a meditar. Depois de algum tempo em profunda meditação, ele
tornou-se iluminado e retornou ao seu reino em Hastinapura. Convocando uma assembléia de todos os reis vassalos,
ele sabiamente proclamou a descoberta de seu conhecimento.

Um rei tem três deveres para cm sua gente: a
administração da lei e justiça; a proteção das pessoas e a preparação e indicação de um sucessor adequado. Pela
graça de Deus, meu reinado foi próspero, tem estado seguro e o governo da justiça tem prevalecido. Meus dois
primeiros deveres como rei foram cumpridos, agora, quando para o terceiro dever, o de apontar um sucessor
adequado, decidi que nenhum de meus filhos são apropriadamente adequados. Portanto em no ashrama de
Bharadvadja, há um jovem homem chamado Santanu. Eu o vi em uma visão que ele será o próximo rei.
Tendo recebido uma maldição de Brahma, Maha Bisa tinha renascido como Santanu. Santanu foi trazido ao
ashrama do Muni e coroado como Príncipe Regente e Herdeiro do Trono de Hastinapura. Quando Bharat deixou seu
corpo, Santanu tornou-se o rei, e começou a reinar em Hastinapura e a conduzir a administração da justiça e
ordem. Ele foi um grande guerreiro, e sem dificuldade foi capaz de proteger as fronteira de seu reino.

Santanu Casa-se com Ganga

Um dia Santanu foi caçar na floresta, e quando ele foi montado em sua carruagem ao longo do Rio
Ganga, deste Rio Ganga, subiu uma mulher muito bela, a própria Divina Ganga. Santanu olhou para Ganga, mas ele
não podia recordar o amor anterior deles. Ele tornou-se hipnotizado por seu adorável esplendor. Ganga olhou para
Santanu e reconheceu-o como Maha Bisa, mesmo neste presente corpo.

Santanu disse, Ó Pessoa Bela, meu coração se encheu de amor. Não sei o que inspirou isso, mas por
favor, torne-se minha esposa.

Ganga respondeu, Rei, Eu adoraria me tornar sua esposa, mas somente se você aceitar uma condição.

Santanu respondeu,

Ó Amada, Querida de meu coração, diga qualquer condição que você queira. Eu
aceitarei qualquer condição, se apenas você aceitar ser minha esposa.
Ganga disse,

Primeiro você deve ouvir minha condição e prometer-me que você a cumprirá, e então eu
concordarei em casar-me com você.
Santanu disse, Você tem apenas que dizer.

Então Ganga disse, Qualquer coisa que eu gostar de fazer, eu farei, e você nunca irá deter-me. No dia
em que você tentar me deter ou questionar, ou de algum modo colocar qualquer obstáculo ou impedimento a minha
realização, exatamente assim como eu vejo, neste dia eu lhe deixarei imediatamente.

E Santanu disse,

Minha amada, não há nada que você possa desejar fazer ao qual eu coloque alguma
vacilação. Você roubou meu coração. Eu concordo que você pode fazer qualquer coisa que queira. Eu me rendo a
você completamente.
Santanu e Ganga se casaram, e Santanu tornou-se perdido na alegria do amor. Ele fazia amor com Ganga
todo o tempo, e ela respondia com a mais graciosa e sensual aceitação. Eles tinham o mais belo relacionamento e
Ganga ficou grávida. O rei ficou dominado pela alegria! Realizando as cerimônias pré-natais ele alimentou todas as
pessoas de seu reino e deu tremendas daksinas aos Brahmins. Todos deram suas bênçãos.

Quando a criança nasceu, o coração do rei pulou de alegria. As servas de ganga, a rainha, vieram ao rei
e disseram,

Bidai! Avinandana! Saudações ó rei! Um filho nasceu para você neste dia! Congratulações!

-95


Então o rei olhou pela janela e viu Ganga carregando o filho, o recém nascido, até a margem do rio. Ela
atirou a criança nas águas violentas e a criança se afogou! O rei não podia acreditar.

Mulher má! Você matou
nosso filho! Ele pensou. E ainda assim não disse uma palavra.
Depois de algum tempo, Ganga engravidou novamente. O rei ficou cheio de alegria! Um herdeiro para o
trono! Depois que a criança nasceu, ele observou Ganga pegar aquele recém nascido também, carrega-lo até a
margem do rio e jogá-lo nas águas para observar a submersão. O coração do rei se partiu em dois. E assim
aconteceu com a terceira, quarta, Quinta, sexta e a sétima criança. Toda vez ele observava sua amada esposa
pegar o recém nascido, herdeiro do trono, sua própria carne e sangue, e afogar nas águas do Rio Ganga. O rei
olhava descrente.

Os sete Vasus já tinham se livrado da maldição de Vasistha de terem que ter nascimento humano quando
o oitavo filho nasceu. Quando o oitavo filho, Dyau nasceu, e o rei olhou da janela e viu Ganga levando seu filho
na margem do rio para receber o mesmo destino de seus irmãos, seu coração não pode agüentar mais. Ele correu
para o rio e pulou na frente dela dizendo,

Pare! Você não pode fazer isso! Você já matou todos os meus sete
filhos. O que eles fizeram a você? O que você está fazendo sua mulher má? Você está destruindo toda minha
família! Pare com esta maldade!
E Ganga disse, Agora rei, você quebrou seu voto. Você prometeu nunca questionar-me ou me fazer parar

o que quer que eu estivesse fazendo. Portanto, eu estou o deixando. Eu levarei este filho comigo e o alimentarei
na floresta. Quando ele crescer, forte e independente, eu o darei de novo a você. Mas agora ele requer o amor e
alimento de sua mãe. Mas agora você pode saber, os oito Vasus foram amaldiçoados por Vasistha Muni que teriam
que nascer na terra. Para sete deles foi concedida a dádiva de que sua estada estaria completa em um ano.
Conforme combinado, aqueles sete Vasus tiveram que voltar ao céu por minhas ações. Agora esta última criança é
sua. Ele será conhecido como Gangeya, Ele quem nasceu de Ganga. Também o chamaremos de Devavrat, O Voto
dos Deuses. Depois que você pegar a criança novamente eu voltarei para minha morada celestial. Rei, recorde sua
maldição como Maha Bisa. Você deve permanecer aqui e completar seu Karma.
Repentinamente Santanu ficou atordoado com a recordação. Sua mente tornou-se perdida em memórias tão
distantes, e ele desprezou para pensar na promessa que tinha quebrado com sua esposa, Ganga. Igualmente ele
pensou na sua própria perda e suas ligações aos seus filhos que tinham ido e a sua esposa que agora estava
indo, e ele recordou sua amizade com os Deuses e da promessa deles sendo amaldiçoados a vir para a terra. Ele
fitou Ganga em silêncio, e observou a medida que ela desaparecia no deserto junto com seu bebê.

Ganga levou a criança para a floresta e a ensinou como ser um rei. A criança cresceu forte, saudável e
educado, tendo estudado com os mais finos Gurus disponíveis. Ele aprendeu armamento de Parasuram; estudou as
escrituras com Brhaspati, o próprio Guru dos Deuses. Ganga. Ganga viu sua saúde, riqueza e educação como
possivelmente nenhuma mãe terrena podia fazer. Devavrat depois ficou conhecido como Bhisma, o Protetor da Dinastia
Lunar, o Regente de Hastinapura.

O Nascimento de Matsyagandha

Muitos anos atrás no reino de Cheddi, havia um rei de nome Uparichara. Ele tinha uma esposa muito bela,
cujo nome era Girika, que significa Das Montanhas. Girika tinha uma beleza radiante cheia de devoção, e ela amava
seu marido muito, muito mesmo. Ele também, sempre pensava nela.

Um dia Girika acabou seu período menstrual, e tendo tomado banho, ficou cheia de desejo. Ela foi ao seu
marido, o rei, e disse, Marido, eu gostaria de ter um filho.
O marido respondeu, Esposa, eu adoraria dar-lhe um filho agora mesmo, mas tenho algumas outras funções
importantes para executar que não podem esperar. Nós fomos requeridos a oferecer uma cerimônia comemorativa em
honra dos meus ancestrais mortos, o que precisa de certos tipos de carne para serem oferecidos em sacrifício. Eu
irei à floresta caçar. Eu devo realizar isso por mim mesmo, pois o sacrifício é para a honra de meus ancestrais.
Esta é a ordem de nosso Guru.
Girika permitiu que ele fosse e ela manteve-se paciente. O rei foi para a floresta caçar. Depois de algum
tempo ele ficou cansado de montar em seu cavalo, e sentou-se sob uma árvore para descansar. Ele começou a
pensar no amor maravilhoso que ele compartilhava com Girika, e seu coração ficou cheio de amor. Ele pensou,
Como é maravilhoso Ter uma esposa vindo a mim cheia de amor e desejo. Todos no universo querem ser

-96


ele pensou, Ó, perdi todo controle na contemplação de minha amada! BNão deve ir sem dar fruto.
Ó, perdi todo controle na contemplação de minha amada! BNão deve ir sem dar fruto.
desejados. Quando outra pessoa nos ama e nos deseja nós sentimos uma grande força e segurança. Então podemos
dirigir esta energia para um nobre propósito. Quão abençoado sou com tal amor!

Quando ele sentou sob a árvore pensando em sua esposa, ele ficou excitado e derrubou seu sêmen. Então

em, este sêmen não deve se desperdiçado.

Ele pegou o sêmen e o colocou numa folha. Ele dobrou a folha e chamou um falcão
e disse, Ó querido falcão, por favor leve este sêmen para minha esposa, Girika. Ela está pensando em mim e eu
também estou pensando nela. Ela quer Ter uma criança. Fechada dentro desta folha está a criança que ela deseja,
assim leve-a para ela imediatamente.

Obedecendo a ordem do rei, o falcão colocou a folha em seu bico e subiu no céu. Ele começou a voar
por todo o reino de Cheddi, em direção ao palácio do rei Uparichara, onde sua esposa Girika estava pensando em
seu marido. No caminho de seu vôo, outro falcão o viu e pensou,

Hummm. Que troféu tem este falcão em seu
bico? Eu quero minha parte também.
Uma luta sucedeu-se no meio do ar. O falcão começou a bicar o mensageiro com tal ardor que destruiu o
falcão mensageiro. A folha caiu de seu bico bem no Rio Jamuna! Então ambos os falcões, vendo que o troféu
estava perdido pararam a luta e voaram para direções separadas.

Uma bela Apsara chamada Adrika desceu a terra num bom e belo dia de primavera, e decidiu banhar-se
no Rio Jamuna. Ela começou a nadar e esguichar e divertir-se. Ela dançou com as flores e banhou-se no sol e
pulou na água e tinha um tempo maravilhoso!

Sentando na margem do ri estava o zangado Rsi Durvasa. Ele estava realizando o Sandya Bandana, sua
oração diária, e estava fazendo japa. Quando ele fez a japa, Adrika, a Apsara, estando cheia de amor e alegria,
nadou e brincando segurou os pés dele. O Rsi levantou-se de sua meditação e disse furiosamente,

Que tipo de
senhora é você para interromper minha meditação? Não sabe que sou o Rsi Durvasa? Ninguém pode se manter
diante de minha ira! Você tem muita coragem de interromper minha meditação e meu puja nadando no rio como um
peixe! Eu amaldiçôo você! Você se tornará um peixe!
Adrika, a pobre Apsara começou a chorar. Ó Rsi, eu não quis causar-lhe nenhum mal! Por que você me
diz esta maldição de transformar-me em um peixe? Sou uma Apsara, uma bela serva dos Deuses. Não sou um
peixe! Rsi, por favor tenha compaixão! Compaixão é a graça dos Brahmins. Por favor diga-me como posso ficar livre
desta maldição?

Durvasa olhou para jovem senhora que tinha uma beleza radiante e disse, este peixe dará nascimento a
duas crianças humanas, e então você poderá voltar aos céus.

Adrika, a Apsara olhou incrédula. O que! Como pode um peixe dar nascimento a um humano? Sem falar
em um humano, que dirá dois humanos?

O Rsi disse, Assim foi dito , assim será. Seja um peixe.

A Apsara foi imediatamente transformada em um peixe. De fato não era tão ruim. Ela mesma começou a
desfrutar sendo um peixe. Ela podia nadar ao longo das margens do Rio Jamuna, e ouvir os mantras sendo
cantados pelos homens santos que lá se sentavam. Ela começou a brincar nas águas sagradas do rio.

Um dia quando ela estava nadando, observou algo estranho parecendo uma folha.

Esta folha não é da
floresta daqui, ela pensou enquanto pegava a folha em sua boca. Repentinamente ela a engoliu e ficou grávida com
o sêmen do rei de Cheddi! Os dias se passaram e sua barriga ficou cada vez maior. Finalmente ela teve
dificuldade em mover-se pelo rio. Ela cresceu mais e mais, e assim não podia nadar tão ligeira como de costume,
estando neste estado de gravidez.
Um dia um pescador lançou sua rede no Rio Jamuna, e Adrika, o peixe, estava sem força para nadar
para long. O pescador puxou a rede e encontrou este enorme e belo peixe. Ele levou o peixe para casa, abriu sua
barriga e encontrou duas crianças humanas! Um era menino e a outra era uma menina. O pescador pensou,

Tenho
pescado nestas águas toda minha vida, mas nunca vi ou ouvi nada parecido com a história dessa pesca! Enquanto
isso a Apsara, Adrika, se livrou da maldição e retornou ao céu.
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O pescador realizou os samskaras do nascimento, dando uma grande festa, deu daksinas como presentes
aos Brahmins, e deu boas vindas às crianças em sua nova vida na terra. Então ele pensou, O que farei com
estas crianças? Elas são a coisa mais maravilhosa como eu nunca vi ou ouvi em toda minha vida. Eu gostaria de
ficar com o menino que é uma criança nobre e bela. Mas esta menina cheira tão mal, como um horrível peixe
podre. Gostaria de colocá-la de novo na água, porque não posso tolerar o cheiro!

Então uma voz falou da nuvens do céu, Pescador, Das Raj, não lance esta menina na água! O filho dela
está destinado a ser um rei!

O que! disse o pescador.
O filho desta garota mal cheirosa se tornará um rei? Então levarei estas
crianças ao rei.
O pescador levou as duas crianças ao rei Uparichara, o rei de Cheddi, e disse,

Ó rei, a coisa mais
surpreendente de minha profissão de pescador do Rio Jamuna aconteceu hoje. Eu nunca vi ou ouvi nada assim em
toda minha vida. Eu pesquei um peixe, o maior peixe que já vi, e quando abri a barriga do peixe, encontrei estas
duas crianças humanas: um menino e uma menina.
O rei olhou as duas crianças com assombro e disse,

Esta menina cheira como um peixe, assim vamos
chamá-la de Matsyagandha, Ela Que Cheira Como um Peixe. O menino é realmente belo e formoso. Ele parece com
o filho de um rei. Irei pegar o menino e cria-lo como meu, e o chamaremos Matsya Raj, Rei do Peixe. Pescador,
pegue a menina e a leve com você e a crie como sua filha. Eu manterei o filho aqui e o criarei como meu filho.
E foi isso o que aconteceu. Matsya Raj cresceu no palácio do Rei, e Matsyagandha tornou-se a filha do pescador.
Matsyagandha cresceu transformando-se numa boa jovem. Ela tinha uma beleza radiante, mas ninguém podia
se aproximar dela pois ela cheirava como um peixe! Quando ela cresceu tornou-se uma grande ajudante de seu pai.
Ela o ajudava a remendar as redes de pesca e a remar o barco. Ela o ajudava a preparar a comida e a limpar.
E ela tornou-se cheia de devoção, Matsyagandha cresceu transformando-se em uma garota de beleza radiante.

O Nascimento de Veda Vyasa

Um dia o Muni Parasara veio na margem do Rio Jamuna e disse, Pescador, poderia por favor transportar-
me através do rio?

O pescador respondeu,

Sinto muito, mas estou ocupado agora. Por favor perdoe-me, Muni. Não posso

deixar o que estou fazendo agora. Se você puder suportar o cheiro, minha filha, Matsyagandha, o levará pelo rio.
O Muni disse, Tenho pressa de atravessar o rio. Não me importa quem rema o barco. Deixe sua filha vir
e me levar através do rio.
Assim o pescador chamou sua filha, Matsyagandha, por favor leve este Muni Parasara através do rio.
Matsyagandha veio e sentou-se no barco e o Muni sentou-se no barco do outro lado dela, enquanto
Matsyagandha começou a remar. Quando ela estava remando pelo rio, repentinamente o Rsi disse-lhe,

Minha querida
jovem, tenho um estranho sentimento de atração por você. Me sinto compelido a fazer amor com você agora
mesmo.
Matsyagandha estava incrédula, Como pode dizer isso? Eu cheiro tão mal como um peixe podre.

E Parasara respondeu, Bem, isso pode ser mudado muito facilmente. Por meu poder de yogue e por meu
mantra siddhi, eu concedo a você uma maravilhosa fragrância. Sua fragrância será tão cativante que todos os
animais por milhas ao redor desejarão vir só para sentir seu perfume. E assim ele fez. Repentinamente
Matsyagandha emitiu o mais belo e atraente fragrância que cativava toda a vida!

Ele disse,

agora, vamos fazer amor! Não posso explicar porque tenho este sentimento. Sou um Rsi auto
controlado da floresta, um sadhu que executou grandes austeridades de renúncia. Não posso explicar porque, mas
tenho este terrivelmente maravilhoso impulso de fazer amor com você agora mesmo.
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Matsyagandha disse, Mas Muni, Rsi, você não pode fazer amor num barco! Você nem mesmo sabe nadar!
O que aconteceria se o barco virasse enquanto estamos fazendo amor? Como você chegaria na orla? Controle-se!
Ao menos espere até chegarmos ao outro lado.

O Muni disse,

Tudo bem. Mas eu entendo que sou um Muni. Eu tenho controlado minhas paixões. Há
alguma outra razão por eu estar sentindo esses sentimentos. Deve ser alguma Divina Predestinação que está me
fazendo sentir isso. Eu irei esperar até chegarmos ao outro lado.
Matsyagandha remou até o outro lado, e o Muni disse, Venha rápido! Vamos fazer amor!

Vendo que não havia como escapar da paixão do Muni, Matsyagandha disse,

Mas Muni, ainda é dia e
aqui estamos na margem do rio. Qualquer um desça pelo caminho ou pelo rio poderá ver o que estamos fazendo.
Eu ficarei grandemente menosprezada se fizermos esta coisa em público! Minha reputação ficará arruinada!
Então o Muni disse um Mantra e usando seu poder de yogue, fez tornar-se noite! Ele fez nuvens baixas

por participar disso com você. A primeira é que meu pai não saiba sobre isso, e que minha virgindade não se
perca. A Segunda é que o filho nascido de nossa união seja tão poderoso como você e inteligente, um conhecedor
dos todos os Vedas. E meu terceiro pedido é que eu tenha sempre este delicioso perfume e esta atraente beleza

E Parasara disse, Eu lhe concedo estes três desejos! Seu filho irá reunir todos os Vedas e classifica-los.
Ele será o autor de todos os Puranas, um recipiente de sabedoria e conhecimento, e ele será o principal expositor
do Sanatana Dharma.

Assim o Muni deitou-se e teve a relação com Matsyagandha. Quando eles terminaram ele foi até o rio,
banhou-se e então partiu para a floresta. Ela ficou grávida.

Matsyagandha começou a ficar maior, maior e maior! Ela foi para dentro do seu barco e remou para uma
ilha isolada no meio do Rio Jamuna. Nesta ilha ela deu à luz ao seu bebê, mas assim que a criança saiu de seu
útero, começou a crescer! E cresceu, cresceu, cresceu ao tamanho normal de um homem e então disse,

Mãe!
Pranam. Eu me curvo à você. Eu irei para a floresta praticar tapasya. Muito obrigado por ser o veículo de minha
entrada neste plano terreno. Eu tenho muito Karma para fazer, assim não terei tempo de ficar aqui para assisti-la.
Muito obrigado por me dar nascimento. Por favor lembre-se de mim em qualquer tempo em que você estiver em
dificuldades, e tão logo você me recorde, eu virei fazer tudo que você pedir. Mas tenho muito Karma a fazer agora,
por favor tome um banho e vá para casa. Eu irei executar minha tapasya.
Matsyagandha estava muito surpresa com isso, e disse, Eu o abençôo meu filho. Que sua tapasya seja
frutífera. Porque ele nasceu na dwipa, na ilha, seu nome foi Dwaipayan. E porque a sua aparência era escura, seu
nome foi Krsna; assim seu nome era Krsna Dwaipayan, também conhecido como Veda Vyasa.

A Sabedoria de Veda Vyasa

Matsyagandha voltou para a casa do pescador. Quando ela retornou, seu pai notou o delicioso perfume.

De
onde vem este cheiro? ele pensou. Como Matsyagandha vinha pela porta, ele viu que era ela quem estava
exalando aquela fragrância, e ele soube que era a bênção do Rsi. Ele abraçou sua Matsyagandha e a abençoou.
Ele agradeceu a Rsi Parasara por ter abençoado sua filha com aquela deliciosa fragrância. Então o pescador viveu
muito alegremente com sua filha Satyavati.
Veda Vyasa atravessou o Rio Saraswati e começou a realizar tapasya. Ele estudou os Vedas, e dividiu
todos os Vedas em várias seções e os classificou em quatro tipos de sabedoria. O Rg Veda é a Sabedoria dos
Hinos; o Yajur Veda é a Sabedoria do Sacrifício; o Atharva Veda é a Sabedoria das Definições da Harmonia; e o
Sama Veda é a Sabedoria da Canção.

aparecerem do céu, e então disse, Agora está escuro e estamos cobertos pela névoa. Ninguém pode ver o que
estamos fazendo.
E Matsyagandha viu que não tinha como escapar. Assim ela disse, Muni, peço-lhe que me dê três dádivas
juvenil.
-99


Ele reuniu de cada um dos quatro Vedas um tattwa ou princípio básico, quatro princípios que expressam a
essência dos Vedas. Do Rg Veda veio o princípio Prajñanam Brahma, a sabedoria da natureza é a Suprema
Divindade. Do Yajur Veda veio o princípio, Tat Tvam Asi, Aquele Tu és. Do Atharva Veda veio o princípio, Ayam
Atma Brahma, esta alma individual é a Suprema Divindade. E do Sama Veda, Aham Brahmasmi, Eu sou a Suprema
Divindade. Tomados juntos, estes quatro princípios formam um belo poema:

Prajñanam Brahma, Tat Twam Asi; Ayam
Atma Brahma, Aham Brahmasmi. Em vários métodos Veda Vyasa classificou toda a sabedoria da não dualidade e
tornou-se o principal expositor do Sanatana Dharma. E muitos anos se passaram.
O Nascimento de Suk Deva

Um dia Veda Vyasa estava preparando para acender o fogo Yajña. O fogo Yajña é tradicionalmente
estabelecido por roçar duas varas juntas. Uma vara é colocada horizontalmente e chamada Arani, e uma vara
pontuda é colocada em um pequeno corte e chamada Mantan Danda. Então a pessoa pode esfregar o Mantan
Danda no Arani para trás e para frente até que a fricção das duas varas cause uma faísca de fogo. Assim nós
damos nascimento ao fogo sagrado.

Um dia Veda Vyasa estava sentado parar seu Homa Kunda, cantando os mantras e friccionando o Arani
por meio do Mantan Danda. Justamente em cima da cabeça dele apareceu uma Apsara muito bela chamada Grtachi.
Grtachi olhou para baixo vendo este belo eremita e ficou cheia de amor e paixão. Veda Vyasa olhou para cima e
viu esta bela jovem cheia de paixão e amor, e ele também foi golpeado pela flecha do amor. Ele ficou apaixonado,
e então irado disse, Não estou pretenso a ficar apaixonado. Estou pretenso a acender o fogo divino.

Ele continuou a esfregar as varas e cantar os mantras e sentiu-se cada vez mais irado. Ele sabia que
estava sentindo paixão por dentro, e portanto ficava cada vez mais irado. Grtachi assustou-se quando viu sua ira, e
transformou-se num pássaro Suka, um papagaio, e começou a voar para longe. Exatamente nesse momento Veda
Vyasa estava tão excitado que caiu seu sêmen. I sêmen parou justamente sobre as duas varas. Quando o sêmen
tocou o lugar onde o Mantan Danda estava esfregando o Arani, uma faísca de fogo subiu no ar, da qual veio Suk
Deva! Ele curvou-se e disse, Ó Pai, Namaste! Eu me curvo a você! Obrigado por trazer-me em manifestação! Agora
diga-me o que vou fazer?

Vyasa olhou seu belo filho e abraçou-o cercou-o com seu amor, mantendo-o junto ao seu peito! Meu filho,
estou muito satisfeito! Tenho um filho! Está escrito nas escrituras que um homem não pode alcançar o céu amenos
que tenha um filho para quem passar sua sabedoria, e realizar seus últimos ritos funerais após ele partir. E agora
minha vida está completa!

Veda Vyasa chamou todos os Brahmins e realizou as Cerimônias de Nascimento. Ele realizou o Primeiro
Alimento, e Cerimônia de Nome e disse, Filho, você veio quando eu vi o pássaro Suk. Eu o chamarei Suk Deva,

o Deus dos Papagaios, também significando Deus da Luz Sutil ou Esplendor. Vyasa realizou todos os samskaras
prescritos pelo Sanatana Dharma. Ele ensinou a criança a sabedoria dos Vedas, investiu-o com o cordão sagrado e
disse,
Filho, agora o próximo passo na vida de um Brahmin é viver com seu Guru, sirva ao Guru, aprenda o
quanto puder. Por favor, quando sua aprendizagem estiver completa por favor volte para mim. Eu o enviarei para a
casa do seu Guru.
Suk Deva foi para a casa do Guru Brhaspati, onde estudou por doze anos. Ele memorizou todos os Vedas
junto com os textos explicativos e comentários disponíveis, e quando terminou, ele sabia todas as tradições de Yoga
e pranayam. Ele sabia como meditar e como manter seus sentidos sob controle. Ele era de todas as maneiras um
pilar do Sanatana Dharma, o Ideal de Perfeição da Sabedoria Universal e Harmonia.

Depois que o período prescrito de estudos estava completo, um dia Brhaspati veio a Suk Deva e disse,
Meu filho, você aprendeu tudo o que eu podia ensinar, agora dê-me meu daksina e volte para casa de seu pai.
Você não pode aprender mais nada aqui.

Suk Deva deu o daksina ao seu Guru e curvou-se aos seus pés. Agora ele era um homem, e retornou
ao ashrama de seu pai nas margens do Rio Saraswati. Quando Veda Vyasa viu Suk Deva vindo em direção de
seu ashrama, ele largou tudo e correu para sauda-lo. Ele agarrou seu filho e beijou sua cabeça, e o abraçou e

-100


beijou repetidas vezes, e manteve-se perto dele. Ele estava muito feliz por tê-lo de volta. Meu filho, meu filho, você
veio para casa!

A Discussão sobre Casamento

Alguns dias depois da celebração da Cerimônia Samavartan, o retorno para casa após os estudos, com
renovado espírito o pai e o filho sentaram-se na margem do rio, onde começaram a conversar. Suk Deva disse,
Pai, tendo vivido com meu Guru Brhaspati por tanto tempo, estudei todas as ciências, as várias formas de
conhecimento, os Vedas e as formas de tapasya. Tenho aprendido o que significa fazer sadhana e a dedicar minha

vida a Deus. Agora, Pai, qual sua ordem para mim? Qual a próxima coisa a fazer em minha vida?
Veda Vyasa respondeu, De acordo com nossas escrituras Hindus, toda pessoa tem quatro estágios de vida.
Você completou seu Brahmachari ashrama, no qual você aprende, e agora o próximo estágio é tornar-se um
Grhastha. Grha Avastha, Grhastha; o que vive em uma casa, é um chefe de família. O dever de um chefe de
família é fazer uma contribuição para a sociedade, e guardar alguma coisa para que assim em nossa velhice não
sejamos um fardo para ninguém; é cuidar da família, e olhar para o progresso e elevação da comunidade. Depois
disso, você pode tornar-se um Vanaprastha, literalmente, aquele que vive na floresta, e praticamente um Vanaprastha
tem um pé dentro de casa e um pé fora de casa. E então muito naturalmente a pessoa evolui de Vanaprastha
para Sannyasi, alguém que está estabelecido na verdade interior. Satya Nyasa Kariate, Ele Quem está estabelecido
na Verdade Interior é um Sannyasi. Assim, agora, meu filho, é hora de você se casar. Desfrutar sua vida no
mundo, fazer sua contribuição para a sociedade, e eu ficarei muito satisfeito.

Você sabe que todos que vêm a este plano terreno têm três débitos de Karma: Devarn, Pitrirn e Acaryarn;
débito aos Deuses, débitos aos ancestrais e débitos aos Gurus ou professores de sabedoria. O débito de Karma aos
Deuses é exonerado ao se fazer uma contribuição para toda a vida, por trabalhar para a evolução de toda a
existência, por ajudar outros. O débito aos ancestrais é pago por cuidar das pessoas mais velhas como desejaríamos
sermos cuidados quando envelhecermos, e por nutrir a próxima geração no caminho que desejamos que o nosso
mundo se torne. E o débito ao Guru ou mestres é exonerado por atuar conforme a sabedoria que eles ensinaram.
Assim, agora meu filho, case-se. Tome um bela esposa, desfrute sua vida, pague seus débitos de Karma. Livre-me
dos débitos de Karma, e deste modo você realizará a meta Hindu.

Suk Deva deu sua resposta, Pai, há algum prazer que não esteja misturado com o sofrimento? Não é
verdade que o prazer e o sofrimento estão inseparavelmente ligados, e alguém que convida o prazer, e busca os
deleites de uma bela esposa, de uma família, uma casa, ou os confortos de uma boa comida, boas condições de
vida, está indo também encontrar aquele sofrimento que está ligado aqueles objetos e relações? Penso que a
liberdade vem a alguém que está amarrado a um pilar, mas a liberdade nunca vem para quem está amarrado a
uma esposa e filhos. Se alguém está amarrado a um poste, ele pode aspirar ou esperar ficar em liberdade, mas se
está ligado por ligações econômicas e emocionais de esposa e crianças, ele nunca poderá esperar ficar livre. Está
alguém livre de seus filhos? Mesmo quando eles crescem, é possível ficar livre? Eles ainda chamarão a Mãe!

Você sabe, os nobres atmas, as almas nobres, que realmente encontrou o prazer no Ser, eles nunca
buscam prazeres sensuais. Eles desfrutam da prazer da união com Brahman. Eu tomei Brhaspati como meu Guru
com o desejo que ele me mostraria o modo de ser livre. Mas estou observando agora que mesmo o Guru dos
Deuses, vi que mesmo ele não é livre. Lembro-me do dia quando sua esposa, Tara, foi ficar na casa de Chandra.
Você se lembra desse incidente? Tara teve um relacionamento com Chandra, a Lua, e Brhaspati ficou muito triste.
Ele ficou chorando todo o tempo,

Quando minha esposa voltará para casa? Ela me abandonou por causa de Lua!
Agora, se o Guru não é livre, como pode ele ensinar o discípulo a ser livre?
O Rei e o Pundit

Suk Deva continuou, Há a história de um rei, que foi falada por um Pandit, Você sabe que o rei Pariksit
era livre, recebeu liberação total, só por ouvir o Bhagavat recitado por sete dias? Você também poderia ouvir o
Bhagavat. O rei disse, Tudo bem, deixe-me ouvir o Bhagavat. E o Pandit ia todos os dias ler o Bhagavat para o
rei ouvir. Então o rei disse para o Pandit, Pandit, mas de uma semana se passou desde que eu comecei a ouvir

o Bhagavat, e ainda não estou liberado. Ou há alguma coisa errado com o livro, ou há algo errado com o Pandit.
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Diga-me porque ainda não sou liberado. De quem é a falha? O Pandit pensou, Se eu disser que livro está errado,
ele me perguntará porque eu desperdicei sete dias de seu tempo para ler para ele. E seu disser que o Pandit está
errado, ele dirá, Por que preciso deste tipo de Pandit? Dê-me alguém com conhecimento, que possa me iluminar. O
que responderei?

Então o Pandit disse, Rei, lhe darei a resposta amanhã. E o rei disse, É melhor você me dar uma
resposta satisfatória amanhã, ou não pagarei qualquer daksina a você pelos serviços que executou, nem usarei seus

serviços no futuro.
O Pandit foi para casa cheio de tristeza e ansiedade. Que resposta darei ao rei?
Aquela noite sua jovem filha olhou para seu pai e perguntou, Pai, você parece tão ansioso. Parece que
mergulhou num mundo de preocupações. Qual é o problema? O Pandit respondeu, O rei me disse que ele não
conseguiu ser liberado por ouvir o Bhagavat por sete dias. Então ou o livro está errado ou o Pandit está errado.
Qual está? E ele me disse Ou você me responde amanhã ou não lhe pagarei por qualquer serviço. Você sabe
qual, minha filha? Se o rei não pagar meu daksina, como comprarei os mantimentos e pagarei os gastos para

cuidar de nossa família? Agora estou perdido. Que resposta darei ao rei?
A filha disse, Pai, é fácil. Eu tenho a resposta! O pai disse, Você tem? E ela disse, Sim pai, você só
tem que levar-me para a corte amanhã quando você for ver o rei, e eu darei a ele a resposta. O pai concordou.
Na manhã seguinte eles foram ao palácio do rei. O rei disse, Certo Pandit, por que eu não me tornei um
liberado? Eu tenho ouvido o Bhagavat por sete dias. Ou o livro está errado ou o Pandit está. Qual está? O Pandit
disse, Desculpe-me rei, minha filha quer dar a resposta a esta questão. Sua filha? Certo, vamos ver a resposta
dela a jovem menina veio até o rei e disse, Rei, darei a você a resposta, mas prometa-me que irá cooperar
comigo, e fazer o que eu falar para você fazer. O rei disse, Tudo certo, eu irei cooperar. A filha disse, Tudo
bem, amarre-me ao poste. O rei disse, Capitão da Guarda, amarre esta menina ao poste! E eles a amarraram.
Está seguro? perguntou ela. Sim, está seguro. Vejam, não posso sair, posso? e eles disseram,

Não, você não
pode sair. E ela disse, Está certo, agora amarrem rei ao poste. Rei você prometeu que iria cooperar, e faria o
que eu dissesse. Amarrem-me ao poste. Ordenou o rei. E eles amarraram o rei ao poste e a garota perguntou,
Está seguro? O rei pode se mover? E o rei disse, Está seguro, não posso me mover. Não posso sair. E então a
menina disse, Está certo rei, agora me desamarre. E ele disse, Não posso desamarra-la! Também estou amarrado!
E ela disse,
Não, rei, venha e me liberte! Liberte-me! E ele disse,

Não posso liberta-la! Eu também estou
amarrado! Como posso liberta-la quando eu também estou amarrado? Então a filha disse, Você amarrou meu pai
com o medo pelo dinheiro e o pagamento. Você o amarrou! Como ele pode livra-lo até você o libertar? E o rei
aceitou a resposta, e deu o daksina ao Pandit. Quando ele libertou a menina, ele ficou liberado por si mesmo.
Quando nós amarramos outros, é muito difícil para eles nos libertarem. Como eles poderão nos libertar quando eles
mesmos estão amarrados?
O Debate Continua

Assim, pai, eu não quero me casar, porque penso que o casamento é um cativeiro. Você sabe, eu tenho
este nascimento divino. Nasci do fogo sagrado, e não de algum ordinário útero de mulher. Não desejo os prazeres
do mundo, mas desejo os prazeres da alma. E estes não são obtidos por se casar e tendo-se filhos, juntamente
com as responsabilidades financeiras e o resto. É muito raro conseguir um nascimento humano, especialmente nascer
na sagrada terra da Índia, e mesmo mais raro nascer na família de Brahmins, e ainda mais raro nascer do fogo
sagrado e ter um pai como Veda Vyasa. Agora eu tenho estudado as Escrituras e Vedanta, e tenho tido a honra
de aprender com um Guru como Brhaspati. Se seres como nós não podem aspirar a liberdade, então quem neste
mundo pode tornar-se livre? Assim, pai, por favor, eu farei o que quer que você diga, mas por favor não me diga
para que eu me case.
Veda Vyasa deu sua resposta. Ele disse, Filho, a casa não é uma prisão da qual as pessoas buscam
ficar livres. A casa é um templo de sua adoração. Você sabe que mesmo os Brahmacharis, os Vanaprasthas e os
Sannyasis, quando eles estão famintos, eles devem vir fazer puja na entrada da porta dos Grhasthas. Por isso o
Grhastha ashrama é chamado o mais elevado dos ashramas, porque o chefe de família é o suporte de toda a
sociedade. Assim filho, não tenha medo do cativeiro. Permita a você mesmo fazer uma contribuição para este mundo.
Olhe Vasistha e os outros grandes Rsis. Todos eles foram casados. Aquele que não toma uma esposa, é certo ser

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enlouquecido pelos sentidos. Estes sentidos são como cavalos inquietos, e embora possam parecer estar tranqüilos por
uns poucos momentos, em qualquer momento podem pular e correr para longe e levar a mente com eles. Assim
filho, case-se. Cumpra seu dharma por intermédio de Karma apropriado, e gradualmente alcance a mais elevada
renúncia.

Olhe para Visvamitra. Mesmo praticando tremendas austeridades por tantos milhares de anos, quando a bela
virgem, Menaka, veio diante dele, ele esqueceu todas as suas virtudes espirituais em um momento, e gerou uma
filha com ela, Sakuntala. Meu próprio pai, Parasara, quando viu Matsyagandha no barco, embora ela cheirasse como
um peixe, ele não se importou. Ele perdeu a virtude, a quietude e o controle de seus pensamentos, e seus
sentidos correram para longe com sua mente. Meu filho! Case-se! Realize seu dharma, e vá passo a passo de
ashrama em ashrama.

Suk Deva respondeu,

Pai, você sabe, um homem casado está sempre buscando por dinheiro. Sempre
precisa de dinheiro! Precisa de dinheiro para isso, precisa de dinheiro para aquilo. Portanto, está sempre ansioso.
Olhe Indra! Indra é o Senhor dos Céus e ainda assim está sempre ansioso. Ele não quer que ninguém conquiste
os céus ou se torne um sadhu tão grande quanto ele. Ele está sempre colocando obstáculo no caminho de todo
buscador. Brahma não é feliz embora tenha criado todo este samsara, ou oceano de objetos e relações. Mesmo
Visnu que tem a bela Laksmi como sua noiva, ainda assim não está sempre feliz e satisfeito. Ele é repetidamente
requisitado a vir a terra lutar com ashuras. Shiva sofre incessantes problemas. Conhecendo bem a verdade do
mundo, por que você está querendo me colocar neste terrível samsara cheio de sofrimentos e agonias? Por que está
me mandando casar?
Pai, há sofrimento em nascer, há sofrimento em morrer, há sofrimento em envelhecer e há sofrimento na
vida no útero. Mas o sofrimento surge do desejo não realizado e a cobiça é o mais terrível de todos os
sofrimentos mencionados. Um Brahmin tem somente seis atividades nas quais se tornar engajado: aprender e ensinar,
adorar por si e por outros, dar o que pode e aceitar o que é oferecido com amor. Isto significa que um Brahmin
não tem outro modo de ganhar seu sustento, mas aceitar presentes dos outros. Pode imaginar que sofrimento é
viver na expectativa que após anos de estudo, anos de tapasya, um Brahmin é forçado a esperar pela generosidade
de outros que nem mesmo foram treinados para apreciar este conhecimento? Há algo mais lamentável que isso na
vida? Depois de estudar todos os Vedas e outras escrituras e adquirir sabedoria, por fim o Brahmin tem que ir aos
ricos e rogar a eles na esperança que possa conseguir algum dinheiro com o qual possam sustentar sua família?

Enquanto que, se há satisfação na mente e um homem é só sem qualquer obrigação ou responsabilidades,
ele pode de algum modo encontrar alguma coisa para satisfazer seus apetites. Pai, por favor ensine-me a Sabedoria
da Verdade Eterna, o caminho para a felicidade completa. Diga-me como meus karmas podem ser completamente
realizados. Não me fale sobre ter filhos ou esposa e uma casa, nem sobre ter contas e débitos, nem sobre ter que
sair e rogar por dinheiro. Diga-me como posso obter silêncio e tranqüilidade em minha mente, assim não preciso de
nada mais. Diga-me como esta grande ignorância da dualidade pode ser destruída.

Quando Vyasa Deva ouviu o discurso de Suk Deva, ele mergulhou no mar de ansiedade, e começou a
pensar no quê mais ele poderia fazer para convencer seu filho da verdade contida no caminho esboçado pelas
escrituras. Suk Deva olhou Veda Vyasa cheio de ansiedade e disse, Ó que poder esta Maya tem! Nada é tão forte
quanto Maya. Você quem dividiu os Vedas, definiu as escolas dos Vedas, que escreveu os dezoito Puranas, quem
escreveu as histórias, o Bhagavat, o Mahabharat, e o Devi Bhagavatam, você está sofrendo da ignorância da ilusão
das ligações. Você quer que seu filho tenha uma esposa. Que prazer isso lhe trará? Pai, ver-me ligado pela
eternidade no samsara de objetos e relações, é isso que fará você feliz? Como pode este ser tão maravilhosamente
inteligente ser iludido por Maya? Que poder tem esta Maya que mesmo o Grande Vyasa Deva, para quem todo
mundo olha para ter inspiração, está sofrendo destas ilusões. Esta Maya iludiu Brahma, iludiu Visnu, e iludiu Shiva e
todo o universo. Quem no universo não é fascinado sob a influencia de Maya. Eu me curvo a esta Maya. Eu tomo
refúgio nesta Maya. Eu terei somente Maya como minha.

Pai, todo este universo é como uma rede de ilusão. Entenda isso, recorde isso, abandone seu pesar.
Renuncie ao sofrimento. Conseguir um nascimento humano nesta terra de Karma é muito difícil. E novamente,
conseguir um nascimento Brahmin é extremamente raro. E quando alcancei este belo nascimento como um forte e
saudável menino Brahmin, que tem estudado a sabedoria das escrituras e Vedanta, e tenho servido a muitos
professores espirituais, ainda assim tenho a idéia de que sou amarrado pelo mundo. Pai, como posso ser livre?
Mesmo Veda Vyasa não é livre. E você me diz que é para eu me casar?!

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O soldado respondeu, Bperguntar.
Bperguntar.
E seu pai respondeu,

Meu filho, se você ainda não acredita em mim, por favor estude o Devi
Bhagavatam. No Devi Bhagavatam estão muitas histórias, uma antologia de nosso Dharma Hindu, o Sanatana Dharma,
o Eterno Ideal de Perfeição na Sabedoria e Harmonia é expressado nos mais explícitos termos. Filho, estude as
escrituras, e então diga-me se você tem forjado sua mente.
Suk Deva estudou o Devi Bhagavatam, e mesmo depois disso ele ainda não quis aceitar a opinião de seu
pai. E Veda Vyasa disse,

Meu filho, não posso dizer que sua mente está forjada. Mas antes de você tomar a
decisão de entrar para o quarto estágio de Sannyasi, meu filho por favor visite Janaka, o Rei de Mithila. Ele é
liberado enquanto vive no corpo, e ele é meu discípulo. Vá perguntar a ele e por favor ouça seu discurso. Então
volte e diga-me sua decisão. Eu permitirei que você faça o que escolher. Eu lhe prometo, meu filho. Somente vá se
encontrar com o rei Janaka.
Suk Deva Visita o Rei Janaka

Recebendo as bênçãos de seu pai, Suk Deva começou a atravessar a Terra da Índia se dirigindo para
Mithila. Por uns poucos anos ele caminhou sobre planícies e subiu montanhas, cruzou arroios e rios. Após algum
tempo ele finalmente chegou a Mithila, a Cidade de Janaka. Do lado de fora do portão da cidade havia um soldado
que ordenou-lhe, Pare, por favor. Preciso saber quem é você, e que negócios você tem na cidade.

Suk Deva olhou para o soldado e respondeu, Eu sabia que estava errado em vir até aqui. Que tolo fui
em acreditar que esse rei era liberado em vida! Para mim ser liberado significa que a pessoa vê todas as coisas
como sendo a mesma. E ainda este rei tem tanta ligação que coloca soldados do lado de fora da cidade para
perguntar a todo visitante, Quem é você e que negócios faz para ter que vir aqui? Eu sabia que era impossível.
Sinto muito, soldado. Não tomarei seu tempo. Voltarei para casa agora mesmo.

em, você veio de tão longa distância. Eu não quis ofendê-lo. É apenas meu dever

Suk Deva disse, Eu entendo que é seu dever e que você não quis me ofender. Um rei está correto em
proclamar este dever. Mas este não é tipo de proclamação que um ser iluminado que vê tudo como o mesmo iria
fazer! Que diferença tem para ele quem é uma boa pessoa e quem é uma má pessoa? Ele sabe que em todas
as partes está a Unidade, e bom e mal são meramente valores julgados de acordo com as aspirações individuais. O
que cada coisa é não faz qualquer diferença. Um ser liberado vê todos e todas as coisas como sendo a mesma.
Ser iluminado significa ver que tudo é o Um! Não há dualidade, não há distinção, não há ilusão. Como ele pode
ser liberado, quando coloca um guarda em frente de sua cidade? É impossível! Esqueça! Eu nem mesmo quero vir
para esta cidade!

O guarda disse,

Santo Brahmin, posso dizer que você é um homem muito respeitável e com muito
conhecimento. Por favor, desculpe-me. Vá em frente e entre na cidade.
Suk Deva disse, Eu sei que o propósito de minha visita será infrutífero. Eu vim para uma conversa com
um rei iluminado, mas obviamente ao invés de ver a Unidade em toda parte, este homem vê distinção em toda
parte. Bem, já que você me convidou com tanta cortesia, e eu vim de tão longe, eu posso entrar e ver a cidade.

Assim Suk Deva caminhou na cidade e olhou nos mercados. Ele viu pessoas normais. Algumas delas
estavam felizes, e algumas estavam tristes. Algumas estavam discutindo e algumas estavam debatendo a qualidade
das mercadorias e os preços que deviam pagar. De várias maneiras, várias pessoas estavam fazendo atividades
variadas. Suk Deva pensou consigo mesmo,

Para mim não parece haver um sinal de uma administração iluminada
nesta cidade. Estes cidadãos não são tão felizes. Estes cidadãos não estão irradiando alegria e bem-aventurança de
ter um mestre iluminado como rei. Eles parecem pessoas normais fazendo as mesmas coisas que todas as pessoas
normais fazem. Que tipo de rei iluminado é este? Eu sabia que estava errado! Meu pai me deu uma informação
errada; ele só estava tentando convencer-me a fazer a vontade dele.
Quando o Rei Janaka ouviu que Suk Deva, o filho de seu Guru tinha vindo ao seu reino, seu coração
ficou cheio de alegria! Ele imediatamente enviou seus ministros para encontrarem Suka Deva, e eles o escoltaram até
ao belo palácio. Então muitas belas jovens do palácio vieram e prepararam seu banho. Elas deram a ele frescas

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roupas, e prepararam deliciosas comidas. As senhoras fizeram uma bela cama sobre a qual ele pudesse descansar.
Elas o colocaram na cama e começaram a massagear seus pés. Suk Deva estava inconsciente de todas essas
coisas. Quando as meninas saíram, ele se sentou em sua postura de yogue e meditou. Então dormiu por algumas
poucas horas.

Ao amanhecer, ele despertou e novamente sentou-se em meditação até o sol nascer. Então ele tomou seu

banho e esperou pelo chamado do rei. Depois de um pouco de tempo um mensageiro do rei veio, O rei deseja
vê-lo. Por favor venha.
no cativeiro, quando o que busco não são os prazeres do corpo? Eu busco absorção da alma! Meu pai pareceu
ficar tomado de ansiedade e me disse, Não filho, você deve se casar! E quando eu recusei ele disse, Certo, se
Suk Deva foi ver o rei. O rei levantou-se para saudá-lo, Ó Suk Deva, por favor diga-me, a que eu devo
a honra dessa visita?

Suk Deva disse, Ó rei, por doze anos eu estudei os Vedas e o Vedanta, vivendo no ashrama do Guru
Brhaspati. Quando retornei de meus estudos do ashrama de meu Guru, eu perguntei ao meu pai, O que devo fazer
agora? Qual meu Karma nesta vida? Meu pai instruiu-me a que eu deveria me casar e ter filhos e livrá-lo dos
débitos do Karma. E eu disse,

Pai, por muitos anos estudei o conhecimento da não dualidade. Eu tive um
nascimento divino; não vim de um útero qualquer, mas sim do Fogo Divino. Por que deveria me casar e colocar-me
você não crê em mim, vá até Mithila para visitar o Rei Janaka. Após conversar com o rei Janaka, eu permitirei a
você tomar a decisão que lhe agrade. Assim, rei eu vim tomar seu darshana. Por favor me ilumine. Quais são os
deveres de um homem?

Janaka respondeu,

Eu falarei a você sobre o caminho da liberação. Após completar os estudos como
Brahmachari, a pessoa deve se curvar ao Guru e pagar o daksina. Então deve ir para casa e se casar. Após o
casamento deve permanecer contente e livre de desejos, sem pecado e verdadeiro e ganhar o sustento com o
coração puro, viver com justiça e conforme os ditames da consciência. E então quando as crianças são auto
suficientes, o estágio de Vanaprastha pode ser iniciado, junto com a prática de tapasya. Por fim uma alma
desenvolvida pode se tornar um Sannyasi, completamente absorvido na Verdade da Suprema Divindade. Este é o
caminho da liberação proclamado pelo nosso dharma. Veja, um verdadeiro buscador deve completar seus estágios de
vida, os ashramas de vida, um por um, passo a passo. Ninguém deve saltar um passo. Ele deve completar o
ashrama anterior sucessivamente, e então entrar no estágio seguinte.
Suk Deva disse, Mas rei, se a pureza do desprendimento nasce da sabedoria interior do buscador, ainda é
necessário para ele ir por todos os ashramas? Não é possível deixar tudo e residir na floresta?

Janaka respondeu,

Não. Embora pareça que os sentidos se tornaram tranqüilos por um tempo, isso não
significa que eles sempre ficarão tranqüilos por todo o tempo. Mesmo no estágio da Perfeita Yoga, pode parecer que
os sentidos estão sob controle. Esta aparência não é confiável. A rede do desejo é muito difícil de ser conquistada
e nunca morre. A mente é muito difícil de se controlar. Portanto, é necessário ir passo a passo, ashrama por
ashrama. Ninguém salta. Veja, mesmo um chefe de família que realiza seus deveres sem ligações pode viver em
pura felicidade, realizar seu próprio Ser e obter a liberação. Veja você, eu sou liberado enquanto vivo e estou
engajado em proteger este reino. Não sou afligido pelo prazer ou pelo sofrimento e ainda assim continuo a atuar.
O mundo material é simplesmente um objeto de percepção sensória. E a alma que percebe isso, é em si
mesma não percebida. Assim diga-me como a criação perceptível pode encobrir a alma imperceptível? Esta é uma
lógica impossível. O Ser que imutável, sem impureza, nunca pode ser atado pelo mutável, visível, coisa material
tangível. Quando o coração torna-se puro e tranqüilo, todas as coisas tornam-se cheias de pureza e totalmente
tranqüilas. É a mente que é a causa do cativeiro e da liberdade. Não é o corpo. Não é a alma. Não é o sentido.
O Ser , a Alma de tudo, é sempre Pura Consciência, e é sempre livre, assim nunca pode ser atado. O cativeiro e
a liberdade residem somente na mente. Assim quando a mente está em paz, o cativeiro da existência cessa. Este
Ser individual, esta existência individual é Deus. Eu sou aquele Deus e nada mais.

Mas rei, perguntou Suk Deva.
Tenho outra dúvida. Como pode um homem ser livre de desejos e das
recompensas das ações quando ele vive no meio desta Maya? Todo este mundo material está sempre forçando a
mente para dentro da ilusão. Mesmo adquirindo a sabedoria das escrituras e a discriminação do entendimento do que
é real e o que não é, a ilusão da mente não é dispersada até que se pratique Yoga. Como pode a liberdade do
desejo e a liberação vir ao chefe de família. Os munis e Rsis que vivem na floresta controlando sua dieta, seus
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sentidos, vivendo suas vidas como eremitas e mendicantes, eles conhecem a natureza transitória deste mundo. Mesmo
eles caem vítimas de Maya. Então o que esperar para você ou eu ou alguém mais que está agindo e interagindo
na dualidade? Quando você está agindo na dualidade, está atado por Maya. Os cinco elementos vão com você onde

quer que você vá, e estes elementos sempre nos trazem para Maya, a ilusão da dualidade.
Janaka respondeu, O que você diz é verdade sem uma partícula de falsidade, Suk Deva. Você está certo.
Os cinco elementos: Terra, água, fogo, ar e éter, fazem existir todas as coisas. Assim mesmo se você vai para a
floresta eles irão existir com você lá. Você também se preocupará com seu bastão, sua manta, ou sua taça. Você
irá se preocupar sobre se vai encontrar água e madeira. Iluminação não significa completa cessação de pensamento.
Este estágio de Yoga, Citta Vrtti Nirodh, a cessação de todas as modificações da Consciência. É passageira. Nem
Brahma permanece lá. Nem Visnu, e nem Shiva, nem mesmo qualquer outro ser personificado. Todos retornam a
consciência da dualidade. Iluminação não significa liberdade da manifestação, não significa ser livre do pensamento.
Iluminação significa liberdade de ligações!

Veja você, sua mente está cheia de dúvidas. Portanto você está viajando em busca da cessação de suas
dúvidas. Mas você vê que minha mente está livre de dúvidas. Eu estou permanecendo aqui muito pacificamente e
alegremente observando meu dharma.

Não sou atado por este mundo. Esta idéia me dá constante felicidade do grau
mais elevado. Você acha que você esta atado, e portanto você está em constante sofrimento. Não importa se você
vai para a floresta ou se reside em sua casa, sua mente irá determinar seu estado de cativeiro ou de liberação.
Este corpo é meu Esta idéia leva ao cativeiro. Este corpo não é meu. Este conhecimento concede a liberdade
Assim eu lhe digo verdadeiramente que todo este reino, toda esta riqueza, todos os súditos para quem eu executo
deveres administrativos, nada é meu!
Suk Deva ficou extremamente inspirado,

Você é um sadhu, disse ele ao rei Janaka se curvando com
respeito.
Um sadhu é um Mestre de Eficiência. Você tem se tornado extremamente eficiente organizando sua vida.
Eu me curvo a você em respeito à sua sabedoria.
Suk Deva olhou para seu próprio coração e pensou, Eu posso viver neste mundo, e este mundo não é
meu. Eu posso atuar neste mundo, e os frutos da ação não serão meus. Então eu posso me tornar um Karma
Yogue, mantendo a pureza na ação. Mesmo se eu for para a floresta com minha vara, minha panela e minha
manta, eu serei atado enquanto minha mente não estiver livre. Enquanto que este rei administrando todo o império
como representante do maior poder, é liberado.

Suk Deva se curvou ao rei Janaka e pediu sua licença. Com esta realização ele retornou ao ashrama de
seu pai nas margens do Sagrado Rio Saraswati.

O Casamento de Suk Deva

Veda Vyasa veio correndo para encontrar seu filho, estava muito feliz em vê-lo. E imediatamente perguntou
, Como está você meu filho ? O que você determinou para sua vida?

E Suk Deva respondeu, Pai, conforme o teu desejo eu executarei. Nada disso é meu.

Então Suk Deva submergiu-se na prática da Yoga. Seu pai, Vyasa Deva, arranjou um casamento para ele
com Pibari, uma bela filha de um Rsi. Esta bela jovem deu nascimento a quatro filhos que foram chamados: Krsna,
Gauraprabha, Bhuri e Devasruta. E então ela deu nascimento a uma filha, cujo nome era Kirti.

Suk Deva viu a alimentação de seus filhos, educação e casamento, e manteve sua estrita aderência ao
Dharma. Quando seus filhos cresceram e foram capazes de tomar conta deles mesmos, ele foi para o Monte
Kailasa, onde começou a meditar. Então ele começou a flutuar no céu. Ele desenvolveu todos os oito siddhis. Lá
estava ele, meditando nas alturas, lá no céu, sobre o Monte Kailasa. Ele começou a irradiar uma luz como o sol.
Repentinamente ele tornou-se imerso no Parabrahma, o Paramatma. Ele tornou-se um com a Alma Universal, e
desapareceu no ar!

Veda Vyasa ficou muito triste.

Meu filho, onde você foi? Po que me deixou? Você ainda tem que realizar
meu funeral! Meu filho, volte! Veda Vyasa ficou muito triste por Suk Deva ter partido.

Um dia Vyasa Deva estava vagueando e olhando para os céus, Onde está meu filho Suk Deva?

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Então Suk Deva olhou para baixo dele do céu e numa voz que ressoou como um trovão ele disse, Pai,
não há diferença entre você e eu se você olhar para sua própria alma. Por que então você está se lamentando
por mim? Vá para casa e realize tapasya.

Então Vyasa Deva voltou para seu ashrama no Rio Saraswati e começou a praticar tapasya.

Santanu Reunido com Devavrat

Desde que Ganga pegou seu filho Devavrat e deixou Santanu, o rei ficou muito triste. Depois de cumprir
seus deveres de rei, toda tarde ele ia para as margens do Ganga em sua carruagem, onde se sentava em
contemplação de sua amada perdida, esperando por alguma visão dela.

Toda noite, bem depois de escurecer, ele voltava ao seu palácio e no desespero de sua solidão, ele
sentava-se por toda a noite, perdido em seu sofrimento, e sozinho. Deste modo muitos anos se passaram. O rei
não tinha alegria em sua vida. Ele não celebrava qualquer festival ou realizava qualquer Puja ou adoração. Ele
somente se sentava sozinho em seu próprio quarto. Os cidadãos, como o rei, não tinham alegria. Todos pareciam
estar meramente tolerando a vida e esperando por mudanças.

Um dia Santanu foi para a margem do rio Ganga como de costume. Ele sentou-se em sua pedra, onde
olhou por toda a margem do rio, quando ele de repente teve uma visão surpreendente. Um chuva de flechas
desceram e todas elas se prenderam umas as outras e criaram um dique que parou o fluxo do Ganga,
Repentinamente havia um dique através do Ganga feito de flechas de algum arqueiro desconhecido. Santanu olhou
surpreso. O Ganga tinha parado.

O rei ficou tão surpreso que correu para ver este dique, quando de repente Ganga apareceu. Ele a olhou
e disse,

Minha bela, minha amada esposa, você me deixou, e agora você está de volta. O que é esta coisa
surpreendente? Quem pode parar o fluxo de suas águas?
Ganga disse, Olhe lá. Este é seu filho Devavrat. Este é um exemplo do conhecimento que ele obteve. Ele
estudou política com Brhaspati, o Guru dos Deuses. Ele estudou sobre armamentos com Parasuram. Ele estudou
todos os grandes de sabedoria dos mais elevados mestres disponíveis. Agora estou dando a você um filho ajustado

para seguir seus passos.
Ganga chamou seu filho, Devavrat, e Devavrat veio. Sim Mamãe.
Santanu agarrou seu filho, abraçou-o e o beijou. Devavrat caiu aos pés do seu pai e fez Pranam. Ganga
disse, Agora meu dever está completo. Deixarei vocês dois. Não voltarei mais, Santanu. Somente quando meu filho
estiver em profunda necessidade eu virei a ele. Com estas palavras, Ganga entrou no rio e desapareceu de vista.
Meu filho, por favor curve-se ao seu pai.
Santanu ficou cheio de alegria por ter seu filho, um companheiro e herdeiro do trono. Devavrat foi de todas
as maneiras o melhor filho que ele podia imaginar. Ele foi um bom guerreiro, desportista e artesão. Ele foi um
grande ser benevolente e todos o amavam. Para o prazer de todos Santanu ungiu Devavrat para herdar o trono, o
Herdeiro da Coroa, o próximo Rei de Hastinapura.

Devavrat Torna-se Bhisma

Embora Santanu tivesse seu filho e as pessoas tivessem um Herdeiro da Coroa, o coração de Santanu
ainda não estava satisfeito. Havia ainda um lugar vazio que desejava ser preenchido. Um dia Santanu foi caçar com
seu filho Devavrat e seus mais confiáveis conselheiros e amigos. Santanu saiu para longe em busca de algum
precioso troféu. Ele seguiu neste jogo até que chegou as margens do Rio Jamuna, onde viu Satyavati sentada em
seu barco. Satyavati tinha recebido a bênção de Parasara de que ela teria o mais delicioso perfume e beleza
perpétua. Satyavati, Matsyagandha, a filha do pescador, estava sentada no barco esperando para transportar
passageiros através do rio. Ela estava exalando sua deliciosa fragrância e sua beleza era radiante. Santanu foi até

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Satyavati e perguntou, O que você está fazendo aqui? Satyavati disse, Espero por passageiros para transporta-los
através do rio.
Santanu disse, Você me conduziria através do rio?

Com muito prazer, ó rei. Respondeu ela.

Satyavati transportou Santanu através do rio, mas o rei não podia tirar os olhos dela durante toda a
viagem. Quando eles alcançaram a outra margem o rei disse,

Eu cometi um engano, por favor leve-me de volta
para a outra margem. Eu lhe pagarei o dobro da tarifa. Quando Satyavati remava o barco, o rei não podia ver
nada além da beleza desta adorável jovem. Santanu disse a ela, Eu vim para esta floresta caçar, mas parece que
alguém me caçou. Eu me tornei a mira. Agora há somente uma pessoa que pode salvar o rei de Hastinapura. Esta
as você deve pedir a permissão de meu

Santanu concordou, Sim, sem dúvida eu irei até seu pai e lhe pedirei permissão para casar-me com você.
E Santanu imediatamente foi até Dasraj e lhe falou,

Dasraj, Eu me apaixonei por Satyavati. Desejo fazer dela a
pessoa é você Satyavati. Você se tornaria minha esposa?
Satyavati disse, Eu ficaria honrada em ser sua esposa, ó rei. Mpai, Dasraj.
minha esposa. E Dasraj disse, Que maravilhosa oportunidade para minha filha. Mas como pai da noiva, tenho um
pedido. Minha filha se casará com você somente se você fizer do filho dela o próximo rei.
Santanu disse, Isto é impossível. Eu já ungi Devavrat. Ele é a pessoa mais perfeita para ser o rei. Ele já
foi instalado como herdeiro do trono. Como posso roubar o reino de meu próprio filho que é qualificado para dar ao
filho ainda não nascido de sua filha? Não posso cometer tal injustiça e ainda chamar-me de rei.

Dasraj disse, Então você não pode se casar com minha filha.

Santanu ficou furioso e saiu da casa retornando ao seu acampamento. Seu coração estava triste. Todo dia
ele ia para a margem do Jamuna e olhava Satyavati de longe, se escondendo atrás de uma árvore. Toda noite
depois de escurecer, ele voltava para o acampamento de caça. Seu coração estava pesado. Devavrat foi até ele e
disse, Pai qual é o problema? É algum problema com o reino? Se é, então como Herdeiro da Coroa do reino eu
devo ser informado. Por favor compartilhe seus problemas comigo. Ou é um problema pessoal? Como seu filho você
deve compartilhar seus fardos comigo. Por favor, pai, confie em mim. Confie em mim, desabafe seu coração, e
vamos ver se não podemos encontrar uma solução.

O rei disse,

Meu filho, um homem não pode compartilhar todas as coisas. Nem um rei pode compartilhar
todas as coisas, nem um pai pode compartilhar todas as coisas.
Devavrat disse,

Então vamos para casa, para Hastinapura. Temos assuntos importantes para cuidar lá. Nós
já caçamos bastante e gastamos bastante tempo na floresta. Vamos voltar para Hastinapura.
O rei Santanu disse, Não filho, agora não. Só mais alguns dias.

Todos os dias Santanu ia para a margem do Rio Jamuna e observava Satyavati enquanto ela trabalhava,
levando as pessoas através do rio ou sentada na margem esperando por outro passageiro.

O rei voltou ao acampamento tarde certa noite e retirou-se para sua barraca. Devavrat, o filho do rei
chamou o condutor da carruagem e disse, Cocheiro, onde você leva meu pai todo dia?

O cocheiro respondeu, Este é um assunto privado entre seu pai e eu. Não posso trair a confiança dele.

Devavrat disse,

Cocheiro, o rei de nosso país está cercado de tristeza e de um pesado fardo. Sou o
Herdeiro da Coroa e também seu filho. Devo saber qual a causa desta carga. O que posso fazer para aliviar meu
pai desta tristeza? Por favor, diga-me onde você leva meu pai todos os dias?
As margens do Rio Jamuna.

Por que você leva meu pai para as margens do Rio Jamuna? O que ele faz lá?

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Ele olha Satyavati.
O dia inteiro ele olha para Satyavati? Ele nunca falou com Satyavati?
Sim, ele falou.
Ele olha Satyavati.
O dia inteiro ele olha para Satyavati? Ele nunca falou com Satyavati?
Sim, ele falou.
Bem, o que ele disse?
Ele disse, Gostaria de me casar com você .
Devavrat perguntou novamente, O que ela disse?
Ela disse, Eu também gostaria de me casar com você, mas você deve pedir permissão ao meu pai.
Então Devavrat disse, E ele não se encontrou com o pai dela? O que o pai dela disse?
Sim, disse o cocheiro. O pai dela disse, Você não pode se casar com minha filha a menos que torne
o filho dela o próximo rei de Hastinapura. Então seu pai ficou furioso e saiu. E todo dia ele vai até a margem do
Jamuna e olha para ela.
Devavrat disse, Leve-me até Dasraj. Quero me encontrar com o pai de Satyavati.

No meio da noite ele foi para a casa de Dasraj. Quando Dasraj levantou no meio da noite e viu o filho
do rei, ele ficou muito surpreso. O que você está fazendo aqui? Perguntou ele.

E estou ainda mais surpreso com
a hora de ver o filho do rei em minha casa.
Dasraj, eu vim para levar Satyavati para meu pai.
Ó Príncipe, você deve saber qual o meu desejo. Eu disse ao seu pai que não posso dar minha filha
para ele a menos que o filho dela seja feito rei de Hastinapura. Seu pai disse que não podia conceder este
desejo. Assim não posso dar minha filha para ser a esposa dele.
Devavrat disse, O rei está certo em dizer a você que não pode realizar este desejo, pois ele já deu este
privilégio. O rei só pode conceder seu reino uma vez. Ele estaria sendo desonesto em tomar aquele reino de volta
da pessoa a quem ele deu, para dá-lo a outro. Ele o prometeu a mim. Assim ele não pode dar novamente esta
promessa a você. Dasraj, eu prometo. A promessa é agora comigo. E eu lhe dou a promessa que o filho de
Satyavati será o próximo rei de Hastinapura. Eu não aceitarei o trono se isso significa a felicidade de meu pai. Em
todas as histórias quantas vezes temos visto um pai fazendo sacrifícios pela felicidade de seu filho. Agora a história
encontrará um exemplo de um filho fazendo o sacrifício pela felicidade de seu pai. Eu não aceitarei o trono. Eu
darei o trono ao filho de Satyavati.

Dasraj disse, Que filho nobre você é para pensar tanto na felicidade de seu pai que você está disposto a
sacrificar seu reino. Mas e se seus filhos não concordarem? E se seus filhos ao crescerem reclamarem o trono e
com um exército lutarem com os filhos de Satyavati?

Devavrat disse, Você está absolutamente certo, Dasraj. Eu não posso prometer nada sobre o comportamento
de meus filhos que ainda nem nasceram. Mas posso prometer nunca ter filhos. Assim, eu, Devavrat, prometo que
nunca terei filhos. Nunca me casarei. Nunca terei qualquer relacionamento físico com uma mulher.

Quando esta promessa foi dada toda a terra tremeu. Os Deuses derramaram flores sobre ele. Dasraj se
curvou para Devavrat e lhe deu a bela Satyavati. Satyavati foi na carruagem com Devavrat e juntos retornaram ao
acampamento do rei. Já era manhã quando eles chegaram. Santanu estava muito ansioso querendo saber onde seu
filho tinha ido no meio da noite.. Quando Devavrat retornou de manhã cedo junto com Satyavati, Satyavati explicou
toda a circunstancia de como Devavrat deu a promessa que permitia a seu pai se casar. Santanu abençoou
Devavrat e disse,

Devavrat, você tomou um voto poderoso agora. Você é Bhisma, o forte, o único de tal
maravilhosa força e nobre caráter. Eu lhe dou a benção de Iccha Mrtyu. Você deixará seu corpo somente quando
você desejar. Você será invencível a todos os seres. Nunca antes houve um homem tão forte e firme em seu voto,
buscando apenas a felicidade de seu pai. Seu nome, Bhisma, será eterno. Você será o mais forte suporte de
Dharma.
Novamente Bhisma prometeu, Pai, seus filhos com Satyavati continuarão sua linhagem. E não importa quem
se sente no trono de Hastinapura, eu irei proteger o rei deste reino. Este é a minha promessa a você.
-109


O Casamento de Vicitravirya e
a Maldição de Bhisma

Mesmo com sua bela esposa, Satyavati, Santanu não podia ter prazer. Sempre em algum lugar em seu
coração, ambos, ele e sua esposa sentiam que sua união veio como resultado de um tremendo sacrifício de seu
filho. Bhisma tinha um tão nobre caráter que deu tanto pela felicidade de seu pai, e todavia os pais estavam
sempre mergulhados na tristeza.

Apesar desta tristeza, Satyavati e Santanu tiveram dois filhos. O primeiro era Citrangada e o segundo era
Vicitravirya. Embora tivesse dois filhos, Santanu ainda não estava feliz. Quando Citrangada ficou um jovem homem,
ele foi coroado como o Príncipe Regente. Logo depois de sua coroação Santanu morreu. Bhisma tornou-se o
administrador de seu reino e guardou o trono, enquanto Citrangada e Vicitravirya cresciam para se tornarem jovens
homens fortes e heróicos guerreiros.

Um dia Citrangada, o rei de Hastinapura, foi caçar na floresta. Durante a caçada, ele foi atacado por um
leão e morreu naquele mesmo lugar. Então Vicitravirya tornou-se o rei de Hastinapura.

O rei de Kasi, que é agora chamada Benares, tinha três belas filhas: Ambe, Ambike e Ambalike. Quando
veio o tempo para o casamento, ele chamou para o Svayambara onde as meninas escolheriam seus maridos. Ele
convidou todos os reis da Índia, príncipes e nobres, que todos viessem até Kasi para participar nas festividades nas
quais as três virgens escolheriam seus maridos. Mas devido a uma derrota que os ancestrais de Kasi tinham sofrido
nas mãos dos Reis de Hastinapura, o Rei de Kasi decidiu insultar o Reino de Hastinapura por não convidar o Rei
Vicitravirya.

Bhisma tornou-se furioso com este insulto e, e por si mesmo imediatamente foi para Kasi. Quando Bhisma
chegou no saguão do Svayambara, as três meninas estavam de pé com as guirlandas de casamento em suas mãos,
esperando para escolher seus maridos. Bhisma entrou no saguão com muita raiva, seu retesado e com uma flecha e
disse, Rei de Kasi, você escolheu insultar Hastinapura por não convidar nosso Rei para tomar parte desta cerimônia.
Portanto, eu estou agora dizendo que todas estas três meninas serão esposas do Rei de Hastinapura.

Todos os reis reunidos na sala puxaram suas espadas. Bhisma deixou suas flechas voarem, as quais
penetraram nas coroas daqueles reis, e colocou todas aquelas coroas nos pés do Rei de Kasi. Portanto todos
aqueles Reis derrotados abaixaram suas cabeças.

Bhisma disse, Se alguém gosta de lutar, que aproveite esta oportunidade agora. Caso contrário eu levarei
estas três meninas comigo.

O pai deu a ordem e as três meninas foram para a carruagem de Bhisma e foram levadas para
Hastinapura. Quando eles chegaram em Hastinapura, Satyavati ficou feliz em ver as três meninas vindo, jovens noivas
para seu filho. Quando elas foram apresentadas para Satyavati, Ambe disse,

Rainha Mãe, antes de Bhisma nos
roubar da cerimônia de casamento u já tinha me apaixonado por Salvya. Eu tinha planejado dar minha guirlanda de
casamento para ele, mas Bhisma veio e com a ponta de uma flecha me deteve em meu direito de como uma
princesa, escolher meu próprio marido. Portanto se você me enviar ao marido que eu escolhi, eu ficarei muito
agradecida.
Satyavati disse,

Certamente minha querida, Bhisma fará todos os arranjos para te enviar para Salvya
imediatamente e com grande honra.
Então eles enviaram um contingente do exército como uma escolta para levar Ambe para Salvyaraj, para
que ela se casasse com o homem que ela escolheu.

Enquanto isso, Vicitravirya casou-se cm as duas irmãs Ambike e Ambalike. Quando Ambe chegou ao reino
de Salvyaraj, ela encontrou com o Rei Salvya e disse, Meu amado, eu quero me casar com você.

Salvya disse, Isto é um grande insulto. Você foi roubada de mim com a ponta de uma flecha. Eu não fui
capaz de defendê-la. Como pode você vir a mim agora como um presente de Bhisma? Como posso aceitá-la? Eu

-110


sinto muito, eu não posso. Meu dharma como um Rei guerreiro não me permite aceitar você como um presente de
um homem que a roubou com a força das armas. É melhor você voltar para Hastinapura.

Ambe ficou furiosa. Ela voltou para a corte de Vicitravirya em Hastinapura e disse, Rei, Rainha Mãe, eu
quero justiça. Bhisma arruinou minha vida. Ele roubou-me em minha cerimônia de casamento quando eu tinha a
guirlanda nupcial em minhas mãos. Eu já tinha escolhido o homem a quem eu daria minha vida. E agora por causa
de Bhisma, aquele homem não me aceita. Agora eu passarei o resto de minha vida como uma moça solteira? Eu
quero ser casada. Rei, ordene Bhisma a casar-se comigo. Ele é a pessoa que arruinou minha vida, e só se ele se
casar comigo poderei restituir minha satisfação.

Bhisma que estava de pé disse, Isso é impossível. Eu fiz uma promessa de que eu nunca me casaria.

Covarde! Você me roubou de minha cerimônia de casamento quando eu estava segurando a guirlanda em
minha mão, e agora está se confiando naquela velha promessa para desculpar-se por seu mal comportamento. Meu
amado não pode me aceitar porque você me roubou dele. Agora Bhisma, se você não se casar comigo eu prometo
que serei a causa de sua morte! Assim dizendo ela saiu violentamente do palácio e foi para a floresta realizar
tapasya.

Satyavati Chama Veda Vyasa

No palácio Vicitravirya estava muito feliz com suas duas rainhas, Ambe e Ambike. Os três tinham um
relacionamento maravilhoso, cada um respeitando e honrando aos outros.

Uma manhã quando Vicitravirya estava se vestindo para ir ao saguão de audiências, ele começou a tossir.
E tossiu novamente. Repentinamente ele caiu ao chão e morreu. Houve muito lamento e tristeza em Hastinapura. O
Rei estava morto e não havia nenhum herdeiro ao trono. Satyavati chamou Bhisma.

Bhisma, você deve renunciar a sua promessa e tomar o trono.

Como posso renunciar a minha promessa, Mãe? Um voto dado aos Deuses é um pacto sagrado. Não
posso renunciar a minha promessa.

Então ao menos renuncie ao voto de celibato e coloque uma semente dentro das duas esposas de
Vicitravirya, Ambike e Ambalike, assim nós termos um Rei.

Bhisma disse, Mãe, sinto muito não posso renunciar ao meu voto.

Então Satyavati disse,

Bhisma, por favor vá até a floresta e encontre meu filho, Vyasa Deva. Traga-o a
mim. Diga a ele que sua mãe está em necessidade.
Bhisma foi para a floresta onde encontrou o muni Veda Vyasa sentado em um asana nas margens do Rio

Saraswati. Veda Vyasa disse, Bênçãos à você Bhisma. Eu conheço as razões de sua vinda.
Bhisma disse, Satyavati está chamando você.
Veda Vyasa disse, Sei que minha mãe está precisando de mim agora. Eu irei com você. Você não é filho
dela, assim não é necessário que obedeça as ordens dela. Mas eu não posso negar o chamado de minha mãe.
Veda Vyasa foi com Bhisma até ao palácio de Hastinapura.
Mãe, eu a reverencio. Namaste. Como está você?

 

Satyavati disse,

Estou em terríveis dificuldades. Ambos os meus filhos morreram. Bhisma prometeu nunca
aceitar o trono e não ter filhos. Eu preciso de um herdeiro ao trono. Você é parte de minha família e eu desejo
ter crianças pelas esposas de Vicitravirya e produzir um herdeiro ao trono.
Vyasa disse,

Mãe, eu tenho feito sadhana na floresta, e não estou preparado para fazer esse ato agora.
Dê-me o tempo de um ano e eu virei ajudar você.
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Satyavati disse, Não posso esperar um ano. Preciso de um herdeiro tão logo quanto possível. Faça isso
agora mesmo.

Vyasa disse, Mãe, por favor entenda o resultado disso.

Satyavati disse, O que quer que Deus queira, assim será, mas eu não posso esperar.

Aquela noite Vyasa foi para o seu quarto e Ambike foi enviada para dormir com ele. Ela ficou assustada
quando viu aquele homem velho com longos cabelos emaranhados, uma longa barba, pele espessa e enrugada,
usando as marcas e roupas de um eremita da floresta. Ela fechou os olhos, se intimidou e começou a tremer.

Na manhã seguinte, Satyavati perguntou para Veda Vyasa, Como foi?

Mãe, ela fechou os lhos. Ela não agüentou me ver. Sua criança nascerá cega.
Satyavati disse, Ó isso é terrível. Eu preciso de um filho que seja capaz de tornar-se o Rei. Não posso
ter um Rei cego. Enviarei a você a outra garota, Ambalike.

Na noite seguinte Ambalike veio visitar Veda Vyasa. Quando ela entrou na sala, viu aquele velho eremita
com longos cabelos emaranhados e barba, e ficou com medo, tornando-se branca, pálida.

Na manhã seguinte Satyavati veio até Vyasa e perguntou-lhe, Como foi?

Vyasa disse, Mãe, exatamente o que eu temia. Quando Ambalike viu minha forma velha e esfarrapada, ela
ficou pálida de medo. Como resultado seu filho será albino. Nascerá branco puro.

Satyavati disse, Isto é terrível. Preciso de um filho que seja satisfatório para se tornar o Rei. Falarei com
as meninas.

Quando ela falou para Ambike e Ambalike, e ordenou que elas voltassem ao quarto novamente, nenhuma
das duas quiseram voltar. Elas disseram,

Não farei isso. Não me preocupo com o reino o com Rei. Enviaremos
nossa criada.
Assim elas enviaram a criada. Ela foi até Veda Vyasa, e curvou-se e foi muito amável com ele. Ela o
serviu sem pensar em si mesma. Ele a abençoou e disse,

Seu filho será o homem mais dhármico da história. Ele
conhecerá todas as regras da política e entenderá todas as filosofias e será o exemplo de sabedoria por todas as
idades.
As três crianças nasceram. O primeiro e mais velho foi Drtarastra. Ele era cego. O segundo foi Pandu. Ele
era pálido. E o terceiro, o filho da criada, foi Vidura. Ele foi o mais sábio, o mais justo e o mais nobre dos
humanos.

As três crianças, Drtarastra, Pandu e Vidura, começaram a crescer sob a tutela de Bhisma. Ele os ensinou
tudo o que podia sobre armamento, a arte de governar, política e Dharma. Eles cresceram para serem bons, fortes
e cavalheiros. Drtarastra, o mais velho, era cego. Pandu, de cor pálida, era muito forte de heróico. Vidura foi o
mais sábio conselheiro que podia existir.

Quando os três irmãos crescera, Bhisma os trouxe diante da Rainha Mãe, Satyavati. Satyavati olhou seus

netos que tinham crescido e se tornado bons cavalheiros. Bhisma disse, Tudo certo, mãe. Qual será o Rei?
Satyavati disse, Drtarastra é o mais velho, mas é cego. Como pode ser o Rei?
Vidura disse, Mãe, se posso dar minha opinião, é impossível ter um Rei cego. Precisamos de um defensor
e protetor da nossa nação.

Satyavati disse,

Sim, Vidura. Concordo com você. Pandu será o Rei. Pandu foi coroado Rei de
Hastinapura e começou a reinar do modo mais dhármico. Ele cuidou de todos os seus súditos como sua própria
família.
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Pandu Casa-se com Kunti e Madri

Certa vez havia um Rei de nome Surasena. Ele estava relacionado ao Rei de Mathura, Ugrasena, e um
descendente da linhagem real estabelecida quando o Rei Satrughna matou o malvado Lavanasura, O Rei Surasena
tinha uma bela filha, a princesa chamada Kunti. Um dia o pai de Kunti a chamou para o seu Svayambara, para ela
escolher seu marido entre os Reis da Índia. O Rei Pandu foi na cerimônia de casamento, e a princesa pegou a
guirlanda da vitória, caminhou ao redor de todo o saguão e então escolheu Pandu. Pandu casou-se com Kunti.

Kunti tinha uma história muito interessante em sua juventude. Um dia, o grande Rsi Durvasa veio visitar o
seu pai. Kunti mesma realizou todo o seva para o Rsi. Ela o abanou quando ele foi dormir. Ela preparou suas
refeições e o serviu. Ela massageou seus pés a noite. Ela sentou-se aos seus pés para ouvir toda sua sabedoria.
Durvasa Muni ficou muito satisfeito e disse, Ó Kunti, eu lhe darei uma bênção. Escolha uma bênção de mim.

Kunti disse,

Maharaj, eu não sei o que pedir. Por favor, você é trikaldasi, você conhece o passado,
presente e futuro. Por favor dê-me aquela bênção que me beneficiará no futuro.
Durvasa pensou por um momento e disse,

Tudo bem Kunti. Eu darei a você um mantra. Por este mantra
você pode chamar qualquer Deva e ele virá e a abençoará com uma criança.
Kunti pensou que era uma bênção muito estranha para dar. Ela tomou a iniciação no mantra e Durvasa
partiu. Aquela noite Kunti estava sentada em seu quarto pensando sobre o tipo de mantra que ela recebeu. Ela
desejou saber se era verdade que se ela chamasse qualquer Deva ele daria a ela uma criança. Ela não podia
entender como aquilo iria ajudá-la no futuro. Ela duvidou que pudesse ser verdade. Ela sentou-se por toda a noite
pensando sobre isso, e de manhã, justamente quando o sol estava nascendo, ela olhou o sol e disse,

Eu tenho
que ver se isso é verdade ou não, e se realmente funciona ou não. E ela pronunciou o mantra. Infalivelmente,
Surya Deva, o Deus Sol, veio diretamente ao seu quarto. Surya disse,
Ó Kunti, você me chamou. Este é um
mantra muito poderoso.
Kunti disse, Ó sim. Desculpe-me. Eu não quero incomoda-lo. Eu só queria ver se o mantra funcionava.
Você pode ir de volta agora.

Surya, o Sol, disse, Não, não pode ser desse jeito. Uma vez que você me chama por meio deste mantra,
eu seria negligente se não desse a você uma criança. Assim, aqui está uma criança.

E Surya deu a Kunti o mais belo, forte e aparentemente heróico filho, que estava usando uma couraça e
brincos que vinham do Sol. Então Surya partiu. Kunti olhou a criança e refletiu sobre o que iria fazer. Toda sua
família iria ficar furiosa com ela e ninguém acreditaria de onde ela conseguiu a criança. Ela pegou a criança e
disse, Ó criança, por favor, perdoe-me. Sei que você tem um destino de grande Karma a sua frente. E ela colocou
a criança numa cesta e colocou no rio. A cesta flutuou rio abaixo. E Adhirath, que era o cocheiro do Rei encontrou
a cesta. A criança foi levada para a casa do cocheiro e criada como seu próprio filho. A esposa do cocheiro cujo
nome era Radha, não tinha outros filhos, e ela chamou a criança de Radhe. Radhe cresceu na casa do cocheiro.
Mas Kunti nunca contou a ninguém o segredo de seu primeiro e mais velho filho.

Após seu casamento, Kunti retornou com Pandu para Hastinapura. Então Pandu disse para ela,

Minha
amada esposa, um Rei tem muitas obrigações. Meu primeiro dever é com minha gente, e mesmo antes de desfrutar
os prazeres de nossa vida de casado, eu devo proteger as fronteiras desta nação. Assim irei certificar-me de que
todas as fronteiras estão protegidas e seguras. Retornarei para desfrutar de nossa lua de mel tão logo eu possa.
Pandu marchou com seu exército e conquistou toda a Índia. Ele fez todos os Reis da Índia subservientes ao trono
de Hastinapura. Quando ele chegou ao reino de Madras, o Herdeiro do Trono veio encontrar-se com ele e disse, Ó
Rei, espero que você aceite nossa amizade.
Pandu ficou muito feliz e disse, Certamente, eu aceito a amizade de vocês.

Então o Príncipe disse, Bem, então você deve aceitar uma lembrança de nossa amizade.

Pandu disse, Alegremente aceitarei qualquer presente que vocês queiram me dar.

-113


O Príncipe ordenou, Cocheiro.
O cocheiro saiu da carruagem e veio para onde o príncipe estava em pé. Eu estou lhe dando para o Rei
de Hastinapura. Rei Pandu, este é meu cocheiro, minha querida irmã Madri.
Cocheiro.
O cocheiro saiu da carruagem e veio para onde o príncipe estava em pé. Eu estou lhe dando para o Rei
de Hastinapura. Rei Pandu, este é meu cocheiro, minha querida irmã Madri.
não.
Pandu respondeu, Está certo, suba em minha carruagempartir. Retornaremos para Hastinapura.
Pandu olhou para a bela jovem que dirigia a carruagem. Ele estava surpreso. E disse,

Eu adoraria levar
sua irmã comigo, mas já sou casado.

Madri disse, Bem, então leve-me para a rainha Kunti. Eu já fui dada. Vamos ver se Kunti me aceitará ou

. Príncipe, por favor desculpe-nos mas temos que

Então Pandu e Madri retornaram para Hastinapura. Quando Kunti soube que
Pandu tinha retornado ela ficou cheia de alegria. Quando ela viu a bela esposa que ele trouxe com ele, ela ficou
surpresa. Mas Madri veio até Kunti e curvou-se dizendo,

Minha irmã mais velha, por favor me abençoe. para que
possamos todos vivermos juntos em paz e harmonia, e Kunti ficou encantada em recebe-la em sua família. Assim
Pandu ficou casado com ambas, Kunti e Madri. Ele e suas duas esposas viveram juntos em alegre harmonia.
A Maldição de Pandu

Alguns dias após o retorno de Pandu para Hastinapura, Satyavati disse,

Meu filho, é hora de você ter
algum descanso. Pandu, você tem estado somente trabalhando lutando desde que se tornou o Rei. Por que você
não leva suas duas esposas para nosso retiro na floresta. Temos uma pequena casa lá, onde vocês poderão ter
algum tempo para vocês.
Pandu disse, É uma idéia maravilhosa. Agora meu reino está seguro e bem protegido .Vou desfrutar de
algum tempo privado só com minha família.

Antes de ir para o retiro da floresta Pandu veio até seu irmão mais velho Drtarastra e disse,

Drtarastra,
não desejo deixar meu reino desprotegido. Por favor em minha ausência eu quero que você use a coroa. Você será
o Rei em meu lugar.
Drtarastra ficou muito satisfeito em ter a coroa em sua cabeça. Tão logo Pandu partiu, Drtarastra pensou
nos meios pelos quais ele pudesse manter aquela coroa. A coroa deveria ter sido sua, e seria sua se ele não
tivesse nascido cego. Ele era o mais velho. Ele desejava saber porque seu Karma o tratava deste modo, e ele
queria manter a coroa de qualquer modo que pudesse.

Pandu foi descansar com suas duas esposas. Lá na floresta eles encontraram-se cm o Rsi Kindal. Muitos
dias eles passaram ouvindo a sabedoria do Dharma da boca do Rsi. Depois de muitos dias aprendendo a
maravilhosa sabedoria e desfrutando do descanso do modo mais harmônico com suas esposas , um leão veio para
perto do eremitério onde eles estavam residindo.

Madri disse, Meu marido, olhe aquele leão lá.

Pandu imediatamente puxou seu arco e flechas e disse, Hoje trarei um troféu para vocês .

E ele correu para a floresta, O leão o levou a uma grande perseguição. Pandu corria logo atrás, mas o
leão escondeu-se na parte mais espessa. Então Pandu ouviu algo. Lá estava um agito nas folhas. Pandu puxou sua
e a lançou. Repentinamente ele ouviu o som de um ser humano chorando de dor. Pandu ficou surpreso com o
som. Ele correu pela floresta até onde a flecha tinha sido lançada. Lá ele viu que a flecha tinha passado pelo
coração do Rsi Kindal e de sua esposa.

Quando o Rsi agonizante viu Pandu ele disse, O que é isso? O Rei supostamente é para proteger seus
súditos, e aqui estou eu, um inocente ermitão da floresta. Este foi meu último tempo sozinho com minha esposa, e
agora fui atingido por uma flecha que era supostamente para proteger os súditos de Hastinapura.

O Rei disse, Perdoe-me Rsi. Eu ouvi o som e pensei que era um leão. Eu atirei a flecha no som.

-114


O Rsi disse,

Você não olhou e disparou a flecha, e matou eu e minha esposa! Eu o amaldiçôo! Quando
você tocar em sua esposa, ou se você mantiver uma mulher num abraço íntimo, você morrerá assim como eu estou
morrendo agora. Então o Rsi e sua esposa abandonaram seus corpos. Pandu olhava sem acreditar e chocado. Ele
retornou para o eremitério e levou suas duas esposas de volta para Hastinapura.
Imediatamente ele convocou uma assembléia de todos os sábios e seres eruditos do reino. Bhisma,
Drtarastra e Vidura se reuniram com todos os conselheiros da corte de Hastinapura. Pandu disse,

Sábios
conselheiros de Hastinapura, foi um acidente, mas a flecha do Rei matou o Rsi e sua esposa. Agora devo realizar
alguma penitência para expiar este horrível pecado de matar um Brahmin. Irei para a floresta realizar tapasya.
Drtarastra, meu irmão mais velho, você é atualmente o Rei. Você permanecerá Rei. Eu irei para a floresta fazer
sadhana.
Todos ficaram muito tristes em ver Pandu, Kunti e Madri caminhando para a floresta com os pés descalços.
Por alguns anos eles realizaram tapasya, fortes disciplinas espirituais de yoga e meditação. Um dia Pandu teve um
sonho. No sonho todos os Rsis estavam indo para o céu. Pandu também desejava ir com eles para o céu. Mas
eles disseram,

Onde você está indo? Você não pode ir para o céu porque ainda não pagou seu débito na terra.
Onde estão os filhos que realizarão as oblações funerais para você? Você não tem filhos. Você ainda não nutriu a
próxima geração de modo a fazer da terra um lugar um pouco melhor. Como pode ir para o céu?
Pandu ficou muito perturbado com este sonho. Quando ele despertou, perguntou para suas esposas. O que
farei? Não tenho filhos. Não posso ir para o céu, não importa quanta tapasya eu tenha executado.

Kunti disse,

Meu Senhor e marido, quando eu era criança eu servi Durvasa Muni. Ele deu-me um mantra
pelo qual eu posso ter um filho de qualquer Deus que eu escolher.
Pandu ficou muito feliz e disse, Use o mantra. Faça tapasya. Traga um filho para mim.
Kunti disse, Quem chamarei?
Pandu respondeu com grande excitação,

Chame Dharma. Peça a ele para ser o pai de nosso primeiro
filho.
Kunti sentou-se na floresta e começou a realizar a recitação do mantra. Dharma veio e deu-lhe um filho, e
Pandu ficou muito feliz. Pandu disse, Agora Kunti, chame Pavan, o Vento.

Kunti sentou-se novamente e chamou e Vento. O Vento veio e deu-lhe um filho. E Pandu disse,

Chame
Indra.
Kunti sentou-se novamente e chamou Indra. Indra veio e deu-lhe um filho. Então Kunti ensinou o mantra
para Madri. Madri chamou os gêmeos Asvin e ela teve dois filhos.

O primeiro filho nascido de Dharma foi chamado Yudhisthira. O segundo nascido do Vento foi chamado
Bhim. O terceiro, de Indra foi chamado Arjuna. O quarto foi Nakula e o quinto foi Sahadeva.

Enquanto isso o Rei cego, Drtarastra, casou-se com Gandhari, que amarrou seus olhos com um pano para
que assim ela compartilhasse da escuridão de seu marido. Juntos eles tiveram cem filhos. O mais velho foi chamado
de Duryodhana.

Os cinco filhos de Pandu cresceram na floresta, aprendendo a sabedoria dos pés dos Rsis. Um dia Pandu
estava sentado sob uma árvore perto de uma cachoeira meditando, quando Madri veio só tomar seu banho e pegar
água. Ela parecia bela. Ela tomou seu banho e estava toda molhada e fresca. Quando ela voltou da cachoeira
depois de pegar água, Pandu veio e a abraçou. Imediatamente ele caiu no chão e morreu. Madri e Kunti ficaram
muito tristes que seu marido tivesse morrido na floresta.

Os Rsis vieram ao lugar e realizaram os ritos funerais, depois do que Madri subiu na pira funerária,
fazendo-se uma Sati, uma mulher que deixa seu corpo mortal para acompanhar seu marido.

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deveriam ser tratados como membros da família real. Mas Duryodhana respondeu, Aqueles eremitas habitantes da
floresta não têm lugar em meu palácio. Esta é minha casa e eles não têm direito de ficar aqui.
Gandhari disse ao Rei, Por favor explique ao nosso filho que esta é a casa deles também. Eles têm todo
Aqueles eremitas habitantes da
floresta não têm lugar em meu palácio. Esta é minha casa e eles não têm direito de ficar aqui.
Gandhari disse ao Rei, Por favor explique ao nosso filho que esta é a casa deles também. Eles têm todo
Os Cinco Filhos de Pandu Retornam para Hastinapura

Kunti retornou para Hastinapura junto com seus cinco filhos, onde Bhisma os fez bem vindos em casa.
Drtarastra, o Rei, deu a ordem que os filhos de seu irmão não deveriam experimentar qualquer dificuldade e

o direito de ficar aqui. Mesmo Yudhisthira é o mais velho filho do Rei autorizado. Este reino por direito pertence a
ele. Por favor lembre-se meu marido, que seu irmão Pandu deu a você aquela coroa para usar como seu
representante. Por favor explique isso para nosso filho.
Drtarastra respondeu, Gandhari, se eu não tivesse nascido cego, o reino teria sido meu por direito. Como
posso convencer meu filho, quando eu mesmo não estou convencido? Ele é o filho mais velho do Rei. Como posso
dizer a ele que este não é o seu reino? Por que deveria ele ser privado de seu justo nascimento, como eu fui
privado do meu. Ele não nasceu cego. De qualquer modo eu tentarei instruí-lo a viver em harmonia.

Mas Duryodhana não queria ouvir.

Quando os meninos ficaram um pouco mais velhos, Bhisma os enviou para estudar com Krparacarya, o
Guru da família. Krparacarya disse,

Yudhisthira é o mais velho dos estudantes, e portanto ficará encarregado do
grupo. Isso fez Duryodhana ficar muito zangado, e ele começou a conspirar em como ele poderia livrar-se desses
cinco irmãos.
O irmão mais velho de Gandhari, Sakuni, estava também muito irado com Hastinapura. Ele queria que sua
irmã tivesse sido esposa de Pandu, e não de seu irmão cego, Drtarastra. Agora Sakuni queria que Duryodhana se
tornasse o Rei, e assim tentava envenenar a mente da criança. Ele sempre lhe dizia, Seu pai deveria ter sido o
Rei, mas ele nasceu cego. Seu irmão mais novo ficou com o reino em seu lugar. Mas você é o filho mais velho
do Rei. Quem deverá tomar o reino em seu lugar? Você deve se assegurar de que os filhos de Pandu não tomem

o reino de você, como o pai deles fez com seu pai. Você é o legítimo sucessor do Rei.
Todos sabiam que Yudhisthira, o filho de Dharma, era o mais velho filho da família e o filho do primeiro
Rei e portanto o legítimo herdeiro ao reino. Não somente ele era o herdeiro legítimo, mas também era o mais
capaz e adequado para guiar a nação.

Um dia quando eles eram crianças, Duryodhana convidou Bhim, o segundo filho de Pandu, para comer
pudim de arroz, no qual ele tinha misturado veneno. Bhim caiu inconsciente, e foi arremessado no rio. Quando ele
afundou no rio, alguns Nagas do fundo da água vieram e disseram ao Rei dos Nagas. Eles disseram,

A este
menino foi dado um veneno.
O Rei dos Nagas olhou para o menino e perguntou, De quem você é filho?

Bhim respondeu, Sou o filho de Kunti.

O Rei dos Nagas disse,

Kunti é minha neta. Ele imediatamente trouxe um antídoto para o veneno e deu
para Bhim, que ficou livre do efeito venenoso. Então ele pegou um grande elixir e disse, Beba isso, meu filho. Isso
dará a você a força de dez elefantes. Bhim bebeu.
Agora é melhor você voltar para casa, pois sua mãe deve
estar preocupada com você.
Bhim voltou para casa e contou aos seus irmãos,

Duryodhana convidou-me para comer pudim de arroz,
com o qual eu fiquei muito doente. Eles me jogaram no rio onde os Nagas me encontraram. Eles disseram que ele
tinha colocado veneno no pudim. Eu encontrei nosso Grande Avô que me deu algo para beber e disse que me
daria a força de dez elefantes.
Yudhisthira disse, esteja certo de que ninguém mais saiba sobre isso, Não fale sobre isso com ninguém.

Dronacarya tornou-se o professor de armamentos para todos os estudante. De todos os estudantes ele
amava Arjuna, pois Arjuna era sempre muito cooperativo e disposto a aprender. Ele treinava com seu arco dia e

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noite, e Arjuna tornou-se um mestre do arco e flecha. Deste modo os meninos cresceram todos juntos no eremitério
guiados por Dronacarya, mas lá havia sempre uma tremenda hostilidade e medo entre os filhos de Pandu e os de
Drtarastra.

Quando os meninos se graduaram na escola, seu Guru os levou a uma grande convocação para mostrar
aos cidadãos de Hastinapura o que seus estudantes tinham aprendido. Cada um deles mostrava sua coragem com
as várias armas que tinham estudado. Arjuna arremessou flecha após flecha. Ele fez chover. Fez o vento vir. Fez o
fogo queimar com a força de suas flechas. Dronacarya disse para a assembléia, Por isso eu declaro que em toda
a Índia não existe melhor arqueiro que Arjuna.

Repentinamente uma voz disse,

Pare! Dronacarya! Você ainda não me deu a chance de mostrar minha

coragem.
Quem é você jovem?
Meu nome é Karna.

Quem é sua mãe?

Se você quer julgar quem é o melhor arqueiro da Índia, não pergunte quem é minha mãe ou meu pai.
Não olhe meu nascimento ou meus pais. Olhe o modo como eu puxo o arco. Olhe o modo como eu arremesso

minhas flechas.
Krpacarya respondeu, Não, esta convocação é somente para filhos de reis e príncipes, e não para qualquer
um de qualquer casta ou qualquer disciplina. Não é permitido a você mostrar sua força aqui.
Duryodhana aprovou Karna e disse, Posso dizer que você é um bom guerreiro, e quero ser seu amigo.
Em minha infância meu pai me fez o Rei de Angadesa, e eu dou aquele reino para você em troca de sua
amizade.

Karna disse, Que generosidade! Eu lhe garanto que por toda minha vida serei seu amigo. Esta coroa é
sua; e a cabeça que usa esta coroa é para você. Você é a pessoa que falou em minha defesa, e eu darei minha
vida por você.

Assim Karna e Duryodhana tornaram-se bons amigos. Enquanto Duryodhana estava sempre conspirando em
como conseguir o reino e ser apontado como o Herdeiro do Trono, Karna desejava ser conhecido como o maior
arqueiro da Índia. Yudhisthira continuou em seu caminho do dharma. Todos os mentores, conselheiros e cidadãos de
Hastinapura se preocupavam sobre quem iria tornar-se o próximo Rei.

Yudhisthira Torna-se o Herdeiro do Trono

Algum tempo se passou. Bhisma veio até Drtarastra e disse, Rei, é hora de apontar o Herdeiro do Torno.

Drtarastra ficou apavorado. Ele se guardou de decidir sobre isso até que não pode mais esperar.
Convocando todos no grande saguão de assembléia, ele teve que curvar-se diante da pressão da comunidade e dos
anciãos, e apontou Yudhisthira como o próximo Rei.

Duryodhana fumegou de raiva. Ele não podia esperar até encontrar um meio de tirar Yudhisthira. Com a
ajuda de seu tio, Sakuni, ele preparou um grande palácio na floresta feito de resina, esperando atrair os cinco
irmãos para queimá-los. Ele foi ao seu pai, o Rei Drtarastra e disse, Pai, por que você não manda Yudhisthira
para um retiro na floresta, para se encontrar com todos os cidadãos da floresta?

Drtarastra concordou, Esta é uma idéia maravilhosa.

Duryodhana disse, Por que ele não leva os quatro irmãos com ele? Todos podem acompanha-lo. Mesmo
sua mãe, Kunti, pode ir junto também. Então todos os cidadãos se encontrarão com seu novo Rei, assim como com

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toda a família real. E não é só isso, eu pessoalmente preparei para eles um novo palácio. Onde ficarão
extremamente confortáveis.

Drtarastra disse, Que solícito você é. Por favor chame Yudhisthira.

Yudhisthira veio e o Rei deu-lhe uma ordem,

Vocês, filhos de Pandu, devem ir para a floresta, todos os
cinco juntamente com sua mãe. Fiquem alguns dias com os cidadãos moradores da floresta de nosso país.
Yudhisthira ficou muito contente de receber esta ordem. Ele ficou igualmente satisfeito de ouvir que
Duryodhana tinha preparado um palácio para sua estadia juntamente com sua família. Então Yudhisthira e sua família
se encaminharam para a floresta e foram ao novo palácio.

Este palácio tem só uma porta e não há janelas , disseram uns aos outros. Isto é muito estranho.
Então Vidura, o Primeiro Ministro, soube da conspiração para queimar toda a família Pandava na casa feita
de resina. Ele enviou a eles um cavador de túneis. O cavador veio e disse,

Vidura me enviou para preparar uma
rota de escape para vocês. Devo fazer meu serviço muito silenciosa e rapidamente. E todo dia e noite ele cavou
até que preparou o túnel.
Então um dia, Duryodhana enviou o sinal. Esta noite é a noite.

Quando aqueles inimigos vinham para colocar fogo na casa, Bhim disse para Yudhisthira,

Aí vêm eles.
Quando entrarem, nós mesmos colocaremos o fogo.
Kunti juntamente com os quatro Pandavas foram para o túnel e começaram a andar para um lugar seguro,
enquanto Bhim pegou a tocha para acender o fogo. Todas as pessoas que tinham vindo colocar fogo na casa foram
pegas dentro dela quando a casa queimou. Então Bhim desceu no túnel e os cinco irmãos escaparam juntamente
com sua mãe Kunti.

Bhim e Arjuna ficaram inflexíveis, e não iriam tolerar este insulto à família Pandava.

Isto não é o modo
de membros de uma família se comportarem, construir uma casa feita de resina sem portas ou janelas pela qual se
possa escapar.
Bhim e Arjuna decidiram imediatamente, Vamos atacar Hastinapura.

Não, disse Yudhisthira. Não vê que quando atacarmos Hastinapura, nosso Pitamaha Bhisma não terá outra
escolha a não ser defender o trono? Não vê que nosso Guru Dronacarya não terá outra alternativa a não ser
defender o reino? E Krpacarya, o Guru de nossa família, não teria ele também que defender o reino? Vocês
gostariam de levantar suas armas contra nossos Gurus? Contra nosso avô? Sejam pacientes!
Então Mãe Kunti disse,

Meus filhos, Hastinapura não tem nos dado nada mais que tristeza. Poderíamos
pensar que eles dariam para nossa família uma casa feita de resina para viver? Não temos necessidade de voltar
para Hastinapura. É melhor ficarmos como mendicantes na floresta que voltar para nossa capital.
Aderindo ao desejo da mãe, os cinco irmãos Pandavas vestiram-se no pano branco de ascetas Brahmins e
se retiraram para a floresta para proteger os cidadãos de seu país.

O Casamento de Draupadi

Um dia os cinco irmãos ouviram que o Rei Draupad estava chamando para o Svayambara, a cerimônia de
casamento de sua filha, Draupadi. Draupadi era uma princesa divina, nascida do próprio fogo sagrado, e os irmãos
Pandavas não puderam resistir em assistir e testemunhar a cerimonia de casamento de Draupadi. Vestidos de
Brahmins eles foram para o saguão da assembléia, onde os Reis da Índia estavam reunidos.

Índia. Ele pegou um peixe de madeira, e o prendeu a um alvo giratório no teto do saguão da assembléia. Ele
colocou um pote de água no centro do saguão e ordenou: Ergam o arco e aperte a corda no lugar, então o
O Rei Draupad anunciou, Quero que minha filha Draupadi se case com o melhor arqueiro de toda a

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arqueiro olhará o reflexo na água e arremessará sua flecha para acertar o olho do alvo giratório. Os reis da Índia
de cada vez tentaram acertar o alvo, mas ninguém foi capaz de sequer levantar o arco. Então Karna, o discípulo
de Parasuram, levantou-se. Ele ergueu o arco, ajustou a corda e fez pontaria. Então Draupadi disse, Pare, eu não

o reconheço como um Rei! Embora seu amigo Duryodhana tenha lhe dado um reino, você ainda é o filho de um
cocheiro! Eu não quero me casar com o filho de um cocheiro. Karna sentou-se.
Todos os outros Reis tiveram sua vez de tentar mas ninguém foi capaz de erguer o arco. Então Arjuna
vestido como um Brahmin, pediu permissão ao seu irmão Yudhisthira, Por favor, irmão, eu posso tentar?

Yudhisthira deu suas bênçãos. Então Arjuna pegou o arco, olhou na água embaixo, e atirou a flecha
exatamente no centro do alvo. A guirlanda da vitória foi colocada ao redor de seu pescoço, e Arjuna ganhou a
noiva.

Quando Duryodhana soube que Arjuna ganhou a noiva. Ele ficou muito admirado. Ele viu que os cinco
irmãos Pandavas não tinham morrido no fogo. Como é que eles ainda estavam vivos? Ele puxou sua espada e
correu para atacar. Junto com ele veio Karna, e seu irmão Dusasana. Duryodhana disse para Draupad,

Esta
assembléia é somente para Reis Ksatriyas! Com foi permitido a um Brahmin entrar? Isto não está de acordo com asregras! É um insulto aos reis da Índia!
Bhim disse para Yudhisthira,

Yudhisthira, leve Nalakula e Sahadeva para longe daqui. Eu os manterei
afastados. Assim Yudhisthira, Nalakula e Sahadeva saíram, enquanto Arjuna protegia a noiva e Bhim permanecia de
pé como um pilar não permitindo qualquer outro passar. Então Arjuna tomou as bênçãos do Rei Draupad, e com
seus irmãos levaram a noiva para a floresta para escaparem.

Quando Arjuna chegou ao eremitério, sua mãe, Kunti, estava preparando a comida lá dentro e ele chamou,
Mãe, nós conseguimos a coisa mais maravilhosa hoje!

A mãe disse da cozinha,

Compartilhe-a entre vocês cinco! Quando Kunti voltou-se para ver o que eles
tinham trazido, ela ficou muito surpresa de ver a princesa Draupadi. Ela ficou furiosa e disse,
O que? É uma
esposa uma coisa a ser possuída, a ganhar ou perder de acordo com a sorte do momento? Ou é uma
companheira com quem compartilhar os mais íntimos segredos de seu coração? Agora, como você viverá de modo
que as palavras de sua mãe não se tornem falsas, e assim que você não desgrace esta princesa que colocou a
vida ao seu cuidado?
Justamente nesse momento, Krsna chegou, e quando ficou a par da situação, ele explicou,

Este não é
momento para sofrimento. Lembre-se Draupadi, em sua última vida quando você realizou austeridades para o Senhor
Shiva, e quando Shiva estava pronto para lhe conceder uma bênção, você disse,
Quero um marido que seja o
ápice do Dharma, que seja forte como muitos elefantes, que seja o maior arqueiro, o melhor espadachim, e que
tenha beleza incomparável! Então Mahadeva disse,
Todas essas qualidades não podem ser encontradas num só
homem. E você respondeu, Shiva você perguntou-me o que eu desejava e eu lhe disse
Logo após Shiva disse,
Tata-stu, eu lhe concederei a dádiva!
Também lembre-se Draupadi, em sua encarnação como Sita, quando você foi prisioneira de Ravana,
repetidamente você orou a Shiva e disse,

Dê-me meu marido, dê-me meu marido Cinco vezes você repetiu. E
novamente Shiva concedeu aquela bênção. Assim, você não tem nada para ficar triste agora.

Assim Draupadi tornou-se a esposa dos cinco irmãos, mas de fato ela era a esposa de Yudhisthira.

Dois Herdeiros ao Trono

Veio o tempo dos cinco irmãos retornarem para Hastinapura. Em sua ausência, pensando que Yudhisthira
tinha morrido no fogo, Drtarastra tinha apontado Duryodhana como Herdeiro da Coroa. Quando Yudhisthira e seus
irmãos, junto com Kunti e Draupadi retornaram para Hastinapura, eles foram saudados com grande respeito por
Bhisma, Vidura, Dronacarya e Krpacarya, mas Drtarastra e Duryodhana não ficaram contentes de vê-los retornar. Agora
dois Príncipes tinham sido apontados como herdeiros do trono, e Drtarastra tinha que decidir quem seria o próximo
Rei de Hastinapura.

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Duryodhana foi ao seu pai e disse, Pai, acredite em mim, se você tirar meu direito de nascimento ao
reino e o der para Yudhisthira, eu me matarei. Sou o mais velho filho do legítimo herdeiro do trono. Não há razão
para você tirar minha autoridade. Você já me apontou como Príncipe Herdeiro. Não permitirei a Yudhisthira ter
qualquer parte do reino!

Yudhisthira em consulta disse, Drtarastra, você é o Rei. O membro mais velho de nossa família. A decisão
é sua. O que quer que você decida, eu aceitarei. Tudo que quero é harmonia e paz em nossa família .

Os cidadãos, Bhisma, Vidura, os Gurus, Dronacarya e Krpacarya, todos votaram a favor de Yudhisthira. Mas
Drtarastra sentia que ele tinha sido roubado de seu reino devido a cegueira, e ele não queria que seu filho fosse
privado do mesmo modo. Portanto, ele decidiu dividir o reino ao meio. Duryodhana ficaria em Hastinapura e aos
irmãos Pandavas, liderados por Yudhisthira, seria dado alguma terra na extremidade do reino.

Todos ficaram tristes de ver o reino dividido. Quando Yudhisthira levou seus irmãos para a terra que lhes
tinha sido dada, eles viram que foram levados para um deserto estéril. Sem nenhuma água. Era um solo
improdutivo, destituído de vida, que lhes tinha sido dado como metade do reino.

A Linhagem de Krsna

Em dias antigos, Kasyapa ia realizar um grande Yajña, e foi buscar por uma bela vaca cujo leite seria
desejável para o sacrifício. A medida que ele buscava e buscava, ele veio até a vaca de Varuna que era como a
Kama Dhenu, a vaca que concede os frutos de todos os desejos. Kasyapa pensou que o leite daquela vaca seria o
melhor para oferecer aos Deuses no sacrifício. Assim, ele pegou a vaca. Quando Varuna veio para casa, ele soube
que a vaca tinha sumido e começou a buscar sua vaca. Ele a encontrou perto do howan Kunda, o fogo sacrificial,
onde Kasyapa estava realizando o sacrifício junto com suas duas esposas, Aditi e Diti. Varuna ficou muito zangado,
e pegando um pouco de água em suas mãos ele amaldiçoou todos os três: Vocês têm tanta cobiça por vacas que
se tornaram ladrões! Desçam ao mundo dos homens e dêem nascimento a um rebanho de vacas! Com isso Varuna
arremessou a água neles, e a maldição caiu sobre os três.

Algum tempo depois Aditi deu nascimento ao nobre Indra, que cresceu cada vez mais forte e foi
reconhecido como Rei dos Deuses. Então Diti disse ao seu marido Kasyapa que ela também gostaria de ter um
filho. Kasyapa Muni falou para Diti praticar um voto muito sincero de disciplina, e quando Diti empreendeu o voto,
ela engravidou. Ela começou a se desenvolver no modo maternal. E seu corpo irradiava a luz de sua pureza.

Então Aditi disse para seu filho Indra, Meu filho, se você deseja meu bem estar, então encontre um meio
de destruir o feto no útero de sua madrasta. Meu filho, eu estou muito apreensiva de que o filho dela se torne
mais poderoso que você, e também que nosso marido a ame mais. Portanto, invente algum plano pelo qual
possamos causar a morte da criança dela.

Uma noite exatamente após a sua refeição, Indra foi até Diti e disse,

Mãe, Sei que você está
extremamente cansada das austeridades que tem feito. Por favor, deixe-me massagear seus pés.
Indra disse,

Mãe, você parece tão cansada de todas suas privações. Deixe-me massagear seus pés por
pouco tempo, e então você pode completar seu trabalho.
Indra começou a massagear os pés dela, e depois de um pouco de tempo Diti adormeceu. Como ela não
observava seu voto, isto tornou-se a chance de Indra. Ele adornou-se com seu corpo sutil e entrou no útero de Diti.
Então pegou seu raio e cortou o feto em sete partes. E cortou cada uma das sete partes em mais sete partes. E
então os quarenta e nove Maruts nasceram.

Quando Diti despertou ela viu o que tinha acontecido. Ela ficou muito zangada e amaldiçoou Indra que seu
domínio não se estenderia por mais tempo pelos três mundos. Desde agora ele teria sorte em manter sua soberania

Diti respondeu, Você é muito amável, mas ainda não completei todas as funções de meu voto. Primeiro eu
devo lavar minha boca após comer e então devo limpar antes de poder descansar.
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tornariam bons amigos de Indra, e o ajudariam a proteger o reino dos céus. Certamente sua maldição se frutificará.
Varuna Deva ordenou que nós três desçamos a terra, mas você será livre enquanto Aditi vive na prisão. Disse o
Certamente sua maldição se frutificará.
Varuna Deva ordenou que nós três desçamos a terra, mas você será livre enquanto Aditi vive na prisão. Disse o
sobre os céus. Mesmo seu puja não seria executado na terra. Entendendo que isso era uma falta de Aditi, ela
amaldiçoou Aditi também, e disse,

Seus filhos morrerão nem bem eles saiam de seu útero, e você viverá em uma
prisão experimentando medo e ansiedade!
Kasyapa Muni consolou Diti dizendo-lhe que seus filhos seriam muito poderosos e seres famosos. Eles se

Muni.

Mas a história da linhagem de Krsna vai antes mesmo deste tempo. Do coração de Brahma um filho
chamado Dharma nasceu. Ele era verdadeiro e sempre engajado em realizar ritos e cerimônias da Religião Védica.
Dharma casou-se com as dez filhas de Daksa, e juntos tiveram quatro filhos: Hari, Krsna, Nara e Narayana. Todos
os quatro eram manifestações de Visnu. Hari e Krsna ficaram na Divina Yoga, enquanto Nara e Narayana
manifestaram-se na terra e foram para Badrinath praticar tapasya.

Nara e Narayana e o Nascimento de Urvasi

Nara e Narayana se engajaram em tais austeridades que Indra ficou apreensivo. Ele enviou todas as hostes
do céu para tentar parar a meditação dos sadhus meditativos. A Primavera foi e causou uma brisa morna que
soprava das montanhas cobertas de neve, enquanto as hostes de celestiais Apsaras, virgens celestiais, começavam a
cantar suavemente e a dançar fazendo gestos amorosos. Amor se escondeu atrás de uma árvore esperando a
oportunidade para arremessar suas flechas.

Nara e Narayana despertaram da meditação e pensaram que era muito estranho o inverno ter passado tão
rapidamente. Então eles viram dez mil belas donzelas celestiais vindo em direção a eles e fazendo gestos sedutores,
e Narayana imediatamente reconheceu que isso era trabalho de Indra. Ele ficou irado e bofeteou sua coxa, e da
coxa saiu a bela Urvasi. Vendo a radiante beleza de Urvasi, as donzelas celestiais ficaram envergonhadas.

Vocês
digam a Indra que se estivéssemos interessados em prazeres físicos, nós mesmos poderíamos arranjar! Agradecemos
a ele por pensar em nós, mas ele pode arranjar sedução para os outros, não para nós. Levem esta jovem Urvasi
para Indra como um presente dos dois sadhus que têm repulsão por seu comportamento ciumento! E pensar que é
o Rei dos Deuses!
As dez mil jovens do céu ficaram extremamente impressionadas pelo poder de auto controle dos dois
sadhus.

Ó Munis disseram elas.
Não tínhamos idéia do poder de sua tapasya. Indra nos enviou aqui para
perturbar sua meditação, mas por favor não se zanguem conosco. Tomamos refúgio em vocês e rogamos por sua
misericórdia.
Não estou zangado com vocês. Respondeu Narayana.
Vocês estão somente realizando suas tarefas. Vocês
não precisam pedir misericórdia. Peçam bênçãos.
Então as dez mil jovens disseram,

Ó Narayana, nunca vimos tanta generosidade da parte de ninguém. Não
somente você é forte e cavalheiro, mas você é auto controlado e generoso. Se você é tão amável em nos
conceder bênçãos, então todas nós gostaríamos de maridos como você. Você se casaria com todas nós? Que outra
dádiva poderíamos pedir?
Narayana respondeu,

Vocês podem ver que nesta vida estamos muito engajados em realizar tapasya.
Portanto, nós somos incapazes de realizar seus desejos no momento. Mas desde já eu concedo uma dádiva, na
Dvapara Yuga na forma de Krsna eu satisfarei seus desejos. Agora voltem ao céu com Urvasi, e diga a Indra que
eu me casarei com vocês em algum tempo na história quando me for conveniente. Diga-lhe para deixar-me sozinho
até então.
As maldições de Sadgarbha

Svayambhuva Manu teve seis filhos com sua esposa Urna. Um dia Brahma olhou para Saraswati muito
amorosamente e fixou cheio de paixão. Saraswati ficou surpresa de ver seu pai em tal condição e começou a
correr. Brahma esqueceu de si mesmo e correu atrás dela. Ela viu que ele estava sério e correu mais rapidamente.

-121


Ela correu passando por aqueles seis filhos de Svayambhuva Manu, seguida por seu pai Brahma, em quente

perseguição.

Quando aqueles seis viram Brahma em tal condição, eles começaram a rir:

Olhe aquele velho homem
cheio de paixão, perseguindo a própria filha ao redor dos céus! Há algum limite ao egoísmo do homem? Você pode
imaginar um homem velho como este tão enamorado que quer desfrutar de sua própria filha? Pode ter algo mais
ridículo que isso?

Brahma ficou muito embaraçado por ter se tornado o objeto do riso dos meninos. Então ele disse,

Vocês
não entendem o que é estar sob o domínio do desejo. Mas vocês ousam rir de um homem velho? Eu amaldiçôo
vocês. Nasçam na forma de ashuras!

Brahma pegou Saraswati, e entre outras distinções, ele foi o primeiro a se casar com a própria filha. A
Consciência Criativa se casou com o Conhecimento. E os seis filhos de Svayambhuva Manu renasceram na casa do
demônio Kalanemi. Em seu segundo nascimento eles incarnaram na casa do Rei demônio Hiranyakasipu. Nesta vida
eles recordaram sua maldição por Brahma e realizaram muitas austeridades. Brahma ficou satisfeito com eles e os
abençoou com a invulnerabilidade aos Deuses, humanos, Nagas e Gandharvas. Porque eles receberam aquela dádiva
de Brahma, seu pai, Hiranyakasipu, sentiu que seus filhos tinham o desconsiderado. Ele ficou furioso e os
amaldiçoou, Vocês nascerão um após o outro do Útero de Devaki. E seu pai de seu nascimento anterior, Kalanemi,
renascerá como o malvado Kamsa. Ele será um homem muito malvado e irá matar vocês tão logo vocês nasçam!

-122


O Nascimento de Krsna

Surasena, Ugrasena e Devaka eram três primos nascidos em Mathura na linhagem que tinha sido
estabelecida pelo Rei Satrughna, o irmão de Rama. Ugrasena tornou-se o Rei de Mathura. Ele tinha um filho
chamado Kamsa, a encarnação do próprio mal, o malvado demônio Kalanemi. Kamsa cresceu para ser odiado e
temido por todo o reino. Embora o Rei Ugrasena fosse completamente puro e um amante do dharma, as pessoas
oravam por proteção das violações de seu filho Kamsa.

Surasena tinha um filho chamado Vasudeva, a encarnação de Kasyapa Muni, e Devaka tinha uma filha
chamada Devaki, a encarnação de Aditi.

Quando Kamsa ficou com mais idade, ele desenvolveu poder suficiente para encarcerar seu pai e usurpar o
trono, e então sua supressão de dharma começou intensa. Kamsa proibiu a adoração dos Deuses e todos os ritos e
cerimônias Védicas. Ele aprisionou muitos Rsis, matou muitos outros, e de muitas maneiras fez seu antagonismo à
religião bem conhecido. Nesta época havia muitos outros reis malvados nascidos sobre a terra, e Kamsa fez alianças
com todos eles. Juntos eles oprimiam as pessoas da terra, até mesmo a Deusa Terra apelou ao Senhor Visnu para
encarnar na terra em sua forma de Krsna para aliviar os sofrimentos da humanidade.

Um dia Kamsa veio até Vasudeva e disse, Gostaria que você se casasse com Devaki.

Vasudeva respondeu, Eu já sou casado com Rohini.
Isto não importa, disse Kamsa.

Você irá tomar Devaki também e fazer nossa casa poderosa.
Vasudeva se casou com Devaki. Quando eles completaram a cerimônia de casamento, uma voz disse dos
céus, Kamsa, o oitavo filho desta união será a morte para você.

Kamsa puxou sua espada e estava para matar Devaki.

Você não pode matar uma mulher desarmada, sua
própria parente, especialmente no dia do seu casamento! disse Vasudeva.

Eu darei a você todas as crianças desta
união, mas poupe a vida de minha esposa.
Então o Rei Kamsa ordenou que Devaki e Vasudeva fossem colocados na prisão, e todas as crianças
nascidas dessa união fosse entregue a ele imediatamente. Tão logo a criança nascia o malvado Kamsa era
informado. Ele vinha acompanhado de seus soldados, e forçosamente tomava a criança recém nascida de sua mãe,
e batia com a sua cabeça contra a parede. Deste modo as seis crianças foram mortas, para a angustia dos
parentes aprisionados, conforme as maldições de Varuna Deva e do demônio Hiranyakasipu.

No final do Ramayana, Laksman, que era a encarnação de Ananta, a serpente sobre quem o Senhor Visnu
repousa no Oceano da Pureza, disse para seu irmão mais velho, Rama,

Respeitável Irmão, nesta encarnação eu lhe
causei muito sofrimento e dor, muitos problemas porque sou seu irmão mais novo. Porque sou mais jovem, você tem
sempre que olhar por mim e salvar-me de condutas imprudentes que eu venha a cometer. Em nossa vida seguinte,
conceda-me a dádiva de vir como seu irmão mais velho, assim posso servi-lo e protege-lo como você tem feito por
mim.
Rama concordou, e agora a pura Devaki engravidou de sua sétima criança. Mas Devaki temendo pela
conduta de seu primo Kamsa, matando todas as suas crianças quando ele as encontrava, e através da Maya de
Yoga, ela transferiu o feto para Rohini. Assim Rohini deu nascimento ao nobre Balarama, enquanto Kamsa se
alegrava por Devaki ter abortado.

Rohini ficou com muito medo de Kamsa na casa de Nanda Rao e sua esposa Yasoda na aldeia de
Gokula, junto com seu bebê Balarama. Nesta época a Divina Mãe Yoga Maya entrou no útero de Yasoda. Na
mesma época a encarnação do Senhor Supremo, Visnu entrou como Krsna no útero de Devaki.

Era o oitavo dia da quinzena escura do mês de Sravana, quando Devaki, na prisão deu a luz a bela
criança, Krsna. Quando a criança saiu do útero, ambos, Mãe e Pai viram que ele era de fato o Senhor Visnu.
Então Vasudeva pegou a criança em seus braços, ao que ele ouviu uma voz celestial proclamando,

Os portões
estão abertos Vasudeva. Os guardas estão dormindo. Leve a criança até a casa de Nanda Rao em Gokula. Yasoda
deu a luz à encarnação da Mãe Divina. Troque seu bebê com o dela, seu filho é destinado a grandeza. Corra,
Vasudeva, corra!
-123


Vasudeva envolveu a criança num linho branco, e correu para a margem do Rio Jamuna. Caía uma chuva
torrencial, e a serpente Ananta manteve seu capuz aberto para proteger a criança na fuga. Vasudeva chegou em
Gokula e entrou na casa de Nanda Rao. Ele trocou seu bebê Krsna pela menina que nasceu de Yasoda. Então ele
voltou para a cela da prisão em Mathura. Imediatamente os guardas despertaram e correram para avisar Kamsa do
oitavo filho de Devaki, uma menina. Kamsa começou a rir. Então ele lembrou-se da voz celestial e decidiu que
mesmo sendo uma menina deveria ser morta. Ele foi até a prisão e arrancou o bebê dos braços de Devaki. Então
aquela criança voou e tomou a forma da Deusa de oito braços, Durga. Ela disse,

Pecador Tolo, por que tenta
matar-me? Seu matador já nasceu. Ninguém pode escapar da vontade do Karma. Então ela desapareceu nos céus.
Kamsa ficou com medo e enviou seus soldados para matar todos os bebês nascidos naquele dia em
Gokula, mas miraculosamente a criança Krsna escapou. Então ele enviou muitos demônios com terríveis poderes para
matar o bebê Krsna, mas a criança matou todos os demônios que vinham. Assim Kamsa decidiu esperar uma época
mais favorável.

As Encarnações de Deuses e Ashuras

Brincando na Lila da história de Shri Krsna, muitos Deuses e ashuras se manifestaram para tomar parte
neste drama. Shri Krsna era a manifestação de Narayana, o filho de Dharma e representante do Supremo Senhor
Visnu. Balarama era a encarnação de Ananta. Vasudeva foi a manifestação de Kasyapa Muni, Devaki de Aditi e
Rohini de Diti.

Yudhisthira nasceu de Dharma, Bhim de Vayu, o poderoso Arjuna era o filho de Indra e encarnação do
irmão mais novo de Narayana, Nara. Nakula e Sahadeva nasceram dos dois gêmeos Asvins. Karna veio do Sol,
Vidura de Yama, Dronacarya de Brhaspati, e seu filho Asvatthama era a encarnação parcial de Rudra Deva. Santanu
era a encarnação de Maha Bisa que veio de Sagar, o Oceano, e Ganga veio por si mesma como a sua esposa.
O filho deles, Bhisma foi de fato o mais velho dos Vayus chamado Dyau; Virata conhecido como Matsya Raja, era
parte da encarnação dos Maruts; Drtarastra nasceu do Daitya Hamsa, o filho de Aristanemi. Krapacarya veio dos
Maruts. Duryodhana de Kali (Escuridão), e Sakuni de Dvapara. Dhrstadyumna era a encarnação do Fogo, Sikhandi de
Raksasa. Pradyumna de Sanat Kumara, e o Rei Draupad era uma encarnação do Senhor Varuna. Draupadi veio de
Laksmi, seus cinco filho dos Visvadevas, Kunti veio de Mati, e as dez mil esposas de Krsna vieram das Asaras que
foram prometidas em casamento por Narayana.

Entre os Ashuras, Sisupala era a encarnação de Hiranyakasipu, Jarasandha de Viprachitta, Salya de Prahlad;
Kamsa nasceu de Kalanemi, e Kesi de Hayasira. Muitos outros ashuras se manifestaram durante o tempo de Shri
Krsna. para a iminente batalha entre dharma e adharma.

Krsna Eleva a Montanha Govardana

Um dia todos os cidadãos de Nandagam, que era a aldeia na qual Krsna cresceu, se reuniram para
realizar um grande Puja. A jovem criança Krsna perguntou? Que puja vocês estão fazendo?

Eles disseram,

Estamos fazendo um puja para Indra, para que ele traga chuva.
Krsna disse, Por que vocês deveriam fazer um puja para Indra? Façam o puja para alguém que merece
receber um puja. Por que Indra? As chuvas vêm das estações. A chuva não vem de Indra. Façam o puja para as
vacas. As vacas estão sempre nos dando alimentos. Façam o puja para a planta Tulasi. A planta Tulasi é sempre
tão doce e nos perfuma. Indra às vezes está feliz, às vezes triste, constantemente coloca obstáculos no caminho dos
Sadhus, que estão se esforçando para a perfeição da meditação. Por que fazer um puja para Indra?

Os cidadãos de Nandagam não puderam argumentar com Krsna, assim Krsna organizou um puja e mostrou
a eles como fazer adoração às vacas e à planta Tulasi. Indra ficou ofendido por este insulto e disse,

Mostrarei
àqueles cidadãos da floresta! Mostrarei a Krsna! E ele fez chover. E choveu tão pesadamente que não havia lugar
onde se abrigar. Todos os cidadãos vieram até Krsna e disseram,
Krsna, o que faremos? Está chovendo muito. Nós
ofendemos Indra. Ele está zangado conosco. O que faremos? Onde nos tomaremos refúgio?

-124


Com um dedo a criança Krsna ergueu a Montanha Govardana e a manteve no alto do céu, fazendo um
enorme guarda-chuva da montanha. Todos os cidadãos da floresta vieram e ficaram sob a montanha juntamente com
seu gado, suas vacas, e todos os seus animais. Krsna disse, Certo, deixe chover. Mas não vamos nos curvar para
Indra. E ele manteve a Montanha Govardana no alto enquanto a chuva caiu por quarenta e oito horas
continuamente, causando grandes inundações ao redor. Mas todos os cidadãos ficaram secos, eles não tiveram
dificuldades de qualquer tipo. Não importava quão forte Indra fazia chover, ele não conseguia fazer Krsna sair de sua
posição. Finalmente Indra reconheceu que todo seu poder não era nada comparado ao poder de Krsna. Então Indra
apareceu para Krsna com as mãos postas e disse,

Eu sinto muito por essa ofensa. Por favor perdoe-me. Eu vi
que meu poder não é nada comparado ao seu.
Krsna respondeu,

Estou satisfeito com sua humildade. Pare a chuva. E Indra respondeu,
Krsna, sempre
proteja meu filho, Arjuna. Sempre esteja com ele e certifique-se de que ele não terá dificuldades na terra.
Krsna disse,

Tata-stu! Eu lhe concederei esta dádiva. Então todos os cidadãos saíram debaixo da
Montanha e olharam a frescura da floresta, enquanto Krsna colocava a Montanha em seu lugar original.
A Morte de Kamsa

Quando o Senhor Krsna e seu irmão mais velho Balarama tornaram-se jovens homens, Kamsa ficou louco
de medo de quando sua morte viria. Ele não podia esperar mais tempo. Finalmente enviou um convite aos meninos
de Gokula para que estivessem presentes na arena real em Mathura.

Quando os dois jovens chegaram, Kamsa já tinha preparado todo tipo de deslealdade para assegura a
morte deles. Um elefante louco foi para atacá-los, os mais fortes guerreiros do país lutaram com eles, e muitos
meios incorretos foram empregados para matar os dois jovens vaqueiros. Mas os dois jovens meninos eram
invencíveis a tudo. Eles derrotaram o elefante e todos os outros guerreiros. Então Krsna ergueu Kamsa do trono real
e o arremessou no ar, fazendo o malvado rei cair e morrer.

A nação se alegrou com a morte de Kamsa, e Krsna imediatamente foi para a prisão onde libertou seus
pais, libertou o Rei Ugrasena e o restituiu ao seu trono, libertou todos os sadhus que estavam presos. Mais uma
vez as regras de dharma foram restabelecidas no Reino de Mathura.

Algum tempo depois da reunião com seus pais, Krsna e Balarama foram enviados para a casa do Guru
Sannidhapani. Eles cresceram no ashrama d Guru e receberam treinamento em todos os ramos de conhecimento das
tradições dos reis e Rsis.

Os Pandavas em Indraprasta e o Sacrifício Rajasuya

Os cinco irmãos Pandavas foram para o seu novo reino no meio do deserto. Bhim ficou muito zangado e
disse, O que é isso? O que faremos com este deserto? Eles têm o reino. Têm os palácios e tesouros cheios de
ouro. Eles têm a cidade cheia de cidadãos e táxis. E nos deram este deserto desolado, sem água, nem vegetação.
Vamos voltar para Hastinapura e lutar.

Yudhisthira, o filho de Dharma disse,

Pare! Iremos ter bastante coisa a fazer. Vamos lutar. Devotar nossa
energia para construir um propósito. Vamos construir nós mesmos um reino.
Assim eles se sentaram, com os Rsis e Munis da floresta e acenderam o fogo sagrado, e começaram o
sacrifício para purificar a terra. Então Krsna junto com seu irmão Balarama vieram e ofereceram ajuda para eles
construírem o reino. Krsna disse para Balarama pegar seu arado e arara os campos. Ele disse para Visvakarma, o
arquiteto dos Deuses, se unir nos esforços, e instantaneamente os campos ficaram arados, as sementes foram
semeadas, rios e correntes fluíam, o cultivo e as árvores cresciam, e um magnífico palácio foi construído da terra, e
uma cidade com beleza além da comparação. Esta cidade muito bela foi chamada de Indraprasta.

Os irmãos se mudaram para a cidade e então Krsna disse,

Agora Yudhisthira, conquiste toda a Índia.
Realize o sacrifício Rajasuya.
-125


Assim Yudhisthira enviou Bhim, Arjuna, Nalakula e Sahadeva por toda a extensão da Índia. E todos os reis
reconheceram Indraprasta como a suprema autoridade de todos os reis, e Yudhisthira como o Imperador de Todos os
reis. O exército vitorioso marchou de volta para Indraprasta, e então convites foram enviados a toda a Índia,
convidando todos os reis para coroar Yudhisthira como o rei dos reis, o sacrifício Rajasuya. Os mensageiros vieram
em Hastinapura, e convidaram Drtarastra, Bhisma, Vidura, Dronacarya, Krpacarya e Duryodhana e outros da família,
que todos viessem testemunhar o esplendor de Indraprasta, e participar do sacrifício Rajasuya. Todos os reis da Índia
reconheceram Yudhisthira como o Rei dos Reis.

Arjuna Casa-se com Subhadra e o Nascimento do Deus do Amor

Após os irmãos Pandava realizarem o sacrifício Rajasuya, Balarama, o irmão mais velho de Krsna, foi até
seus pais, Vasudeva e Devaki, e disse,

Vocês sabem, eu tenho estado pensando sobre nossa irmã, Subhadra. Ela
é uma excelente gema entre as mulheres, e estou pensando que o Herdeiro do Trono de Hastinapura, Duryodhana,
seria um marido adequado para ela. Assim, se vocês estão de acordo, vamos em frente e marquemos o casamento.
Vasudeva e Devaki, os pais, concordaram com ele. Então Krsna enviou uma mensagem urgente para Arjuna: Arjuna,
venha rapidamente e vá diretamente ao Templo da Deusa Gauri do lado de fora dos portões da cidade. Eu
asseguro que Subhadra estará lá, e então a leve embora com você. Eu não quero que Subhadra se case com
Duryodhana. Ela será feliz com você. E Krsna adicionou uma pequena anedota. Ele disse, Quando você dirigir em
sua carruagem certifique-se de que Subhadra detém o domínio.
Arjuna recebeu a mensagem e montou em sua carruagem, e foi diretamente para o templo de Gauri, fora
dos portões da cidade. Era a manhã justamente antes do casamento proposto, e Subhadra, vestida em sua finas
roupas de casamento foi adorar a Deusa e orar por salvação. Ela não queria se casar com Duryodhana. Quando
ela acabou a oração, caminhou para fora do templo, quando viu Arjuna dirigindo sua carruagem puxada por cavalos
brancos. Arjuna parecia a salvação encarnada. Em suas mãos ela segurava a guirlanda de casamento, a qual tinha
sido abençoada pela Deusa, e ela olhou diretamente nos olhos dele e colocou a guirlanda em seu pescoço. Arjuna
disse, Vamos voltar para nossa Cidade de Indraprasta. Com grande alegria Subhadra montou na carruagem e Arjuna
disse, Aqui estão as rédeas Subhadra, você guia os cavalos.

Subhadra pegou o domínio e começou a guiar, enquanto os guardas que estavam atendendo a princesa
não podiam fazer nada. Eles correram de volta ao palácio e disseram a Balarama que Arjuna veio e roubou a
noiva. Balarama ficou extremamente furioso.

Aquele Arjuna nunca irá parar sua inimizade com Duryodhana. Toda vez
que eles se juntam . há sempre um conflito de alguma espécie. Agora ele roubou a noiva. Irei junto com meu
exército e os alcançarei, e irei ensinar aquele Arjuna uma lição.
Justamente então Krsna veio e perguntou, Guardas, quem estava guiando a carruagem e quando partiram?
Os guardas responderam,

A princesa estava dirigindo a carruagem. E Krsna disse,
Balarama, parece que Subhadra
roubou Arjuna, e não que Arjuna roubou Subhadra. Detenha seu exército, baixe suas armas. Não haverá luta aqui.
Nossa irmã escolheu seu noivo. Ela exerceu o direito dela de como uma princesa real escolher seu próprio marido.
O filho de Arjuna e Subhadra foi Abhimanyu. E Abhimanyu foi abençoado pelo Senhor Shiva, pois
Abhimanyu era Kamadeva, o Deus do Amor.

A Fraude no Jogo de Dados

Duryodhana se queimou de inveja e ira. Aquelas pessoas tomaram metade do meu reino e ainda o fizeram
ficar melhor que o meu. Ele não podia pensar em outra coisa anão ser conspirar em como ele poderia privar seus
primos do reino deles. Ele decidiu, junto com seu tio Sakuni, que eles convidariam os irmãos Pandava para jogar
dado. Sakuni era mestre em malandragem e fraude, especialmente jogando com dado carregado, e era uma tradição
entre os Reis da Índia nunca recusar um convite para o dado. Como um guerreiro que nunca deve recusar umconvite para a batalha, similarmente os reis da Índia nunca podiam recusar um convite para o dado.

Bhim disse para seu irmão, Não vá. Eles irão trapacear e nós certamente seremos enganados.
-126


Yudhisthira disse,

Hastinapura é a casa de nossa família. Como podemos duvidar de nossa família? Nós
devemos ir. É a honra dos reis. Onde Bhisma está presente, onde Dronacarya está presente, onde Krpacarya está
presente, e onde Vidura está presente eles irão permitir que sejamos enganados? Nós somos a própria família deles!
Assim falando, os cinco irmãos Pandavas juntamente com Draupadi, foram para Hastinapura, e entraram no
jogo de dados. Sakuni, o trapaceiro, trapaceou em toda rodada do dado. E uma rodada após outra, era dobrar ou
nada. As apostas cresceram e cresceram até que Yudhisthira apostou o Reino de Indraprasta. E quando ele perdeu

o reino, apostou seu irmão Nakula. Quando perdeu Nakula, apostou Sahadeva. Quando perdeu Sahadeva apostou
Arjuna. Quando perdeu Arjuna apostou Bhim e quando perdeu Bhim apostou a si mesmo. Quando se perdeu apostou
Draupadi. E quando perdeu Draupadi não havia nada para apostar.
Vidura disse para Drtarastra,

Ó Rei, uma filha de nossa família, a Rainha de Indraprasta, não é um item
a ser apostado. Ela não é uma coisa, uma propriedade, que possa ser comercializada, comprada ou vendida. Ela é
a Rainha da terra.
Mas Karna lembrou-se do dia quando ele ergueu o arco na assembléia de casamento e ela disse, Eu não
me casarei com o filho de um cocheiro. E relembrando esse insulto ele disse,

Qualquer senhora que é casada
com cinco homens não é uma senhora. Ela é uma prostituta, e não merece mais respeito que qualquer outra
prostituta. Nós a ganhamos justa e honradamente! Por que não traríamos nosso prêmio em nossa presença!
Duryodhana pensou que era uma boa idéia e ordenou,

Dusasana, traga Draupadi aqui na assembléia. Nós
a ganhamos justa e honradamente. Traga-a aqui! Ela agora me pertence!
Dusasana imediatamente foi ao
apartamento de Draupadi e disse,
Draupadi, você está sendo chamada ao saguão de audiência na frente do Rei ,
Bhisma, Vidura, Dronacarya e Krpacarya. Você foi perdida num jogo de dados, e agora você é propriedade de
Duryodhana. Venha diante de seu mestre!
Draupadi disse, Dusasana, eu tenho meu período menstrual agora, e não posso sair para encontrar-me com
qualquer de nossos anciãos conforme os costumes de nossa família. Assim como posso ir? Eu nem mesmo posso
tocar os pés das senhoras mas velhas. Como posso ir diante do Rei?

Dusasana disse,

Não temos tempo para esse tipo de problema agora. Você vem comigo ou a arrastarei
pelo cabelo.
Draupadi disse,

Dusasana, sou a rainha da Família Real deste país, e você é meu irmão mais novo. Se
você me arrastar pelo cabelo, há cinco Pandavas que irão vingar esse insulto. Não pense que você irá longe com
isso.
Dusasana respondeu,

Aqueles cinco Pandavas agora são escravos de Duryodhana. Eles também foram
perdidos no jogo de dados! Agora ou você vem comigo por bem ou a arrastarei pelo cabelo.
Draupadi disse,

Dusasana, isso não é jeito de falar com sua irmã mais velha ou com a rainha. Não
pense que irá conseguir algo com isso.
Dusasana a agarrou pelo cabelo e disse, Agora pare de falar e venha comigo.

Ela disse,

Eu não vou! E ele começou a arrasta-la pelo cabelo. Ele a arrastou até o saguão para a
assembléia de todos os anciãos, onde ela caiu ao chão. Ele continuou a arrastar, enquanto os cinco irmãos
Pandavas ouviam ela gritar pedindo ajuda, mas eles estavam impotentes. Krpacarya parecia repugnar, mas ele era
impotente para falar, Dronacarya observava em completa repulsão, ainda que fosse impotente para fazer alguma coisa.
Bhisma agarrou sua espada irado, ainda que fosse impotente para falar, devido ao seu voto de proteger o Rei de
Hastinapura.
Quando Draupadi foi arrastada para o meio da assembléia, ela disse em tons lamentáveis.

Anciãos de
Hastinapura, o que aconteceu ao Dharma em nosso país? É este o modo de tratar a Rainha de Hastinapura? É
este modo de vocês tratarem uma filha de sua família? É este o modo de se tratar um ser humano?
Duryodhana respondeu,

Você agora é minha propriedade! Você não merece qualquer respeito que eu deva
dar a você. Você foi apostada e perdida num jogo de dados, e agora você me pertence.

-127


E Karna disse, Bem, se ela é realmente uma prostituta, vamos ver como ela parece se qualquer roupa.

Duryodhana disse, Está é uma idéia maravilhosa. Dusasana, tire o sari dela!
E Draupadi disse,

Nenhum de meus cinco maridos heróicos irão me ajudar? Bhisma, o protetor do
Dharma? Vidura, o ministro sábio e capaz. Ninguém virá socorrer-me?

Dusasana agarrou o final do sari dela e começou a puxar. Draupadi orou, Ó Krsna, nenhum dos membros
de minha família pode me ajudar. Krsna, eu tomo refúgio somente em você.

Dusasana puxava o sari e Duryodhana ordenava, Puxe, Dusasana, puxe! Tire o sari dela.

A medida que Dusasana puxava o sari dela, Draupadi girava e girava, e quando ela olhou para cima, lá
estava Krsna de pé na galeria colocando mais pano à sua roupa. Ele concedeu a ela a dádiva da roupa infinita.
Dusasana puxava o sari e continuava a puxar e a roupa se amontoava e amontoava, até encher metade da sala.
Todos se olharam sem acreditar. De onde tinha vindo toda aquela roupa? Não importava quanto Dusasana puxasse,
ele não podia tirar a roupa. A roupa ficava mais e mais longa, até que ele caiu no chão exausto.

Gandhari, a Mãe de Duryodhana, ouvindo a comoção, veio até o saguão da assembléia com pressa e
perguntou, O que é isso? Você deseja tirar as roupas de uma mulher da família real em público? É desta maneira
que o meu filho foi criado? Você está tentando insultar as mulheres desta casa? Aqui, tire minhas roupas! Isso é
um ultraje! Você não sabe que se esta mulher de nossa família quiser ela pode amaldiçoa-lo? Com uma palavra de
seus lábios, ela pode parar a chuva! Ela poderia secar todos os vegetais, todas as colheitas de todas as fazendas
do reino com uma palavra de seus lábios! E aqui está você a insultando? Drtarastra, você é o Rei sentado em seu
trono. Seu dever é proteger os cidadãos de nosso país. E aqui, justamente diante de seu trono, este ultraje está
acontecendo?

Drtarastra chamou Draupadi,

Venha aqui, venha para peto de mim. Draupadi, em lágrimas e tristeza, veio
ao pé do trono. Drtarastra disse,
Draupadi, não nos amaldiçoe. Por favor contenha sua ira. Não amaldiçoe o trono
de Hastinapura. Eu lhe darei três dádivas. Qualquer coisa que você queira!
Draupadi com soluços disse, Eu não irei amaldiçoa-lo. Primeiro, eu não quero ser escrava de Duryodhana.

Drtarastra disse, Eu lhe concedo este desejo. Você está livre.

E então ela disse, Quero que os cinco Pandavas sejam livres também.

O Rei disse, Eu lhe concedo este desejo. Eles estão livres.

E então Draupadi disse, Por favor dê a eles as suas armas de volta.

Ele disse, Eu lhe concedo este desejo. Eles podem ter as armas de volta. Escolha alguma coisa mais.
Tome de volta seu Indraprasta.

Draupadi disse, Não, você me deu três dádivas. Eu as tomei. Nós estamos livres e temos nossas armas.
Não precisamos aceitar nosso reino como caridade. Nós tomaremos nosso reino por nós mesmos

pela força das
armas. Ksatriyas guerreiros não tomam um reino com um presente. Os heróicos Pandavas irão retomar o reino deles
com o sangue dessa enganosa escória!
Os cinco Pandavas foram libertados e foram com Draupadi para o apartamento de sua mãe Kunti.

Enquanto isso, Duryodhana foi até Drtarastra. Ele disse, Pai, eu ganhei aquele reino justa e honradamente.
Todos estavam presentes. Ninguém falou. Ninguém disse que Yudhisthira não tinha autoridade para jogar. Bhisma
estava lá. Você estava lá. Vidura estava lá. Dronacarya estava lá. Krapacarya estava lá. Todos viram. Ninguém falou
pois esperavam que Yudhisthira vencesse. Ninguém disse nada. Mas quando eu venci e me tornei vitorioso, então
eles disseram,

Não, isso não foi justo! Yudhisthira nunca reclamou em qualquer tempo. Ele se manteve apostando e
apostando. Agora você deu todas as minhas conquistas de volta. Por que eles não deveriam ser meus escravos?
Sou o filho mais velho do Rei legítimo! Sou o legítimo herdeiro ao reino e eu venci! E você deu de volta todas as
minhas conquistas. Não foram suas as conquistas que você deu de volta. Que tipo de pai é você?
-128


Então Drtarastra chamou Yudhisthira e disse,

Yudhisthira, meu filho venceu legalmente. Embora eles tenham
fraudado no jogo de dados, ninguém falou contra isso. Portanto eu digo que os irmãos Pandavas irão ficar doze
anos exilados na floresta, e irão ficar no décimo terceiro ano se escondendo. Se eles não forem encontrados
naquele décimo terceiro ano, naquele ano que estão se escondendo, então eles podem voltar e pedir a sua metade
do reino e receberão sua parte. Esta é minha proclamação.
Yudhisthira disse,

Rei Drtarastra, você é orei de nossa nação. Você é o membro mais velho de nossa
família e é nosso dever obedecer qualquer coisa que você diga. Nós aceitamos sua ordem.
Os irmãos foram até sua Mãe e disseram,

Mãe, você fica aqui em Hastinapura. Nós iremos para a
floresta junto com Draupadi. Então Arjuna enviou Abhimanyu com sua esposa Subhadra para a casa de Krsna em
Dwarka. Lá, com as bênçãos o Senhor Shiva, Abhimanyu cresceu na mais forte, mais heróica encarnação do Deus
do Amor.
E com a maior tristeza, os cinco irmãos junto com Draupadi, roubados de seu reino, riqueza e família
partiram para o exílio na floresta.

A Tapasya de Arjuna

Bhim estava sempre cheio de ira. Por que deveríamos esperar doze anos na floresta, e ficar um ano nos
escondendo, e então voltar e implorar para Duryodhana? Você pensa que ele nos dará o reino em treze anos,
quando não nos deu agora? Será diferente então? Venha, vamos atacar!

Yudhisthira, o filho de Dharma disse,

Não! Iremos atacar, mas devemos fazer isso como o último recurso.
Quando tudo o mais fracassou nós podemos usar o recurso das armas. Agora temos essa excelente oportunidade
para passar nosso tempo na floresta realizando sadhana. Vamos visitar todos os sábios e Munis e aprender
sabedoria e praticar nosso Dharma com o qual possamos cultivar a capacidade de governar nosso reino com
sabedoria.
Assim os cinco irmãos foram para a floresta para se sentarem aos pés de Rsis e Munis para aprender
sabedoria. Ó como aqueles dias se passaram no prazer da satsangha. Um dia Krsna veio ao eremitério onde os
irmãos Pandavas estavam e disse,

Meus irmãos, vocês estão fazendo um maravilhoso estudo de tapasya e sadhana
enquanto vivem aqui na floresta. Quanta paciência vocês têm cultivado! Mas lá haverá uma guerra, e agora é o
momento de se preparar. Arjuna, você irá precisar de armas divinas para lutar nessa guerra. Propicie o Senhor
Shiva. Faça Puja para Shiva. Bhim, você precisará de uma força divina para lutar nessa guerra. Todos você irmão
realizem sadhana.
Arjuna foi sentar-se sob uma árvore e começou a cantar, Om Namah Shivaya. Depois de algum tempo de
intensa meditação, um dia um javali selvagem veio correndo no horizonte em direção ao local onde ele estava
sentado. Aquele javali estava ganhando velocidade e parecia gostar de ir correr diretamente em direção a ele para
fura-lo com suas presas. Quando Arjuna viu o javali, ele pulou, puxou seu arco e sua flecha, e deixou a flecha
voara...Whssh! E o javali caiu morto no chão. Arjuna caminhou até onde o animal estava deitado, e viu que havia
duas flechas nele.

Ali nos arbustos um caçador nativo da floresta gritou. Ó Príncipe porque está reivindicando meu troféu?

Arjuna disse, Caçador, você deve ter cometido um engano. Este é meu troféu.

O caçador disse, Príncipe, por favor olhe este animal. Creio que você encontrará minha flecha presa nele.

Ó sim, caçador, vejo sua flecha ao lado da minha. Este troféu é meu. Sou Arjuna, o discípulo de
as , disse o caçador. Estou certo que agora você errou seu alvo, porque esta flecha que está furando

Dronacarya. Eu nunca erro meu alvo.
Meste javali é minha.
-129


Arjuna disse,

Caçador, talvez você nunca tenha ouvido falar de Dronacarya, e você não conheça seu
discípulo, Arjuna, o maior arqueiro que caminha hoje sobre a terra.
O caçador respondeu, Você tem um grande ego para um pequeno discípulo.

Arjuna disse, Não irei tolerar seu insulto, e ergueu seu arco.

O caçador dividiu o arco com uma flecha, e com mais flechas ele fez toda a sua silhueta na árvore em
frete da qual Arjuna estava.

Arjuna disse, Há somente três pessoas na face da terra que poderiam fazer isso, A primeira é Dronacarya,
meu Guru. A Segunda é Bhisma, e a terceira é Mahadeva. E eu sei que você não é Dronacarya, e sei que não é
Bhisma. Om Namah Shivaya! Eu me curvo aos seus pés de lótus.

Arjuna se curvou enquanto Shiva tomou sua forma real e disse,

Arjuna, estou satisfeito com sua tapasya.
Escolha um desejo de mim.
Arjuna disse,

Mahadeva, Shiva, irá acontecer uma luta. Krsna disse-me que deveríamos conseguir armas
divinas e ele me disse para orar a você.
Shiva respondeu,

Arjuna, eu darei a você a arma Pasupati, minha própria flecha divina. Mas eu sugiro a
você que vá até Indra e consiga mais armas divinas. Eu o abençôo. Você será vitorioso!
Recebendo as bênçãos de Shiva, Arjuna sentou-se na mais profunda meditação e ascendeu até Indraloka,
onde encontrou Indra e disse, "Indra, meu pai. Mahadeva me enviou. Eu estou para receber o arsenal de armas
divinas. Haverá uma luta.

Indra disse, Fique aqui e estude por algum tempo. E Arjuna começou seu estudo.

Bhim Convida Hanuman

Enquanto isso na terra, um dia Bhim e Draupadi estavam colhendo flores para o puja da família. Draupadi
encontrou um lótus que era muito belo. Ela disse, Bhim, olhe este lótus! Você já viu um lótus como esse? Não é

o lótus mais belo que já viu? Bhim, veja se há mais algum lótus como esse. Eu pegarei este lótus de onde ele
está vivendo e o oferecerei no puja. Vá em frente e veja se consegue arranjar mais lótus como esse.
Bhim disse,

Está certo. E saiu para procurar mais. Draupadi pegou o lótus junto com as outras flores e
voltou ao eremitério, enquanto Bhim seguia a trilha da montanha em busca de mais lótus da mesma qualidade. Bhim
continuou seguindo a trilha subindo cada vez mais alto na montanha até que chegou a uma clareira em uma área
onde havia uma grande sombra de árvore. Debaixo da sombra da árvore um velho macaco estava sentado com um
longo rabo, e rabo estava no caminho. Ei Macaco, tire seu rabo! Eu estou procurando um lótus para Draupadi.
E o macaco respondeu, Cante o nome de Rama. Eu sou um velho macaco. Estou cansado.

Bhim disse,

Ei Macaco, não me dê qualquer deste serviço, Cante o nome de Rama. Eu estou ocupado.
Estou procurando por um lótus especial para Draupadi. Você pode tirar seu rabo do caminho para assim eu poder
O macaco disse, A que chegou este mundo? Um velho macaco não pode nem mesmo encontrar um lugar
para descansar em paz. Eu subi nesta montanha pensando que poderia ser deixado sozinho, e aqui estou sendo
perturbado novamente. Estou velho e cansado. E não tenho força de mover meu rabo por mim mesmo. Poderia por
favor movê-lo para mim? Se ele está aborrecendo você e você não quer dar a volta, mova o rabo você mesmo. E
cante o nome de Rama.

passar?
-130


Bhim ficou zangado. Ele disse, Ei Macaco, estou certo de que você não sabe quem eu sou. Mas eu
quero que você saiba que eu sou Bhim, o filho de Kunti, o filho do Vento, e tenho a força de dez elefantes. Tire
seu rabo do meu caminho.

O macaco disse,

Bhim, um dia você ficará velho e saberá o que é ficar cansado e sem qualquer força.
Mas eu estou lhe falando, estou muito cansado para mover este rabo por mim mesmo. Você por favor tire-o do seu
caminho. Cante nome de Rama, irmão, cante o nome de Rama!

Bhim respondeu com raiva,

Tudo bem, eu lhe avisei, e agora eu mesmo tirarei o seu rabo. Ele abaixou
com uma de suas mãos e começou a levantar o rabo, mas o rabo não se movia. Ele tomou ambas as mãos e
começou a levantar o rabo...mas ele não podia movê-lo nem um pouco!
O velho macaco olhou para ele e disse, Ei por favor levante o rabo. Venha, você é tão forte! Ah, levante

o rabo irmão, venha! Levante o rabo venha e me ajude. Mova o rabo para fora do seu caminho.
Grrrrr..rrrr. Bhim estava lutando com o rabo, mas ele não podia mover aquele rabo. Então ele olhou para
o velho macaco e disse, Você não é um macaco comum.
O macaco olhou para ele e disse, Eu falei para você cantar o nome de Rama, cante o nome de Rama,
irmão.
Bhim perguntou, Quem é você?

O velho macaco respondeu,

Sou seu irmão mais velho. Eu também sou o filho do Vento. Agora veja
minha forma real. E ele se tornou Hanuman!
Bhim curvou-se ao seu irmão mais velho, Hanuman e disse,

Hanuman, haverá uma luta. Nós fomos
roubados de nosso reino e iremos consegui-lo de volta. Venha e nos ajude.

Hanuman disse,

Bhim, esta não é minha Yuga para lutar. Eu já lutei contra Ravana, mas eu estarei com
vocês. Eu estarei sentado na bandeira de Arjuna, e abençoarei todos vocês. Vocês serão vitoriosos. Mas relembre
minhas palavras, Bhim, cante o nome de Rama!. Cante o nome de Rama! Vá com o nome de Deus! Eu irei
montado na bandeira de Arjuna e abençoarei seus exércitos. Mas cante o nome de Rama!
Bhim encontrou um ramalhete de lótus e o trouxe para Draupadi, e ela foi muito feliz fazer o puja com
aqueles belos lótus. Os outros irmãos ficaram felizes por também ouvir que Hanuman iria abençoar seus exércitos.

Arjuna Completa seu Curso

Enquanto isso no céu, Arjuna foi até Indra e disse, Indra, eu completei o curso de estudos e tornei-me
um mestre de todas as armas divinas. Por favor abençoe-me e deixe-me retornar para a terra. Meus irmãos irão
certamente estar preocupados comigo.

Indra disse,

Não ainda. Eu quero que você aprenda como dançar primeiro. Esta é Citragupta, a divina
Gandharva musicista dos céus e ela irá ser sua professora de dança.
Arjuna disse, Indra, haverá uma guerra. Eu vim aqui pelas armas. Por que preciso aprender a dançar?
Indra disse, Isso será conveniente.
Citragupta começou as lições de dança com Arjuna, e Arjuna tornou-se um mestre de dança. Ele era muito
gracioso. Um dia Arjuna estava dançando todos os ritmos divinos muito belamente. Urvasi, a Apsara divina, o viu
dançando e seu coração foi roubado. Ela dançou junto com ele e os dois dançando juntos pareciam a graça
encarnada.

Depois de dançar com Arjuna, ela disse, Arjuna, meu coração foi roubado. Venha e faça amor comigo.

Arjuna respondeu,

Mãe, você é a Mãe Divina para mim. Eu fui enviado aqui com uma missão específica
para obter armas divinas para preparar para a guerra que acontecerá. Indra disse-me para aprender como dançar,
-131


mas eu sinto muito que eu não tenha tempo para entrar em afazeres de amor e ter um romance agora. Por favor
perdoe-me, Mãe.

Ela disse, Sou uma Apsara. Sou a luxúria encarnada. Não me chame de Mãe. Não sou sua mãe.

Arjuna disse,

Mãe, quando Narayana bateu as coxas dele, você nasceu daquela coxa. Por isso seu nome
é Urvasi. Uru significa coxa e vasi significa residente, Ela Que Reside na Coxa. E portanto, você nasceu de
Narayana, você é parte de Deus, e você exemplifica a maternidade de toda a criação. Você é uma mãe para mim.
Você não é a luxuria encarnada para mim. Assim Mãe, por favor, perdoe-me. Este não é o meu momento para ter
uma relação.
Urvasi ficou muito insultada. Ela disse,

Eu o amaldiçôo. Você recusou minha proposta. Você me insultou e
rejeitou meu convite, o convite que é muito desejado por todos os homens do universo. Você se tornará um
eunuco! E ela arremessou um pouco de água em cima dele.
Quando a água bateu nele, Arjuna disse, Por uma pequena falta eu tive esta terrível maldição?

Indra veio e disse,

Urvasi, este não é um comportamento muito divino. Mesmo sua terrível maldição deve
ter algum limite.
Ela disse, Sim , Indra. Eu sei disso, mas estou muito insultada e muito zangada.

Ele ordenou, Bem então ponha um limite em sua maldição.

Urvasi perguntou, Qual deve ser o limite?

Faça-o eunuco por um ano. Respondeu Indra. Então Urvasi concordou,
Está bem, ele pode ser eunuco
por um ano.
Assim Indra deu a Arjuna todas as armas divinas e o conhecimento da dança e abundantes bênçãos, e
Arjuna retornou para a terra. Quando ele voltou para casa de seus irmãos eles ficaram muito felizes em ter toda a
família junta novamente.

Quando os doze anos estavam completos, eles precisaram encontrar um lugar para se esconderem por um
ano. Eles foram ao Rei de Cheddi, Matsya Raj, o irmão de Matsyagandha, que tinha se tornado Satyavati. Arjuna, o
eunuco, vestido como uma senhora, tornou-se a professora de dança Pryanela. Bhim tornou-se o cozinheiro.
Yudhisthira tornou-se um ministro e conselheiro. Nalakula e Sahadeva trabalharam nos estábulos e cuidaram de vacas,
enquanto Draupadi tornou-se Sarendri, a chefe das servas da rainha. E deste modo um ano se passou.

Arjuna o Professor de Dança

A aluna de dança de Arjuna era a filha do Rei, e seu nome era Uttara. Uttara era a encarnação de Rati,
cujo marido era Kamadeva, O Deus do Amor, que tinha sido reduzido a cinzas pela ira de Shiva. Uttara era um a
bela menina e excelente estudante. Portanto Arjuna ensinou a ela todos os ritmos que ele tinha aprendido de
Citragupta, quando estava estudando com a Mestre no céu. Uttara rendeu-se ao seu Guru com grande devoção, e
aprendia cada movimento com tremenda graça.

As vezes quando Pryanela conversava com Uttara, Uttara dizia, Priyanela, quando eu crescer quero ter um
marido como você. Não há mais ninguém que exibe tal entendimento, tal graça e tal compaixão, e ainda assim é
tão firme e forte em conhecimento.

Priyanela respondia, Você sabe que é impossível você casar-se comigo. Mas conheço um homem que será

o marido perfeito para você. E Arjuna pensava em seu filho, Abhimanyu, o Deus do Amor.
Draupadi e a Morte de Kitchat

-132


Assim a rainha chamou sua serva, Draupadi. Ela disse, Quero que você leve um pouco de vinho para o
andante chefe dos exércitos esta noite.
E Draupadi respondeu, Você entende que resultado isso terá?
Assim a rainha chamou sua serva, Draupadi. Ela disse, Quero que você leve um pouco de vinho para o
andante chefe dos exércitos esta noite.
E Draupadi respondeu, Você entende que resultado isso terá?
Um ano se passou para os Pandavas que se escondiam trabalhando em serviços domésticos no palácio de
Matsya Raj, o Rei de Cheddi. O cunhado do Rei era o comandante chefe dos seus exércitos. Ele era um homem
muito demoníaco chamado Kitchat. Um dia Kitchat veio ao quarto da rainha, onde ele viu Draupadi, a chefe das
ajudantes da rainha. Então ele foi até sua irmã, a rainha, e disse,

Irmã, quem é aquela bela criada que você
tem?
A rainha disse, Aquela é minha nova serva.

Kitchat disse, Mande-a para mim esta noite.

A rainha disse,

Isto não é correto meu irmão. Ela é minha serva.
Seu irmão disse,

Eu ficarei feliz em ter aquela senhora esperando por mim . Envie-a para mim. Caso
contrário, não ficarei satisfeito com você.
com

A rainha disse, Não, não sei nada de resultados. Meu irmão pediu que você fosse. Eu estou somente
cumprindo o pedido dele. Vá para ele não argumente comigo.

Draupadi fez como ela instruiu, e levou o vinho ao apartamento de Kitchat. Quando ela chegou Kitchat
estava bêbado, e quando ele viu a bela Draupadi entrar, ele a agarrou e tentou ataca-la. Ela lutou e correu para
longe dele. Ela correu para a cozinha, onde Bhim estava, e fervendo de raiva ela disse,

Você deve vingar esse
insulto.
Bhim respondeu,

Diga ao comandante do exército para encontrar você no meio da noite na sala de
instrução de dança.
Draupadi estava no jardim quando Kitchat veio a ela e disse, Você é a mais bela de todas as servas do
palácio. Eu quero que você seja minha.

E Draupadi respondeu, Venha encontrar-se comigo na sala de instrução de dança à meia noite.

Kitchat ficou muito feliz.

Aquela noite, à meia noite Bhim sentou-se na sala de dança com uma bela roupa sobre a cabeça. Kitchat
estava muito bêbado quando entrou e disse, Ó minha amada, você está aqui esperando por mim.

Bhim não respondeu. Então Kitchat veio e colocou sua mão no ombro de sua amada, e Bhim virou-se e
arrebentou-lhe o nariz. Arjuna começou a bater os tambores e assim ninguém podia ouvir o barulho da luta,
enquanto Bhim com suas próprias mãos desnudas estrangulou o comandante chefe.

As notícias da morte de Kitchat se espalharam por toda a Índia como incêndio na floresta, e quando estas
notícias foram recebidas em Hastinapura, Duryodhana pensou: Há somente três pessoas no mundo que poderiam ter
matado aquele general: Bhisma, Dronacarya e Bhim. Bhisma está aqui em Hastinapura, e Dronacarya está aqui
também. Isso significa que deve ter sido Bhim quem o matou. Agora sabemos onde os Pandavas estão se
escondendo. Eles estão se escondendo no palácio de Matsya Raj, o Rei de Cheddi. Rapidamente vamos pegar
nossas armas e atacar.

Então Sakuni aconselhou, Se pegarmos nossas armas e atacar, Bhisma nunca permitirá isso. Vamos dizer a
Bhisma que porque eles não têm comandante para seus exércitos, seu território está débil e iremos dar-lhes
proteção.

Então Duryodhana foi até Bhisma e disse,

Bhisma, Kitchat, o comandante chefe dos exércitos do Rei de
Cheddi, foi morto. Devemos proteger o país deles.
Duryodhana juntamente com Bhisma, Dronacarya, Krpacarya, Karna e Dusasana montaram em suas
carruagens junto com o enorme exército de Hastinapura, e foram para as fronteiras ao norte do Reino de Cheddi.

-133


dirija a carruagem. Vamos sair daqui!
Priyanela respondeu, Não, Príncipe, nós viemos aqui defender nossas fronteiras e devemos defender! Não
há volta para nós. Vamos nos dirigir até aquela árvore lá. Eles foram para a árvore e Arjuna disse, Certo Príncipe,
suba na árvore e você encontrará algumas armas divinas.
Priyanela respondeu, Não, Príncipe, nós viemos aqui defender nossas fronteiras e devemos defender! Não
há volta para nós. Vamos nos dirigir até aquela árvore lá. Eles foram para a árvore e Arjuna disse, Certo Príncipe,
suba na árvore e você encontrará algumas armas divinas.
Alguns outros reis malvados também ouviram as noticias que Cheddi não tinha comandante chefe, e eles
foram para atacar pelo Sul. Matsya Raj, o Rei de Cheddi, levou seu exército ao Sul e lutou com aqueles malignos
inimigos.

Então os guardas da fronteira ao Norte enviaram notícias ao palácio de que todo o exército de Hastinapura
estava reunido na fronteira norte. O Herdeiro do Trono era um jovem menino e ele orgulhosamente proclamou,

Eu
marcharei por mim mesmo para a face do inimigo só para proteger nossa fronteira norte.
Yudhisthira disse, Está certo Príncipe, defenda a honra de seu país. Mas leve a querida Priyanela como
sua cocheira.

Ele disse, O que? Aquele eunuco, instrutor de dança como meu cocheiro?

Yudhisthira disse, Sim, por favor, confie em mim. Leve o instrutor de dança como seu cocheiro.

O Príncipe consentiu e Arjuna montou na carruagem e começou a dirigir a carruagem diretamente para a
face do inimigo. Quando o Príncipe viu numerosos soldados liderados por Bhisma, Dronacarya, Krpacarya, Karna,
Duryodhana e Dusasana, seu coração afundou no estômago, e ele disse, Eu vou sair daqui! Não vou enfrentar todo
esse exército sozinho. Mesmo todo o exército de Cheddi não pode enfrentar aqueles guerreiros. Venha Priyanela,

O Príncipe subiu na árvore e encontrou as armas, e as trouxe para baixo. Abrindo o pacote, ele exclamou,
Minha Deusa, isso parece com o Gandiva, o arco de Arjuna! Estas parecem as armas dos Pandavas! Estas armas
são divinas. Como foram para aquela árvore?
Priyanela disse,

Não importa! Você dirige a carruagem e eu ficarei no topo. Arjuna pegou seu arco e
suas flechas e eles se dirigiram para enfrentar o inimigo. Arjuna soou o fio de seu arco e isso fez um estrondo
nos céus. Todos sabiam que Arjuna tinha chegado!
Duryodhana disse,

aquele é o arco de Arjuna! Ah, nós encontramos os irmãos Pandavas! Nós os
descobrimos em seu esconderijo e conforme as regras do exílio, eles devem ficar na floresta por mais doze anos.
Bhisma respondeu,

Não Duryodhana, nós não viemos aqui para encontrar os irmãos Pandavas. Viemos aqui
para defender as fronteiras de Cheddi. Além disso, o décimo terceiro ano se completa hoje.
Duryodhana respondeu,

eu não aceito isso. Meus astrólogos disseram que o ano ainda não passou. Eles
têm que ir para o exílio por mais doze anos.
Bhisma disse, Bem, vamos discutir isso depois. Vamos proteger as fronteiras de Cheddi e não...
Duryodhana disse, Não, eu vou matar Arjuna agora mesmo. E ele ordenou as suas tropas atacar.

 

Arjuna lançou flecha após flecha e ninguém podia cortar suas flechas. Então ele convocou uma flecha divina
e fez todo o exército de Hastinapura dormir. Ele disse,

Agora Príncipe, vá pegar o lenço de pescoço de
Duryodhana, Karna e Dusasana e traga-os de volta. Eles irão ser um excelente presente para a princesa de Cheddi.
O Príncipe foi e tirou os lenços daqueles guerreiro, os quais ele levou para a princesa. Priyanela disse,
Olhe o heroísmo do Príncipe! Ele derrotou todo o exército de Hastinapura por si mesmo.

Todos ficaram surpresos por essa façanha do Príncipe, mostrando tal heroísmo em sua primeira batalha.
Mas o Príncipe não podia tomar todos os créditos pela vitória e revelou a identidade dos Pandavas.

O ano de se esconder tina passado. Os Pandavas reassumiram sua real identidade, tomaram suas armas
divinas e enviaram mensageiros para Hastinapura.

Nossos treze anos se passaram. Doze anos no exílio e um ano
se escondendo. Devolva nosso reino.
Todos os aliados dos Pandavas começaram a reunir-se e os amigos de Duryodhana reuniram-se, e o
cenário era para a guerra. Os conselheiros aconselharam,

Vamos lutar.

-134


Krsna caminhou para afrente do conselho dos Pandavas e disse,

vamos lutar somente como o último
recurso. Quando nós formos lutar, estaremos indo lutar com Bhisma, seu avô, Dronacarya, seu Guru, , Krpacarya, o
Guru de sua família. Vocês não vêm que irmão lutará contra irmão, tio contra tio, parente contra parente, amigos
contra amigos. Vamos tentar tudo o que podemos par evitar a guerra. Somente então iremos aceitar que devemos
lutar. Eu irei até Hastinapura como Embaixador dos Pandavas.
Krsna foi para Hastinapura e disse,

Eu venho em interesse dos Pandavas. Os treze anos deles se
completaram. Devolvam o reino deles. Sejam verdadeiros. Sejam justos. Evitem essa horrível guerra.
Duryodhana disse, Eu não darei o reino!
E Krsna disse, Dê a eles algumas aldeias e da parte dos Pandavas, declaro que haverá paz. Quaisquer
cinco aldeias que você queira.
Duryodhana disse, Eu não darei um pé de espaço. Eu não darei um centímetro da terra de Hastinapura
para aqueles Pandavas!
Então não havia outro recurso, senão lutar.

Guerra!

Naquele fatídico dia os exércitos dos Kauravas, liderados por Duryodhana, Dusasana e seus cem irmãos
juntamente com muitos heróicos guerreiros tais com Bhisma, Dronacarya, Krpacarya, Asvatthama, Jayadratha, Karna, se
enfileiraram para enfrentar os exércitos dos Pandavas liderados por Yudhisthira, Bhim, Arjuna, Nalakula e Sahadeva,
com Krsna dirigindo a carruagem de Arjuna. Quando Arjuna viu seus parentes, amigos, primos e tios, todos se
enfrentando com armas de destruição, prontos para destruírem toda a família por direito ao estado real e propriedade,
ele abaixou seu arco e disse,

Krsna, eu estava enganado. Não há necessidade de lutar. Será melhor que eles
fiquem com todas as coisas e nós não fiquemos com nada do que entrar nesta batalha de destruição. Que terá de
bom em termos o reino para nós, se todas aqueles que amamos irão morrer na batalha por ele?
Então Krsna narrou o Bhagavad Gita, a Canção do Senhor, e mostrou sua forma universal para Arjuna.
Arjuna entendeu que tudo que existe vem de Krsna, e todo Karma que acontece é autorizado por Deus. Dentro de
cada um de nós reside a faísca de Deus. E toda ação que executamos é ordenada por Deus. Então Arjuna rendeu
sua vontade e disse, Se Deus deseja me fazer lutar, faça de mim um instrumento de sua vontade.

A luta começou e continuou com grande intensidade, e um por um os membros familiares caíram no campo
de batalha. Houve graves ocasiões naquela luta, mas uma luta muito especial foi liderada por Abhimanyu. Justamente
antes de Abhimanyu marchar para a guerra, sua esposa concebeu uma criança. E agora, Abhimanyu liderava o
caminho para o exército dos Pandavas abrir a formação Cakravyu. A formação Cakravyu é uma série de círculos
concêntricos feitos por poderes militares, no centro do qual estavam reunidos a nata dos guerreiros Kauravas.
Abhimanyu dirigiu sua carruagem diretamente através do círculo como um chaveta, e penetrou no centro. Um por um
os guerreiros Kauravas enfrentaram Abhimanyu na batalha, e uma a uma ele cortou suas armas em pedaços.
Ninguém podia enfrenta-lo sozinho. Ele atirou flechas em Dronacarya e Krpacarya, e derrotou Duryodhana, Karna e
Dusasana. Não havia nenhum guerreiro do exército oposto que podia enfrenta-lo.

Então Duryodhana deu a ordem,

Vamos todos atacar de uma só vez!
E Abhimanyu disse, Espere as regras dessa guerras diz que um guerreiro só deve lutar com um guerreiro!
Por que vocês estão quebrando sua verdade.? Vocês prometeram lutar uma batalha dármica baseada nas leis de
coragem militar. Nós todos juramos manter o código de conduta militar de que somente um guerreiro lutaria com um
guerreiro.

Duryodhana disse,

Meu dever é defender-me de meu inimigo de qualquer forma que eu possa. Estou aqui
para ganhar esta guerra. Não cuido de éticas do código militar. Todos ataquem-no de uma só vez!
-135


Abhimanyu atirou flecha após flecha e ninguém trespassa-lo. Ele feriu todos os guerreiros que o enfrentavam
e ninguém podia tocar nele. Então Karna atirou uma flecha que avariou sua carruagem. Abhimanyu caiu da
carruagem no chão. Cada um dos guerreiros Kauravas pegaram suas espadas, e todos eles o atacaram de uma só
vez. Abhimanyu apanhou a roda da carruagem e girou ao redor, assim ninguém podia aproximar-se dele. Mas
enquanto ele estava lutando na frente, eles o agarraram por detrás, e eles o derrubaram e o apunhalaram com suas
espadas. E Abhimanyu deixou seu corpo no campo de batalha.

Quando Arjuna soube da notícia, ele veio ao campo de batalha realizar os ritos para seu filho morto.
Todos os grandes guerreiros de ambos os exércitos ficaram aquela noite ao redor da pira funerária e Dronacarya
disse, Arjuna, se não fosse por Abhimanyu, nós teríamos ganho a batalha hoje. Nunca houve um herói em qualquer
batalha como seu filho. Sozinho ele derrotou todos os comandantes do exército Kaurava, e foi somente por fraude
que ele caiu na batalha. E aquele dia Arjuna tomou o voto solene de que ele iria derrotar aquelas forças da
fraude.

E ele fez. Um por um os guerreiros Pandava matou cada general do exército Kaurava. Bhisma, Dronacarya,
Krpacarya, Asvatthama, Jayadratha Karna e Dusasana, todos encontraram suas mortes na batalha. Por fim Bhim
encontrou Duryodhana em combate direto com a maça. Tendo matado Duryodhana os Pandavas recuperaram seu
reino. Mas não havia alegria em ter um reino a tal custo.

Drtarastra, Gandhari, Kunti e Vidura partiram para a floresta para praticar meditação. Por fim eles deixaram
seus corpos. Krsna foi confundido com um pavão e morreu com a flechada de um caçador. O final da Dvapara
Yuga estava vindo a se completar.

Os irmãos Pandavas não mais tinham qualquer desejo de manter o reino. Quando Pariksit, o filho de
Abhimanyu nasceu do útero de Uttara, e completou seis anos de idade, os irmãos Pandava o coroaram como Rei, e
eles também partiram para realizar tapasya nos Himalayas, e por fim deixaram seus corpos mortais.

Pariksit e a Vinda de Kali

Que poderoso Rei foi Pariksit! Ele não deixava que qualquer inimigo de dharma residisse em qualquer lugar
do seu reino. Quando Pariksit ficou um homem velho, sua esposa concebeu um filho. Mas antes do filho nascer,
uma coisa surpreendente aconteceu. Um dia o Rei estava caçando na floresta, e quando ele veio para perto da

Ele pegou sua espada e começou a perseguir Kali. Kali correu de medo. Para onde quer que Kali
corresse, Pariksit corria atrás, até que Pariksit finalmente alcançou e agarrou Kali pelo cabelo e segurando aquele
cabelo, ele pegou sua espada e disse, Eu cortarei sua cabeça. Eu não permitirei que Kali viva em meu reino!

E Kali disse, Espere Rei! Eu tomo refúgio em você. Você não pode matar um ser que se refugia em
você. Este não é o dharma dos reis. Eu me rendo a você. Não me mate.

Por que eu não deveria matar você? perguntou Pariksit.

Eu tenho algumas boas qualidades também. Disse Kali.

Pariksit disse, Diga uma.

Kali respondeu,

Qualquer Karma que um indivíduo realize na minha idade, ele receberá os frutos

fronteira de seu reino, ele viu Kali Yuga se aproximando. Ele disse, Kali, o que você está fazendo aqui? Você não
pode vir ao meu reino!
imediatamente.
Pariksit concordou, Esta é uma boa qualidade. Se almas nobres realizam ações puras elas irão rapidamente
avançar na vida espiritual. Mas eu não permitirei que você viva em meu reino enquanto eu for o Rei.
E Kali perguntou, Então onde viverei?

-136

 


Pariksit respondeu,

Darei a você três lugares para viver. Você pode viver na luxúria, você pode viver na
fraude e você pode viver nos jogos.

Kali disse, Estes lugares são muito limitados. Dê-me um outro lugar para viver.

E Pariksit disse, Você pode viver no ouro.

Kali disse,

Muito obrigado meu Rei. Eu prometo que não entrarei em seu reino enquanto você viver, mas
irei somente habitar estes quatro lugares.
Mas o Rei esqueceu que a coroa em sua cabeça era feita de ouro, e Kali entrou na coroa.

A medida em que o Rei perseguia sua caça pela floresta, ele tornou-se muito cansado e sedento, quando
ele veio ao eremitério de um Rsi. O Rsi estava sentado em profunda meditação. O Rei Pariksit disse, Rsi, estou
extremamente desorientado pela sede. Eu poderia, por favor, tomar um pouco de água?

O som das palavras de Pariksit não entraram nos ouvidos do Rsi. Ele estava em profunda meditação.
Pariksit limpou a garganta e disse novamente,

Hm,hum, Rsi! em mais alto tom.
Rsi, por favor desperte! Eu estou
profundamente desorientado pela sede. Por favor dê-me um pouco de água.
Mas o Rsi estava absorvido em Samadhi e não respondeu.

Da coroa de ouro no topo da cabeça do Rei, Kali disse,

Olhe que insulto. Ele está fingindo. Ninguém
pode ser tão insensível para ignorar o Rei quando ele está sedento. Tudo o que você pediu foi um copo de água.
Veja se realmente ele está meditando ou se está somente enganando.
Então o Rei olhou para o chão e viu uma cobra morta no chão. Sob a influência de Kali ele pegou
aquela cobra morta, envolveu-a ao redor do pescoço do Rei e foi embora. Quando o filho do Rsi, Srnga, retornou
ao ashrama, ele viu seu pai meditando no mais profundo Samadhi, pura absorção intuitiva, com a cobra morta ao
redor de seu pescoço. O filho disse, Que insulto é este? Pode imaginar que alguém iria fazer isso ao meu pai,
que está meditando na mais pura absorção da divina consciência?

Ele pegou um pouco de água em suas mãos, e pronunciou uma maldição.

Quem quer que tenha feito
esta odiosa ofensa, eu o amaldiçôo! Dentro de sete dias, Taksa, o Rei das Serpentes, irá picá-lo e este indivíduo
irá morrer do veneno de cobra. E ele arremessou a água.
Quando o Rei Pariksit ouviu que ele tinha sido amaldiçoado para morrer com a picada de uma cobra
dentro de sete dias, ele chamou todos os ministros para juntarem-se e disse, O que faremos?

Eles disseram,

Ninguém pode evitar a vontade de Deus. O que quer que Deus proclame isso acontecerá.
Todavia um indivíduo deve fazer todo o esforço para agir corretamente. Rapidamente vamos construir uma torre
completamente impermeável. No topo da torre construiremos os quartos do Rei, e iremos colocar sentinelas ao redor
e assim não permitiremos nem mesmo um inseto entrar. E lá o Rei ouvirá o Bhagavat, e todos nós iremos orar a
Deus.
Imediatamente a imensa torre com os quartos do Rei em cima foi construída, e em toda a volta sentinelas
foram colocados, de modo que nem mesmo um inseto pudesse entrar. Pariksit sentou-se no quarto de Rei e ouviu
Sanat Kumara recitar o Bhagavat e contar as histórias da história e tradição do Sanatana Dharma.

Havia um Brahmin muito pobre cujo nome era Kasyapa. Quando Kasyapa soube que o Rei estava tomando
refúgio numa torre elevada por medo de uma picada de cobra, ele pensou, Eu tenho um mantra que cura picadas
de cobra. Eu irei ao Rei e o ensinarei, assim quando Taksa o picar ele pode pronunciar o mantra e tornar-se
curado imediatamente. Então talvez ele me dê algum dinheiro.

Kasyapa foi até a torre do Rei, e em seu caminho ele encontrou Taksa, o Rei das Serpentes. Eles
começaram a caminhar pela estrada em direção a torre do Rei.

Taksa iniciou a conversa, Ó Brahmin, onde você está indo?

-137


Kasyapa, o Brahmin, respondeu, Eu ouvi que o Rei Pariksit foi amaldiçoado para morrer do veneno de
uma serpente dentro de sete dias. Taksa, o Rei das Serpentes, está indo para pica-lo. Eu tenho um mantra que
cura picadas de cobra.

Taksa perguntou, Verdade? Que tipo de mantra é este?

Kasyapa respondeu,

Ó é de fato um mantra maravilhoso. Ele age muito bem com todos os tipos de
venenos.
E Taksa disse,

Você vê aquela árvore? Você acha que se eu colocar veneno naquela árvore, você pode
cura-la?
Kasyapa disse, Certamente!

Então Taksa injetou veneno na árvore com suas presas venenosa e a árvore imediatamente reduziu-se a
cinzas. Taksa disse, Você pensa que seu mantra pode curar aquela árvore?

Kasyapa disse,

Certamente que pode! Ele fechou o olhos, esfregou as mãos juntas por um pouco de
tempo e disse o mantra, e a árvore voltou a viver novamente.
Taksa disse, Que maravilha! Nunca vi uma coisa como essa em minha vida. O que você deseja?

Kasyapa respondeu.

Sou um pobre Brahmin e preciso de algum dinheiro com o qual alimentar minha
família. Assim darei este mantra ao Rei. Talvez ele me dê algum dinheiro com o qual eu possa alimentar minha
família.
Então Taksa disse,

Bem, eu lhe darei o dinheiro agora mesmo. Se você está indo lá só pelo dinheiro,
você não tem que ter este trabalho de ir por todo o caminho. Por que você não vai para casa. Aqui, tome este
dinheiro e volte para sua casa.
Então Kasyapa sentou-se em meditação e viu que era o tempo do Rei deixar seu corpo de qualquer
modo. Assim ele disse para Taksa, Está certo, aceitarei seu dinheiro, e ele voltou apara casa.

Era o entardecer do sétimo dia, e Sanat Kumara tinha justamente terminado a recitação do Bhagavat.
Pariksit estava totalmente iluminado com a sabedoria, e ele disse,

Você sabe, meu Guru, qualquer que seja a
vontade de Deus, será . E eu me curvo a vontade de Deus. Se Deus deseja que eu sobreviva, eu sobreviverei; e
se Deus deseja que eu deixe esse corpo, eu o deixarei. Já não tenho mais ligação ao meu próprio desejo. Eu me
rendo a vontade de Deus, e aceito qualquer que seja a Vontade Divina.
Justamente então Taksa veio até a base daquela torre. Ele tomou a forma de um Brahmin e as outras
cobras com ele tomaram todas as formas de Brahmins também. Eles disseram,

Capitão da Guarda, gostaríamos de
ver o Rei.
O Capitão da Guarda disse, Eu sinto muito, ninguém pode entrar. O Rei não verá ninguém hoje.

Então Taksa explicou ao Capitão da Guarda,

Nós somos santos Brahmins, e temos estado orando pelo
bem estar do Rei. Temos feito puja pelo bem estar dele, e trouxemos alguma prasada dessas oferendas. Poderia ao
menos dar essas frutas ao Rei?
O Capitão da Guarda disse,

Certamente. Ele pegou a cesta de frutas e a enviou ao quarto do Rei. O
mensageiro disse,
Rei, alguns santos Brahmins da floresta têm feito adoração para o seu bem estar, e eles
enviaram alguma prasada daquela oferenda. O sol está se pondo no horizonte e você se livrará do perigo. Você
gostaria de aceitar uma oferenda da prasada deles?
O Rei Pariksit disse,

Eu de fato não estou com fome agora. Pegue esta prasada e divida entre os
soldados. Só me deixe esta pequena maçã. Ele pegou a pequena maçã da cesta e disse,
Divida esta maçã entre
os ministros. Ele abriu a maça, onde ele viu uma pequena pinta. E a pinta começou a crescer a crescer até
tornar-se uma lombriga. E a lombriga cresceu até tornar-se uma serpente. E a serpente cresceu até tornar-se Taksa,
o Rei das Serpentes, que picou o Rei Pariksit injetando-lhe o veneno mortal, e o Rei Pariksit deixou sua vida.
-138


Rei Janamejaya e o Grande Yajña

Depois de algum tempo, a rainha deu nascimento a um filho muito belo cujo nome era Janamejaya.
Janamejaya cresceu para ser o Rei. Após ele ter sido coroado como Rei e tomado os deveres de administrar sua
nação, um dia ele virou-se para seus ministros e disse, Fale-me sobre meu pai. Como ele morreu?

Os ministros disseram,

Seu pai foi morto pela picada de cobra de Taksa, o Rei das Serpentes, devido a
maldição de um Rsi.
Janamejaya disse,

É dever do filho vingar a morte do seu pai. Agora eu declaro guerra a todas as
cobras. Eu farei um grande Yajña de cobra, no qual queimarei todas as cobras no fogo de nosso altar sacrificial.
Ele enviou seus soldados em todas as direções procurando por todas as cobras que pudessem encontrar, e
convidou os Rsis e Brahmins, que sentaram-se ao redor do fogo sagrado cantando mantras. Uma de cada vez ele
atirava as cobras nas chamas ardentes.

Quando Taksa ouviu sobre o sacrifício de cobras, ele correu e se escondeu. Janamejaya chamou Garuda, a
águia que é o transporte de Visnu e ordenou, Encontre Taksa. Eu o queimarei no fogo!

Todos os seus soldados trouxeram muitas serpentes, e a medida em que as cobras eram trazidas,
Janamejaya as atirava ao fogo. Todas as cobras que puderam escapar tomaram refúgio com Manasa Devi.

Manasa Devi era a esposa de Jaratkaru Muni, e eles tinham um filho chamado Astik Muni. Quando as
cobras vieram até Manasa Devi elas disseram,

Mãe, por favor salve-nos! Somos inocentes. Não fizemos nada. É
justo matar toda uma raça da criação por causa do delito de um de seus membros? Nós não somos responsáveis
pela morte do Rei Pariksit. Salve-nos!
Manasa Devi concedeu a elas a liberdade do medo e chamou seu filho, Astik Muni. Ela disse,

Muni,
encontre um meio de parar este sacrifício de cobra.
Astik Muni disse, Por favor dê-me sua bênção, Mãe, e certamente irei parar.

Manasa Devi deu-lhe suas bênçãos e Astik Muni, brilhando com o esplendor da tapasya, foi caminhando em
direção à arena sacrificial, onde estava acontecendo o sacrifício de cobras.

Quando o Rei Janamejaya viu o brilhante Muni vindo até a área sacrificial para abençoa-lo, ele levantou-se
de seu sacrifício e se curvou a ele e deu-lhe boas vindas com grande respeito. Ele disse,

Muni, peça-me algum
benefício.

E o Muni disse, Rei, tenho um pedido a você.

O Rei respondeu, Qualquer coisa que seja será feito. Eu me curvo ao santo Brahmin. Eu me curvo ao
esplendor de sua tapasya, à sabedoria que te ilumina. Certamente realizarei seu pedido. Por favor explique-me o que
está em sua mente.

Então o Muni disse,

Um Rei é um protetor dos súditos de seu reino. Estas inocentes cobras não fizeram
nenhum mal a ninguém. Elas também são súditos de seu reino. Portanto, você está transgredindo seu dharma por
matar estes súditos inocentes. Seu dever é protege-las. Proteger os indefessos e desvalidos, e se esforçar para a
elevação dos oprimidos é dever de um Rei.. Aqui você está perseguindo os indefesos. Você está usando os poderes
de seu dharma guerreiro para o mal em lugar de o usar para o bem, e os efeitos disso serão adversos. Portanto,
Rei Janamejaya, eu lhe peço para parar este sacrifício!
O Rei disse,

Eu tomei o sankalpa de vingar a morte de meu pai. Como posso parar o sacrifício, quando

o matador de meu pai ainda está à solta, e o sacrifício ainda não está completo?
Astik Muni disse,

Seu pai alcançou a liberação através da maldição do Rsi. O Rei das Serpentes foi
meramente o instrumento. Agora a maior honra que você poderia prestar à memória de seu pai é mudar a natureza

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do sue sacrifício da destruição para a construção. Assim Rei, se você parar de destruir esta raça de cobras, você
pode completar o sacrifício de todos os sacrifícios por ouvir a sabedoria das escrituras.

Janamejaya concordou. Ele libertou todas as cobras restantes, e sentou-se para ouvir enquanto Veda Vyasa
narrava as histórias do Swami Purana. Por fim ele obteve a liberação.

Quem quer que ouça estas histórias do Swami Purana com o coração aberto, e aprenda a Sabedoria de
nosso Dharma com Pura fé e Atenção, irá certamente ser abençoado com Paz e Prazer, Saúde e Prosperidade, e a
maior harmonia em cada ação executada.

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